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Editorial 03
Artigo 1 06
Uma vadiagem intelectual da parte de quem não entende
de Gestão do Conhecimento. Por Cláudio de Moura Castro
Artigo 2 10
O que há de mais humano na gestão - Parte B.
Por Saulo Figueiredo
Artigo 3 15
Geração, difusão e gestão do conhecimento em clusters regionais.
Por João Amato Neto & Maria Elena León Olave
Artigo 4
Gestão de relacionamento com a mídia, um novo paradigma.
20
Por Flávia Domingues e Rosayne Macedo
Artigo 5 27
Dinâmicas para Gestão do Conhecimento.
Como, porque e sobretudo porque não. Por Gisela Kassoy
Artigo 6
Avaliação de retorno sobre investimento em portais corporativos.
30
Por Eduardo Lapa
Artigo 7 38
Gestão do Conhecimento na administração pública federal:
Realidade ou alvo distante. Por Fábio Ferreira Batista
Resenha de Livro
Tecnologia da informação aplicada à Gestão do Conhecimento.
42
Por Cláudio Henrique Schons
Agenda 43
Eventos internacionais de GC.
Direto do Pólo
O evento que marcou a criação do núcleo Campinas da SBGC.
44
Por Fábio Câmara Araújo de Carvalho
Palavra da SBGC
GC Brasil: A história de um nome. Por Giovanni Colares
46
expediente
Expediente
Uma publicação da: Raquel Balceiro
SBGC – Sociedade Brasileira de Resilda Rodrigues
Gestão do Conhecimento Ricardo Roberto Behr
www.sbgc.org.br Roberto Pacheco 02
Rodrigo Baroni
Serafim Firmo de Souza Ferraz
Integrantes Permanentes do
Silvio Aparecido dos Santos
Conselho Científico da SBGC
Sonisley Machado
Presidente: Walter Félix Cardoso Jr.
Maria Terezinha Angeloni
Editora-Chefe:
Alberto Sulaiman Sade Júnior Elisabeth Gomes
Aline França de Abreu Produção Executiva:
Carlos Olavo Quandt Maria de Lourdes Martins
Chu Shao Yong
Eduardo Moresi Supervisor Editorial:
Anderson Fagundes de Paula
Faimara do Rocio Strauhs
Fernando Antônio Ribeiro Serra Jornalista Responsável:
Hélio Gomes de Carvalho Cristiano Pio MG 09315 JP
Gilson Schwartz
Revisão:
Guilherme Ary Plonski
Cristiano Pio
Helena Pereira da Silva e Anderson Fagundes de Paula
Helena Tonet
João Amato Neto Edição de Imagens:
Jorge Tadeu de Ramos Neves Maria de Lourdes Martins
e Marcos Albernaz
José Ângelo Gregolin
José Rodrigues Design:
Kira Tarapanoff Quinto Elemento
Marília M.R. Damiani Costa
Moacir de M. Oliveria Tecle conosco:
Mônica Erichsen Nassif Borges gcbrasil@sbgc.org.br
Editorial
Editorial
03
Neste segundo número da GCBrasil, optamos por apresentar a vocês, textos que
abordem diversos aspectos de Gestão do Conhecimento, de forma que seja possível
ter uma visão geral sobre o tema.
Sendo assim, nosso primeiro artigo é de Cláudio Moura e Castro, que fala sobre o seu
desconhecimento sobre o tema. O título já desperta a curiosidade: “Uma vadiagem
intelectual da parte de quem não entende de Gestão do Conhecimento”. E o conteúdo
é mais surpreendente ainda, pois ele comenta situações pelas quais passou e onde
descobriu que havia mais conhecimento do que capacidade de gerenciá-lo.
Em seguida temos a segunda parte do texto de Saulo Figueiredo, “A Gestão do
Conhecimento - O que há de mais humano na gestão - Parte B.” Na parte A, publicada
no número 1 da GCBrasil, o autor discutiu cinco atuações em GC, aquelas não tão
mencionadas como prática e portando subutilizadas pelas organizações. Na parte B,
ele seleciona outras iniciativas importantes e também muitas vezes ocultas pelo efeito
iceberg. Vamos então completar a leitura anterior? Aqueles que leram a parte A devem
estar ansiosos esperando a conclusão; e, àqueles que não leram, recomendo a leitura.
No artigo “Geração, difusão e Gestão do Conhecimento em clusters regionais”, os autores
discutem os modelos organizacionais que surgiram e vêm se estruturando em função
do aparecimento e fortalecimento de agrupamentos de empresas, considerados como
resultados das mudanças nas relações inter-firmas e nos processos de administração
do conhecimento. Muito se fala sobre o assunto, pois se entende que o futuro das
empresas, devido à globalização, é juntar-se em torno de um objetivo comum para
manter vantagem e ganhar em produtividade.
Outro tema que sempre nos pareceu e parece muito interessante é comunicação; ou
seja; ouvimos sempre sobre as dificuldades que as empresas têm, hoje em dia, de se
relacionar com a mídia. Não um relacionamento de massa, mas sim um relacionamento
considerando a estratégia empresarial. Um relacionamento que possa contribuir para
consolidar sua marca e imagem junto à sociedade. No texto de Flávia Domingues e
Rosayne Macedo, esta questão é muito bem tratada, inclusive com a apresentação de
um modelo, que as autoras denominaram de Media Relationship Management (MRM)
e sua aplicação em uma empresa. Quem sabe não poderemos resolver alguns dos
“chamados” problemas de comunicação com o uso deste modelo?
Quem de vocês, leitores, nunca foi a uma palestra ou curso sobre GC onde não se
Editorial
pontuasse a necessidade de sensibilizar pessoas para o tema e, principalmente, para
o compartilhamento de conhecimento? Pois bem, no artigo de Gisela Kassoy “Dinâmicas
para GC – Como, porque e, sobretudo, porque não”, vamos ler sobre diversas formas,
lúdicas e bastante efetivas de usar dinâmicas de grupo para o aprendizado, e para a
sensibilização e comprometimento aos programas de Gestão do Conhecimento.
Mas, como sabemos, não basta apenas sensibilizar, temos que ter a capacidade de,
pelo menos, tentar mensurar as iniciativas e práticas de GC. Para começar a tratar
deste tema, polêmico ainda, pois não existem métricas bem definidas sobre o assunto,
trouxemos para vocês um artigo de Eduardo Lapa sobre “avaliação de retorno sobre
investimento em portais corporativos.” Esta prática de GC é hoje muito utilizada pelas
empresas, com o objetivo de tornar mais eficiente seus processos de comunicação
interno e externo por meio da unificação de informações e conhecimento num único
ambiente – o portal. Quem de vocês, leitores, não trabalha numa empresa que tem
um portal? Vamos ver, então, como mensurar o retorno neste investimento.
E, como estamos em época de troca de governantes, a nível federal e estadual, 04
entendemos que compartilhar conhecimento entre aqueles que se vão com aqueles
que chegam é fundamental. Torna a transição mais fácil e a administração mais
transparente. Para tal, precisamos entender como está esta questão da GC na
administração pública. No artigo de Fábio Batista, o autor procurou responder à
pergunta: A Gestão do Conhecimento (GC) na Administração Pública Federal é uma
realidade ou é, ainda, um alvo distante a ser alcançado? Com a leitura do texto todos
nós teremos com clareza esta resposta e poderemos sugerir aos nossos governantes
que também o leiam.
Ainda, nesta edição, uma resenha sobre o livro “Tecnologia da Informação
aplicada à Gestão do Conhecimento”, de Rodrigo Baroni de Carvalho e uma
lista atualizada com Informações sobre eventos internacionais na área de
Gestão do Conhecimento.
Finalizando, a revista, estamos publicando dois textos super interessantes: o primeiro
nos apresenta como foi criado o Núcleo Campinas da SBGC, que tem o objetivo de
ampliar o campo de ação das atividades da SBGC. Esta é uma iniciativa que a SBGC
incentiva para disseminar o tema por todo o País e o segundo nos conta a história da
criação do nome da revista GCBrasil.
Esperamos que vocês apreciem a leitura e continuem a enviar seus textos e comentários
sobre os artigos já publicados. Para tal, usem o e-mail gcbrasil@sbgc.org.br. A
partir do próximo número vamos inaugurar uma coluna com as cartas de nossos
leitores, ou seja, vamos praticar Gestão do Conhecimento começando com o
compartilhamento de opiniões.
Elisabeth Gomes
Editora da GC Brasil
Diretora de Publicações da SBGC
UMA VADIAGEM
INTELECTUAL
da parte de quem não entende
de gestão do conhecimento.
ao passado. Durante muitos milênios, a pensar em guardar tudo que pode ter
o homem teve sérios problemas pa- valor. E se guardasse? Como recuperar? O
ra armazenar o conhecimento que excesso de “guardação” está criando uma
ia sendo adquirido. Tudo dependia crise na recuperação. Na minha cabeça,
da memória e da transmissão do pouco versada nesses assuntos, estamos
conhecimento por via da tradição diante de um problema espantoso de
oral. A própria Bíblia só foi escrita guardar e recuperar a informação que se
muito tempo após o acontecido. gera a um ritmo estonteante. Eis a essência
Com o desenvolvimento da escrita, o do pepino com que tem que lidar a Gestão
problema teórico da armazenagem do Conhecimento. Vejamos dois exemplos.
foi resolvido e restou a questão Apoiado neles, retomarei a discussão do que
prática de produzir anotações à mão, fazer com o excesso de informações.
em meios precários. Tão escassos
eram os livros que Leonardo da A INFORMAÇÃO MÉDICA
Vinci só tinha 40 - apesar de ser um Tive um quase “acidente cárdio-vascular”,
homem muito bem de vida e um dos quando morava nos Estados Unidos. Como
grandes intelectuais do seu tempo. resultado, fui parar no Massachussetts
Nessa época, o problema ainda era General Hospital em Cambridge e depois
guardar, e não recuperar. no Georgetown Hospital em Washington,
Com a imprensa, Gutemberg fez ambos de primeiríssima linha. Observando
com que a mecânica de registrar e tudo da horizontal (ou seja, de uma maca
guardar o conhecimento desse um ou cama), pude ver que a informação
salto extraordinário. E os avanços sobre meu caso (sinais vitais, exames etc)
subseqüentes aceleraram o proces- era gerada em um ritmo estonteante.
so. Cinco séculos depois, aparece Nada se perdia, tudo era armazenado em
o computador e seus correlatos, algum canto (formulários, computadores,
resultando em um salto maior papéis, guardanapos). Só que o sistema de
ainda. O resultado é que guardar armazenamento era tão primitivo que o cus-
vai ficando cada vez mais fácil e to de recuperação (em termos de tempo, que
mais barato. Estima-se que em um é igual a dinheiro) era maior do que o custo
par de anos, um I-pod possa conter de gerar a mesma informação novamente.
todos os livros produzidos pela É mais barato tirar a pressão novamente
humanidade (um número pouco do que encontrar o papel com ela anotado,
acima de 30 milhões). a partir de uma medição poucos minutos
Como guardar fica barato, guar- antes. Estamos diante de um caso extremo
da-se um colosso de informações. onde a medicina mais sofisticada do mundo
convive com um sistema de armazenamento possível recuperar. Cada vez que
Artigo 01
e acesso que é consideravelmente pior do se torna necessária a informação,
que o utilizado pelo mecânico do meu carro, é mais fácil coletar novamente.
na época. Estamos diante de um problema O problema é persistente, pois a
sociologicamente complicado, mas tec- organização absurda adotada é
nicamente simples (tais soluções já foram fruto de uma estrutura de poder
implantadas em outros países). Ou seja, o refratária à introdução de um sis-
sistema de gestão do doente é primitivo tema melhor.
ao extremo. Mas a inércia da medicina No segundo, há um excesso de in-
institucionalizada é enorme. Os médicos formação sendo gerada e guardada.
08
não abrem mão do seu poder e dos seus E não se encontrou uma maneira
feudos. A comunicação entre eles é por fax inteligente de ter acesso a ela.
(a do meu mecânico era por internet). Em Guardou-se o conhecimento. Mas
suma, como o sistema coleta e armazena não se consegue recuperá-lo, pelo
demais, sem pensar nos mecanismos de excesso de informações.
recuperação, acaba tendo que coletar a No primeiro caso, há sistemas sim-
mesma informação, pois é mais barato do ples, mas não há vontade política
que achar o papel ou o arquivo. de adotá-los. No segundo, não há
impedimentos políticos ou admi-
O MECANISMO DE CONSULTAS nistrativos, mas o problema vem se
DO BANCO MUNDIAL revelando tecnicamente intratável.
Após ser alvo de muitas críticas, por não Os dois exemplos me levam de volta
ouvir seus clientes, o Banco Mundial resolveu aos meus tempos de funcionário
mudar de orientação. No projeto preparado do BID, Banco Mundial e OIT. São
para um empréstimo no nordeste brasileiro, organizações sérias e com alto pro-
promoveu amplas consultas. Foram ouvidos fissionalismo. Por conta disso, ge-
secretários de várias pastas, prefeitos, ONGs, ram uma profusão de informações
governo estadual e federal. Dezenas de sobre os países, sobre os projetos,
pessoas foram consultadas, dizendo o que e sobre as políticas e
pensavam e o que queriam. Criou-se um orientações dos em-
amplo processo democrático de consultas. préstimos. Os dados
O sistema de gestão
Só que o volume de informações e relatórios quantitativos são fá-
do doente é primitivo
gerados tornou impossível a sua leitura. Ou ceis de serem tratados.
ao extremo. Mas a
seja, gerou-se a informação, guardou-se a As descrições dos pro-
inércia da medicina
informação. Mas o acesso ficou proibitivo. jetos, tampouco são
institucionalizada
Foram contratados leitores para fazer re- um desafio. Em ambos
é enorme.
sumos, mas não deu certo. Simplesmente, os casos, há fórmulas
diante da mais completa impossibilidade de adequadas de guardar
usar o conhecimento gerado, o Banco teve e recuperar. Mas há
que voltar a tomar as decisões de forma uma riqueza de dados qualitati-
centralizada, como sempre havia feito vos e dados sobre características
antes. Depois disso, nunca mais cometeu a de instituições e, pessoas e mais as
temeridade de consultar. avaliações periódicas, que se per-
São dois casos de acesso à informação. No dem. Imaginemos três casos que
primeiro, há uma mecânica equivocada embora fictícios, estão próximos
de guardar. Guarda-se mal. Por isso, não é da realidade.
O melhor especialista do mundo cometidos por gente honesta e competen-
Artigo 01
visita o país, estuda um determina- te. Precisariam saber o que seu colega da sa-
do assunto e escreve um relatório la ao lado sabia. Por exemplo, que o ministro
precioso. Um funcionário medíocre era um imbecil ou que já estava prestes a
escreve um relatório interminável, cair. Quando penso nos grandes desafios
mas onde há alguns comentários propostos pelos exemplos acima, chamam
sobre a pouca confiança que mere- atenção as perdas do conhecimento que
ce certo chefe de departamento vão sendo geradas ao longo do caminho.
do país, cujo papel na gestão do Pode ser conhecimento explícito ou tácito.
empréstimo pode ser crucial. Um Em nenhum dos casos vi bons mecanismos
09
Saulo Figueiredo
Diretor da Soft Consultoria - professor de Pós Graduação da FASP
Pós-graduado em Engenharia da Informação
Autor do livro: Gestão do Conhecimento - Estratégias competitivas
para a criação e mobilização do conhecimento.
sfigueiredo@soft.com.br
(CONTINUAÇÃO) VII.
Artigo 02
Artigo 02
as pessoas se encontrem e que consigam é questionar e compreender o que
identificar outras dentro de perfis e conhe- eles representam em condições
cimentos desejados para conversar e resol- específicas do negócio. Um turn
ver problemas do dia-a-dia. over de 7% ao ano pode não ser
Colocar um novato ao lado de outro pro- tão prejudicial em um contexto e
fissional experiente para que aprenda com pode ser muito grave em outro. Tão
ele durante o trabalho é também muito relevante quanto o próprio número,
relevante à gestão e à transferência de co- é fundamental compreender seu
nhecimentos. Precisamos incentivar as pes- impacto, concentração e distribui-
12
soas e influenciar a criação de uma cultura ção em áreas estratégicas, suas cau-
onde a adoção desses métodos seja natural, sas, intensidade, localização e etc.
espontânea e adequada às demandas. Pense em Inteligência de Negócios!
A importância de conectar pessoas a outras Existem “gaps” não superados pelo
pessoas e de conectar informações às BI tradicional. Imagine uma rede de
pessoas de maneira automática e precisa, lojas que descobre em seu históri-
ou seja, no contexto e momento em que co de vendas, várias ocorrências de
precisam delas, parece inquestionável, compras casadas de TV com DVD
contudo, poucas são as empresas que players. Ótimo. A empresa acaba de
adotaram soluções já disponíveis pela descobrir um comportamento de
indústria de T.I. para apoiar e viabilizar estes consumo (oportunidades) e poderá
encontros (pessoas-a-pessoas, informação- tirar proveito disso. O que esta
a-pessoas e informação- companhia jamais descobriria em
a-informação) e trocas seu Data Mining é que se ofereces-
produtivas. Enquanto se cabos do tipo Component, por
os softwares de busca exemplo, também teria êxito em
A inteligência de
tradicionais se esforçam suas vendas casadas com TVs e
negócios possível é
para conseguir que as DVDs players. Por não oferecer
sempre maior do que a
pessoas encontrem in- em suas lojas tais acessórios, os
normalmente atingida.
formações a partir de sistemas de Business Intelligence
velhos métodos, uma da empresa não descobririam esta
nova geração deles, que- co-relação e oportunidade. Portanto,
brando o paradigma, é não se conforte com os resultados
capaz de substituir as buscas, garantindo que e recursos atuais. A inteligência de
as informações se antecipem e encontrem negócios possível é sempre maior
pro ativamente as pessoas em função de seus do que a normalmente atingida.
problemas, necessidades, contextos e perfis.
X.
IX. Lembra-se daqueles que você
Aprendendo a lidar não contratou? Que pena...
com os números Tão importante quanto contratar
Na economia do conhecimento nada mais as pessoas certas é refletir sobre as
coerente do que revermos nossas posturas pessoas erradas que você contratou,
e práticas. Os profissionais sabem questio- é pensar sobre as pessoas certas
nar os dados à luz do conhecimento? Por que de maneira errada você não
exemplo: ao contrário de simplesmente ter contratou. Você se lembra daquele
talento que você deixou de con- a conquista de diferenciais que eliminam
Artigo 02
XI.
Orquestrar o Sucesso e o Futuro
As práticas mais importantes para
prosperar nos negócios em nossos
dias, consistem em atrair, reter os
melhores talentos e saber orques-
trá-los dentro de uma estratégia do
conhecimento. Considerando que o
conhecimento genuíno só existe nas
cabeças das pessoas, as empresas
do conhecimento resultam das
melhores configurações que as
redes de talentos/conhecimentos
podem assumir, incluindo pessoas
nos lugares certos, fluxo de infor-
mações, atuação, propósito, foco,
estratégias do conhecimento, pro-
dução e uso do saber. Em tempos de
competição esta é uma estratégia
e tanto, uma vez que os arranjos do
conhecimento são estruturas difí-
ceis de copiar, permitindo a criação
e a manutenção de barreiras com-
petitivas frente aos concorrentes e
GERAÇÃO,
DIFUSÃO E GESTÃO
DO CONHECIMENTO
em clusters regionais
16
desenvolvido nos clusters através de
aprimoramento dos seus processos
e rotinas e práticas organizacionais
(Becatinni, 1989). Os clusters são con-
centrações geográficas de empresas de
determinado setor de atividade e com-
panhias correlatas. Estas podem ser,
por exemplo, fornecedoras de insumos
especiais, componentes, máquinas, ser-
viços ou provedoras de infra-estrutura
especializada. Muitos clusters incluem
ainda instituições governamentais ou
não, como universidades, entidades nor-
mativas e associações comerciais.
O desenvolvimento do conhecimento
dentro de um cluster tem sido analisado,
focalizando a atenção nas ligações entre os
processos de produção e as características
sociais e culturais dentro de um contexto
local específico. O reconhecimento da
importância da geração de conhecimento
é bastante recente, mas esta pode ser
comprovada através dos seguintes fatos:
as economias avançadas dependem
cada vez mais de produção, distribui-
ção e uso do conhecimento; a produção
e o emprego estão se expandindo mais
rapidamente nas indústrias de alta tec-
nologia; as mudanças tecnológicas têm
papel chave nas organizações; existe
a necessidade de novos modelos para
analisar a produção, troca e utilização
do conhecimento.
De acordo com Xavier (1998), o conhe-
cimento é gerado no momento em que
um sujeito busca compreender um
objeto ou ação. Esse conceito de
Artigo 03
(Aprender fazendo)
INTERNALIZAÇÃO
(Externalização)
ARTICULAÇÃO
De acordo com Marçula (1998), a
17
Artigo 03
com acesso preferencial garantido a seus porados nas interfaces entre três
membros. Além disso, os relacionamentos processos encadeados, ou ciclos, da
pessoais e os laços com a comunidade criação de capacidades tecnológicas:
promovem a confiança e facilitam o fluxo
de informações. 1. processo de aprendizagem tec-
O desenvolvimento de clusters eficientes é nológica,
essencial para as economias emergentes, 2. processo de mudança tecnológica
pois, além de concorrer no mercado mundial e inovação,
com mão-de-obra mais barata e recursos 3. processo de produção (BELL e
18
PAVITT, 1993).
naturais próprios, estas poderiam passar
para um estágio de desenvolvimento mais
A primeira interface está entre o
avançado, concorrendo assim com empresas
processo de aprendizagem tec-
em países desenvolvidos.
nológica e o ciclo de mudança
Para entender o papel potencial dos clusters
tecnológica e inovação. No nível
regionais para aumentar as capacida- da firma, os fluxos internos nesta
des tecnológicas, é útil estabelecer uma fase relacionam-se principalmente
distinção entre dois elementos chave da às suas próprias capacidades pa-
aquisição do conhecimento. Eles podem ser ra desenvolver e administrar sua
caracterizados como insumos internos ou base de tecnologia e recursos in-
externos (endógenos e exógenos) à firma tangíveis. No nível da região, o co-
(ALBU, 1997). O primeiro tipo é um fluxo de nhecimento endógeno origina-se
conhecimento gerado dentro das firmas, principalmente da exploração de
como resultado das atividades próprias; recursos complementares, como o
o segundo tipo representa um fluxo de desenvolvimento conjunto de pro-
conhecimento gerado por atividades orien- dutos, processos e técnicas entre
tadas ao ambiente externo, como busca de firmas e instituições. Os insumos
informação fora da firma. exógenos à firma relacionam-se
Os fluxos internos à firma se referem a às externalidades regionais, como
atividades de observação, experimenta- a infra-estrutura tecnológica, trei-
ção e análise, que contribuem ao aumento namento, desenvolvimento de re-
de capacidades. No sistema produtivo, o cursos compartilhados e trocas de
informações.
feedback interno ocorre como um resulta-
Na segunda interface,
do da interação entre as firmas, dos fluxos
entre os processos de Os relacionamentos
de informação e da mobilidade de pessoal
mudanças tecnológicas pessoais e os laços
qualificado. Este conhecimento também
e produção, os insu- com a comunidade
pode ser o resultado da experiência na
mos internos de conhe- promovem a confiança
observação ou participação nos processos de cimento se relacionam e facilitam o fluxo
mudanças tecnológicas em outras firmas. à habilidade da firma de de informações.
Os fluxos de conhecimento externo podem usar suas capacidades
chegar ao complexo produtivo ou à firma tecnológicas para gerar
individual através de clientes externos, inovações e aplicá-las no processo
instituições tecnológicas, universidades, de produção. As realimentações de
fornecedores de bens de capital, litera- conhecimento nesta fase originam-
tura técnica etc. se da capacitação obtida através
De acordo com Quandt (1998), estes flu- da experiência na produção e da
interação produtor-usuário. vimento do conhecimento e o processo
Artigo 03
Rosayne Macedo
Jornalista e especialista em
Gestão do Conhecimento pela Coppe/UFRJ
Assessora de imprensa do Sebrae/RJ.
rosayne.macedo@gmail.com
INTRODUÇÃO sistema de impressão com tipos móveis,
Artigo 04
Artigo 04
comunidades virtuais que expressem essas e interesses de cada veículo, o que
diferenças, aumentando a estratificação é chamado de linha editorial. E cada
social entre os usuários. É a interativi- vez é mais acirrada a concorrência
dade, ou a multimídia, potencializando o com milhares de organizações que
poder da audiência: a mensagem agora é desejam se comunicar com seus
a mensagem. públicos e julgam possuir atributos
de informação que justifiquem o
MÍDIA ESPONTÂNEA X PUBLICIDADE interesse da imprensa.
A preocupação com a imagem corporativa Não resta dúvidas de que o
22
na hora de formular as políticas internas inter-relacionamento entre as or-
de comunicação empresarial não passa ganizações e a imprensa, canal
mais pela necessidade de se investir em privilegiado para acesso aos mais
propaganda tradicional, mas pela presença variados públicos, pode contribuir
na “mídia espontânea”, como é chamada para o atingimento dos objeti-
a abordagem gratuita de uma empresa vos mercadológicos e institucionais
ou instituição em determinado veículo de das organizações. A comunicação
comunicação, o que gera maior credibili- via imprensa deve ser vista com
dade e, conseqüentemente, agrega mais prioridade pelos responsáveis pelas
valor às organizações. decisões estratégicas das organi-
RIES (2002), em “A Queda da Propagan- zações, que agora, concorrem com
da - Da mídia paga à mídia espontânea”, outras, também, pela ocupação de
destaca que “não importa quão criativa espaços na mídia.
seja a campanha, quão apropriada seja a
mídia, simplesmente falta credibilidade à A IMAGEM CORPORATIVA COMO
propaganda”. ESTRATÉGIA
A proclamada credibilidade da mídia es- Enquanto os veículos de comu-
pontânea pode ser aferida no estudo nicação se desenvolveram e sofis-
anual sobre confiança, realizado em 2005 ticaram, formando um novo perfil
com 2 mil formadores de opinião de todo o do profissional de imprensa, a ne-
mundo. Entre os brasileiros, 61% acreditam cessidade de se comunicar também
nas informações sobre empresas publicadas passou do âmbito individual para
por revistas de negócios e em 56% das lidas o cotidiano das organizações (em-
em jornais. O índice de credibilidade cai a presas, entidades e instituições
36% para a publicidade institucional e para públicas e privadas), que se tor-
35% em relação à publicidade de produtos e naram consumidoras potenciais
serviços. Na Europa e nos Estados Unidos, o de comunicação pois precisam in-
mesmo índice não chega a 10%. formar sobre seus produtos, ser-
Diferentemente da publicidade - em que a viços e atividades.
organização interessada adquire um espaço, Em mercados cada vez mais com-
paga por ele e veicula a sua mensagem petitivos, que operam segundo
exatamente como quer -, na divulgação padrões administrativos, tecnoló-
gratuita a mensagem é submetida aos gicos e comerciais semelhantes,
critérios do veículo, que se reserva o direito as organizações necessitam estar
de publicar ou não a informação recebida. presentes junto a seus públicos
A ocupação do espaço editorial dedicado às também para fortalecer sua ima-
gem ou consolidar suas opiniões, também se tornou uma commodity com
Artigo 04
Artigo 04
basta criar bases de dados sem utilizar um atendimento personalizado
uma estratégia de integração, que permita e mais adequado às demandas
fornecer à organização uma visão 360º deste público. A criação de um
do perfil de cada cliente - quem é, como sistema de Media Relationship
pensa e se comporta”. Management (MRM), em sintonia
Apesar de suas inúmeras aplicações, pouco com as estratégias da organização,
se tem usado esta ferramenta no campo pode ser a solução.
do relacionamento com a mídia. Afinal, o
jornalista não é também um cliente ou DIAGNÓSTICO E PLANEJAMENTO
24
potencial cliente, que busca informação ESTRATÉGICO EM COMUNICAÇÃO
que atenda às suas necessidades e às de O modelo proposto neste trabalho
seu público (leitores, espectadores, ouvintes, sugere inicialmente o mapeamen-
usuários)? Portanto, a satisfação e lealdade to dos capitais do conhecimen-
deste cliente podem determinar ganhos to da organização que possam
expressivos na reputação e imagem de influir nas ações de comunica-
organizações, bens intangíveis preciosos ção e interação com a mídia. Este
para o sucesso no mercado. sistema prevê o levantamento de
informações primárias
O CONCEITO MRM e secundárias sobre As soluções a serem
(MEDIA RELATIONSHIP MANAGEMENT) a organização e sua á- propostas a partir de um
O jornalista, em seu cotidiano de traba- rea de comunicação/ planejamento estratégico
lho, recorre constantemente ao uso de assessoria de impren- integrado deverão, com
ferramentas tecnológicas para gerar in- sa e o uso de conceitos o suporte de ferramentas
formação. Por isso, quanto maior a facilidade e ferramentas de diag- de Tecnologia da
no acesso de dados e conhecimentos nóstico como entrevis- Informação e da
específicos, maior o interesse do profissional tas com porta-vozes; Comunicação, abrir um
pela organização, que se torna uma fonte pesquisas de opinião canal de diálogo mais
recorrente, posicionada em grau de van- com jornalistas sobre a direto, ágil e transparente
tagem competitiva na chamada concor- imagem da organiza- com a mídia.
rência da informação. ção no mercado e como
Com a velocidade com que as informações se relaciona com a mídia e análise
circulam, investir no relacionamento com seqüencial da exposição da organi-
a imprensa torna-se, portanto, essencial zação na imprensa. Recomenda-se,
não apenas para conhecer suas rotinas de por fim, a utilização da Matriz Swot
trabalho e melhorar o atendimento, mas para identificar forças, fraquezas,
também, e principalmente, a fim de pensar ameaças e oportunidades que, cru-
e definir novas estratégias de comunicação zadas, possam determinar os rumos
nas organizações, que possam impactar da nova política de MRM.
positivamente a sua imagem reputacional As soluções a serem propostas a par-
e potencializar a sua presença na mídia, tir de um planejamento estratégico
contribuindo para tornar tangível os ganhos integrado deverão, com o suporte
junto a seus públicos de interesse. de ferramentas de Tecnologia da In-
Diante deste cenário, constitui-se gran- formação e da Comunicação, abrir
de desafio o desenvolvimento de uma um canal de diálogo mais direto,
ferramenta que permita gerenciar este ágil e transparente com a mídia.
A idéia é facilitar os processos de Acesso em: 15 abr. 2006.
Artigo 04
Bibliografia.
BUENO, W. C. A auditoria da imagem
na mídia como estratégia de
inteligência empresarial. 1999. In
Comunicação e Sociedade no 32.
UMESP, SP, 1999.
CORRÊA, E. S. O Jornalista Brasileiro
na Sociedade da Informação:
repórter da realidade, arquiteto da
virtualidade. Revista Comunicações
e Artes. São Paulo, 21 (34) primeiro
quadrimestre de 1999. Disponível
em http://njmt.incubadora.fapesp.
br/portal/publi/beth/jornalista-bra-
sileiro-na-era-da-informacao.pdf.
DINÂMICAS PARA GC
Como, porque e sobretudo porque não
Gisela Kassoy
Especialista em criatividade e inovação,
Mestranda na ECA/USP, Psicodramatista
com formações em dinâmica de grupos
na PUC/SP e na sociedade brasileira
de dinâmica de grupos e em
gestão da inovação na FGV/SP.
gisela@giselakassoy.com.br
Costumo iniciar palestras sobre programas envolve a prática. Valores abarca o
Artigo 05
de GC com uma dinâmica muito simples: nível emocional, o envolvimento,
Peço aos participantes que apontem na bem como a descoberta e renovação
sala pessoas com determinados hábitos de nossas crenças e paradigmas. A
ou habilidades (acordar cedo, tocar algum porta de entrada para este último
instrumento musical, etc.). Em cinco minu- canal é a dinâmica de grupos.
tos chegamos às respostas, e, o que é mais Para Lewin, não importa onde o
importante, os participantes percebem: aprendizado inicia, e é mais inte-
. Se compartilharam ou não os dados; ressante que ele comece onde
. Se tiveram ou não iniciativa para pedir ou houver mais receptividade.
fornecer dados; Por outro lado, ao se analisar as
28
. Se criaram ou não um sistema de geren- dinâmicas sob a ótica do americano
ciamento para esses dados; David Kolb – criador da Teoria
Como a aquisição de dados cresce expo- da Aprendizagem Experencial, o
nencialmente quando existe o espírito para processo de aprendizado se rea-
compartilhar, a iniciativa para solicitar ou for- liza em quatro etapas (Vivência,
necer dados e um sistema para gerenciá-los. Observação, Conceituação e Expe-
São assim que funcionam as dinâmicas: rimentação), percebe-se que as
não buscam apenas a compreensão ra- dinâmicas também propiciam Vi-
cional, mas o insight, o aprendizado pela vências, só que metafóricas.
vivência, a descoberta. As dinâmicas sempre oferecem
Segundo Kurt Lewin - pioneiro nas pesquisas um cenário externo às tarefas cor-
sobre dinâmicas de grupos até hoje consa- riqueiras dos participantes. O des-
grado - o aprendizado entre adultos só ocorre compromisso com a tarefa faz com
de fato quando se processa em três canais: o o que o participante dedique mais
Cognitivo, o dos Valores e o da Conduta. atenção ao processo, daí o aumento
Segundo Lewin o canal Cognitivo é o do das chances de aprendizado. Mas
aprendizado racional, obtido por meio de é importante que a observação e a
informações e dados. O canal da Conduta conceituação também se realizem
– e de preferência imediatamente acredita em quatro perfis básicos, que são:
Artigo 05
Artigo 06
CORPORATIVOS
Avaliação de retorno
sobre investimento
30
Eduardo Lapa
Graduado em análise de sistemas
e Pós graduado em Gestão de Negócios
e Tecnologia de Informação pela EBAP
da Fundação Getúlio Vargas. Consultor
pela Informal Consultoria e Serviços
Presidente do Pólo - RJ da SBGC
Autor do Livro “Gestão de
Conteúdo como apoio à
Gestão do Conhecimento”
eduardolapa@informal.com.br
INTRODUÇÃO
A gestão de ativos de conhecimento
pelas organizações tem ganhado
destaque nos livros e papers aca-
dêmicos sobre administração de
empresas. Em pesquisa realiza-
da pela Bain & Company Co. em
2003, mais de 70% das 950 em-
presas pesquisadas já tinham for-
malizada iniciativas de Gestão do Co-
nhecimento e projetos relacionados.
Uma das ferramentas mais adota-
das como ferramental para alavan-
cagem e prática da Gestão do Co-
nhecimento é o portal corporativo.
Na visão de Shilakes e Tylman, por-
tal corporativo é o ambiente que
permite que as pessoas desvendem
informações armazenadas interna
ou externamente aos sistemas e
proporcionem para seus usuários, sido forçados a mostrar retorno sobre in-
Artigo 06
Artigo 06
Conhecendo mais as possibilidades, tipos tecnológica.
e aplicações para portal corporativo, perce-
be-se que a implantação de um “portal DIRECIONAMENTO DE NEGÓCIOS
corporativo” está cada vez mais longe de . Os executivos gostariam de obter
ser uma implementação tecnológica. Não informações refinadas e atuais para
significa dizer que a tecnologia de informa- suportar decisões empresariais, in-
ção não tem importância, mas merece des- dependente de tempo e espaço?
taque o fato de que a implantação de uma . É importante aumento de produ-
plataforma tecnológica para portal é um tividade?
dos componentes a serem trabalhados. . Localização de informações mais
32
Existem questões como aculturamento, pla- rápida?
no de comunicação, definição de objetivos . Mais facilidade e menos custo na
de negócio entre outras que também devem integração de informações?
ser tratadas com a mesma seriedade. . Necessidade de integração e con-
O ponto importante de ressaltar é que se trole de processos de negócio?
olharmos o portal como um ferramental . Fornecer informação certa para pes-
de integração de informações estratégicas, soa certa na hora certa?
um ferramental para acesso a informações . Realizar integração de pessoas em
e sistemas transacionais, ferramenta para comunidades virtuais?
registro e disseminação de conhecimento . Formar bases de conhecimento
explícito, ferramenta de colaboração para sobre clientes, processos, fornece-
troca de conhecimento tácito, ferramenta dores, mercados, concorrentes, pro-
para ambiente de colaboração ficará cada vez dutos e tecnologia?
mais claro que um portal corporativo é uma . Interconexão da cadeia de valor
ferramenta para Gestão do Conhecimento. através de sistemas de informação?
. Melhorar comunicação empresarial
BUSINESS REQUIREMENT – utilizando canais eletrônicos?
QUAL O DRIVER PARA ADOÇÃO DE PORTAIS?
Profissionais de empresas que estão em DIRECIONAMENTO TECNOLÓGICO
vias de implantar um portal corporativo . Necessidade de integração de sis-
ou que pensam em otimizar suas aplica- temas via portlets e webparts?
ções de internet, intranet ou extranet pro- . Disponibilização de serviços e in-
vavelmente irão se deparar com que tipo formações em computação móvel?
de portal implantar e provavelmente serão . Conectividade e escalabilidade >
questionados quanto à importância de im- Criação de novos componentes sob
plantar ou não um portal corporativo. A demanda?
pergunta poderia ser simplificada: Porque . Personalização?
implantar um portal corporativo? Neste mo- . Single Sign On > Controle de acesso?
mento se faz necessário convencer executi- . Redução de custo de manutenção
vos e gestores de que benefícios podem ser de legados?
atingidos com o uso de Portal corporativo. . Gerenciamento de conteúdo des-
Nestas poucas linhas eu não conseguiria centralizado?
relatar todas as possibilidades de conven- É claro que, dependendo do negócio
cimento de executivos e gestores, mas exis- de cada organização, cada item des-
tem direcionamentos que poderão nortear te tem pesos diferentes, mas todos
a justificativa de implantação de um portal podem e devem ser utilizados como
corporativo. Estes direcionamentos podem direcionadores para adoção de por-
ser de duas naturezas bastante distintas: tais corporativos.
AVALIAÇÃO DE ROI – “Economia total gerada” – “Valor Investido”.
Artigo 06
Definir objetivos
Classificar tipo Definir indicadores
empresariais
de portal e listar a serem monitorados
a serem atingidos
funcionalidades para cada objetivo
com o portal
Artigo 06
de negócio a serem alcançados com o capacitados durante 12 meses. Para
portal. É preciso identificar quais são os avaliar o indicador pós-implantação,
direcionamentos e requisitos que a ferra- é necessário que seja medido e do-
menta deverá ter. Dentre estes objetivos cumentado este número antes da
podem estar: implantação do portal.
• Melhorar comunicação empresarial As duas últimas etapas correspon-
• Integrar pessoas que estão geografica- dem à execução do projeto de im-
mente distribuídas plantação e posteriormente a exe-
• Melhorar processo de tomada de decisão cução de medições dos indicadores
34
• Criar ambiente único de acesso a infor- mapeados. Seguindo estes passos é
mações bem provável que qualquer empre-
• Criar bases de conhecimento sa consiga mensurar ganhos e bene-
• Melhorar a gestão do relacionamento fícios com a implantação do portal.
com clientes
• Coletar e manter informações sobre
concorrentes e novos entrantes
• Melhorar o processo de capacitação
dos colaboradores através de e-learning,
entre outros.
COMO MEDIR?
Artigo 06
COMO MEDIR?
36
conhecimento da organização aplicação de ações corretivas
Contabilizar ações preventivas oriundas
do compartilhamento de uma boa prática
Grau de reutilização de conhecimento
Procurei com este breve artigo fazer uma relação entre a Gestão do Conhecimento,
Portal Corporativo e Mensuração de Retorno. Existem referências adicionais que devem
ser exploradas, acreditando que estas métricas são razoavelmente interessantes para
qualquer processo de medição de resultados.
GESTÃO DO
CONHECIMENTO NA
ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA FEDERAL
Artigo 07
organizacionais. explicitação e formalização da Ges-
Finalmente, o terceiro estudo O Desafio tão do Conhecimento. É bastante
da Gestão do Conhecimento nas Áreas de evidente que as estatais analisadas
Administração e Planejamento das Ins- (Banco do Brasil, Caixa Econômica
tituições Federais de Ensino – IFES (Batista, Federal, Eletrosul Centrais Elétrica,
2006) analisa como as áreas de administra- Empresa Brasileira de Correios e
ção e planejamento de 45 Instituições Fede- Telégrafos, Petróleo Brasileiro S. A .,
rais de Ensino Superior tratam o tema GC. e Serviço Federal de Processamento
O trabalho avalia-se a situação atual da de Dados) já deram passos muito
40
implantação de práticas de GC nessas or- mais concretos no sentido de tor-
ganizações; compara-se a situação da nar a abordagem proporcionada
implantação de iniciativas de GC nas IFES pela GC uma ação coordenada, ins-
com o estágio em que se encontra a adoção titucionalizada e com objetivos, re-
de tais práticas nos órgãos e entidades da sultados e indicadores concretos.
Administração Pública Federal; avalia-se o Alguns ministérios, no entanto, já
grau em que as instituições se encontram mostram progressos significativos
em relação à formalização e explicitação em relação à questão.
da GC; propõem-se recomendações sobre No caso das estatais, vale a pena, em
medidas que os pró-reitores, reitores e particular, destacar que o processo
dirigentes do Ministério da Educação de- de definição desses objetivos de GC
vem adotar para consolidar processos de está bem ligado à estratégia da cor-
Gestão do Conhecimento; e apresenta- poração. Iniciativas associadas à
se proposta de Ciclo Operacional de Ges- inovação, ao compartilhamento do
tão do Conhecimento para as áreas de conhecimento, ao desenvolvimento
administração e planejamento das IFES. profissional e pessoal do colabora-
Os resultados da pesquisa mostram que a dor e à preservação do conheci-
implantação de Gestão do Conhecimento mento organizacional são as mais
nessas áreas das IFES se encontra em estágio preponderantes. Nesse sentido, es-
inicial. Para mudar essa realidade, o trabalho sas empresas reportam também me-
recomenda – com base na literatura e em lhorias significativas na capacitação
casos reais e bem-sucedidos de implantação
de colaboradores em competências
– a adoção de várias medidas, assim como
mapeadas pela organização, na me-
a utilização do Ciclo Operacional da Gestão
lhora do recrutamento e na seleção
do Conhecimento para melhorar a gestão
de colaboradores e nos incrementos
de processos com vistas a tornar a GC parte
dos pedidos de patentes.
das atividades diárias das instituições.
Há um segundo grupo (formado por
A leitura do textos publicados pelo Ipea não
oito ministérios) que mostra um ní-
deixa dúvida: em algumas organizações da
vel razoável de comprometimento
Administração Pública Federal a Gestão do
estratégico com a Gestão do Conhe-
Conhecimento já é uma realidade, enquan-
to que em outras ainda é um alvo distante cimento e apresenta iniciativas de
a ser alcançado. curto prazo sendo implementadas
O levantamento realizado em 25 minis- (Comando do Exército; Defesa; Jus-
térios, 3 comandos militares e seis das tiça; Previdência Social; Minas e
mais importantes empresas estatais bra- Energia; Saúde; Meio Ambiente; e
sileiras mostra um panorama bastante Turismo).
Finalmente, a um grupo de 17 mi- Bibliografia.
Artigo 07
42
Em sua obra, Carvalho expõe ao leitor conceitos,
dicas e classificações em relação a conhecimento
e tecnologia de informação, tendo como ên-
fase suas aplicabilidades e modos de gestão.
Nos últimos anos têm-se percebido o surgimento
de um novo objeto de estudo organizacional:
o conhecimento. Isto porque o conhecimento
diante da classificação temporal em que estamos
(Era do conhecimento, Era pós-industrial, Socie-
dade da informação e do conhecimento) é apre-
sentado como subsídio fundamental para as CARVALHO, Rodrigo Baroni de.
organizações. Ele representa o principal ativo or- Belo Horizonte: Comarte, 2003.
ganizacional e atua como alicerce para o desen-
volvimento de alavancagem competitiva. Nesse
sentido, o conhecimento é visto como um recurso estratégico capaz de agregar valor
aos produtos e processos organizacionais, de modo que as habilidades técnicas, a
inovação e a criatividade sejam elementos intrínsecos no ambiente organizacional.
Em face desse processo, surgem as tecnologias da informação no sentido de
serem um recurso facilitador para a implantação da Gestão do Conhecimento orga-
nizacional, atuando na criação, uso, compartilhamento e armazenamento do co-
nhecimento. É nesse sentido que a obra citada é contextualizada, analisando o papel
e a importância das tecnologias da informação junto à Gestão do Conhecimento.
Carvalho efetua um estudo sobre as diversas ferramentas disponíveis para serem
aplicadas à Gestão do Conhecimento, caracterizando-as e classificando-as em
categorias conforme suas principais funcionalidades. Assim, são apresentadas
ferramentas voltadas para a intranet, sistemas de gerenciamento eletrônico de
documentos (GED), sistemas groupware, sistemas workflow, sistemas para cons-
trução de bases inteligentes, business intelligence, mapas do conhecimento,
ferramentas de apoio a inovação, inteligência competitiva e portais corporativos,
sendo que para cada categoria estudada, são apresentados exemplos de softwares.
No final da obra, Carvalho apresenta dois cases de organizações que aplicaram
a Gestão do Conhecimento; o caso da Serpro e o da Andrade Gutierrez; o primeiro,
focado na criação, enquanto que, o segundo, no compartilhamento do conhecimento.
Carvalho adota uma metodologia de apresentação temática de fácil compreensão,
através de um texto bem estruturado. Sem dúvida é uma obra de grande interesse pa-
ra profissionais que trabalham com o conhecimento e as tecnologias da informação.
agenda EVENTOS INTERNACIONAIS
Agenda
Mc Master 2007
28th McMaster World Congress
9th World Congress on Intellectual Capital and Innovation
Local: Hamilton, Ontario, Canada
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ECKM 2007
ECKM 2007: The 8th European Conference on Knowledge Management
Local: Barcelona, Espanha
Fecha: 06-07 Setembro 2007
http://www.academic-conferences.org/eckm/eckm-future.htm
IC Congress 2007
Intellectual Capital: The Future of Business Navigation
Lugar: Inholland University, Haarlem, Holanda
Data: 3-4 Maio 2007
http://http://www.iccongress.com/default.asp/
44
Com o objetivo de ampliar o campo de ação da Informação). Os palestrantes
das atividades da SBGC, o Pólo-SP em parceria analisaram os impactos das respec-
com a Faculdade de Educação da Unicamp tivas redes de pesquisadores e do
realizou, no dia 21 de junho de 2006, o evento compartilhamento da produção
intitulado “KM na Prática de Organizações científica no meio empresarial. O
e Redes”, no auditório da Biblioteca Central debate foi conduzido pelo Manfredo
da Unicamp. O evento marcou a criação do Arkchimor Paes, gerente de Gestão
Núcleo SBGC Campinas. do Conhecimento do SEBRAE-SP.
Sérgio Storch assumiu a presidência do A segunda palestra foi apresentada
Pólo-SP em lugar do Prof. Jean Jacques Salim por Mauro de Oliveira Sobrinho,
e apresentou o estágio atual da SBGC no engenheiro de planejamento da
ambiente de Gestão do Conhecimento no qualidade da CPFL, empresa que
Brasil e em São Paulo, estratégias para foi vencedora do Prêmio Nacional
comunidades temáticas, presenciais e da Qualidade em 2005. O Mauro
virtuais, novas parcerias e estratégias de apresentou o Sistema de Gestão
relacionamento com associados. da CPFL alinhado com os critérios
A primeira palestra foi apresentada pelo Gil- de excelência da FNQ e as ações e
denir Carolino Santos, diretor da Biblioteca instrumentos de desenvolvimento,
da Faculdade de Educação da Unicamp e disseminação e documentação da
pela Suely de Brito Clemente Soares, bibliote- Gestão do Conhecimento na empre-
cária de referência da Unesp, Campus de sa. O debate foi conduzido pelo Fábio
Rio Claro. Eles abordaram conceitualmente Câmara, consultor, professor da ESPM
o programa SEER – Sistema de Editoração e diretor do Pólo-SP.
Eletrônica de Revistas, suas facilidades em A terceira palestra foi apresentada
editoração científica e a experiência na por Mauro Velloso Rehm, CIO da
utilização em dois periódicos científicos Construtora Norberto Odebrecht.
da Unicamp (Educação Temática Digital e Ele apresentou a evolução das prá-
Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência ticas e gerenciamento dos sistemas
de informação da empresa e como
Direto do Pólo
tia; Causae; Decisio; Quaestio; remos passar uma idéia forte pelo nome (o
Solutio; Equidem e Quomodo. que nos faz confundir com outras áreas do
Eu pensei também em palavras de conhecimento, correlatas pelo nome co-
efeito com origem correlata à Ges- nhecimento e seus sinônimos) ou se que-
tão do Conhecimento, mas optei remos, nos impor ao longo do tempo, que,
por nossa própria língua. Centrado aliás, é o principal: o que está além da capa...”
principalmente em verbos, que Minha preocupação era fixar o conceito GC,
exprimem ação, inclusive apostando ficando mais oculto do que explícito es-
no gerúndio, sugeri: Conhecer & condido na sigla, mas que logo abaixo, len-
Fazer; Conhecendo; Ponto Conhe- do-se o subtítulo, seria compreendido, além
cer; e também a opção de Era (lem-
47
empresas parceiras