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1- A objetividade e a subjetividade;
2- Uma crítica às leis e às conexões regulares nas ciências da cultura;
3- O significado da “validade objetiva” e dos “tipos ideais”;
4- A neutralidade axiológica em Max Weber;
5- Sujeito e objeto na teoria weberiana: ação social e relação social.
1- A objetividade e a subjetividade;
2- Uma crítica às leis e às conexões regulares nas ciências da cultura;
3- O significado da “validade objetiva” e dos “tipos ideais”;
4- A neutralidade axiológica em Max Weber;
5- Sujeito e objeto na teoria weberiana: ação social e relação social.
1- A objetividade e a subjetividade;
2- Uma crítica às leis e às conexões regulares nas ciências da cultura;
3- O significado da “validade objetiva” e dos “tipos ideais”;
4- A neutralidade axiológica em Max Weber;
5- Sujeito e objeto na teoria weberiana: ação social e relação social.
A partir de texto original de Antonia Aleksandra Oliveira 1- A objetividade e a subjetividade
No texto A objetividade do conhecimento na cincia social e na
cincia poltica est em jogo a validade do conhecimento objetivo nas cincias da cultura. As preocupaes centram-se nos riscos da subjetividade e os desafios epistemolgicos e metodolgicos no exerccio da cincia social.
Para entendermos melhor, necessrio fazer uma diferena entre
juzo de valor e juzo de fato. A objetividade em Weber no sinnimo de neutralidade. Para a investigao cientfica, Weber acha necessrio abrir mo de ideias valorativas na anlise da vida social. Trata-se de um afastamento da subjetividade sem, no entanto, aniquilar a valorao pessoal, o que no seria possvel.
O autor admite claramente a fora e a presena da subjetividade,
por exemplo, na escolha do tema de estudo, e ao mesmo tempo acurar o olhar para perceber a realidade para alm de sua cosmoviso.
Essa tenso epistemolgica weberiana revela uma travessia rdua
e necessria, em que o pesquisador migra da zona de conforto de suas emoes e convices para a dureza da realidade objetiva.
Ningum consegue ficar aptico sua essncia subjetiva, pois
nela esto nossos valores, crenas, convices. Entretanto, tais prticas valorativas no sero os elementos norteadores de nossa prtica cientfica.
Cada indivduo e mesmo os grupos possui uma perspectiva
particular em contraponto a outras perspectivas possveis sobre o mesmo tema. Os juzos de valor so permeados por lentes que ocultam elementos incmodos e enaltecem outros elementos prestigiosos. Na cincia, esta parcialidade deve ser relativizada para que no haja arbitrariedades sobre valores.
O zelo sobre a pluralidade de pontos de vista deve ser sagrado e
preservado a qualquer custo. A matria prima do conhecimento cientfico deve ser o juzo de fato, o empirismo da realidade, a racionalidade, a sistematizao, a objetividade, aguando o olhar para o que , e no sobre o que deve ser.
Para o autor, o saber objetivo no deve trabalhar a partir da noo
de universalidade das leis, mas mediante pressupostos
reconhecidos academicamente, com um ordenamento conceitual
vlido da realidade emprica.
Weber destaca a variabilidade da realidade social. Nesta, sua
constituio e funcionamento guardam causas e efeitos diversos, difceis de serem apreendidos.
Portanto, a objetividade antes um compromisso de busca de
afastamento de valores pessoais, do que a garantia absoluta de imparcialidade.
2- Uma crtica s leis e s conexes regulares nas cincias da
cultura
Para Weber, haveria uma natureza infinita de causas e
consequncias que constituem as aes humanas. Tais aes tambm possuem caractersticas de dinamicidade, heterogeneidade e imprevisibilidade. Por isso, no so passveis de enquadramentos e mensuraes causais.
O objeto de estudo histrico, portanto, instvel. A nica
constante a variabilidade da transmutao. Dessa forma, no admissvel a existncia de leis e nem de conexes regulares.
Existiriam, apenas, padres de regularidade em decorrncia da
probabilidade de acontecimentos, dentro de uma estrutura de variveis. Conhecer as regularidades no o fim do estudo em si, mas antes um meio para se chegar ao conhecimento sobre alguma coisa.
3- O significado da validade objetiva e dos tipos ideais
Weber refora a dificuldade em analisar objetivamente a vida
sciocultural, constituda e articulada pela subjetividade cotidiana. Para ele, o prprio conceito de cultura um conceito de valor.
O cientista social , ao mesmo tempo, sujeito e objeto de sua
pesquisa, como prope Bourdieu. tarefa sria desconstruir para reconstruir interrogativamente e interpretar o mundo no qual se est imerso. Isso porque a vida se manifesta dentro e fora de ns, sob uma diversidade de eventos que aparecem e desaparecem simultnea e sucessivamente.
Ao admitir a condio intrnseca entre a realidade vivenciada e a
realidade estudada, percebe-se que no h como exercer a
prtica cientfica abstendo-se de pressupostos. Portanto, deve-se
tirar proveito dessa subjetividade latente: auxiliar que ideias de valor permitam a escolha do objeto de investigao, o que confere afinidade e motivao, bem como capta os sentidos e significados culturais que emanam do objeto.
neste ponto em que Weber cria o conceito de tipo ideal. O tipo
ideal no uma hiptese, mas pretende apontar o caminho para uma hiptese. No se trata de uma exposio da realidade, mas pretende conferir a ela meios expressivos e unvocos.
O tipo ideal no um modelo estabelecido, e nem reflexo da
realidade, esta que se define pela complexidade e imensa e maior que qualquer conceito. Trata-se de um conceito racional com o propsito de comparao com a realidade, que pe em evidncia caractersticas marcantes. Ele apenas um meio para o conhecimento da realidade.
O tipo ideal no tem inteno de ser teoria geral, at porque isso
comprometeria o manancial de singularidades contidas na realidade social. Ele mede e caracteriza as relaes individuais evidenciando as significaes dos fenmenos culturais.
Weber alerta para os limites da tipificao, tendo em vista que a
realidade vasta demais para ser abarcada. Por isso o conceito de tipo ideal rico: ele transitrio e se reinventa, sem determinismos ou fatalidades. Ele confere ordem ao caos dos fatos que inclumos no mbito dos nossos interesses.
4- A neutralidade axiolgica em Max Weber
No texto O sentido da neutralidade axiolgica nas cincias
sociais e econmicas, publicado na obra Metodologia nas cincias sociais, Weber aborda problemas relativos s divergncias entre juzo de fato e juzo de valor.
No artigo em questo, Weber comea narrando a histria de um
professor que vive o drama entre expor o conhecimento sistematizado ou apresent-lo sob seu prisma pessoal. Para o autor, independente do ponto de vista, as apreciaes do professor no estariam livres de valores. Como soluo, Weber acredita na neutralidade, mas aconselha aos opositores desta opinio que zelem pela diversidade de pontos de vista.
No caso do exerccio da cincia, entram em questo os juzos de
fato e os juzos de valor. Mesmo considerando nossas paixes e a escolha pelo tema, necessrio manter o rigor que a prtica
cientfica reivindica, atendo-nos ao desenvolvimento dos fatos,
mesmo que contrarie nossas avaliaes pessoais. A isso Weber nomeia neutralidade axiolgica, ou seja, o compromisso com a lisura na investigao social.
A partir da influncia kantiana, Weber tambm compreende a
distino entre o conhecimento (razo pura) e ao (razo prtica). Por isso, defende que tarefa da cincia analisar e interpretar a realidade (no campo do conhecimento, desvendar a essncia, o ser social). J poltica cabe a incumbncia de operar (de ordenar as aes, o dever ser sobre o mundo).
Weber defende a ideia de que a cincia pode e deve se manifestar
com relao a algumas questes que envolvem fins e valores dentro de algumas circunstncias especficas, das quais se possam extrair contribuies ao humana na soluo de problemas prticos, a saber: a) Demonstrando quais valores que os indivduos assumem quando avaliam uma determinada situao ou ao sob pontos de vista contrrios; b) Mostrando como a escolha de determinados fins leva a certas consequncias prticas; c) Avaliando se pode haver contradies entre os fins desejados e os meios empregados, como tambm consequncias no previstas no curso da ao.
Weber afirma que no tarefa da cincia social apontar
caminhos, prever os rumos da histria, mas, a partir do cenrio e das tendncias que se apresentam, concluir probabilidades.
A sociologia compreensiva weberiana modesta, mas da a sua
resistncia, porque admite a dissolubilidade da realidade social. E como a cincia inerente realidade, dela esperam-se contribuies.
5- Sujeito e objeto na teoria weberiana: ao social e relao
social
A teoria de Max Weber no norteada pela primazia do objeto,
mas fundada na procedncia do sujeito. a partir do indivduo que ele pensa e elabora a explicao da realidade social. com esta frmula inovadora que ele inaugura a sociologia compreensiva.
Weber afirma que o fundamento da sociologia compreender a
ao social e explic-la em seus cursos e efeitos.
Ao social vem a ser toda aquela dotada de sentido e que
exercida por um indivduo tomando como referncia o comportamento de outros indivduos. Estes outros indivduos podem ser conhecidos ou fazer parte de um grupo indeterminado que influencia o indivduo da ao.
Quando a ao social exercida em carter de reciprocidade
com outro(s), ser estabelecida uma relao social, pois h compartilhamento entre os agentes.
Tomemos um exemplo: eu escrevo um e-mail para algum,
com determinada motivao e contedo, na esperana de que seja lido. Suponhamos que ele seja bloqueado. Neste caso teremos uma ao social. Entretanto, caso chegue ao destinatrio e o indivduo responda, teremos uma relao social.
No questo obrigatria que os atores compartilhem de um
sentido idntico para as aes em questo. Entretanto, a inteno de considerar as aes dos outros, que podem ser efmeras, ou podem se tornar regulares: amizade, inimizade, amor passional, a luta, a troca no mercado, a violao dos pactos, etc.
Atravs das relaes sociais possvel compreender a raiz das
estruturas sociais. As relaes comunitrias (caracterizadas pelo sentimento subjetivo de pertencimento afetivo ou tradicional ao grupo) fomentam diversos tipos de comunidades. J as relaes associativas (na quais se perseguem interessess comuns, num acordo racional, por afinidade, adeso) se originam as associaes ou sociedades.
Nas relaes sociais abertas qualquer indivduo pode fazer parte
de uma comunidade ou sociedade. J nas relaes sociais fechadas sua natureza e funcionamento so constitudos por regras que restringem a participao.
No quadro de uma associao, a figura central do dirigente e,
eventualmente, de um quadro administrativo. Fazem parte deste grupo de associaes as empresas, as unies e as instituies
A sociologia de Weber no a cincia social dos grupos, mas
de indivduos agindo socialmente. As aes sociais esto centradas nos agentes. As aes dos homens esto carregadas de motivaes as quais cabem sociologia decifrar. Desta feita, Weber esquadrinha os tipos de ao social.
5.1- Tipos de ao social
a) De cunho Racional:
Ao social referente a fins: pautada numa expectativa
calculada pelo agente quanto aos meios para obter os fins. Exemplo: A compra de um carro econmico, independente de marca, modelo, tipo ou cor.
Ao social referente a valores: pautada na crena consciente
de valor absoluto e intrnseco, medido por padro de comportamento tico, esttico, religioso, econmico, etc. O motivo da ao a crena em um valor, indiferente aos resultados positivos ou negativos. Exemplo: A compra de um carro de luxo com opcionais que revele o pertencimento a determinada classe social.
b) De cunho Irracional:
Ao social afetiva: pautada pelo comportamento afetivo do
agente, especialmente no que diz respeito s emoes. Rende-se a apelos impulsivos, que buscam a satisfao adjacente. Exemplo: A compra de um carro do modelo Gol, o mesmo utilizado pelo pai do agente da compra ao longo de toda a vida.
Ao social tradicional: pautada pelo comportamento que
segue estmulos habituais, arraigados pelo costume, o que compreende nosso senso de dever, de compromisso que executado inconscientemente: convenes sociais, higiene pessoal, prtica de determinados esportes em detrimento de outros, etc. Exemplo: compra de um carro modelo Fusca porque o agente sempre compra este modelo.
Tal classificao leva em conta modelos ideais, cujos exemplos
puros raramente so encontrados na sociedade. Muitas vezes so vrios os motivos de uma ao, o que cria possibilidades de ela estar contemplada em mais de um tipo.
No primeiro par (De cunho racional) predominam as aes fruto de
pensamento racional do indivduo, que vislumbra com maior coerncia os motivos de sua ao. Neste caso o individualismo mais acentuado. No segundo par (De cunho irracional) prevalecem os procedimentos pouco elucubrados. Neste caso, pouco provvel que o agente descubra a tradio que vai seguir ou o afeto que ir desenvolver.
A partir deste pressuposto, podemos afirmar que os dois primeiros
podem ser chamados de aes associativas, e os dois seguintes de aes comunitrias.