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Artigo Original Kotsubo MTK et al.

ESTUDO DOSIMÉTRICO DE RADIOGRAFIAS DE TÓRAX


COM O EMPREGO DE TÉCNICAS DE ALTA QUILOVOLTAGEM*
Martha Tidori Kiota Kotsubo1, Edson Marchiori2, Ana Cecília Pedrosa de Azevedo3

Resumo Neste trabalho foi realizado estudo comparativo em radiografias de tórax empregando técnicas de alta e
baixa quilovoltagens, tendo como objetivo uma melhoria da qualidade técnica das radiografias, associada a
uma redução nas doses fornecidas aos pacientes. O estudo foi realizado em 48 pacientes randomizados,
com realização de 70 radiografias de tórax em incidência póstero-anterior, utilizando técnicas de alta quilo-
voltagem (120 kVp) e carga transmitida de 2,3 mAs, e técnicas de baixa quilovoltagem (70 kVp) e carga
transmitida de 5 a 10 mAs. Os valores de doses de entrada na pele foram medidos com um Diamentor. A
técnica de baixa quilovoltagem apresentou um aumento de 326% na dose fornecida ao paciente, quando
comparada com a técnica de alta quilovoltagem. Com o uso das técnicas de alta quilovoltagem foi consta-
tada, ainda, uma diminuição do número de radiografias de má qualidade que necessitavam repetição, pou-
pando os equipamentos e reduzindo custos por conta da melhoria da qualidade da imagem radiográfica.
Unitermos: Radiografias de tórax; Dosimetria; Qualidade de imagem.

Abstract Chest radiographs dosimetry study using high kilovoltage techniques.


We compared chest radiographs using high and low kilovoltage techniques with the aim of obtaining best
quality techniques as well as a reduction in patient doses. The study was performed in 48 patients random-
ized that were submitted to 70 postero-anterior chest radiographs using high (120 kVp, 2.3 mAs) and low
(70 kVp, 5–10 mAs) kilovoltage techniques. The entrance skin dose values were measured with a Diamentor.
The low kilovoltage technique showed a 326% increase of the dose when compared with the high kilovoltage
technique. The use of the high kilovoltage technique decreased the number of low quality radiographs that
required repetition, thus sparing the equipment and reducing the costs due to best quality radiographic im-
ages.
Key words: Chest radiographs; Dosimetry; Image quality.

INTRODUÇÃO sicas, uma projeção póstero-anterior e ou- o fator limitante na detecção de detalhes
tra lateral(2). As radiografias de tórax são lineares e circulares de pequenas dimen-
A técnica básica das radiografias de tó- geralmente obtidas a uma distância de 180 sões(4).
rax tem sido constantemente estudada e cm entre o filme e o tubo, para minimizar A técnica adequada para a radiografia
uma das grandes melhorias alcançadas foi a distorção e a ampliação, sendo feitas em de tórax é a de alta quilovoltagem. O Co-
a introdução de novos sistemas tela-filmes, inspiração profunda(3). légio Americano de Radiologia(5) propõe
principalmente a tela intensificadora com O objetivo da radiografia de tórax é ser- técnica de 120 a 150 kVp, e a Comissão
filmes de dupla emulsão, os filmes assimé- vir de registro para a investigação de pos- das Comunidades Européias(6), a técnica
tricos de alto desempenho(1). síveis alterações da saúde de pacientes sin- de 100 a 150 kVp. A qualidade do feixe, a
O exame radiológico padrão de tórax tomáticos ou assintomáticos. Deve ser pro- partir da energia efetiva, deve permitir uma
varia em diferentes serviços, mas deve con- duzida uma imagem de boa definição e boa penetração da energia no tórax para
sistir, no mínimo, de duas incidências bá- com a menor dose possível para o pacien- uma adequada análise de estruturas retro-
te, compatível com um diagnóstico ade- cardíacas e mediastinais, com um tempo de
quado. A qualidade da imagem e a dose de exposição curto (mAs), com melhor de-
* Trabalho realizado na Clínica Ecoimagem, São Bernardo do radiação em um exame radiográfico estão sempenho na inspiração profunda, nos mo-
Campo, SP, e no Serviço de Radiodiagnóstico do Hospital Uni-
versitário Clementino Fraga Filho (HUCFF) da Universidade Fe- intimamente relacionadas com as caracte- vimentos respiratórios e redução da dose
deral do Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, RJ. rísticas técnicas e as condições operacio- de radiação no paciente(7,8).
1. Mestre em Medicina pelo Departamento de Radiologia da
Faculdade de Medicina da UFRJ, Médica Radiologista da Clínica nais do aparelho de raios X, da revelação Os progressos na radiologia estão rela-
Ecoimagem.
dos filmes, da combinação tela-filme, da cionados ao desenvolvimento de novos sis-
2. Professor Titular de Radiologia da Universidade Federal
Fluminense (UFF), Coordenador Adjunto do Curso de Pós-Gra- técnica radiográfica, do operador e das temas de formação de imagens radiográfi-
duação em Radiologia da UFRJ.
3. Professora da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP)
condições físicas do paciente, como pre- cas que possibilitam um aumento na qua-
da Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz), Centro de Estu- sença de drenos, acamado, debilitado, etc. lidade, com baixa dose no paciente(9,10).
dos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana.
Endereço para correspondência: Dra. Martha Tidori Kiota
O aspecto que quase sempre limita a No Brasil, a Portaria 453/98(11) da Se-
Kotsubo. Rua Atlântica, 121. São Bernardo do Campo, SP, detecção de alguma anormalidade discre- cretaria da Vigilância Sanitária do Minis-
09750-480. E-mail: marthakotsubo@uol.com.br
Recebido para publicação em 22/11/2002. Aceito, após re-
ta é o contraste insuficiente da imagem. Já tério da Saúde estabelece níveis de referên-
visão, em 12/1/2003. a falta de definição da imagem é, em geral, cia de radiodiagnóstico para alguns dos

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Estudo dosimétrico de radiografias de tórax com o emprego de técnicas de alta quilovoltagem

procedimentos radiológicos em termos de Os filmes radiográficos passaram por Para melhor otimização na formação da
dose de entrada na pele (DEP), e exige que mudanças, evoluindo para uma melhor imagem é recomendado o uso de soluções
todo serviço de radiodiagnóstico implan- qualidade e tornando-se mais sensíveis e para revelação e fixação dos filmes e tam-
te, em caráter permanente, um Programa de mais velozes, utilizando alta quilovoltagem bém de sistemas tela-filmes de uma mes-
Garantia de Qualidade(12). Os níveis de (120 a 130 kVp), em combinação com gra- ma marca. No nosso estudo foram utiliza-
referência de radiodiagnóstico por radio- des de alta qualidade (12:1), como os fil- das soluções para revelação e fixação para
grafia para paciente adulto típico (60–80 mes Ortho C e assimétricos (Eastman Ko- “auto-mixer” do fabricante Kodak.
kg; 1,70–1,75 m), de alguns países e no dak, Rochester, NY) ou Super HR-C e HR- Antes do início do trabalho foram ana-
Brasil(13–15), para radiografia de tórax em 4/HR-S (Fuji Photo Film, Stamford, CT), lisadas as condições de funcionamento do
póstero-anterior é da ordem de 0,15 a 0,40 Du Pont Ultra-Vision (Sterling Diagnostic aparelho de raios X e da processadora au-
mGy de DEP. Imaging), Agfa (Ridgefield Park, NJ), den- tomática. A avaliação foi realizada por fí-
O objetivo principal da proteção radio- tre outros(26–28). sicos alunos da pós-graduação do Depar-
lógica é fornecer um apropriado grau de tamento de Radiologia da Universidade
proteção para o homem, sem limitar inde- CASUÍSTICA E MÉTODO Federal do Rio de Janeiro. Os equipamen-
vidamente as práticas benéficas que envol- tos utilizados foram: medidor de tempo de
vem exposição à radiação. O estudo foi realizado na Clínica Ra- exposição (Unfors/8003), medidor de kVp
Os filmes radiográficos são importantes diológica Ecoimagem, São Bernardo do (Unfors/9001), medidor de dose (Unfors/
para a documentação dos exames realiza- Campo, SP, no período de 1 de novembro 6003), câmara de ionização (Rad Check
dos. A qualidade do exame depende do de 2000 a 31 de janeiro de 2001, sendo Victoreen 06-526-5280), objeto de teste
sistema tela-filme, para que apresente ni- selecionados pacientes submetidos a radio- para alinhamento de grade (Victoreen 07-
tidez de detalhes e visibilidade das estru- grafias de tórax por motivos diversos. Este 644), Diamentor PTW/M4, que mede o
turas anatômicas de interesse. Todo o sis- trabalho foi realizado com um grupo de 48 produto dose-área e calcula o valor de
tema que envolve a realização de exames pacientes. Em todos os casos foi assinado dose efetiva e dose nos diversos órgãos do
radiográficos em um serviço radiológico um termo de consentimento livre e escla- corpo, a partir da incidência e tipo de exa-
deve ser sempre revisado e submetido a um recido, em que o paciente concordava ou me efetuado, objeto de testes para coinci-
controle de qualidade, que inclua desde o não com sua inclusão no estudo. Os pa- dência de campos (Victoreen 07-661),
pessoal técnico, até os equipamentos ra- cientes foram submetidos a radiografias de objeto de testes para resolução tela-filme
diológicos, estendendo-se aos métodos ad- tórax na projeção póstero-anterior. Destes (Victoreen 07-527) e objeto de testes para
ministrativos, educacionais e de manuten- 48 pacientes, 20 foram submetidos a duas contato tela-filme (Victoreen 07-608).
ção preventiva(16–19). radiografias cada, um paciente foi subme- O aparelho Diamentor consiste de uma
O controle de qualidade pode ser defi- tido a três radiografias, e 27 pacientes, a câmara de ionização que é posicionada di-
nido como parte de um esforço organiza- uma radiografia cada, totalizando 70 radio- retamente na saída do feixe de radiação.
do com o objetivo de assegurar que as ima- grafias. Para cada radiografia as doses eram Com o programa Diasoft as doses eram re-
gens diagnósticas produzidas tenham qua- registradas com o Diamentor. Foram utili- gistradas e as informações repassadas si-
lidade elevada o suficiente para fornecer zados dois tipos de filmes radiográficos multaneamente para o computador, para
informações adequadas, com o mínimo (simétrico e assimétrico). Antes da realiza- posterior análise e impressão dos registros.
custo e a mínima exposição dos pacientes ção das radiografias foi registrado o diâme-
e operadores. Baixa dose de radiação é tro ântero-posterior do tórax de cada pa- RESULTADOS
compatível com alta qualidade de imagem ciente, utilizando um espessômetro.
radiográfica(20–22). As técnicas de alta quilovoltagem (109 Nos 48 pacientes estudados a idade
A eficácia e o sucesso do exame radio- –120 kVp e 1,5–3,8 mAs) foram emprega- variou entre 18 e 81 anos (média de 38,2
gráfico dependem da produção de uma das em 62 pacientes, e as de baixa quilo- anos), estando a maior freqüência entre 30
imagem de boa qualidade e, também, das voltagem (70 kVp e 5–10 mAs), em oito e 49 anos (56,25%). A espessura torácica
condições de visualização dos negatoscó- pacientes. A distância foco–filme utiliza- variou de 19 a 33 cm (média de 25,38 cm).
pios(23,24). Radiografias sem qualidade po- da em ambas as técnicas foi de 180 cm, e a Houve predomínio de pacientes com es-
dem ocasionar diagnósticos falsos, além de filtração, de 2,7 mmAl. pessura entre 22 e 27 cm (68,75%).
acarretar a necessidade de repetição do O equipamento utilizado foi um apare- A Figura 1 representa a DEP nos pa-
exame, aumentando a dose no paciente e lho de radiologia convencional da marca cientes, medida em cada uma das 70 radio-
os custos associados. A câmara escura deve General Electric, modelo Silhouette HF grafias obtidas. As doses variaram de 0,01
ser mantida com todos os cuidados ade- (150 kVp e 600 mA) e uma processadora a 1,32 mGy, com uma maior incidência en-
quados para um bom funcionamento, prin- automática de filmes da marca Agfa, mo- tre 0,11 e 0,30 mGy.
cipalmente na manutenção da processa- delo Mammoray HT 300. Neste trabalho Na Figura 2 estão representadas as DEP
dora, que deve ser controlada pelo méto- foram utilizados filmes e telas intensifica- em pacientes submetidos a radiografias de
do sensitométrico, além da armazenagem doras fabricados pela Agfa e Kodak, res- tórax com carga transmitida menor que 4,5
correta dos filmes radiográficos(23,25). pectivamente. mAs. O número correspondeu a 62 casos,

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Kotsubo MTK et al.

com desvio-padrão de 0,07 e média de


dose de 0,23 mGy ± 0,07.

NÚMERO DE PACIENTES
Na Figura 3 estão representadas as DEP
em pacientes com carga transmitida maior
que 4,5 mAs. O número de casos foi de oito
e a média da dose foi de 0,98 mGy ± 0,20.
A Figura 4 representa a relação entre
kVp, mAs e DEP, observada nos 48 pacien-
tes. Constatou-se que, quanto maior a kVp,
a mAs tende a ser menor, e conseqüente-
mente diminui a dose de radiação. Se a
0,01–0,10 0,11–0,20 0,21–0,30 0,31–0,40 + de 0,41
kVp e a mAs forem altas, a dose aumenta-
DEP
rá mais ainda.
Figura 1. DEP dos pacientes.

DEP mGy DEP mGy

Figura 2. DEP com mAs menor que 4,5. Figura 3. DEP com mAs maior que 4,5.

A Tabela 1 representa a média da DEP,


comparando os dois filmes utilizados, si-
métrico e assimétrico. Para o filme simétri-
co foi obtida a média de dose de 0,29 ±
0,22 mGy e para o filme assimétrico o va-
lor foi de 0,32 ± 0,27 mGy. A diferença das
médias entre os dois filmes foi de 16%,
chegando-se à conclusão de que a dose no
filme assimétrico é discretamente maior em
relação ao simétrico(29).

DISCUSSÃO

A radiografia de tórax é o primeiro mé-


todo de exame para avaliação das doenças Figura 4. Relação kVp × mAs × DEP.
torácicas e também na investigação da área
Tabela 1 Valores estatísticos de DEP comparando os dois filmes, simétrico e assimétrico.
mediastinal.
Neste estudo foi feita uma avaliação Teste t(30) de igualdade Teste de Levene(30) de
Média da Desvio- das médias igualdade das variâncias
Filme N
comparativa entre técnicas de altas e bai- dose (mGy padrão
T Signif. F Signif.
xas quilovoltagem relacionadas com a DEP
de pacientes. Foram utilizadas técnicas Simétrico 41 0,29 0,22
0,461 0,646 1,828 0,181
Assimétrico 29 0,32 0,27
semelhantes para as radiografias de tórax,

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Estudo dosimétrico de radiografias de tórax com o emprego de técnicas de alta quilovoltagem

em ambos os filmes, simétricos e assimé- no serviço do HCRP apresentaram um au- raios X e diminuição de filmes radiográfi-
tricos, com alta kVp e baixa mAs (em tor- mento de 167% na dose e de 825% na cos rejeitados por conta da melhoria da
no de 120 kVp e 2,3 mAs). Há divergên- carga do tubo. As técnicas radiológicas qualidade da imagem. Baixas doses de ra-
cias de opinião quanto às vantagens deste para tórax preconizadas pelos autores eram diação são compatíveis com alta qualidade
método, não sendo utilizado normalmen- de 116 kVp, 0,8 mAs, com dose de 0,15 de imagem.
te na maioria dos serviços radiológicos. mGy, e as de rotina do HCRP eram de 69
Com a kVp alta, a imagem dos pulmões kVp, 13 mAs, com dose de 0,40 mGy. REFERÊNCIAS
fica melhor, havendo maior penetração, e Os altos valores de DEP obtidos nos 1. Glazer HS, Muka E, Sagel SS, Jost RG. New tech-
usou-se uma carga transmitida em torno de procedimentos com técnicas de baixa kVp niques in chest radiography. Radiol Clin North Am
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A média da DEP em pacientes subme- implantação de metodologia padronizada 3. Eisenberg RL, Hedgcock MW, Williams EA, et al.
Optimum radiographic examination for consider-
tidos a uma carga transmitida menor que para definir níveis de referência de diagnós-
ation of compensation awards: 1. General method-
4,5 mAs foi de 0,23 mGy ± 0,07, e a mé- tico e sua otimização através da análise das ology and application to chest examination. AJR
dia da DEP em pacientes submetidos a uma causas que originam estes resultados. Pro- 1980;135:1065–9.
carga transmitida maior que 4,5 mAs foi de gramas de garantia de qualidade deveriam 4. Royal College of Radiologists. Making the best use
of a Department of Radiology: guidelines for doc-
0,98 mGy ± 0,20. Houve um aumento de permitir obter valores menores de doses. tors. London: RCR, 1991;6.
4,26 vezes na dose com mAs maior que 4,5 Deve-se incentivar a aplicação de critérios 5. American College of Radiology. Standards for per-
em relação a mAs menor que 4,5. de qualidade das imagens radiográficas e o formance of adult chest radiography. Reston, VA:
ACR, 1990 e 1993.
A técnica de alta quilovoltagem vem treinamento dos técnicos e dos médicos
6. Commission of the European Communities. CEC
sendo preconizada há mais de 30 anos para radiologistas, como um melhor desempe- quality criteria for diagnostic radiographic images
as radiografias de tórax, mas não é usual- nho de equipamentos de raios X, proces- and patient exposure trial (EUR 12952). Maccia C,
Moores BM, Nahrstedt U, et al., eds. Bruxelles,
mente empregada em nosso meio, devido sadoras de filmes, protocolos clínicos, trei-
Belgium: CEC, DG XII, Radiation Protection
a vários fatores técnicos, como aparelhos namento dos operadores, combinação ade- Programme, 1990.
para radiologia convencional antigos, com quada tela-filme e técnicas radiográficas. 7. Leitz WK, Mansson LG, Hedberg-Vikstrom BRK,
uma capacidade menor de quilovoltagem, A exposição do paciente deve ser redu- Kheddache S. In search of optimun chest radiogra-
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profissionais técnicos mal informados ou zida tanto quanto compatível com o suces- 8. Warren-Forward HM, Millar JS. Assessment of
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9. Gurney JW. Why chest radiography became routine.
entre osso e tecidos moles, fazendo o osso diagnóstico adequado com doses tão bai-
Radiology 1995;195:245–6.
ser menos visível e tornando as estruturas xas quanto razoavelmente exeqüíveis, mas 10. Warren-Forward HM, Millar JS. Optimization of
pulmonares mais evidentes. também tão altas quanto necessário. radiographic technique for chest radiography. Br J
Vários estudos na literatura(31–33), com- No nosso estudo é importante salientar Radiol 1995;68:1221–9.
11. Brasil. Ministério da Saúde. Diretrizes de proteção
parando técnicas diferentes para realização que, utilizando técnicas de alta quilovol- radiológica em radiodiagnóstico médico e odonto-
de radiografias de tórax, chegaram à con- tagem e baixa carga transmitida (acima de lógico. Portaria da Secretaria de Vigilância Sanitá-
clusão de que uma alta kVp, entre 110 e 100 kVp e mAs de até 4,5) em filmes si- ria nº 453, Brasília, 1/6/98.
12. Azevedo ACP, Yacovenco A, Gonçalves OD, Koch
140, diminui o tempo de exposição, me- métricos convencionais, a qualidade de
HA, Tonomura ET. Avaliação do funcionamento do
lhora a qualidade da imagem e reduz a dose imagem radiográfica em relação aos crité- Serviço de Radiodiagnóstico do Hospital Univer-
em mais de 50%, como foi encontrado tam- rios anatômicos se assemelha à obtida com sitário Clementino Fraga Filho – Universidade Fe-
deral do Rio de Janeiro. Radiol Bras 1999;32:309–
bém em nosso trabalho. filmes assimétricos.
14.
Warren-Forward e Millar(10) analisaram 13. European Commission. Guidance on diagnostic
DEP de pacientes e fizeram quatro reco- CONCLUSÕES reference levels (DRLs) for medical exposures.
mendações para reduzir a dose: aumentar Radiation Protection 109. Directorate – General
Environment, Nuclear Safety and Civil Protection,
a quilovoltagem para no mínimo 90 kVp, As técnicas radiográficas utilizadas nes- European Commission, 1999.
utilizar sistema tela-filme com velocidade te trabalho, que consistiram de alta kVp e 14. European Commission. Implementation of the
de 400, otimizar a técnica de processamen- baixa carga transmitida — em torno de 120 medical exposure directive 97/43/Euratom. Pro-
ceedings of the International Workshop, Madrid, 27
to de filmes e reduzir o índice de rejeições kVp e 2,3 mAs —, além de fornecer ima- April 1998. Radiation Protection 102. Directorate
para o nível de 5%. gens radiográficas de qualidade, propor- – General Environment, Nuclear Safety and Civil
Pina et al.(34) desenvolveram um traba- cionaram também uma redução importan- Protection. Luxembourg, 1999.
15. International Atomic Energy Agency. International
lho no Serviço de Radiodiagnóstico do te da dose de radiação, de 4,26 vezes em
basic safety standards for protection against ioniz-
Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto relação à técnica de baixa kVp e alta car- ing radiation and for the safety of radiation sources.
(HCRP), comparando técnicas por eles ga transmitida — em torno de 70 kVp e de Vienna, Austria: IAEA Safety Series nº 115, 1997.
preconizadas com as de rotina do Serviço 5 a 10 mAs. Houve ainda uma diminuição 16. Armstrong JD II, Sorenson JA, Nelson JA, et al.
Clinical evaluation of unsharp masking and slit
de Radiodiagnóstico, chegando à conclu- de custos do Serviço de Radiodiagnóstico, scanning techniques in chest radiography. Radiol-
são de que as técnicas utilizadas de rotina em virtude da redução na carga do tubo de ogy 1983;147:351–6.

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