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construo subjetiva.
A funo artstica comea a ganhar corpo na escolha do colecionador. Os
objetos so escolhidos, selecionados e classificados como resposta s afeces
surgidas no encontro do sujeito com as qualidades intrnsecas de cada objeto, os
seus elementos singulares e a histria que os compem. Embora da mesma
natureza, eles diferem em relao a si mesmos e na relao com o prprio
colecionador, e assim que a territorialidade subjetiva do colecionismo se
instaura.
A durao - memria intensiva - transversaliza os corpos do colecionador e
de sua coleo pela diferena, pela singularidade e pelas multiplicidades das
dobras ali produzidas. O artista colecionador reordena continuamente seus
acmulos colecionados gerando ordem na desordem e desordem na ordem, o que
implementa a transitoriedade nos objetos e a configurao que eles compem
como conjunto. Pode-se pensar que a instaura-se uma memria imemorial pois
se trata de um salto na ontologia, no ser em si, no ser em si do passado (Pelbart,
1998, p. 37). Pode-se pensar em um encontro com um passado que no est em
cada objeto da coleo, nem no olhar ou no toque de quem os organiza, mas na
fora intensiva que atravessa seus corpos (da coleo e do colecionador-artista)
no momento do encontro e que ainda possvel ser sentida e atualizada no
presente pelo colecionador.
Neste ponto, conseguimos estabelecer diferenas entre as intenes de
uma coleo que quer guardar o tempo cronolgico e outra, que deseja ser
exposta s mais diferentes variaes de um tempo intensivo. Amparamo-nos em
Deleuze e Guattari (1997, p.40), quando nos falam sobre as aes de reproduzir e
de seguir como atitudes diferenciadas frente vida. Para os autores:
reproduzir implica a permanncia de um ponto de vista fixo, exterior ao
reproduzido: ver fluir, estando na margem. Mas seguir coisa diferente do
ideal de reproduo. No melhor, porm outra coisa. Somos de fato
forados a seguir quando estamos procura das singularidades de uma
ABSTRACT: This article perspective the diference of nature enters a way to collect
capitalist - pledged in the mere accumulation - and another one in which if can try
an engaged aesthetic field with feeling.
KEYWORDS: collection, capitalism, art
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