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O Modelo de Auto‐Avaliação das Bibliotecas

Escolares: metodologias de operacionalização (Parte


I)
O texto desta Sessão pretende constituir‐se como uma espécie de guia para
a auto‐avaliação da biblioteca escolar no âmbito do novo Modelo de Auto‐
Avaliação das Bibliotecas Escolares, lançado pelo Gabinete RBE em 2008.
A sessão tem um carácter eminentemente prático, fazendo especial apelo
ao conhecimento e experiência dos professores‐bibliotecários já envolvidos
ou a envolver na aplicação do modelo.
São objectivos da sessão:
• Compreender como é que a auto‐avaliação pode ser concretizada para
demonstrar a contribuição da BE para o ensino e aprendizagem e a
missão e objectivos da escola.
• Ganhar familiaridade com o processo de auto‐avaliação adoptado pelo
Modelo de Auto‐avaliação RBE e capacitar para a sua aplicação.

• Conhecer as técnicas e instrumentos propostos, o modo como se


organizam e podem ser usados

A principal fonte de informação a utilizar será o próprio modelo,


relativamente ao qual se solicita uma leitura e análise aprofundada.
There are many tools and methods to use to evaluate school library media
centers. It’s important to identify the issue you want to address,
identify the data you need to collect, match the correct evaluative
method to gather that data, analyze it, and report it to the
appropriate people. By following these steps, you’ll realize many benefits
and potential improvements to your program.
Everhart, Nancy. Evaluation of School Library Media Centers: demonstrating
quality, Library Media Connection, March, 2003

O Quê?

É cada vez mais importante que as bibliotecas escolares demonstrem o seu


contributo para a aprendizagem e o sucesso educativo das crianças e
jovens que servem.

Referindo‐nos à avaliação das bibliotecas em geral, a abordagem mais


tradicional tem sido a de avaliar as bibliotecas em termos de inputs
(instalações, equipamentos, financiamentos, staff, colecções, etc.),
processos (actividades e serviços) e outputs (visitas à biblioteca,
empréstimos, consultas do catálogo, pesquisas bibliográficas; respostas do
serviço de referência, materiais produzidos, etc. …), desenvolvendo formas
de avaliação da qualidade dos serviços e da sua performance de carácter
eminentemente quantitativo e as mais das vezes traduzidas em termos de
custos e eficiência.

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Medir os outcomes (Impactos) significa, no entanto, ir mais além, no
sentido de conhecer o benefício para os utilizadores da sua interacção com
a biblioteca. A qualidade não deriva nesta acepção, da biblioteca em si
mesma ou do seu peso intrínseco, mas do valor atribuído pelos utilizadores
a esse benefício, traduzido numa mudança de conhecimento,
competências, atitudes, valores, níveis de sucesso, bem‐estar, inclusão, etc.

INPUTS → PROCESSOS → OUTPUTS →OUTCOMES

O modelo de auto‐avaliação das bibliotecas escolares procurou orientar‐se


sobretudo segundo uma filosofia de avaliação baseada em outcomes e
de natureza essencialmente qualitativa, reflectindo a tendência geral
das políticas educativas e de gestão e avaliação das escolas, também elas
fortemente orientadas para os resultados.

Que Relação Com Outros Modelos de Avaliação?

Numa fase em que muitos avanços têm sido realizados relativamente à


avaliação das escolas, ganha todo o sentido integrar nesse trabalho a
avaliação das bibliotecas, elegendo a sua auto‐avaliação como parte
essencial da avaliação interna da escola e base para a avaliação
externa realizada pela Inspecção Geral de Educação, fazendo uso desta
avaliação externa como forma de validação do processo de auto‐avaliação.

É, deste modo, conveniente tentar entrosar a avaliação da biblioteca o mais


possível com o modelo de auto‐avaliação utilizado pela escola e com a
avaliação externa da escola, desenvolvida segundo uma lógica própria,
muito próxima às escolas, à educação e à investigação em educação.

Relevando o mesmo tipo de preocupação, também na construção do


modelo de auto‐avaliação da BE se utilizou uma linguagem e ideário
específicos da educação e das escolas, procurando reflectir as actuais
tendências na ênfase em torno do sucesso educativo e da melhoria de
resultados.

O modelo de auto‐avaliação das bibliotecas escolares

Para a clarificação de conceitos e compreensão das diferentes abordagens que a


partir dos anos 80 foram forjando as diferentes tipologias e focus da avaliação
(Gestão da Qualidade; Satisfaction Surveys; Normas ISO2789‐Estatísticas e
ISO11620‐Indicadores de Performance, Evidence Based Practice, e outros, pode ler
o artigo de Luiza Melo, Estatísticas e Avaliação da Qualidade e do Desempenho em
Bibliotecas e Serviços de Informação
Para obter conhecimento sobre medidas de impacto, pode consultar o artigo de
Roswitha Poll e Philip Payne: Impact Measures for Libraries and Information Services
Não existe um modelo institucional para a auto‐avaliação das escolas. Boaparte dos
estabelecimentos de ensino recorreu ao Modelo de Excelência da EFQM (European
Foundation for Quality Management) e à Ferramenta CAF(Common Assessement
Framework), construída para ajudar os diferentes sectores das administrações
públicas da UEna gestão da qualidade e melhoria de desempenho. A sua estrutura
organiza‐se em nove Critérios: cinco Critérios de Meios e quatro Critérios de
Resultados.
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deve estar, deste modo, perfeitamente contextualizado e ancorado na
escola e no diálogo que a biblioteca tem de estabelecer com ela e com a
comunidade, afastando‐se de uma concepção mais fechada ou
excessivamente centrada na avaliação de desempenho e da satisfação
dos utilizadores, embora também faça necessariamente uso de alguns
dos seus indicadores.

Esta relação da avaliação da biblioteca com a avaliação da escola ganha


ainda mais pertinência se tivermos em conta o carácter transversal e a
grande interacção que a biblioteca deve estabelecer com todos os órgãos
da escola. Por exemplo, se a biblioteca partilhar um conjunto de objectivos
anuais, integrantes do Plano Anual da Escola, em relação directa com as
prioridades estabelecidas pelo conjunto da escola, a avaliação a realizar no
final do ano deve necessariamente integrar a biblioteca enquanto parte
da política e estratégia global conduzida pela escola ao longo do
ano e tomar em conta os seus resultados no processo de planeamento do
ano seguinte. Isto é certamente válido quando se avalia o papel da
biblioteca nas actividades de ensino e aprendizagem, mas também se
aplica a outros domínios como por exemplo, o da literacia da informação,
da leitura, ou outros.

Esta perspectiva pode, por outro lado, ajudar ainda a economizar esforço e
tempo, designadamente através da aplicação de questões comuns e do
tratamento conjunto de dados relativos a determinados projectos ou
actividades.

Porquê?

O propósito da auto‐avaliação é apoiar o desenvolvimento das


bibliotecas escolares e demonstrar a sua contribuição e impacto no
ensino e aprendizagem, de modo a que ela responda cada vez mais às
necessidades da escola no atingir da sua missão e objectivos.

A avaliação deve ser encarada como uma componente natural da


actividade de gestão da biblioteca, usando os seus resultados para a
melhoria contínua, de acordo com um processo cíclico de
planeamento, execução e avaliação:

PLANEAMENTO (ESTRATÉGICO/OPERACIONAL)

↑↓

AVALIAÇÃO ← EXECUÇÃO E MONITORIZAÇÃO

O Modelo de Avaliação Externa das Escolas utiliza um Quadro de


Referênciabaseado em cinco Domínios. A Biblioteca Escolar é explicitamente
referida no ponto 3.3. “Gestão dos Recursos Materiais e financeiros” do Domínio 3.
“Organização e Gestão Escolar”, embora a sua avaliação perpasse outros Domínios,
dado o actual entendimento da BE não apenas como um espaço fornecedor de
recursos mas,sobretudo, como um centro cada vez mais activo e interveniente ao
nível da aprendizagem e da formação dos alunos. Para estabelecer a ligação entre
a auto‐avaliação da escola e a avaliação externa, a IGE desenvolveu uma estrutura
descritiva comum de apresentaçãocom seis campos de análise.
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Que constrangimentos?

A avaliação de impactos das BE no sucesso educativo é particularmente


complexa, por não ser possível isolar, numa miríade de variáveis possíveis,
a contribuição da biblioteca, separarando‐a de outras influências, pelo
menos de uma forma directa.

Esta dificuldade aconselha a que não se avaliem os resultados da acção da


biblioteca de uma forma global, mas aplicada a determinadas
actividades, serviços ou programas, e a que se faça um estudo tanto
quanto possível longitudinal, de modo a que seja dado tempo para que
determinados resultados se possam tornar claros.

Exemplos:

• Avaliar se o nível de compreensão leitora melhorou depois de desenvolver


um programa particular de intervenção da biblioteca na área da
formação de leitores.

• Também é possível restringir a avaliação em termos de públicos‐alvo. Se a


biblioteca escolar apoiou as actividades de enriquecimento curricular em
escolas do 1º ciclo ou em determinados anos de escolaridade, pode
avaliar este tópico, fazendo incidir essa avaliação nessas escolas do
Agrupamento ou nos anos de escolaridade em que esse apoio foi
desenvolvido.

• Se a biblioteca escolar esteve de algum modo, envolvida em algum


projecto de parceria com elementos ou instituições da comunidade, a
avaliação a realizar sobre esse tópico incidirá nos anos, turmas, alunos e
docentes implicados nesse projecto.

Em suma, a avaliação da biblioteca não é algo que possa ser concebido em


abstracto ou sobre o vazio. Avaliar a biblioteca significa avaliar a sua
acção em determinados aspectos e os resultados obtidos com esse
trabalho, de acordo com os objectivos previamente definidos, tendo
porventura em consideração o referencial (Indicadores e Factores
críticos de sucesso) à luz dos quais esses objectivos poderão já ter sido
estabelecidos, partindo do princípio que os orientam uma ideia geral de
melhoria e desenvolvimento de boas práticas.

A questão mais crítica comummente apontada parece, pois, ser a da recolha


de evidências demonstrativas do impacto da biblioteca, mas o modelo
fornece uma estrutura e materiais que ajudam a orientar este trabalho.

Concluindo, os principais desafios colocados pelo Modelo de Auto‐


Avaliação residem na avaliação dos impactos sobre os utilizadores e
derivam da necessidade de, a este respeito:

• Clarificar adequadamente os objectivos da BE;

• Esclarecer os objectivos de aprendizagem dos alunos em relação com


a biblioteca;
A CILIPS/SLIC (Escócia) disponibiliza no seu site alguns exemplos de
actividades específicas de recolha de evidências e avaliação. Pode consultar
um desses exemplos (Start a reading group) ou então experimentar realizar
o exercício proposto (Introduction to the Internet and Effective search
Strategies).
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• Estabelecer os Indicadores adequados para essas aprendizagens;

• Recolher as evidências apropriadas, lidando com dados de natureza


quantitativa e qualitativa;

• Assegurar a realização do processo de recolha, tratamento, análise e


comunicação dos dados;

Com quem?

O modelo deve adaptar‐se a diferentes realidades, permitindo avaliar


bibliotecas de escolas de diferentes níveis de ensino e bibliotecas servindo
quer uma única escola, quer um conjunto de escolas ou agrupamento.

As bibliotecas em causa podem, por outro lado, servir exclusivamente a


população escolar ou estar abertas à comunidade, podendo nesta situação,
a sua avaliação envolver outras entidades e públicos.

As BMs/SABEs, por exemplo, podem desempenhar um papel


particularmente importante na aplicação do modelo nas escolas do 1º Ciclo
e Pré‐escolar, derivado das responsabilidades específicas que têm na sua
gestão e acompanhamento.

O modelo deve ser trabalhado pelo Professor Bibliotecário com o apoio


da respectiva Equipa e do CE.

O envolvimento e mobilização dos utilizadores (docentes, alunos, …),


a quem é pedida uma participação muito activa, é fundamental e tem a sua
maior razão de ser no facto da avaliação se centrar não apenas na própria
biblioteca mas, sobretudo, nos seus utilizadores. Boa parte das evidências
requisitam a sua disponibilidade e empenho na resposta a inquéritos,
cedência de materiais, actividades de observação, etc., por isso a sua
colaboração, sobretudo a nível dos docentes, constitui um aspecto crítico
para o sucesso desta avaliação. A avaliação não deve ser encarada como
uma imposição mas como uma mais‐valia para a melhoria da escola, sendo
de evitar quaisquer riscos de subversão do seu espírito (avaliação ‐
formulário).

Finalmente, também os pais/encarregados de educação são chamados a


participar na avaliação da biblioteca, particularmente em certos aspectos,
como por exemplo, os da leitura e utilização da biblioteca pelos seus
filhos/educandos.

A implicação de outras entidades na avaliação também pode ser útil, não


apenas pelo peso que podem ter em diferentes parcerias, mas também
como um auxiliar, desempenhando o designado papel de “Critical Friend”
ou “Devil’s Advocat” na análise e interpretação dos resultados e
elaboração de conclusões. A BM/SABE, os Grupos de Trabalho Concelhios ou
os Coordenadores Inter‐concelhios da RBE podem porventura desempenhar
este papel.

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Que Etapas?

A implementação da auto‐avaliação implica o cumprimento de alguns


passos que esquematicamente se apresentam:

• Motivação e compromisso institucional dos órgãos de gestão


pedagógica e executiva da escola com o processo de auto‐avaliação da
BE, formalização de alguns procedimentos no sentido de uma co‐
responsabilização de todos os intervenientes (apresentação aos colegas
do propósito e metodologia da auto‐avaliação; participação da BE em
reuniões alargadas ou restritas de docentes para recolha da informação;
facilitação de documentação; disponibilização de dados; formas de
colaboração com os docentes na recolha de evidências sobre os alunos,
etc.), aceitação dos resultados e acordo sobre a subsequente
promoção de um plano de melhoria.

• Constituição, sob a responsabilidade do Professor Bibliotecário, de um


grupo responsável ao nível da escola/agrupamento pela condução do
processo de auto‐avaliação da BE; definição e partilha de tarefas entre
os elementos do grupo.

• Elaboração do Plano de Avaliação: Problema/Diagnóstico; Identificação


do objecto da avaliação; Tipo de avaliação de medida a empreender;
Métodos e instrumentos a utilizar; Intervenientes; Calendarização;
Planificação da recolha e tratamento de dados; Análise e comunicação
da informação; Limitações, Levantamento de necessidades (recursos
humanos, financeiros, materiais,…), etc.

• Desenvolvimento do processo de avaliação: recolha e tratamento de


informação; análise dos dados; descrição da situação; relação com os
standards de desempenho ou benchmarks; identificação dos pontos
fortes e fracos; definição e priorização de acções de melhoria; redacção
e divulgação do relatório final de avaliação.

Como se Estrutura o Modelo1?


O Modelo é constituído por quatro Domínios, divididos em
Subdomínios.
A. Apoio ao Desenvolvimento Curricular
A.1 Articulação Curricular da BE com as Estruturas de Coordenação
Educativa e Supervisão Pedagógica e os Docentes
A. 2 Promoção das Literacias da Informação, Tecnológica e Digital
B. Leitura e Literacia
C. Projectos, Parcerias e Actividades Livres e de Abertura à
Comunidade

A informação disponibilizada neste texto deverá ser complementada com a leitura


obrigatória do “capítulo” Orientações para aplicação – modelo de auto‐avaliação

1Complementar com a informação constante no modelo – versão integral/final


(http://www.rbe.min‐edu.pt/np4/?newsId=31&fileName=mod_auto_avaliacao.pdf)

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C.1 Apoio a actividades livres, extra‐curriculares e de enriquecimento
curricular
C.2 Projectos e parcerias
D. Gestão da Biblioteca Escolar
D.1 Articulação da BE com a Escola/ Agrupamento. Acesso e serviços
prestados pela BE
D.2 Condições humanas e materiais para a prestação dos serviços
D.3 Gestão da colecção/da informação
Dentro de cada Subdomínio identificam‐se conjuntos de Indicadores ou
critérios, os quais apontam para os aspectos nucleares de intervenção da
BE inerentes a esse Subdomínio (v. Modelo).

Os Indicadores desdobram‐se, por sua vez, em diferentes Factores


Críticos, que constituem as actividades ou acções que demonstram
sucesso e são valorizadas na avaliação de cada Indicador (v. Modelo)

O modelo é propositadamente ambicioso na definição destes factores, de


modo a ser estimulante e impedir que as escolas apenas reflictam nele as
actividades/acções que comummente já realizam, incentivando ao
desenvolvimento de boas práticas e tendo, nesta medida, uma forte
componente formativa.

As Evidências mostram que essas actividades/acções foram efectivamente


desenvolvidas e sustentam a formulação de juízos de valor sobre os seus
resultados.

Para cada Indicador ou conjunto de Indicadores foram identificadas vários


exemplos de Evidências (v. Modelo), através das quais será possível fazer
corresponder a que nível de performance corresponde a prática da
biblioteca em relação com aquele/s Indicador/es.

Na última coluna das tabelas (v. Modelo) apresentam‐se para cada


Indicador, exemplos de Acções para a melhoria, ou seja, propostas de
iniciativas variadas a realizar no caso de ser necessário melhorar o
desempenho da BE em relação com aquele Indicador.

Fazem ainda parte do Modelo, um conjunto de Perfis de Desempenho (v.


Modelo) estabelecidos para os diferentes Subdomínios. Os Perfis ou cenários
indicam quatro níveis de performance, sendo seu objectivo ajudar a
escola a identificar qual o nível que melhor corresponde à situação da
biblioteca em cada Subdomínio e perceber, de acordo com o nível atingido,
o que está em jogo para poder melhorar para o nível seguinte.

Considera‐se que a BE se situa num Descrição


determinado nível de desempenho se
cumprir, pelo menos, 4 em 5, 5 em 6 ou 6 em
7 descritores, consoante o número de
descritores que caracterizam os perfis. Nível

A BE é muito forte neste


domínio. O trabalho
desenvolvido é de
grande qualidade e com
um impacto bastante
positivo.
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