Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
( *)
Participação no ciclo de palestras sobre Direito Ambiental
promovido pela Escola Paulista da Magistratura (EPM):
30.9.2005.
(1)
DE PLÁCIDO E SILVA, Vocabulário Jurídico, 3a. ed., vol. III, p. 902.
jurisprudência, será obra de boa política judiciária,
porque inspira no povo confiança na Justiça”(2).
(2)
O Juiz e a Função Jurisdicional, 1958, p. 327.
(3)
Op. cit., p. 358.
Esta alusão ao velho carvalho tange as fibras
sensíveis do homem responsável e exorta-o a preservar
sempre os primores da Natureza!
Da muita estima em que os caracteres bem formados
tiveram estas dádivas da Criação, há em JOAQUIM NABUCO,
exemplo curioso. Desejando o nosso egrégio patrício
homenagear o colega e amigo MACHADO DE ASSIS, mandou-
lhe, num rasgo de originalidade, um galho do carvalho de
Tasso, com uma carta de autenticação do prefeito de
Roma(4). Reza a tradição que era debaixo dessa árvore que o
poeta italiano TORQUATO TASSO costumava cobrar alento para
as fadigas do espírito e achar conforto para seu ânimo
turbado e inquieto.
1º Caso (6):
(4)
MACHADO DE ASSIS, Obras Completas, 1959, vol. 31, p. 91.
( 5)
Cf. VICENTE AZEVEDO, Curso de Direito Judiciário Penal,
1958, vol. I, p. 71.
(6)
(TacrimSP; Ap. nº 1.369.597/6 - Registro).
de 0,12 ha de floresta considerada de preservação
permanente.
Reza a denúncia que policiais militares
florestais, em fiscalização ordinária, tomaram para a
propriedade do réu e, ali, entraram no conhecimento
de que, utilizando máquinas, estava a danificar e
destruir floresta de preservação permanente;
pretendeu justificá-lo, esclarecendo que iria
construir um tanque para criação de peixes.
Ementa
— Atenta contra a Natureza e incorre na sanção da
Lei nº 9.605/98 (art. 38), por lesar o Meio
Ambiente, o sujeito que, ao construir tanques
para criação de peixes, destrói e inutiliza, com
máquinas (tratores), parte de floresta
considerada de preservação permanente.
2º Caso(7):
Caiu o réu nas malhas da Justiça Criminal
porque, aos 27 de novembro de 1999, pelas 7 h, no
lago do reservatório da Usina Hidroelétrica de
Água Vermelha, no município de Cardoso, policiais
florestais surpreenderam-no a pescar mediante a
utilização de petrechos proibidos (redes).
(7)
(TacrimSP; Ap. nº 1.302.861/3 - Cardoso).
Instaurada a persecução penal, transcorreu o
processo conforme os preceitos legais; ao cabo, a. r.
sentença de fls. 96/97 afastou os argumentos
expendidos pela Defesa — ignorância da lei,
atipicidade do fato e estado de necessidade,
conforme o art. 37, nº I, da Lei nº 9.605/98 — e
decretou a condenação do réu. Este, inconformado
com o desfecho da lide penal, vem à Superior
Instância, assistido de advogado, à espera de
absolvição.
Ementa
— A alegação do réu de que praticara o fato em
estado de necessidade — art. 37, nº I, da Lei
nº 9.605/98 (Lei do Meio Ambiente) — , ao
pescar mediante a utilização de petrecho não
permitido (rede), mostra-se atendível, por
inferência lógica imediata, se os autos revelam
que se tratava de sujeito rústico, desempregado
e com prole numerosa por sustentar. Àquele
que nada tem de seu é lícito recorrer às dádivas
da Natureza.
3º Caso(8):
Foi o réu de novo conduzido às barras da Justiça
Criminal porque, no dia 16 de março de 1999, pelas 10h30,
na Rua Celso Augusto, cidade de Iporanga, comarca de
Apiaí, guardou palmitos procedentes de florestas, sem
licença válida para o armazenamento, outorgada pela
autoridade competente.
Instaurada a persecução criminal, transcorreu o
processo na forma da lei.
O órgão do Ministério Público deixou de fazer
proposta de transação penal ao acusado, ou de suspensão
condicional de seu processo, por não satisfazer aos
requisitos legais (art. 76, § 2º, nº III, da Lei nº 9.099/95).
A r. sentença de fls. decretou a condenação do réu,
o qual, inconformado com o desfecho da lide penal,
comparece perante esta augusta Corte de Justiça, em busca
de absolvição ou alívio para seu castigo.
“Circa merita”, não se mostra atendível o clamor
do réu, porque os elementos reunidos no processado lhe
evidenciaram a culpabilidade.
É fora de dúvida, em verdade, que, em
cumprimento de mandado judicial de busca e apreensão,
policiais surpreenderam na Rua Celso Augusto, na cidade
de Iporanga, “uma fabriqueta clandestina de
beneficiamento de palmitos extraídos de floresta da
(8)
(TacrimSP; Ap. nº 1.324.521/1 - Apiaí).
região”, além de 129 potes de vidro do vegetal e diversos
apetrechos para o beneficiamento, pertencentes ao réu.
Ementa
— A lei não concede foral de impunidade àquele
que tem em depósito ou guarda, para fins
comerciais ou industriais, produtos de origem
vegetal (como o palmito), sem licença da
autoridade competente; antes, reprime-lhe
severamente a conduta (art. 46, parág. único,
da Lei nº 9.605/98), por atentar com insigne
desdém e execrável cupidez contra floresta
considerada de preservação permanente e,
portanto, contra o patrimônio comum de seu
País e de toda a Humanidade.
4º Caso(9):
(9)
(TacrimSP; Ap. nº 1.378.369/5 - Lucélia).
Reza a denúncia que policiais militares florestais
surpreenderam-no a pescar na Cachoeira do Salto Carlos
Botelho, local proibido à pesca, nos termos do art. 3º, da
Portaria nº 73/2000, do IBAMA-SP.
Consta ainda que, na ocasião, o réu utilizava-se de
tarrafa, aparelho de pesca proibido, nos termos do § 2º do
art. 3º, combinado com o art. 5º, da referida portaria.
Instaurada a “persecutio criminis in judicio”, foi
decretada a revelia do réu, nos termos do art. 366 do
Código de Processo Penal.
Ao cabo, a r. sentença de fls. decretou-lhe a
condenação; malcontente com o desate da causa, vem o réu
a esta colenda Corte de Justiça, protestando inocência, à
espera de absolvição.
Ementa
— Infringe a Lei do Meio Ambiente (art. 34,
“caput”, e parág. único, nº II, da Lei nº
9.605/98) o sujeito que realiza pescaria
mediante a utilização de petrecho não
permitido (tarrafa).
— A alegação do agente de que em seu favor
milita causa de justificação — pescando,
entendia no sustento da família e, pois,
obrigado da necessidade —, não merece
acolhida sem prova plena e cabal do
preenchimento dos requisitos do art. 24 do
Cód. Penal.
5º Caso(10):
O órgão da Acusação Pública meteu o réu em
processo porque, no dia 6 de abril de 1998, pelas 15h45, na
(10)
(TacrimSP; Ap. nº 1.246.499/5 - Santos).
Av. Um, às margens do Rio Itapanhaú (Parque Itapanhaú),
em Bertioga, transportava produto de origem vegetal, sem
licença válida para todo o tempo da viagem, outorgada pela
autoridade competente.
Ementa
— Salvo a hipótese (que requer prova cabal) do
sujeito que, para prover às suas primeiras
necessidades e da família, extrai pequenas
quantidades de palmitos de florestas
consideradas de preservação permanente,
constitui crime tê-los em depósito ou para
venda, em grande escala, sem licença da
autoridade competente (art. 46, parág. único,
da Lei do Meio Ambiente).
—“O desconhecimento da lei é inescusável” (art.
21 do Cód. Penal).
6º Caso(11):
(11)
(TacrimSP; Ap. nº 1.241.445/1 - São José do Rio Preto).
privativa de liberdade pela multa reparatória, “cuja fixação
está prevista no art. 20 da citada lei”.
É o relatório.
Ementa
— Incide nas penas do art. 48 da Lei nº 9.615 (Lei
do Meio Ambiente) o sujeito que realiza
gradeamento em terreno às margens de
represa, pois com seu ato impede ou dificulta a
regeneração natural de florestas e demais
formas de vegetação.
7º Caso(12):
(12)
(TacrimSP; Ap. nº 1.239.789/1 - Atibaia).
1. O órgão do Ministério Público ofereceu denúncia
contra o réu porque, no dia 9 de janeiro de 1999, pelas 9h50,
na Rodovia Fernão Dias, km 47, em Atibaia, policiais
rodoviários federais surpreenderam-no quando, em seu
veículo GM-S-10, placa CFC-7863/São Paulo, transportava
inadequadamente (uma vez que o fazia de forma que causava
maus-tratos e ferimentos às aves) quatro galos e uma galinha.
Ementa
— Incorre nas penas do art. 32 da Lei nº 9.605/98
(Lei do Meio Ambiente) quem pratica maus-
tratos contra os animais, estando nesse número
os que promovem briga de galos, espetáculo
que, por sua crueza, repugna ao sentimento
ético-social da humanidade.
8º Caso(13):
É o relatório.
Ementa
— Não pode subsistir a condenação pelo crime do
art. 34, caput, da Lei nº 9.605/98 (Lei do Meio
Ambiente), sem prova do corpo de delito, ou
da existência do fato. À Acusação corre o ônus
de demonstrar, além de dúvida, que o réu
pescou em período no qual era a pesca
proibida.
É o relatório.
Ementa
— Atenta contra a Natureza e incorre na sanção da
Lei nº 9.605/98 (art. 46), por lesar o Meio
Ambiente, o sujeito que, sem exigir a exibição
de licença do vendedor, expedida pela
autoridade competente, adquire, para fins
comerciais, palmitos extraídos da palmeira
juçara, produto vegetal típico da Mata Atlântica
e da região compreendida na área de proteção
ambiental de Cananéia, Iguape e Peruíbe.
10º Caso(15):
(15)
(TacrimSP; Ap. nº 1.262.285/1 – São João da Boa Vista).
Reitera a alegação de que nenhum delito praticou.
É o relatório.
11º Caso(16):
É o relatório.
Ementa
— Conforme doutrina geralmente recebida, a
corrigenda do libelo (emendatio libelli) é
possível até à prolação da sentença final.