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http://dn.sapo.pt/2008/04/14/sociedade/professores_criticam_recuo_sindicato.html

Professores criticam recuo dos


sindicatos

PEDRO VILELA MARQUES

Docentes usam Dia D para condenar acordo na avaliação


Os professores estão divididos. As associações cívicas de docentes contactadas ontem pelo DN
garantiram que o entendimento alcançado entre o Ministério da Educação e a plataforma sindical do
sector representa uma "cedência preocupante" ao modelo de avaliação defendido pela tutela. Entre os
professores já há quem fale em utilizar o Dia D, que se realiza manhã nas escolas, para pressionar os
sindicatos a não assinar o acordo com o Governo, agendado para quinta-feira.

Numa altura em que a plataforma sindical ainda clama vitória nas negociações com o Ministério, o
porta-voz da Associação de Professores em Defesa do Ensino adianta ao DN que os docentes têm
poucas razões para festejar um acordo que é "conivente com a avaliação defendida pela ministra".

Para Mário Machaqueiro, os sindicatos não podem falar em vitória quando o Governo não tinha
condições para avaliar todos os professores e seria sempre obrigado a avançar apenas com o regime
simplificado este ano. "Com este memorando de entendimento, os sindicatos estão a colocar em causa
as condições que existiam entre os professores para se lutar pela suspensão do processo este ano",
lamenta Mário Machaqueiro, que em alternativa defende a negociação do sistema de avaliação durante
todo o próximo ano lectivo.

Vitorino Guerra, do Movimento em Defesa da Escola Pública, é ainda mais crítico e defende que o
acordo alcançado na madrugada de sábado não representa o mais pequeno sucesso para os sindicatos.
Bem pelo contrário. "Os professores foram para a rua lutar contra o estatuto da carreira docente, o
concurso para definição dos professores titulares, contra o novo modelo de gestão escolar e, claro,
contra a avaliação. O que se percebe é que agora se chegou a um memorando de entendimento que
não contempla nenhuma destas questões", constata Vitorino Guerra, que pertenece ao movimento que
organizou as vária s manifestações espontâneas nas vésperas da Marcha da Indignação. Face a estes
resultados, o professor de Leiria acredita que a única parte vitoriosa das negociações foi a do Ministério
da Educação, que levou ao "recuo dos sindicatos".

Resolver a confusão

A todas as críticas, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof e porta- -voz da plataforma sindical,
responde com pragmatismo. "Limitámo-nos a perceber que havia uma aplicação descontrolada da
avaliação nas escolas, em que já eram menos as que estavam paradas do que as que estavam a
avançar a ritmos diferentes e que agora têm de parar. Desta forma, defendemos os professores e
ainda contemplámos a hipótese de o modelo ser revisto em Junho do próximo ano, no final da primeira
avaliação". O que para Vitorino Guerra representa o legitimar do modelo do Governo, "pois não se pode
criticar a aplicação de algo que já foi posto em prática".

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Em relação à criação de uma nova categoria salarial, Mário Nogueira assegura que ela visa penas
equiparar o topo da carreira dos professores à dos técnicos da administração pública, embora Vitorino
Guerra lembre que ela também tem como objectivo recompensar professores que exerciam cargos
públicos, "nomeadamente sindicais". Afirmação que para Mário Nogueira é "reveladora de ignorância",
já que a medida pretende apenas "salvaguardar direitos salariais previstos desde 1986 sem que
aumente a duração das carreiras, pois o tempo nos escalões torna-se mais curto".

Mário Machaqueiro junta-se aos argumentos do Movimento em Defesa da Escola Pública e acrescenta
que a plataforma sindical nunca deveria ter concordado com a recolha de todos os elementos
constantes dos registos administrativos da escola. Segundo este docente "isto vai legitimar o início da
avaliação em Setembro, no princípio do ano lectivo".

A divisão entre associações profissionais e os sindicatos surge na véspera do Dia D. Como Mário
Nogueira explicou ao DN, a iniciativa vai servir para explicar os pontos do documento de entendimento
a ser assinado com o Ministério da Educação e para traçar reivindicações em relação ao estatuto da
carreira, modelo de gestão e regime do ensino especial. Já para o Movimento em Defesa da Escola
Pública e o Movimento Escola Democrática, de Coimbra, vai ser usado para criticar o acordo e exigir à
plataforma sindical que não assine o entendimento. A união entre os professores que levou cem mil
pessoas às ruas de Lisboa na Marcha de Indignação, está posta em causa.

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