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Michelle Perrot
Os operrios, a moradia e a cidade no sculo XIX1
O amor cidade
Essas pessoas tm uma capacidade surpreendente de aproveitar as
potencialidades da cidade, no apenas pelo ngulo econmico, mas
como local de prazeres. A cidade um mercado, uma floresta onde se
pode caar furtivamente, e a se sobressaem principalmente as mulheres
e crianas. (p.116)
Ter uma cidade aberta, morar no centro, circular e utilizar livremente o
espao pblico: eis, parece-me, trs reivindicaes fundamentais
(p.116)
Ficar no centro
Esse ordenamento perifrico, porm, no passa de um complemento
ou de uma alternativa desfavorvel. A ambio operria se inscreve
no corao das cidades. l, no centro de tudo, que se tem de viver e
morar. (p.119)
Isso d idia do traumatismo que representa aquilo que se costuma
chamar de haussmannizao, essa operao conjunta de poltica e
higiene que consiste em desafogar o centro da capital (ela foi imitada
em outros lugares; trata-se de uma poltica urbana geral) pelo duplo
movimento das aberturas de vias de circulao e alta dos aluguis,
gerado pelas demolies. (p.119)
Mas, mesmo afastados, as reivindicaes, os protestos, ainda
retornam ao centro.
No plano dos smbolos, como no plano real, o centro escapa ao povo.
Este, no entanto, no deixa de voltar para l (p.122)