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pelo ambiente na forma de grandes frases impressas, anteriormente escolhidas por ns,
o poema completo encontrava-se ao lado de cada frase.
A apresentao dos poemas por cada grupo emanou dos entendimentos e
sensaes surgidos partir da leitura, j que a interpretao destes foi realizada
livremente. Nenhuma ideia sobre o caminho que estas interpretaes poderiam percorrer
foi pr-determinada. Desta forma as reflexes surgidas e colocadas nas apresentaes e
a maneira pela qual cada grupo preferiu se manifestar foram diversas.
A cincia, seu estudo, seu fazer e sua ligao com o que julgamos ser a verdade;
a noo de tempo, de espao e consequentemente de realidade; as diferentes apreenses
do ver e do sentir e o ritmo de vida contemporneo tomaram forma de contedos e
questes levantadas, sentidas e pensadas pelos grupos.
Essa diversidade de interpretaes surpreendeu a todos. E ao mesmo tempo
fizeram com que sentssemos que o objetivo (se que havia ao certo um objetivo) do
grupo em reconsiderar a dimenso desta obra e reelaborar no s as idias iniciais,
geralmente relacionadas a Caeiro, como tambm propor uma descontruo e uma
reorganizao das formas de percepo, foram atingidos.
Sobre Caeiro
Caeiro mostra-se um personagem muito profundo por detrs de um olhar que se
supe simples em teoria. Prope a construo de um pensamente pautado no ver e no
sentir, e no pouco falar e divagar sobre o mundo; sobre viver de acordo com o que no
momento acontece e/ou est, e no de acordo com o pensamento que conjectura e
procura tocar o futuro e as coisas que esto por vir.
Tentar encontrar sentidos, formular hipteses e procurar os fundamentos das
coisas, era para Caeiro distanciar-se do que elas de fato so. Assim, criticava tambm o
intento de descobrir o sentido ntimo das cousas ou conhec-las em sua essncia.
Estes devaneios to comuns a mente humana pareciam gerar no poeta uma
espcie de desconforto, para com o qual, em resposta, dizia que tentar encontrar o
sentido ntimo do que h era como querer levar um copo de gua a gua das fontes.
Reafirmando, assim, que as cousas apenas so e que cada parte de um todo expe o seu
sentido ntimo, sendo como e no havendo nada o que ser descoberto; nada por detrs
do que h, nada alm do que se v. At mesmo buscar conhecer-se soava como um
despropsito em sua relao com a vida.
Referncia Bibliografia
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