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Estabelece que 10% das vagas em concursos públicos municipais devem ser reservadas para candidatos afrodescendentes. Define regras como o número mínimo de vagas para a reserva ser aplicada e o arredondamento de frações. Também trata das penalidades em caso de declaração falsa de raça e da não aplicação da lei para editais publicados anteriormente.
Estabelece que 10% das vagas em concursos públicos municipais devem ser reservadas para candidatos afrodescendentes. Define regras como o número mínimo de vagas para a reserva ser aplicada e o arredondamento de frações. Também trata das penalidades em caso de declaração falsa de raça e da não aplicação da lei para editais publicados anteriormente.
Estabelece que 10% das vagas em concursos públicos municipais devem ser reservadas para candidatos afrodescendentes. Define regras como o número mínimo de vagas para a reserva ser aplicada e o arredondamento de frações. Também trata das penalidades em caso de declaração falsa de raça e da não aplicação da lei para editais publicados anteriormente.
Smula: Reserva vagas a afro-descendentes em concursos
pblicos, conforme especifica.
Art. 1. Ficam reservadas aos afro-descendentes, 10% (dez por
cento) das vagas oferecidas nos concursos pblicos, efetuados pelo Poder Pblico Municipal e suas Autarquias, para provimento de cargos efetivos. 1 A reserva de vagas ser aplicada sempre que o nmero de vagas oferecidas no concurso pblico for igual ou superior a 5 (cinco). 2. Preenchido o percentual estabelecido no edital de abertura, a Administrao fica desobrigada a abrir nova reserva de vagas durante a vigncia do concurso em questo. 3. Quando o nmero de vagas reservadas aos afrodescendentes resultar em frao, arredondar-se- para o nmero inteiro imediatamente superior, em caso de frao igual ou maior a 0,5 (zero vrgula cinco), ou para nmero inteiro imediatamente inferior, em caso de frao menor que 0,5 (zero vrgula cinco). 4. A observncia do percentual de vagas reservadas aos afrodescendentes dar-se- durante todo o perodo de validade do concurso e aplicar-se- a todos os cargos oferecidos. Art. 2. O acesso dos candidatos reserva de vagas obedecer o pressuposto do procedimento nico de seleo. Art. 3. Na hiptese de no preenchimento da quota prevista no art. 1, as vagas remanescentes sero revertidas para os demais candidatos qualificados no certame, observada a respectiva ordem de classificao. Art. 4. Podero concorrer s vagas reservadas a candidatos negros aqueles que se autodeclararem pretos ou pardos no ato da inscrio no concurso pblico, conforme o quesito cor ou raa utilizado pela Fundao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica - IBGE.
Pargrafo nico. Tal informao integrar os registros
cadastrais de ingresso de servidores. Art. 5. Detectada a falsidade na declarao a que se refere o artigo anterior, sujeitar-se- o infrator s penas da lei, sujeitando-se, ainda: I Se j nomeado no cargo efetivo para o qual concorreu na reserva de vagas aludidas no art. 1, utilizando-se da declarao inverdica, pena disciplinar de demisso; II - Se candidato, anulao da inscrio no concurso pblico e de todos os atos da decorrentes. Pargrafo nico. Em qualquer hiptese, ser-lhe- assegurada ampla defesa. Art. 6. As disposies desta Lei no se aplicam queles concursos pblicos cujos editais de abertura foram publicados anteriormente sua vigncia. Art. 7. Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao.
Justificativa
Algo que o olhar sobre o cotidiano j demonstrava ao mais
simples dos observadores foi, muito recentemente, reconhecido
pela mais alta instncia do judicirio: a sociedade brasileira
ainda padece com a vergonhosa chaga do racismo.
Tal reconhecimento que, na prtica, significou uma indita
tomada de posio do Estado brasileiro sobre a questo, deu-se no bojo da Arguio de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF 186) em que se discutiu a constitucionalidade do sistema de reserva de vagas conhecidas como cotas - para candidatos negros e indgenas nas instituies pblicas de ensino superior.
Em deciso unnime proferida no dia 09 de maio de 2012, o
Plenrio do Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da utilizao de critrios tnicoraciais para o acesso universidade sob a justificativa de que se trata de uma modalidade vlida de ao afirmativa, ou seja, uma poltica pblica cujo objetivo dirimir as desigualdades que estruturam as relaes sociais no Brasil.
Segundo o STF, a construo de uma sociedade livre, justa e
solidria (artigo 3, inciso I, da Constituio Federal), demanda uma postura ativa do Estado brasileiro, que, por isso, tem o dever de realizar aes para promover a igualdade. Assim, a profunda desigualdade social e econmica no Brasil no apenas justifica, mas determina a adoo de medidas positivamente discriminatrias, ou seja, que diferenciam para igualar. Como destacou o Ministro Enrique Ricardo Lewandowski em seu vitorioso voto: Ora, tal como os constituintes de 1988 qualificaram de inafianvel o crime de racismo, com o escopo de impedir a discriminao negativa de determinados grupos de pessoas, partindo do conceito de raa, no como fato biolgico, mas
enquanto categoria histrico-social, assim tambm possvel
empregar essa mesma lgica para autorizar a utilizao, pelo Estado, da discriminao positiva com vistas a estimular a incluso social de grupos tradicionalmente excludos.
A poltica de aes afirmativas, adotada h dez anos no Brasil,
tendo como pioneira a UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro) em 2003, vem demonstrando um impacto importante na vida de jovens negros, no que tange o acesso ao trabalho.
De acordo com dados do Censo (IBGE, 2010), os negros
compem pouco mais que 51% da populao brasileira, e representam apenas 24% da populao com ttulo de nvel superior. O Governo Federal atravs da Lei n. 12.990, DE 9 JUNHO DE 2014 e o Governo do Estado do Paran atravs da Lei n. 14.274/2003, j regulamentaram o tema, adotando o sistema de cotas, nesse sentido, o Municpio de Apucarana pretende regulamentar o sistema de cotas, seguindo a Unio Federal e Estado do Paran.