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Ladrões de cobertor

Ahhh... o amor!

Quantas obras, quantas tragédias e também quantos feitos em nome do AMOR!

Meu objetivo não é discutir o significado, a origem ou as interpretações dadas ao amor.

Refiro-me aqui ao amor de Romeu e Julieta. Ao amor dos filmes românticos em geral.
O amor entre duas pessoas que se gostam e onde a coisa mais importante é ficar junto.

E como é gostoso poder se aquecer, neste dias frios e chuvosos, junto de alguém que se
gosta. Onde além da companhia compartilhamos o calor um do outro. O calor que
representa nossa vida pulsante através de nossos corações palpitantes de amor.

Mas, fica uma dúvida.


O ser humano é um ser complexo. Suas emoções e sentimentos também.
E o mais complexo de todos é o amor. Um dos pontos onde reside esta complexidade do
amor é a questão da certeza. Como ter certeza de que o encontrou? Como?

Pois, eu acredito ter encontrado esta resposta!


Pelo menos na circunstância em que um dos dois envolvidos na relação é um Ladrão
de Cobertor!!!

Pois eu lhes digo com toda a convicção, se você está com alguém e esta pessoa é um
Ladrão ou uma Ladra de Cobertor e ainda assim você quer ficar junto desta pessoa: SÓ
PODE SER AMOR!

Não há outra explicação.

Imagine a situação.
Nesta sequência de dias frios, úmidos e chuvosos que estamos tendo. Ninguém mais
aguentando passar um único minuto de frio. Às vezes abre-se uma fresta no céu
carregado deixando transparecer um fio de esperança de que o Sol retornará. Para logo
em seguida desvanecer na forma de densas e cinzas nuvens.

Nuvens acompanhadas de ondas e mais ondas de garoas que se avolumam e


transformam-se em torrentes chuvosas e gélidas.

Mas você... você que encontrou alguém ainda se agarra àquela esperança e aquele
sentimento que, por si só, já aquece um pouco, “tenho alguém para me aquecer esta
noite”.

E assim chega a noite. Vão os dois para a cama. Aconchegam-se um ao outro debaixo
dos cobertores. O calor dos dois juntos torna a experiência de deitar na cama fria
suportável, depois agradável e por último prazerosa.

Os corpos e corações acalentados descansam tranquilos.


Até que...

Lá pelas 3 da matina você acorda! Pés e mãos quase insensíveis.


Então um espirro. Aquela sensação totalmente desagradável de que o ar está lhe dando
um abraço gélido.

Aí você olha para o lado e vê aquela montanha que ocupa a exata metade da cama.
A metade que não é a sua! Mais parece que cresceu uma cordilheira no meio da sua
cama durante a noite.

E então, finalmente você percebe o que aconteceu.


Você está dormindo com um Ladrão / Ladra de Cobertor!

O instante de fúria logo se apazigua quando sua vista se acostuma à escuridão do quarto
e você divisa aquele rosto que te faz suspirar, por entre a pilha de cobertores
amontoados. Sutilmente, com a intenção de não acordá-la, você tenta puxar uma
pequena, ínfima até, parcela do cobertor de volta para você.

Mas o Ladrão / Ladra de Cobertor não se dá por vencido assim facilmente.


Em primeiro lugar, porque na primeira puxada você percebe que de alguma maneira
estes indivíduos conseguem se enrolar de forma absurda no cobertor.
Em segundo lugar, porque quando você puxa o cobertor, eles rosnam (mesmo dormindo
ou fingindo ainda não sei) como tática para te assustar e te fazer desistir.
Em terceiro lugar, se você continuar puxando eles se enrolam um pouco mais para testar
a tua persistência.
E por último, acordam de mau humor e te acusam de estar tentando roubar o
cobertor!!!

E é por isso que eu lhes afirmo e desafio alguém a provar que estou errado.

Que se você sobreviver à hipotermia e ainda quiser ficar junto com esta pessoa.

Acredite!
Você encontrou o AMOR!

Blumenau, 10 de janeiro de 2003.

Vanderlei Dallagnolo

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