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JURI SIMULADO

(TICI)

Excelentíssimo Senhor Juiz Presidente do Conselho de Sentença;

Digníssimo Representante do Ministério Público;

Eméritos Membros do respeitável Júri;

Senhores e Senhoras !

Estamos aqui para caso entre a Justiça Pública - o Estado – contra


Moisés...

Primeiro a Defesa gostaria de concordar com o fato de que Luiz


Duarte foi vitimado em 19/09/2002, culminando com a sua morte. No
entanto, senhores, estamos aqui decidindo a vida de uma pessoa e
discutindo fatos que nem a Acusação nem os senhores jurados
presenciaram, desconhecendo, portanto, suas reais circunstâncias.
Peço-lhes, deste modo, que me permitam narrar os verdadeiros fatos
ocorridos no dia 19 de setembro de 2002 e que culminaram com a
morte de Luis Duarte e a prisão de Moisés da Paixão. Peço-lhes que
escutem atentamente ao que temos a dizer e que depois reflitam se não
seria este o verdadeiramente sucedido no fatídico dia e se seria justo
condenar injustamente alguém, baseado em fatos simplesmente
narrados pela Acusação e desprovidos efetivamente de prova. Moisés
matou Luiz, isto sim é inolvidável. Todavia, não se pode aceitar as
circunstâncias sustentadas hoje aqui pela Acusação, porque, em
verdade, agiu Moisés em defesa de sua vida que se encontrava
ameaçada. Não tivesse Moisés exercido sua autodefesa, hoje os
senhores estariam aqui a julgar Luiz pelo crime de homicídio perpetrado
contra Moisés!

(TICI) Então, senhores, há 07 anos Moisés encontrava-se


realmente em cima da laje de sua casa empinando uma pipa; estava
fazendo aquilo que mais gostava de fazer nas suas horas vagas.
Empinar uma arraia, como sabemos, é uma brincadeira muito comum e,
muitas vezes, a única que muitas crianças e jovens dos subúrbios têm.
(TICI) Foi Luis Duarte, senhores, o “Nininho”, quem, sem motivo,
cortou a arraia de Moisés. Na verdade, não tão sem motivo assim. No dia
anterior, enquanto jogavam cartas, Nininho, inconformado com a
derrota, investiu conta Moisés em posse de uma navalha, tendo de ser
segurado por colegas que ali estavam para não ferir gravemente Moisés
da Paixão. Este, por outro lado, tentou evitar o conflito, visto que não é
um rapaz de brigas.

(TICI) Moisés foi cobrar uma pipa nova a Nininho, ilustres jurados!
Este se negou a ressarci-lo, levando Moisés, inconformado, a se utilizar
de um “barangandão” para também cortar a pipa de Nininho. Eu lhes
pergunto, meus caros, seria este motivo suficiente para Nininho agir da
forma agressiva como agiu contra Moisés. Todas as investigações e
depoimentos, inclusive de Robson, a única pessoa além de Moisés da
Paixão que ali estava presente, apontam que foi o Nininho quem agrediu
covardemente Moisés aplicando-lhe dois violentos socos.

(BRUNO) Seja porque não existe prova contundente alguma nos


autos do processo, seja porque o desfecho desta história construída pela
Acusação carece de coerência lógica, Senhores, que só nos resta, diante
das circunstâncias desse caso, chegar a uma conclusão diametralmente
oposta àquela que chegou a Acusação.

(BRUNO) Primeiro, sustenta a Acusação que a faca utilizada no


crime era de Moisés e que este teria perseguido Nininho para tirar-lhe a
vida. Entretanto, peço-lhes que visualizem as minúcias dos
acontecimentos, senhores jurados: Moisés havia sido agredido, era
apenas um contra dois sujeitos, inclusive, maiores do que ele. Ninguém,
nem ao menos Robson, soube informar se Moisés portava em mãos
alguma faca enquanto “perseguia” Luis Duarte. Pergunto-lhes, então, o
seguinte: Se a faca estivesse realmente em posse de Moisés, como ele,
ao ser violentamente agredido com dois socos por Nininho e cair ao
chão, levantaria e correria atrás de seu agressor sem nada nas mãos?
Aguardaria alcançá-lo e encurralá-lo para só então puxar uma faca?
Porque Nininho não continuou a agredi-lo enquanto estava Moisés
estava caído no chão, para, assim, impedi-lo de sacar essa suposta faca?
Se isto tivesse ocorrido realmente, senhores, Moisés teria corrido com a
faca na mão, até para poder ter tempo de atacar Nininho ou Robson.
Partindo desta constatação, e até mesmo por uma questão lógica e
sensata, só se pode concluir que a faca não era de Moisés, senhores,
que esta nunca esteve em sua cintura, pois ele não carregava consigo
faca alguma. Também não se pode concordar, por este motivo, ter sido
Moisés quem perseguiu Nininho, porquanto não tinha Moisés a faca
consigo, e foi ele que tinha sido agredido e que precisava fugir para
evadir-se de outras investidas de Nininho.

(BRUNO) A verdade, senhores, a mais absoluta verdade, foi que


Moisés, após ter sofrido os socos violentos desferidos por Nininho, saiu
correndo na tentativa de escapar das agressões que lhe vitimavam, mas
foi perseguido por Nininho. Este alcançou Moisés e foi neste momento
que ele, o Nininho, sacou a faca que carregava consigo para agredir
Moisés da Paixão. A propósito, como visto há pouco, Moisés ainda
guarda no braço uma cicatriz, produto de um dos golpes de faca
desferidos por Nininho. Foi somente durante a luta corporal que se
seguiu que Moisés conseguiu tomar a faca de Nininho e, buscando
defender a própria vida, pois estava sendo brutalmente agredido,
acabou ferindo de morte o seu agressor. Moisés não teve nenhuma
intenção em provocar a morte de Nininho, este, se não fosse um rapaz
agressivo e não portasse uma faca, ainda estaria aqui conosco, prezados
jurados.

(BRUNO) Não podemos, senhores, esperar de ninguém a


passividade diante de uma injusta agressão! Nenhuma pessoa está
obrigada a não reagir diante de um ataque sem razão, ninguém pode
ser compelido a preferir perder a própria vida. Faz parte da natureza
humana, em uma situação de “ou sou eu ou é você”, defender-se deste
outro em prol de sua própria vida.

(TICI) Deste modo, conclui-se, sem margem a qualquer dúvida,


que Moisés não portava a faca que vitimou Nininho. Não há nenhuma
prova nos autos que indique que a faca era pertencente a Moisés,
Senhores. A faca, decididamente, era portada por Nininho que, com ela,
perseguiu e tentou utilizá-la contra Moisés.

(TICI) É verdade que Moisés fugiu do local da morte de Nininho.


Chegou ao ponto de, desesperado, afinal tinha tirado a vida de uma
pessoa, deixar a faca e a roupa suja de sangue na casa de um amigo. No
entanto, podemos supor ser ele culpado por ter tomado esta atitude?
Não seria isto compreensível de um jovem que passa por uma situação
tão terrível? Não podemos condenar alguém somente com base em
“achismos”, ilustres jurados!
(TICI) Que Nininho foi vitimado por um golpe de faca desferido por
Moisés da Paixão, não se pode negar. Contudo, devemos compreender
que o fato de Moisés ter tirado a vida de Nininho não o conduz,
necessariamente, à condição de um homicida. A Lei, à qual devemos
obediência, prevê que na hipótese do caso hoje levado à Júri, quando
alguém age para defender a sua própria vida, diante de uma injusta
agressão, como foi a perpetrada por Luiz Duarte, o caso é de Legítima
Defesa. Não há nenhuma evidência ou prova cabal neste caso, caros
jurados, que ateste que a faca era de Moisés e que este teve a intenção
de matar. O que temos são alegações de pessoas que ou viram muito
pouco ou não viram nada. Até o próprio Robson não sabe dizer se Moisés
corria com a faca na mão e como efetivamente se desenrolou a morte
de Nininho. Moisés não é culpado de crime de morte, prezados cidadãos,
pois ele agiu na legítima defesa de sua própria vida; a propósito, como
também teriam agido todos os Senhores aqui presentes, a não ser que
preferissem morrer ao invés de matar!

INTERROGATÓRIO DO ACUSADO

1. O senhor teve algum desentendimento com Luis Cardoso


Duarte antes do dia 19 de Set. de 2002?

2. Porque Luis Duarte cortou a sua pipa?

3. Luis Duarte agrediu o senhor após ter sua pipa cortada? O que
justificaria uma atitude tão violenta?

4. O senhor portava alguma faca naquele dia?

5. O senhor perseguiu Nininho para tirar-lhe a vida?

6. Como Luis Duarte, o Nininho, acabou morrendo?

Vei, se ligue. Leia a defesa só para ter uma noção. Lembre-se que
talvez vai mudar alguma coisa. Fale aquilo que combinamos!
Falou!

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