Deve o estudioso de direito cuidar de apontar em que categoria se
enquadra, ressaltando as teorias explicativas de sua existência.
TEORIAS
Negativistas: negava existência a pessoa jurídica, ou seja, tratava
de mero patrimônio destinado a um fim, sem conferir-lhe personalidade jurídica. Negando autonomia existencial a pessoa jurídica os argumentos era que os verdadeiros sujeitos de direito seriam os indivíduos que compõem a pessoa jurídica, de maneira que esta serviria como simples forma de especial de manifestação exterior da vontade dos seus membros.
Afirmativa: essa por sua vez não germinou. Possuía 3 vertentes,
que são as seguintes:
Teoria da ficção: direito subjetivo, não reconhecia a existência
real da pessoa jurídica, imaginando-a como abstração, mera criação da lei. Partindo do conceito que só o homem pode ser sujeito de direito, visto que fora da pessoa física não existem, ou seja caracterizam como uma pura criação intelectual. Fingi-se que existe uma pessoa e atribui-se a essa unidade fictícia capacidade elevando-a à categoria de sujeito de direitos. “ a verdade é que o reconhecimento das pessoas jurídicas por parte do estado não é ato de criação, mas sim de confirmação”
Teoria da realidade objetiva: a pessoa jurídica não seria abstração
ou mera criação da lei. Teria existência própria, real, social, como os indivíduos. A pessoa jurídica resultaria da conjunção de dois elementos; o corpus (coletividade ou conjunto de bens) e o animus (a vontade do instituidor).
Realidade técnica: é a que melhor explica o tratamento
dispensado à pessoa jurídica por nosso direito positivo. Onde a pessoa jurídica teria existência real, não obstante a sua personalidade ser conferida pelo direito. A pessoa jurídica tem existência jurídica distinta da dos membros.
PRESUPOSTO EXISTÊNCIAL DA PESSOA JURÍDICA
Antecedente lógico da pessoa jurídica:
Vontade humana criadora
A observância das condições legais A licitude de seu objetivo
Vontade humana: o elemento anímico para a formação da P.J
Não se pode conceber no Campo do diretório privado, a formação de uma pessoa jurídica por simples imposição estatal em prejuízo da autonomia negocial e da livre iniciativa.
Observância das condições estabelecidas: deve-se considerar que
a existência legal da P.J exige a observância das condições estabelecidas em lei. Assim, portanto a aquisição da P.J exige, na forma da legislação em vigor, a inscrição dos seus atos constitutivos ( contrato social ou estatuto) no registro peculiar. Algumas sociedades demandam além do registro autorização governamental para o seu funcionamento ( caso de companhia de seguros).
Disposições normativas no que tange à atribuição da P.J. Ou
seja, não basta a simples manifestação de vontade dos interessados que se concretiza ao firmarem o registro. Licitude de seu objetivo ou finalidade: não é reconhecida a existência legal e validade à pessoa jurídica que tenha objeto social ilícito ou proibido por lei, pois a autonomia da vontade não chega a esse ponto é limitada por lei!
SURGIMENTO DA PESSOA JURIDICA
ESTA POSSUI UM CICLO DE EXISTÊNCIA.
É indispensável o registro para o nascimento da P.J.
De acordo com o CC-02 permite a conclusão de que a inscrição
do ato constitutivo ou do contrato social no registro compete- junta comercial para as sociedades mercantis em geral; e cartório de registro civil de pessoas jurídicas para fundações associações e sociedades civis. Em algumas hipóteses exige-se ainda a autorização do poder executivo para seu funcionamento. Registro da pessoa jurídica tem natureza constitutiva, antes deste não há o que se falar em pessoa jurídica enquanto sujeito de direito.
Nas sociedades irregulares ou de fato a responsabilidade dos
sócios é limitada Os sócios que se apresentaram como representantes da sociedade terão responsabilidade direta e os demais, subsidiária, mas todos assumem responsabilidade sem limite pelas obrigações contraídas em nome da sociedade. O registro das P. J não tem efeito retro-operante para legitimar os atos praticados nesse interstício. Durante esse período, pois, a responsabilidade dos sócios é pessoal e limitada. É indiscutível o fato de que a sociedade irregular ou de fato não pode pleitear direito próprio, por lhe faltar capacidade jurídica para tanto. Da mesma forma não se imagina uma sociedade irregular participando da fase de habilitação em uma licitação publica. Pois sua irregularidade prejudica o reconhecimento de direitos e prerrogativas. GRUPOS DESPERSONALIZADOS
Os grupos despersonalizados ou com personalidade
anômala constituem um conjunto de direitos e obrigações, de pessoas e de bens sem personalidade jurídica e com capacidade processual, mediante representação. Dentre eles podemos citar a família, as sociedades irregulares, a massa falida, as heranças jacente e vacante, o espólio e o condomínio. Massa falida: Herança: Jacente- quando não conhecemos os herdeiros ou então quando estes reconhecidos repudiaram a herança, renunciaram não existindo substituto. Vacante: pela vacância os bens são entregues ao estado. Essa fase não tem o condão de incorporar os bens definitivamente ao estado, o que só vem a acontecer depois de 5 anos da abertura da sucessão. Espólio: simples conjunto de direitos e obrigações do falecido, ou seja, uma massa patrimonial deixada pelo autor da herança. Condomínio: possibilita a titularidade coletiva de determinado bem, cabendo a qualquer dos co-proprietários igual direito sobre todo e cada uma das partes.
CAPACIDADE E REPRESENTAÇÃO DA P.J.
O ente tratado pode gozar de direitos patrimoniais ( ser
proprietário, usufrutuário) de direitos obrigacionais ( contratar) e de direito sucessório já que pode adquiria mortis. Também possui direito a personalidade
Capacidade da pessoa jurídica: decorre da personalidade que
a ordem jurídica lhe reconhece por ocasião de seu registro; essa capacidade estende-se a todos os campos do direito; pode exercer todos os direitos subjetivos, não se limitando à esfera patrimonial; tem direito à identificação, sendo dotada de uma denominação, de um domicílio e de uma nacionalidade; a pessoa jurídica tem capacidade para exercer todos os direitos compatíveis com a natureza especial de sua personalidade. Tendo preservados os direitos a integridade moral ( sob o aspecto objetivo) à imagem ao segredo etc. A pessoa jurídica possui capacidade jurídica especial. O sue campo de atuação jurídica encontra-se delimitado no contrato social nos estatutos ou na própria lei. Não deve portanto praticar atos ou celebrar negócios que extrapolem da sua finalidade social , sob pena de ineficácia.
A pessoa jurídica dada a sua estrutura, exige órgãos de
representação para poder atuar na órbita social para poder atuar na orbita social. Isto é não pode atuar por si mesma , a sociedade ou a associação age, se faz presente por meio das pessoas que compõem os seus órgãos sociais e conselhos deliberativos. Onde essas pessoas praticam os atos como se fosse o próprio ente social. Se a administração for exercida por várias pessoas, em uma administração coletiva a decisão se tomará pela maioria dos votos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso. Por fim registre-se que a pessoa jurídica não pode ser considerada genericamente incapaz para a pratica de atos jurídicos mesmo que lhe falte de maneira momentânea ANIMUS de definitividade, quem a possa presentear. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado nomear-lhe-à administrador provisório.
CLASSIFICAÇÃO DA PESSOA JURIDICA
PODEM SER:
Direito público (interno ou externo).
É aquela que possui sede no território nacional. Constituída
para organização da administração publica Interno: união, estados, distrito federal e os territórios, os municípios, as autarquias e as demais entidades de caráter público criadas por lei. (INSS, SUNAB...)
Externo: possui sede fora do território internacional. É o
caso da união, nas suas relações com outros países e dos organismos internacionais ( ONU, OEA, UNESCO )
Direito privado
É aquela constituída para realização de interesses
particulares de circulação de riquezas ou para desempenhar atividades sem qualquer finalidade econômica. Podem ser:
Pessoa jurídica de fins econômicos: sociedade simples e
empresarial.
Referente ao direito empresarial. Dependendo do tipo de
atividade realizada, a doutrina tradicional sustenta que a sociedade poderá ser civil ou mercanti. A diferença é que a sociedade mercantil pratica atos de comercio para produzir lucros. A sociedade civil por sua vez não empreendem atividade mercantil ou seja não atuam na qualidade de comerciantes ( é o caso das sociedades formadas por certos profissionais). Podendo ser também EMPRESÁRIAS OU SIMPLES:
EMPRESÁRIAS: vem a ser a pessoa jurídica que exerça
atividade econômica organizada para a produção ou circulação de bens ou de serviços. Sendo obrigatório o registro do empresário no registro publico de empresas mercantis respectiva sede, antes do inicio de sua atividade. Assumindo as formas de: Sociedade em: nome coletivo, comandita simples, limitada, anônima, em comandita por ações. SIMPLES: trata-se de pessoas jurídicas que, embora persigam proveito econômico, não empreendem atividade empresarial. São como se conhece as tradicionais conhecidas sociedades civis não tendo obrigação legal de inscrever os seus atos constitutivos no registro publico de empresas mercantis, mas somente no cartório de registro civil. Sendo alcançado pelo exercício de certas profissões ou pela prestação de serviços técnicos ( ex: sociedade imobiliária, uma sociedade que presta serviço de pintura).
ASSOCIAÇÕES
São entidades de direito privado, formada pela união de
indivíduos com o propósito de realizarem fins não econômicos. Podendo ser educacional, lúdica, profissional, religiosa, etc. Geralmente é união de pessoas (associados) na forma estabelecida pelo seu ato constitutivo, denominado estatuto. A sociedade não está impedida de gerar renda que sirva para mantença de suas atividades e pagamento do sue quadro funcional. A receita gerada deve ser revertida em beneficio da própria associação em visando a melhoria de suas atividades. Além da assembléia geral, órgão Maximo da associação é muito comum que o seu estatuto autorize a composição de um conselho administrativo ou diretoria e de um conselho fiscal. Onde a estrutura organizacional da entidade, portanto respeitados preceitos legais de ordem publicas, depende do conteúdo normativo de seu estatuto. Quanto à exclusão do associado: Está só é permitida se houver justa causa, com direito de defesa e de recurso, nos termos previsto no estatuto. Assembléia geral especialmente convocada aprecia a existência de motivos graves e decide pela aplicação da sanção.
BENS REMANESCENTES.! FUNDAÇÕES
Resultam da afetação de um patrimônio, por testamento ou
escritura publica , que faz o seu instituidor, especificando o fim para o qual se destina. O que se mostra aqui é atribuição de personalidade jurídica a um patrimônio, que a vontade humana destina a uma finalidade social. Só podendo constituir-se para fins religiosos, morais, culturais ou de assistência. Não podendo ter atividade econômica com escopo lucrativo Portanto tem como requisito importante o patrimônio e sua destinação a um fim.
PARA CRIAÇÃO DE UMA FUNDAÇÃO há uma serie
ordenada DE ETAPAS QUE DEVEM SER OBSERVADAS:
Afetação por bens livres por meio de ato de dotação
patrimonial Instituição por escritura publica ou testamento Elaboração dos estatutos Aprovação dos estatutos Realização do registro civil