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Nunca mais."
O pobre infeliz lembra de sua Lenora ao olhar em volta... a
loucura parece atingi-lo suavemente pelos braos da saudade:
"Assim posto, devaneando,
meditando, conjeturando,
no lhe falava mais; mas, se lhe no falava,
sentia o olhar que me abrasava.
Conjeturando fui, tranqilo a gosto,
com a cabea no macio encosto
onde os raios da lmpada caam,
onde as tranas angelicais
de outra cabea outrora ali se desparziam,
e agora no se esparzem mais."
"Supus ento que o ar, mais denso,
todo se enchia de um incenso,
obra de serafins que, pelo cho roando
do quarto, estavam maneando
um ligeiro turbulo invisvel;
e eu exclamei ento: Um Deus sensvel
manda repouso dor que te devora
destas saudades imortais.
Eia, esquece, eia, olvida essa extinta Lenora.
E o corvo disse: Nunca mais.
Profeta ou o que quer que sejas!
Ave ou demnio que negrejas!
Profeta, sempre, escuta: ou venhas tu do inferno
onde reside o mal eterno,
ou simplesmente nufrago escapado
venhas do temporal que te h lanado
nesta casa onde o horror, o horror profundo
tem os seus lares triunfais,
dize-me: existe um blsamo no mundo?
E o corvo disse: Nunca mais.
Profeta ou o que quer que sejas!
Ave ou demnio que negrejas!
Profeta, sempre escuta, atende, escuta, atende!
Por esse cu que alm se estende,
pelo Deus que ambos adoramos, fala,
dize a esta alma se dado inda escut-la
no den celeste a virgem que ela chora
nestes retiros sepulcrais,
essa que ora nos cus anjos chamam Lenora!
E o corvo disse: Nunca mais.
Profeta ou o que quer que sejas!
Ave ou demnio que negrejas!
Cessa, ai, cessa! Clamei, levantando-me, cessa!
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