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Este documento discute a influência da substituição parcial de agregados convencionais por resíduos de borracha nas propriedades físicas do concreto. O trabalho caracteriza agregados de borracha e analisa o desempenho mecânico de concretos feitos com esses resíduos. Ensaios serão realizados para obter a melhor dosagem possível e analisar propriedades como abatimento, resistência à compressão. O objetivo é avaliar se a adição de borracha trará benefícios ambientais e de desempenho ao con
Este documento discute a influência da substituição parcial de agregados convencionais por resíduos de borracha nas propriedades físicas do concreto. O trabalho caracteriza agregados de borracha e analisa o desempenho mecânico de concretos feitos com esses resíduos. Ensaios serão realizados para obter a melhor dosagem possível e analisar propriedades como abatimento, resistência à compressão. O objetivo é avaliar se a adição de borracha trará benefícios ambientais e de desempenho ao con
Este documento discute a influência da substituição parcial de agregados convencionais por resíduos de borracha nas propriedades físicas do concreto. O trabalho caracteriza agregados de borracha e analisa o desempenho mecânico de concretos feitos com esses resíduos. Ensaios serão realizados para obter a melhor dosagem possível e analisar propriedades como abatimento, resistência à compressão. O objetivo é avaliar se a adição de borracha trará benefícios ambientais e de desempenho ao con
A disposio inadequada de pneus traz grandes prejuzos ao meio ambiente, e uma alternativa vivel e sofisticada para esse problema a reciclagem dos resduos de pneus como agregado para concreto. Dentro desse contexto, esse trabalho busca caracterizar e analisar o desempenho mecnico do concreto feito com resduo de borracha. A utilizao desses resduos no possui apenas vantagens ambientais, pois melhoram algumas propriedades do concreto , assim sendo, ser realizado ensaios de caracterizao do agregado, estudo e elaborao de dosagem para obter um compsito com a melhor resistncia mecnica possvel, ensaios de abatimento, alm de moldagem de corpo de prova, ensaios de compresso e anlise dos resultados.
ABSTRACT
The inadequate arrangement of tires brings big problems to the environment, and a good alternative for this problem is recycling the tires how aggregate for concrete. In this context, the objective of this project is to analyze the mechanical strength of the concrete made with tire residue. The use of tire residue doesnt has only environment benefits because the tire improvement some properties of the concrete. Thus, this work will characterize the aggregate, will prepare a dosage for to obtain a concrete with the best resistant possible, will do slump tests, will mold the test specimen, will make compression tests and analysis of results.
LISTA DE FIGURAS Figura 1 Disposio final inadequada de pneus.....................................................12 Figura 2 Pneus sendo queimados...................................................................... ... 13 Figura 3a - Ar em forma de bolhas............................................................................16 Figura 3b - Ar em espaos interligados.....................................................................16 Figura 4- Relao entre fator a/c e a resistncia do concreto endurecido ................17 Figura 5 Relao entre teor total de vazios e o teor de gua.................................18 Figura 6 Relao entre o teor de vazios e o teor de gua para o cimento puro e misturas de cimento e areia. .....................................................................................19 Figura 7 Agregado brita..........................................................................................24 Figura 8 Porcentagens retidas acumuladas dos agregados de borracha ..............28
LISTA DE TABELAS Tabela 1- Verificaes da influncia da borracha na trabalhabilidade......................20 Tabela 2- Massas especficas de acordo com vrios autores....................................26 Tabela 3 - Resultados do Ensaio granulomtrico da borracha..................................28 NDICE 1. INTRODUO........................................................................................................9 2. OBJETIVOS..........................................................................................................10 2.1 Objetivo Geral ..................................................................................................10 2.2 Objetivo Especfico..........................................................................................10 3. METODOLOGIA....................................................................................................11 4. PROBLEMAS RELACIONADOS DISPOSIO DE PNEUS.............................12 5. POLITICA NACIONAL DOS RESDUOS SLIDOS .............................................13 6. APLICAES DE RESDUOS DE BORRACHA NA ENGENHARIA CIVIL..........14 7. CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND............................................................14 8. RESDUOS DE PNEUS COMO FORMADORES DE CONCRETO......................15 9. PROPRIEDADE DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO...................................15 9.1 GENERALIDADES..............................................................................................15 10. MISTURAS..........................................................................................................17 10.1 Misturas de Agregado e gua .......................................................................17 10.2 Misturas de Cimento, Agregado e gua. .......................................................18 11. TRABALHABILIDADE DOS CONCRETOS COM BORRACHA..........................19 12. FATORES QUE INFLUENCIAM A TRABALHABILIDADE..................................21 12.1 Consistncia. .................................................................................................21 12.2 Tipos de Mistura, Transporte, Lanamento e Adensamento do Concreto. ....21 12.3 Dimenses de Peas a Moldar e Afastamento das Armaduras.....................21 13. ESTUDO DA CONSISTNCIA............................................................................22 13.1 Compacidade e Mobilidade. ..........................................................................22 13.2 Segregao ...................................................................................................22 13.3 Exsudao. ....................................................................................................23 14. FATORES QUE AFETAM A CONSISTNCIA....................................................23 14.1 Teor de gua/Mistura Seca ...........................................................................23 14.2 Granulometria e Forma do Gro do Agregado. .............................................23 15. AGREGADO........................................................................................................23 15.1 CLASSIFICAO..........................................................................................25 15.2 PROPRIEDADES FSICAS ...........................................................................25 15.2.1 Adeso Pasta/Agregado .........................................................................25 15.2.2 Massa Especfica Absoluta .....................................................................25 15.2.3 Massa Especfica Aparente.....................................................................25 15.2.4 Porosidade..............................................................................................26 15.2.5 Agregado submetido a compresso........................................................27 15.2.6 Compacidade..........................................................................................27 15.2.7 ndice de Vazios. .....................................................................................27 15.2.8 Granulometria..........................................................................................27 15.2.9 Finura. .....................................................................................................29 15.2.10 Mdulo de Finura. .................................................................................29 15.2.11 Superfcie Especfica.............................................................................29 15.2.12 Teor de Umidade...................................................................................29 15.2.13 Umidade Superficial ..............................................................................29 15.2.14 Absoro de gua.................................................................................29 15.2.15 Coeso..................................................................................................30 15.2.16 Fragilidade. ...........................................................................................30 15.2.17 Maleabilidade. .......................................................................................30 15.2.18 Tenacidade. ..........................................................................................30
O ser humano possui um comportamento agressivo ao meio ambiente adquirido ao longo do tempo, que, aliado ao consumo desenfreado e a crescente demanda tecnolgica traz srios e crescentes problemas ambientais, sendo um dos principais a escassez de recursos naturais. A disposio inadequada de resduos de pneus segundo Lagarinhos (2011) responsvel pela disseminao de mosquitos transmissores de doenas alm da diminuio da qualidade do ar devido a queima e consequente liberao de substncias txicas. Uma das sadas para os problemas ambientais segundo Leite e Medina (2001) a evoluo ideolgica,ou seja, a busca por pensamentos humanizadores que visam a mudana do paradigma econmico para o ambiental. Dentro desse contexto, somos levados a crer que a reciclagem surge como uma boa alternativa como resoluo dos problemas supracitados, alm de contribuir para a reduo do consumo de recursos naturais.
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2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Estudar os resduos de pneus como agregados para concreto, pois pode ser uma soluo vivel para o problema do acmulo de materiais no biodegradveis, alm da contribuio para a reduo do consumo de materiais no renovveis.
2.2 Objetivo Especfico
Caracterizar os resduos de borracha com ensaios recomendados por normas, realizar a substituio parcial de brita por partculas de borracha, determinar a melhor dosagem possvel de acordo com as caractersticas dos agregados, realizar moldagem de corpo de prova e realizar ensaios de resistncia mecnica, aps, expor e analisar os resultados obtidos.
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3. METODOLOGIA
As etapas de estudo e pesquisa deste trabalho so apresentadas abaixo:
Reviso biblografica sobre o tema atravs de livros e qualquer outro meio de informao disponvel, como tese de mestrado, doutorado e artigos tcnicos Coleta de resduos de borracha em empresas de recauchutagem Ensaios de caracterizao dos agregados de acordo com as normas de recomendao Elaborao de dosagem para obteno de concreto mais resistente possvel Produo e moldagem de corpo de provas Execuo dos ensaios dos corpos de prova Exposio e anlise dos resultados
12 4. PROBLEMAS RELACIONADOS DISPOSIO DE PNEUS
Lagarinhos (2011 apud VELOSO,2010) diz que ao transportar pneus inservveis para a destinao final de um estado para outro muitas vezes ocorre movimentao de vrios vetores de vrias doenas. Ainda segundo Carlos Alberto Ferreira Lagarinhos,
A disposio em aterros torna-se invivel porque apresentam baixa compressibilidade, no sofrem biodegradao e formam um resduo volumoso, que ocupa muito espao.Alm disso, quando os pneus so enterrados, tendem a subir e sair para a superfcie. (LAGARINHOS, 2011, p.24).
Com base no que foi citado acima, somos levados a crer que, se o pneu ficar exposto h atrao de insetos e animais, muitas vezes, transmissores de doenas. A figura a seguir mostra uma situao de disposio final inadequada.
Figura 1 Disposio final inadequada de pneus. Fonte: Pgina da internet Envolverde 1 .
1 Disponvel em: http://envolverde.com.br/noticias/maior-aterro-de-pneus-do-mundo-e-visto-do-espaco/ Acesso em abril de 2014.
13 Outro problema recorrente em locais com disposio inadequada de pneus a queimada proposital ou acidental dos pneus, pois h emisso e essas [...] emisses so extremamente txicas e como resultado da queima h a liberao de poluentes como CO. NOx, SOx[...] (LAGARINHOS,2011,p.26). A figura a seguir mostra pneus sendo queimados e a consequente liberao de substncias txicas.
Figura 2 Pneus sendo queimados Fonte: Portal de notcias Patos Hoje. 2
5. POLITICA NACIONAL DOS RESDUOS SLIDOS
A lei n12.305/10, responsvel pela instituio da Poltica Nacional dos Resduos slidos uma das principais leis ambientais dos ltimos tempos, possui princpios, objetivos, instrumentos e metas importantes para o enfrentamento dos problemas ambientais, pois estes prevem a reduo na gerao de resduos, alm da reciclagem e reutilizao. A estruturao da concepo da lei em primeiro lugar a no gerao de resduos slidos seguido de reduo, reutilizao, reciclagem, tratamento e destinao final ambientalmente adequada dos rejeitos.
2 Disponvel em: http://www.patoshoje.com.br/noticias/patos-de-minas/17053-incendio-criminoso- destroi-pneus-velhos-no-planalto-e-moradores-se-revoltam.html Acesso em Abril de 2014.
14 A lei regida pelos princpios da preveno, precauo, desenvolvimento sustentvel, do poluidor pagador, e do protetor recebedor. Quando se fala e PNRS necessrio a articulao das variantes ambientais, tecnolgica, econmica, culturais e de sade pblica, alm da participao dos diversos segmentos da nossa sociedade. A proteo da sade pblica e a qualidade ambiental um dos grandes objetivos da PNRS. Um dos principais instrumentos da PNRS so os planos de resduos slidos, elaborados pelo poder pblico e por pessoas jurdicas que geram resduos slidos, so os planos estaduais, municipais e os planos de gerenciamento de resduos slidos.
6. APLICAES DE RESDUOS DE BORRACHA NA ENGENHARIA CIVIL
So diversos os estudos e aplicaes de resduos de borrachas na Engenharia Civil, sendo os mais comuns, segundo Granzotto (2010 apud RMA 2009) [...]material de enchimento de peso leve; drenagem em campo sptico; aterro em estradas; suporte de base de estrada; sistema de drenagem de gases em aterros sanitrios; material para postagem; estabilizadores de encostas; controle de eroso, diques, barragens; isolante trmico e acstico; drenagem em aterro sanitrio; aditivos para pavimentos asflticos e pistas esportivas; cobertura de parques infantis, concreto leve, etc.(GRANZOTTO,2010,p.23 apud RMA,2009).
7. CONCRETOS DE CIMENTO PORTLAND
O concreto um material em perptua evoluo e que pode ser considerado slido a partir do processo de pega. As condies ambientes, fsicas, qumicas, mecnicas causam modificaes no concreto. (OLIVEIRA em BAUER, 2000) um dos materiais de construo mais antigo que a humanidade conhece, e considerado um dos compsitos mais consumidos no mundo
15 O cimento, um dos principais constituintes do concreto um p fino que endurece sob a ao da gua devido as reaes de hidratao.
8. RESDUOS DE PNEUS COMO FORMADORES DE CONCRETO
Os estudos de resduos de pneus como agregado para concreto so recentes, em 1993 Eldin e Senouci realizaram a primeira pesquisa que se tem notcia, sendo que, aps, diversas pesquisas foram e esto sendo feitas at hoje. Eldin e Senouci (1993) estudaram a substituio de agregado mido por resduos de borracha de 1mm, e agregado grado em substituio por borracha de dimetro de 38, 25, 19 e 6mm. Os estudos revelaram perda de trabalhabilidade, e diminuio das resistncias mecnicas. Lee et al. (1993) realizou estudos com a borracha em p e verificou que com 5% de borracha a resistncia trao do material diminuiu 18%. Meneguini e Paulon (2003) durante seus estudos notaram que a borracha apresenta grande capacidade de absoro de energia, sendo que, devido a essa propriedade um uso vivel como isolante estrutural em pontes e estradas, pois a borracha impede a propagao das tenses. Estudos do comportamento trmico de resduos de borracha como agregado foram feitos por Macedo et al. (2005) em placas pr-moldadas de concreto, a substituio da borracha foi feita nos teores de 0%, 5% 10% e 15% e conforme o aumento da quantidade de borracha o isolamento acstico consequentemente foi aumentado.
9. PROPRIEDADE DO CONCRETO NO ESTADO FRESCO
9.1 GENERALIDADES
O concreto resultado da mistura de agregado grado, mido, gua, e cimento. A essa mistura de gua e gros de cimento damos o nome de pasta. A pasta envolve os agregados e contm espaos cheios de ar. (BAUER, 2000)
16 Sobral diz que,
o ar pode encontrar-se envolvido pela pasta, sob a forma de bolhas, ou em espaos interligados, determinando, atravs da predominncia de uma dessas formas de apresentao, respectivamente, a plasticidade ou a no plasticidade da mistura.(BAUER,2000,p.267).
Figura 3a- Ar em espaos interligados e Figura 3b Ar sob a forma de bolhas Fonte: Portal da PUC Gois 3
O conjunto pasta e espaos cheios de ar recebe o nome de matriz (POWERS apud BAUER, 2000) e tem relao direta com a resistncia e outras propriedades do concreto endurecido. A composio da matriz pode ser relacionada pela expresso espaos vazios/cimento, porm, geralmente os espaos vazios so preenchidos com gua, assim sendo, a expresso da composio da matriz pode ser em termos do fator gua/cimento. (SOBRAL em BAUER, 2000). A figura a seguir mostra a relao entre o fator gua/cimento e a resistncia do concreto. No eixo das abcissas est o fator a/c e no eixo das ordenadas a correspondente resistncia do concreto endurecido.
3 Disponvel em: http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/4445/material/Tema_3_Concreto_Fresco.p df Acesso em Abril de 2014.
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Figura 4- Relao entre fator a/c e a resistncia do concreto endurecido Fonte: Portal da PUC Gois 4
10. MISTURAS
10.1 Misturas de Agregado e gua
Sobral em Bauer (2000) diz que, na mistura de agregado e gua, a quantidade de vazios funo do teor de gua da mistura e mostra um grfico que relaciona as duas propriedades. Na Figura 5 vemos que, quanto maior o teor de gua, maior a quantidade de espaos vazios ocupados com gua. Nas areias soltas esses aumentos constituem o fenmeno conhecido por inchamento. (SOBRAL, EM BAUER, 2000, p.267). Os pontos situados sobre a curva correspondem a vazios cheios de ar, e os situados sobre a reta inclinada, a vazios cheios de gua.
4 Disponvel em: http://professor.ucg.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/4445/material/Tema_3_Concreto_Fresco.p df Acesso em Abril de 2014
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Figura 5 Relao entre teor total de vazios e o teor de gua Fonte: BAUER (2000)
10.2 Misturas de Cimento, Agregado e gua.
Na figura 6, temos o estudo de Powers (1968), no grfico podemos observar uma curva correspondente argamassa e outra ao cimento puro, h tambm um inchamento dessas misturas, ou seja, ao aumentar o teor de umidade da mistura os espaos vazios ocupados com ar passam a ser ocupados com gua. Sobral em Bauer (2000) diz que quando misturas com uma quantidade maior de agregado em comparao ao cimento e uma quantidade considervel de gua capaz de produzir inchamento , o resultado uma mistura solta e pouco compactada, assim sendo, se compactarmos, o resultado uma mistura coesiva.
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Figura 6 Relao entre o teor de vazios e o teor de gua para o cimento puro e misturas de cimento e areia. Fonte: BAUER (2000)
11. TRABALHABILIDADE DOS CONCRETOS COM BORRACHA
A trabalhabilidade pode ser definida como o conjunto de caractersticas ideais para determinado uso do concreto, ou seja, se o concreto consegue vencer as armaduras e ocupar os espaos que fora destinado numa determinada condio de transporte, lanamento e adensamento diz-se que o concreto trabalhvel. Portanto, importante que se diferencie trabalhabilidade de consistncia, pois um concreto com uma mesma consistncia pode ser trabalhvel para um certo espaamento de armadura e no ser para outro menos espaado. (BAUER, 2000) Assim sendo, podemos dizer que a consistncia a principal caracterstica a ser estudada para uma determinada trabalhabilidade, pois a mesma [..] traduz propriedades intrnsecas da mistura fresca relacionadas com a mobilidade da massa
20 e a coeso entre os elementos componentes [...] (BAUER,2000) para um concreto uniforme e compacto. Glanville , Collins e Matthews (1949) apud Bauer (2000) mostram que a presena de vazios proveniente da gua no combinada ou do excesso de gua que aps evaporar deixam poros no concreto reduz consideravelmente sua resistncia, por exemplo, 5% de vazios podem reduzi-la em cerca de 30%, e apenas 2% representam queda de mais de 10%. Santos (2005) diz que se espera perda de trabalhabilidade em concretos com adio de borracha, explicado pelo atrito interno que as fibras de borracha desenvolvem, porm, tal atrito pode ser minimizado com a utilizao de aditivos. No quadro a seguir so apresentados alguns estudos referente trabalhabilidade do concreto com adio de borracha.
Autores Ano de publicao Verificao do autor BAUER et al apud Santos (2005) 2002 Com adio de 15% de borracha verifica-se aumento de 17% na trabalhabilidade em relao ao concreto de referncia (com uso de aditivos) AKASAKI et al apud Santos (2005) 2002 Com o aumento das fibras de borracha de 13% para 25% verificou-se a diminuio da trabalhabilidade em at 33% mesmo com o aumento da relao a/c Khatib e Bayomy apud Granzotto (2010) 1999 Constatou-se que em 40% de adio o abatimento chegou prximo a 0.
Tabela 1 Verificaes da influncia da borracha na trabalhabilidade
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12. FATORES QUE INFLUENCIAM A TRABALHABILIDADE
12.1 Consistncia.
Sobral em Bauer (2000) diz que a consistncia tem influncia direta na trabalhabilidade
12.2 Tipos de Mistura, Transporte, Lanamento e Adensamento do Concreto.
Segundo Sobral em Bauer (2000) a trabalhabilidade dever ser adequada para cada tipo de mistura, transporte, lanamento e adensamento do concreto para que haja a devida compactao e que no haja segregao do concreto Ao produzir concreto necessrio que o mesmo seja homogneo, e o tipo de betoneira e o tempo de mistura determinam tal homogeneidade. Se o concreto for bombeado, a mistura no deve ser nem muito seca nem muito mida, ou seja, a consistncia assume um valor crtico. possvel haver uma presso nas paredes dos tubos caso o teor gua/mistura for menor do que o teor ideal. Quando o teor de gua/mistura seca apropriado, o atrito desenvolve-se apenas nas paredes dos tubos, atravs de uma camada muito fina de argamassa, que funciona como lubrificante(BAUER,2000). Se o valor for mais alto que o crtico, h segregao do concreto. Sobral E.S. em Bauer,2000 ainda diz que necessrio um suficiente teor de materiais finos, pois estes funcionam como lubrificante nas paredes dos tubos.
12.3 Dimenses de Peas a Moldar e Afastamento das Armaduras.
Fica evidente a relao que a dimenso das peas a moldar e o afastamento das armaduras tem com a trabalhabilidade, pois uma armadura de menor afastamento exige menor consistncia. O item 87 da NB-1, Norma Brasileira para clculo e execuo de obras do concreto armado, estabelece que seja o dimetro
22 mximo do agregado inferior a da menor dimenso da pea a ser moldada. (Sobral em Bauer, 2000)
13. ESTUDO DA CONSISTNCIA
13.1 Compacidade e Mobilidade. O ACI define a consistncia como sendo a capacidade do concreto ou argamassa escoar, sendo que duas principais propriedades que afetam a consistncia, segundo Ritchie (1962) a compacidade e a mobilidade. A definio de compacidade de acordo com Glanville (1949) nada mais que a quantidade de trabalho interno necessrio completa compactao. A mobilidade aumenta conforme a resistncia interna a deformao diminui, sendo que, depende do ngulo de atrito interno do concreto fresco, coeso e viscosidade. Os estudos de Martins e Akasaki (2005 apud Granzotto, 2010) consistiu em determinar a variao do ndice de consistncia com diferentes dosagens, foram mantidos constantes a quantidade de aditivo e a relao a/c, os resultados mostraram que quanto maior a quantidade de fibras de borracha, menor o ndice de consistncia.
13.2 Segregao
Quando se fala em trabalhabilidade, essencial que se fale em segregao, ou como evitar a segregao. Sobral em Bauer (2000) define segregao como a separao dos constituintes da mistura, o que impede a obteno de uma mistura uniforme, e cita a principal causa primria, que a diferena do tamanho dos gros do agregado, alm dos cuidados que se deve ter para evitar a segregao, como a escolha conveniente da granulometria e cuidado nas operaes que culminam o adensamento. Quando os gros maiores se separam dos demais a causa provvel concreto pobre e seco, com a adio de gua, pode haver melhoria da coeso,
23 porm, se o concreto se tornar muito mido h a segregao pela separao da pasta. (Sobral em Bauer, 2000)
13.3 Exsudao. Na exsudao os agregados no conseguem fixar toda a gua presente da mistura e o excesso sobe para a superfcie, o que caracteriza uma forma particular de segregao. Caso no haja a evaporao da gua da superficie a consequncia pode ser um concreto frgil e poroso. (Sobral em Bauer,2000)
14. FATORES QUE AFETAM A CONSISTNCIA
14.1 Teor de gua/Mistura Seca Atravs desse teor, podemos verificar a influncia indireta do fator gua/cimento. H influncia do teor gua/mistura seca na consistncia, e expresso em porcentagem do peso da gua em relao ao peso da mistura seca.(Sobral em Bauer,2000)
14.2 Granulometria e Forma do Gro do Agregado. Sabe-se que os agregados de forma acicular, laminar e angular so responsveis por vazios na mistura, assim sendo, prefervel agregado de forma arredondada, pois possibilitam mais plasticidade mistura. Quanto granulometria, prefervel agregado de menor superfcie especfica, pois estes, segundo Sobral em Bauer (2000), do mais plasticidade ao concreto. Os fatores teor de gua/mistura seca e granulometria do agregado devem ser considerados em conjunto, pois Glanville apud Bauer (2000), observou que ao aumentar o fator gua/cimento e a relao pedra/areia, houve uma maior plasticidade na mistura.(Sobral em Bauer, 2000)
15. AGREGADO
24 Segundo Albuquerque em Bauer (2000) agregado um material em forma de partcula, sendo tais partculas de diversos tamanhos, de atividade qumica praticamente nula. A importncia do estudo do agregado se justifica pela quantidade na constituio do concreto, sendo o concreto constitudo em sua maior parte por agregados, alm de suas propriedades influenciarem diretamente a durabilidade dos concretos e argamassas e indiretamente as propriedades mecnicas. (Neville, 1997) Outra atribuio importante dos agregados em relao ao concreto na no custo e trabalhabilidade das misturas de concreto. (Petrucci, 2003) Os agregados desempenham uma funo importante nas propriedades do concreto no estado fresco e endurecido, assim sendo, devem apresentar caractersticas que atendam s necessidades especificadas em projeto, como resistncia mecnica e durabilidade, conferindo vida til e desempenho funcional ao concreto. Portanto, com base no que foi supracitado, evidencia-se a necessidade de caracterizar e estudar os resduos de pneus para o uso em concreto.
Figura 7 Agregado brita 5
5 Disponvel em http://www.vtn.com.br/terraplenagem/pedras/areia-e-pedra.php Acesso em Maio de 2014
25 15.1 CLASSIFICAO Albuquerque em Bauer (2000) diz que os agregados podem ser classificados quanto origem (naturais ou industrializados), dimenso (grado e mido), ao peso especfico aparente (leves, mdios e pesados).
15.2 PROPRIEDADES FSICAS
15.2.1 Adeso Pasta/Agregado Segre e Joekes (2000) sugerem tratamento superficial agregados de resduos de pneus. Segundo Tantala et al. (1996) se o agregado e a pasta tem uma boa adeso, ou seja, apresentam uma boa ligao, consequentemente maior a resistncia mecnica. Rostami et al. (1993, apud Granzotto,2010) estudou a influncia do tratamento superficial dos resduos de borracha, trs amostras foram submetidas a trs tipos diferentes de tratamento, lavagem com gua, soluo de CCl4 e uma mistura de limpador ltex. Observou-se uma melhora na resistncia compresso de 16% dos resduos lavados com gua, em comparao aos no lavados, mas os melhores resultados foram obtidos com a soluo de CCl4, observou-se uma melhora de 57% em reao borracha no tratada.
15.2.2 Massa Especfica Absoluta a relao da massa do agregado pelo volume ocupado, sua determinao feita de acordo com a NBR9976 para agregados midos e NBR9937 para agregados grados. Os agregados ocupam cerca de 80% da massa do concreto, o que evidencia a relao direta na massa especfica absoluta do concreto
15.2.3 Massa Especfica Aparente Albuquerque (Bauer, 2000) diz que a massa especfica aparente tambm pode ser chamada de massa unitria ou massa barimtrica. a massa do agregado pelo volume, porm, depende do grau de compacidade e adensamento, ou seja, a massa especfica absoluta levando em considerao as duas propriedades citadas.
26 Para determinao da massa especfica aparente de agregado grado, utiliza-se as recomendaes da NBR 7521. De acordo com Oliveira et al. (1999), os agregados de resduos de borracha apresentam massa unitria no estado solto valor inferior a 0,8 g/cm, assim sendo, recebe a classificao de agregado leve. Muitos autores realizaram a caracterizao da massa especfica do concreto com borracha , os resultados apresentam certa diversidade que, segundo Giacobbe (2008) se justifica pelos diferentes mtodos e granulometrias empregados no processo de caracterizao. O quadro a seguir mostra os diferentes autores e as diferentes massas especficas.
Autores Massa Unitria Massa Especfica Real TOPU, 1994 0,410-0,472 0,650 TOUTANJI, 1995 - 0,610 HERNANDES- OLIVARES,2002 0,840 - NIRSCHL et al., 2004 0,270 1,350 1400 AKASAKI et al., 2004 - 1,90 MENEGUINI, 2003 0,365 0,548 LINTZ; SANCHES; CARNIO, 2004 0,390 0,430 1,100 1,200 MARQUES; TRIGO; AKASAKI, 2004 0,348 1,090 MARQUES; NIRSCHL; AKASAKI, 2006 0,270 1,090 Tabela 2 Massas especficas de acordo com vrios autores Fonte: SANTOS apud GIACOBBE, 2008.
15.2.4 Porosidade Segundo Albuquerque (Bauer, 2000) o espao que fica entre um agregado e outro denominado vazios e pode ser obtido pela diviso entre a quantidade de vazios de um agregado e o volume total do recipiente (agregado+vazios).
27 15.2.5 Agregado submetido a compresso. Ao ser solicitado por esforo de compresso, Nehdi e Khan (2001) verificaram que so geradas tenses nas partes superior e inferior do agregado, o que resulta em microfissuras na pasta, por conta da trao, assim sendo, tal tenso se propaga at encontrar a borracha, que elstica e atrasa o alargamento das fissuras e previne uma possvel desintegrao do concreto.
15.2.6 Compacidade .Pode-ser dizer que a compacidade a diviso entre a massa especfica aparente e a massa especfica absoluta, de acordo com Albuquerque (Bauer, 2000).
15.2.7 ndice de Vazios. o resultado da diviso entre o volume total de vazios e o volume do agregado.
15.2.8 Granulometria. Ao passar por uma peneira e ficar retido em outra, denominando a dimenso menor de A maior de B dizemos que um agregado que fica retido na peneira A e passa na peneira B denominado agregado A/B assim sendo, fica conhecida a graduao do agregado, porm, Albuquerque (Bauer, 2000) diz que o conhecimento da graduao do agregado no suficiente para o caracterizar, sendo necessrio [..]conhecer quais so as parcelas constitudas de gros de cada dimetro, expressas em funo da massa total do agregado(ALBUQUERQUE,A.S. In BAUER, p.91, 2000). Martins (2005) concluiu em seus estudos que as partculas de borracha de dimenso fina em adio ao concreto causa uma menor perda de resistncia mecnica em comparao s partculas mdias e gradas. Santos (2005) realizou ensaios granulomtricos com resduos provenientes do cho do ptio de uma recauchutadora, os resultados esto apresentados na tabela 2 e na figura 8.
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Tabela 3 Resultados do Ensaio granulomtrico da borracha Fonte: Santos (2005)
Figura 8 Porcentagens retidas acumuladas dos agregados de borracha Fonte: Santos (2005)
29 15.2.9 Finura. Albuquerque (Bauer,2000) define agregado de maior finura aquele que possui maior quantidade de gros com dimetros menores que um outro agregado, identificados aps um ensaio granulomtrico.
15.2.10 Mdulo de Finura. Se num ensaio de distribuio granulomtrica somam-se as porcentagens retidas at cada peneira da srie normal e divide o resultado por 100, obtem-se o mdulo de finura do agregado (Albuquerque em Bauer, 2000).
15.2.11 Superfcie Especfica. Para ilustrar o conceito de superfcie especfica, imagina-se uma grande esfera com uma determinada massa e uma determinada superfcie especfica, agora, divida essa grande esfera em 10 esferas menores, com a mesma massa, essas 10 esferas tero superfcie especfica bem maior, e fazendo uma analogia da esfera com agregado para concreto, conclui-se que quanto maior a superfcie especfica maior o fator a/c. (ALBUQUERQUE em .BAUER, 2000).
15.2.12 Teor de Umidade. A massa de gua que o agregado absorve dividida pela massa do agregado seco denominado teor de umidade.
15.2.13 Umidade Superficial. O ensaio para determinao orientado pela NBR9775. Albuquerque (Bauer, 2000) diz que umidade superficial a quantidade de gua absorvida pelos gros de agregado mido. O ensaio consiste na utilizao do frasco de Chapman para a medio do volume e o teor de umidade.
15.2.14 Absoro de gua. Quanto mais poroso o agregado, maior a absoro de gua, a quantidade. O teor de absoro de gua definido pela subtrao do peso do agregado no estado
30 saturado superfcie seca pelo peso do agregado seco, o resultado da subtrao divido pelo peso do agregado seco. (ALBUQUERQUE em BAUER, 2000).
15.2.15 Coeso. Albuquerque (Bauer, 2000) diz que a coeso de um agregado sua resistncia ao cisalhamento exceto quando o mesmo est sob tenso de compresso. A coeso ocorre nas areias midas, no nas secas nem nos agregados grados.
15.2.16 Fragilidade. a capacidade que um agregado tem de quebrar, ou seja, o quanto ele quebradio, podemos dizer que um material frgil um material quebradio. Estudos realizados por Topu (1997) mostraram que com adio de 15% partculas de borracha houve um aumento no ndice de fragildade
15.2.17 Maleabilidade. A maleabilidade o quanto um agregado malevel, ou seja, o quanto o mesmo se deforma sob uma determinada tenso. A argila um material malevel pois se deforma fcil sob baixa tenso. (ALBUQUERQUE em BAUER, 2000).
15.2.18 Tenacidade. Propriedade dos materiais, entre a fragilidade e a maleabilidade, de se fraturarem sob alta tenso, com pequena ou mdia deformao (BAUER, 2000, p.101)
15.2.19 Resistncia Abraso. Podemos chamar de abraso o desgaste superficial que os gros do agregado sofrem quando sujeito a atrio. A pasta de cimento com adio de borracha, segundo Segre (1999) apresenta menor valor de resistncia abraso em comparao pasta de cimento convencional.
31 Marques et al. (2012) em sua pesquisa, realizou estudos com 10% de adio de borracha no concreto e os resultados de resistncia abraso o mesmo comparado a um concreto sem adio de borracha.
16. REFERNCIAS
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