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Práticas e Modelos de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares

DRECT7 Oficina de Formação Online

Apreciação Final

Não sei se deva ou não, mas são as palavras que, por ora, me ocorrem. De Teresa
Calçada. Em Coimbra. Auditório do Instituto Superior Bissaya-Barreto. Decorria o
nono mês latino. Em reunião com professores bibliotecários e responsáveis pelo Plano
Tecnológico da Educação. A sua voz soa ao ritmo do bater de cada tecla … O professor
bibliotecário é o agente que representa o lugar, por excelência, onde estão os melhores
recursos de informação de toda uma escola, sejam eles analógicos, digitais, multimédia
…De facto, estas palavras, pela dimensão que integram e que representam,
perplexificam o professor bibliotecário, a um tempo enlevado e desassossegado, dado
nele recair o peso altaneiro de uma responsabilidade em suas mãos depositada. É ele,
em cada escola, o gestor de informação, ou melhor, o professor de literacia de
informação, cujo principal objectivo será formar leitores. Leitores em todas as literacias.

Esta acção de formação caiu na minha vida de forma inesperada, num exercício
paraquedista. Quer pela presteza com que surgiu, quer pela alucinante rotação que veio
trazer ao decurso das poucas horas das minhas escassas semanas. Contudo, sopesando
alguns percalços e dissabores, veio, indubitavelmente, dar alguma resposta às minhas
necessidades pessoais, no que respeita ao desenvolvimento de competências que me
permitam assumir em plenitude a função de professora bibliotecária e o cargo de
coordenadora da Biblioteca Escolar, posto que o projecto formativo em questão
possibilitou a aquisição de capacidades, competências e atitudes imprescindíveis à
minha actividade diária, permitindo-me, além disso, assumir-me como um elemento
interveniente, crítico e empreendedor na árdua tarefa de gerir a informação e formar
leitores na minha comunidade escolar.
As expectativas avolumaram-se em fase inicial. Algumas foram, sem dúvida,
correspondidas. O percurso era ténue e sinuoso. Não impossível. Foi possível neste
percurso colmatar algumas lacunas sentidas. As leituras propostas, a pesquisa de outras
tantas para leitura paralela, a divulgação e partilha de trabalhos, a oportunidade de sobre
eles reflectir, proporcionaram uma dinâmica interacção, interessante e enriquecedora,
entre os formandos, ainda que em ambiente virtual. Foi a primeira vez que realizei uma
formação em linha. Inicialmente apreensiva, pelo modo de realização “solitária”, cedo
me “converti” à virtualidade latu sensu do diálogo e partilha de trabalho. O desafio foi
grande mas enriquecedor. Aguarda-se que a resposta possa estar à altura do desafio.
A motivação e capacidade para gerir de forma eficaz e atempada as actividades
solicitadas são essenciais neste tipo de formação, uma vez que estas se baseiam na
autogestão e no trabalho autónomo, integrando concomitantemente uma disciplina de
desenvolvimento de competências que contribuirá, por consequência, para uma
melhoria das práticas.
Após análise detalhada da minha intervenção nesta acção de formação, poderei
afirmar que o resultado, no que me diz respeito, se traduz numa mais-valia de
conhecimentos no âmbito do Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar. Como a
própria designação da acção indica, pretendia-se uma abordagem pragmática, objectivo
alcançado, dada a simulação de várias situações aplicáveis ao contexto actual das
Bibliotecas Escolares, tendo sido largamente proporcionada a troca de ideias e
experiências.
Esboçada em traços largos esta reflexão perspéctica, passemos a elencar alguns
dos aspectos mais positivos, por terem contribuído para a autoformação pessoal e
consequente melhoria das práticas:
- as metodologias, os temas e os conteúdos abordados foram pertinentes e
adequadamente tratados;
- a reflexão e o debate promovidos, materializados nos exercícios questionados e
resolvidos, disponibilizados na plataforma pelos formandos, permitiram a partilha do
pensamento, o criticismo construtivo, o intercâmbio de uma diversidade caleidoscópica
de ideias;
- a síntese da cada sessão, disponibilizada pelas formadoras, permitiu a verificação
paulatina dos pontos fortes e fracos do nosso trabalho, levando à consciencialização da
tomada de acções para a melhoria (e são muitas!...);
- as discussões, nos fóruns, apesar da mais que sentida escassez de tempo para as
desenvolver com pertinência e acuidade, a colocação de dúvidas, o desabafo de anseios,
de outros problemas, de percalços vários … obtiveram não raramente resposta anímica,
mormente dos colegas formandos;
- os meios utilizados foram adequados ao bom desempenho global da Oficina de
Formação, sendo que passei a apreciar a formação em regime de e-learning, pela
comodidade e eficiência no cumprimento das tarefas;
- considero ter havido um justo equilíbrio entre teoria e prática;
- a autonomia concedida na realização das tarefas foi, em minha opinião, um dos
aspectos mais positivos desta formação.
No quadro assim esboçado, considero que esta acção constituiu o momento e o
espaço oportunos para entender o modelo de avaliação da BE como um instrumento
pedagógico de definição de factores críticos de sucesso com vista à melhoria, já que a
auto-avaliação deve ser entendida como um processo pedagógico e regulador, inerente
à gestão e procura de uma melhoria contínua da BE. Neste sentido, a escola deverá
encarar este processo como uma necessidade própria e não como algo que lhe é
imposto do exterior, pois de facto todos irão beneficiar com a análise e reflexão
realizadas (Modelo de Auto-Avaliação da Biblioteca Escolar, Gabinete da Rede de Bibliotecas
Escolares, 2009).

Nem tudo teve o perfume das rosas, obviamente. Alguns aspectos, como é natural,
revestiram-se de um carácter menos valorativo da acção de formação, embora prefira
designá-los por leves críticas.
Desde logo, a duração da acção. O tempo foi extremamente escasso para as
leituras e tarefas a realizar/apresentar (em todo o caso, entendo perfeitamente as
circunstâncias que conduziram à sua realização em tão curto espaço temporal). O
desconcerto foi quase absoluto: no ritmo de trabalho, nas solicitações, na asfixia
provocada pelas dificuldades de conciliação das obrigações a que estamos sujeitos.
Por outro lado, amiúde, os enunciados/indicações de tarefas eram um pouco
extensos, provocando alguma dispersão. Com calma, persistência e resposta às nossas
dúvidas pelas formadoras, lá encontrava o meu “fio de Ariadne” para realizar e
apresentar a tarefa (eis a capacidade autonómica).

Em jeito conclusivo, e de uma forma genérica, considero que a acção foi bem
sucedida, no formato em que decorreu, obedecendo a uma adequada gestão e moderação
por parte das formadoras. No que me diz respeito, considero que manifestei empenho e
motivação na realização de todas as tarefas, apesar do revés sofrido na realização da 2ª
tarefa (3ª sessão), salvaguardando alguns problemas do foro clínico que em nada me
auxiliaram.
Não será repetitivo sublinhar que coexistiu uma partilha dos saberes adquiridos,
das dúvidas, das reticências e da panóplia de opiniões, o que constitui de per si a
verdadeira semântica de uma oficina de formação.
A acção foi muito explícita na capacitação dos formandos relativamente à
importância da auto-avaliação das Bibliotecas Escolares e no tão requerido processo de
recolha de evidências, aprendizagens que, nitidamente, serão úteis na prática
profissional quotidiana. Apre(e)ndemos que, segundo Ross Todd, a recolha de
evidências fundamenta a necessidade que as bibliotecas têm de fazer a diferença na
escola e de provar esse impacto no contexto da escola (Ross Todd, “The evidence-based
manifesto for Scholl Librarians”, School Library Journal, 2008).
Deste modo, e Markless também reforça esta mesma ideia (Steatfield Markless,
Evaluating the impact of your library, Facet Publishing, London, 2006), apre(e)ndemos em
simultaneidade que é de uma importância crucial ir além dos processos e recursos
existentes para nos centrarmos na mais-valia que estes trazem à escola, ou seja, nos
impactos que estes originam na escola. Trata-se de todo um processo que parte da
identidficação de um problema, passando pela recolha de evidências e pela sua
avaliação, de modo a delinear orientações futuras.
Não restam dúvidas que este modelo da acção, desenvolvendo-se numa
perspectiva de formação em que a aplicação prática dos saberes, aliada a uma adequada
dinâmica pedagógica, promovendo o debate e a partilha de experiências e
conhecimentos, constituiu-se como um corpus enriquecido, com claras implicações na
minha prática diária, aliás já em exercício de aplicação. Um exercício entretecido ao
sabor das muitas palavras quotidianamente lidas, quotidianamente sentidas.
Termino como comecei. Pelo correr na mente de outras palavras. Sonhadas.
Abençoadas. Um leitor é um viajante através de uma paisagem que se foi fazendo. E é infinita. A
árvore foi escrita, e a pedra, e o vento na ramaria, a saudade dessas ramagens e o amor ao qual
emprestou a sua sombra. E não encontro melhor sina que percorrer, em poucas horas diárias, um tempo
humano que, de outro modo, me seria alheio. Não chega uma vida para percorrê-lo. Roubo a Borges
metade de uma frase: uma biblioteca é uma porta no tempo.(Carlos Maria Dominguez, Casa de Papel)

Proença-a-Nova, 28 de Dezembro de 2009

A Formanda,
Isabel Margarida Teixeira Dias de Bessa Garcia

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