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Apenas sua ingenuidade o torna gnio, e ele no pode negar no plano moral aquilo que no plano
moral e esttico .[3] O poeta na sua expresso de genialidade ingnua faz poesia e, ao mesmo tempo que
surpreendido, surpreende as prprias palavras com seu ponto de vista inusitado.
na esfera da poesia, arte por excelncia, que a genialidade se consolida. assim que Schiller julga o
poeta ingnuo, considerando e concordando com Kant e ainda com Novalis de que a expresso criativa
do gnio tem o seu verdadeiro sentido na poesia.
Tambm Alfredo Bosi destaca este aspecto do poeta, relevando que:
o novo depende de uma ingenuidade radical do olhar e do sentir que atenta para a coisa e a diz como se
a fizesse pela primeira vez. Ingenuidade que lhe atribuiu Schiller no extraordinrio A poesia ingnua e
sentimental. S o poera ingnuo gnio e enquanto gnio, capaz de criar novos procedimentos de
expresso. [4]
Pouco comprometidos com valores materiais, os poetas e/ou sbios so mais livres e mais ousados em
mobilizar o status quo da linguagem e da realidade. Muitos deles so andarilhos do mundo e
insaciveis pesquisadores de geografias alheias. Eles gostam de mergulhar nos mistrios da vida, nos
segredos da natureza, na complexidade humana e na mina dos livros. Tanto Ceclia Meireles como
Gabriela Mistral e Rabindranath Tagore, todos poetas educadores, so bons exemplos dessa liberdade
na linguagem e na vida e ao mesmo tempo numa preocupao com a Educao. De uma ou de outra
maneira eles se definem amigos dos ventos, das guas e sentem a necessidade de invadir a sala de aula
dessa felicidade, to prxima do jogo, que a criao potica permite e propicia.
A relao que existe entre poeta e criana diferente da relao que normalente existe entre professor e
aprendiz. Poeta e criana participam de uma comunho lrica, de uma curiosidade desmedida sobre
todos os temas do mundo e, principalmente, de uma afinidade com o jogo, com o imaginrio. O
professor poder aprender com a poesia e com o poeta a desaprender seu excesso de dogmas e certezas
para colocar-se em relao de descoberta diante do mundo com suas lies de infinito.
Bibliografia Consultada
BOSI, Alfredo. (org) Leitura de Poesia. SP: tica, 1996
MEIRELES, Ceclia. Poesia Completa. Volume nico. RJ: Nova Aguilar, 1993
MISTRAL, Gabriela. Magistrio y Nio. Santiago de Chile: Andrs Bello, 1979
SCHILLER, Poesia Ingnua e sentimental. SP: Iluminuras, 1991
TAGORE. Rabindranath. A Religio do Homem. SP: Moderna, 1982