100%(1)100% fanden dieses Dokument nützlich (1 Abstimmung)
650 Ansichten6 Seiten
O documento discute a divisão de poderes no Estado. Ele explica que, segundo Montesquieu, os poderes legislativo, executivo e judiciário devem ser exercidos por órgãos separados e independentes para evitar abusos de poder. No entanto, na prática, há alguma sobreposição de funções entre os poderes para permitir maior cooperação. O princípio dos freios e contrapesos também garante equilíbrio entre os poderes.
O documento discute a divisão de poderes no Estado. Ele explica que, segundo Montesquieu, os poderes legislativo, executivo e judiciário devem ser exercidos por órgãos separados e independentes para evitar abusos de poder. No entanto, na prática, há alguma sobreposição de funções entre os poderes para permitir maior cooperação. O princípio dos freios e contrapesos também garante equilíbrio entre os poderes.
O documento discute a divisão de poderes no Estado. Ele explica que, segundo Montesquieu, os poderes legislativo, executivo e judiciário devem ser exercidos por órgãos separados e independentes para evitar abusos de poder. No entanto, na prática, há alguma sobreposição de funções entre os poderes para permitir maior cooperação. O princípio dos freios e contrapesos também garante equilíbrio entre os poderes.
Introduo O poder soberano do Estado uno e indivisvel, contudo, tradicionalmente, consagrou-se a expresso diviso de poderes ou separao de poderes para designar a repartio das principais funes governamentais (legislativa, executiva e judiciria), que passam a ser exercidas por diferentes rgos estatais. 1. Teoria clssica da separao de poderes: Montesquieu Partindo do pressuposto aristotlico, de identifcao do exerccio de trs funes estatais, Montesquieu inovou, dizendo que tais funes estariam intimamente conectadas a trs rgos distintos, autnomos e independentes entre si. Cada funo corresponderia a um rgo, no mais se concentrando nas mos nicas do soberano. Tal teoria surge em contraposio ao Absolutismo. Segundo essa teoria, cada poder exercia uma funo tpica, inerente sua natureza, atuando independente e autonomamente. Assim, cada rgo exercia somente a funo que lhe fosse prpria, no sendo permitido a um nico rgo legislar, aplicar a lei e julgar, de modo unilateral, como acontecia no Absolutismo. O Esprito das leis (1748) - Livro XI, Cap. 6 Da Constituio Inglesa: 1 Conforme Montesquieu, h em cada Estado 3 espcies de poder: o poder legislativo, o poder executivo e o poder judicirio. Funo do 1 - fazer as leis; Funo do 2 - fazer a paz ou a guerra, cuidar das relaes externas, estabelecer a segurana e prevenir as invases; Funo do 3 - punir os crimes e julgar os confitos entre os indivduos. Para o flsofo, tudo estaria perdido se o mesmo homem ou o mesmo corpo dos nobres ou do povo exercesse esses trs poderes. A diviso do poder o enfraquece. A fora de um poder impede o outro de cometer abusos = equilbrio e harmonia entre eles. Os atos que o Estado pratica podem ser de duas espcies: ou so atos gerais ou so especiais. Os atos gerais, que s podem ser praticados pelo poder legislativo, constituem-se na emisso de regras gerais e abstratas, no se sabendo, no momento de serem emitidas, a quem elas iro atingir. Dessa forma, o poder legislativo, que s pratica atos gerais, no atua concretamente na vida social, no tendo meios para cometer abusos de poder nem para benefciar ou prejudicar a uma pessoa ou a um grupo em particular. S depois de emitida a norma geral que se abre a possibilidade de atuao do poder executivo, por meio de atos especiais. O executivo dispe de meios concretos para agir, mas est igualmente impossibilitado de atuar discricionariamente, porque todos os seus atos esto limitados pelos atos gerais praticados pelo legislativo. E se houver exorbitncia de qualquer dos poderes surge a ao fscalizadora do poder 2 judicirio, obrigando cada um a permanecer nos limites de sua respectiva esfera de competncia. 2. Funes tpicas e funes atpicas A teoria da "tripartio de poderes", exposta por Montesquieu, foi adotada por grande parte dos Estados modernos, s que de maneira abrandada. Isto porque, diante das realidades sociais e histricas, passou-se a permitir maior interpenetrao entre os poderes, atenuando a teoria que pregava uma separao pura e absoluta dos mesmos. Desta forma, alm do exerccio de funes tpicas (predominantes) inerentes e nsitas sua natureza, cada rgo exerce, tambm, outras duas funes atpicas (de natureza tpica dos outros dois rgos). Assim, o Legislativo, por exemplo, alm de exercer uma funo tpica, inerente sua natureza, exerce, tambm, uma funo atpica de natureza executiva e outra funo atpica de natureza jurisdicional. Importante notar que, mesmo no exerccio da funo atpica, o rgo exercer uma funo sua, no havendo a ferimento ao princpio da separao de poderes, porque tal competncia foi constitucionalmente assegurada pelo poder constituinte originrio. Veja-se, a ttulo de exemplo: _________________________________________________________________________ LEGISLATIVO 1. FUNO TPICA a)Produo legislativa; b)Fiscalizao contbil, fnanceira, oramentria e patrimonial do Executivo. 3 2. FUNO ATPICA a)Natureza executiva: dispe sobre sua organizao, provendo cargos, concedendo frias, licenas a servidores etc; b)Natureza jurisdicional: O Senado julga o Presidente da Repblica nos crimes de responsabilidade (art. 52, I da CRFB/88). EXECUTIVO 1. FUNO TPICA Prtica de atos de chefa de Estado, de chefa de governo e atos de administrao. 2. FUNO ATPICA a)Natureza legislativa: o Presidente da Repblica, por exemplo, adota medida provisria, com fora de lei (art. 62 da CRFB/88); b)Natureza jurisdicional: o Executivo julga, apreciando defesas e recursos administrativos. JUDICIRIO 1. FUNO TPICA Julgamento (funo jurisdicional), dizendo o direito no caso concreto e dirimindo os confitos que lhe so levados, quando da aplicao da lei. 2. FUNO ATPICA a)Natureza legislativa: regimento interno de seus tribunais (art. 96, I, "a" da CRFB/88); b)Natureza executiva: administrao, v.g., ao conceder licenas e frias aos magistrados e serventurios da Justia (art. 96, I, "f da CRFB/88). _________________________________________________________________________________________ 3. Independncia dos poderes e indelegabilidade de atribuies Os "poderes" (rgos) so independentes entre si, cada qual atuando dentro de sua parcela de competncia constitucionalmente estabelecida e assegurada pela Constituio, lei fundamental do Estado. Neste sentido, as atribuies asseguradas no podero ser delegadas de um poder (rgo) a outro. Trata-se do princpio da indelegabilidade de atribuies. Um rgo s poder exercer atribuies de outro, ou da natureza tpica de outro, quando houver expressa previso (e a surgem as 4 funes atpicas) e, diretamente, quando houver delegao por parte do poder constituinte originrio, como, por exemplo, ocorre com as leis delegadas do art. 68 da CRFB/88, cuja atribuio delegada pelo Legislativo ao Executivo. 4. Mecanismo de freios e contrapesos O sistema de separao de poderes, consagrado nas Constituies de quase todo o mundo, foi associado idia de Estado Democrtico e deu origem a uma engenhosa construo doutrinria, conhecida como sistema de freios e contrapesos. Segundo essa teoria, a independncia entre os rgos do poder no , nem pode ser, absoluta. H interferncias que visam o estabelecimento de um sistema de equilbrio necessrio garantia da liberdade contra eventuais abusos de poder. Exemplos: A iniciativa legislativa do Executivo contrabalanada pela possibilidade que o Legislativo tem de modifcar o projeto por via de emendas e at de rejeit- lo. De outra parte, o Executivo tem o poder de vetar atos do Legislativo que julga contrrios ao interesse pblico ou inconstitucionais (o veto pode ser derrubado por maioria absoluta do Legislativo). Os tribunais julgam a constitucionalidade das leis aprovadas pelo Legislativo. O Executivo nomeia os membros dos tribunais superiores com aprovao do Senado Federal. O Legislativo investiga irregularidades nos demais Poderes por meio das CPI (controle poltico-administrativo) e dos tribunais de contas (controle oramentrio-fnanceiro), etc. Nesse sistema, um rgo freia o poder do outro, evitando que haja abusos de parte a parte. Isso garante o equilbrio entre os poderes e assegura a liberdade dos cidados. 5 Bibliografa: Dalmo de Abreu Dallari. Elementos de teoria geral do Estado. p.215 e ss. SILVA, Jos Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. So Paulo: Malheiros 6