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6. O DEPÓSITO DA FÉ
– Fidelidade sem concessões à doutrina revelada. O diálogo ecuménico deve basear-se no
sincero amor à verdade divina.
– Veritatem facientes in caritate, proclamar a verdade com caridade, sempre com compreensão
para com as pessoas.
Guarda o depósito que te foi confiado2, escrevia São Paulo a Timóteo. E São
Vicente de Lerins comenta: “O que é o depósito? É aquilo em que creste, não o
que encontraste; o que recebeste, não o que pensaste; algo que procede, não
do engenho pessoal, mas da doutrina; não fruto de um roubo privado, mas da
tradição pública. É uma coisa que chegou até ti, que por ti não foi inventada;
algo de que não és autor, mas guardião; não criador, mas conservador; não
condutor, mas conduzido. Guarda o depósito: conserva limpo e inviolado o
talento da fé católica. Aquilo em que creste, isso mesmo permaneça em ti, isso
mesmo entrega-o aos outros. Recebeste ouro, devolve ouro; não substituas
uma coisa por outra, não ponhas chumbo em lugar de ouro, não mistures nada
fraudulentamente. Não quero aparência de ouro, mas ouro puro”3.
III. SÃO PAULO RECORDAVA aos primeiros cristãos de Éfeso que deviam
proclamar a verdade com caridade: veritatem facientes in caritate10, e é isso o
que nós devemos fazer: com aqueles que já estão perto da plena comunhão na
fé e com os que possuem apenas um vago sentimento religioso.
Nossa Senhora, se lhe pedirmos que nos ajude, há-de ensinar-nos a tratar a
cada um como convém: com infinito carinho e respeito pela pessoa, e ao
mesmo tempo com imenso amor pela verdade, com um amor que não nos
levará, por falsa compreensão, a ceder na doutrina.
(1) Cfr. Conc. Vat. II, Decr. Unitatis redintegratio, 4; (2) 1 Tim 6, 20; (3) São Vicente de Lerins,
Commonitorio, 22; (4) S. Josemaría Escrivá, Forja, n. 456; (5) João Paulo II, Homilia, 25-I-1987;
(6) ib.; (7) 1 Cor 15, 1-6; (8) Conc. Vat. II, op. cit., 11; (9) Paulo VI, Audiência geral, 19-I-1972;
(10) Ef 4, 15; (11) São João da Cruz, À Madre Maria da Encarnação, 6-VII-1591.