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2. Fisiopatologia
Definida por muitos como “mal do século”, “peste negra”, “epidemia silenciosa” etc.
a DA é ainda pouco conhecida em nosso meio e tem efeito devastador sobre a
família e o doente.
Tida como uma doença rara, conhecida erroneamente como “esclerose” pela
população em geral, a doença de Alzheimer representa para a comunidade sério
ônus social e econômico.
A DA pode manifestar-se já a partir dos 40 anos de idade, sendo que a partir dos 60
sua incidência se intensifica de forma exponencial. Existem relatos não
documentados de DA aos 28 anos de idade.
Nos EUA, 70 a 80% dos pacientes são tratados em seus domicílios, demonstrando
com clareza a importância da orientação para a família nas questões relativas aos
cuidados e gerenciamento desses pacientes. O restante dos doentes está sob os
cuidados de clínicas especializadas. 60% dos residentes em asilos apresentam
alguma forma de demência.
ASPECTOS ECONÔMICO-SOCIAIS
Por ser uma doença crônica de evolução lenta (podendo
durar até 20 anos) e somando-se o fato de que, nas
fases avançadas, o paciente torna-se completamente
dependente, incapaz por si só de alimentar-se, banhar-se
ou vestir-se.
Isto quer dizer que mais de 90 bilhões de dólares são gastos pelos pacientes e suas
famílias em exames complementares e cuidados prestados diretamente ao paciente.
Como se trata de doença que acarreta grande impacto no seio familiar e estimando-
se em média 3 familiares direta ou indiretamente envolvidos, o número assustador
de mais de 13 milhões de pessoas nos EUA são de alguma forma atingidos por essa
verdadeira epidemia.
No Brasil, não temos dados estatísticos concretos sobre a doença, porém podemos
afirmar que a presença da doença de Alzheimer também é significativa em nosso
país atingindo cerca de 1 milhão e 200 mil brasileiros.
Sabe-se que, a partir dos 65 anos, de 10 a 15% dessa população será afetada e que
a partir dos 85 anos, praticamente a metade dos indivíduos apresentará a doença.
Ao contrário de certos países europeus e nos EUA, não temos planos para o
enfrentamento dessa grave questão. Apenas algumas iniciativas tímidas e isoladas
têm sido verificadas
EPIDEMIOLOGIA
ENVELHECIMENTO POPULACIONAL E DOENÇA DE
ALZHEIMER
O mundo vem enfrentando um envelhecimento progressivo de sua população.
Em 1950, havia 214 milhões de pessoas com 60 anos ou mais e as
estimativas indicam que serão 1 bilhão em 2025.
Projeções indicam que em 2025 o Brasil terá cerca de 34 milhões de pessoas acima
de 60 anos, 10% da população, sendo o país com a sexta maior população de
idosos em todo o mundo.
A expectativa de vida do brasileiro atingiu 71,9 anos em 2005. Trata-se de um ganho de dois
meses e 12 dias na esperança de vida ao nascer em relação a 2004.
De acordo com o instituto, houve relativa melhora no acesso da população aos serviços de
saúde, além de campanhas de vacinação, aumento de pré-natais, alta na escolaridade e no
saneamento e a mudança dos indivíduos em relação a enfermidades.
No entanto, 16 Estados ainda estão com esperança de vida abaixo da média nacional.
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal tem a maior esperança de vida: 74,9 anos.
Já Alagoas ocupa o último lugar com uma esperança média de 66 anos.
O Estado de São Paulo ocupa a quinta posição no ranking , com uma expectativa média de
73,7 anos. O Rio de Janeiro aparece em 11º (72,4 anos)
A região Sul concentra o maior número de Estados com alta expectativa de vida --em Santa
Catarina ela é de 74,8 anos. Já a Região Nordeste aparece em última colocada. No Maranhão,
por exemplo, a expectativa média de vida é de 66,8 anos.
Os números apresentados tornam-se ainda mais expressivos quando tomamos
consciência da relação diretamente proporcional que a doença de Alzheimer mantém
com o aumento da idade.
PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA
Quando se deseja medir a freqüência de uma doença, é necessário que dois dados
sejam estabelecidos: os casos já existentes ou antigos (prevalência) e os novos
(incidência).
Dá-se o nome de prevalência de uma doença ao número de casos que existam, não
importando se novos ou antigos.
IDADE ESPECÍFICA
INCIDÊNCIA E PREVALÊNCIA POR 1.000
(1958 - 1978)
(em milhões)
Idade Idade
Ano Idade 85+ Total
65/74 75/84
2000 0.3 2.4 1.8 4.5
2010 0.3 2.4 2.4 5.1
2020 0.3 2.6 2.8 5.7
2030 0.5 3.8 3.5 7.7
2040 0.4 5.0 5.6 11.0
2050 0.4 4.8 8.0 13.2
Uns dos melhores e mais completos estudos relativos ao cálculo de incidência de
demência é o de Hagnell que pessoalmente conduziu uma levantamento
estatístico de demências em grande grupo de indivíduos e os reexaminou 10 anos
depois.
Esse fato é tão bem estabelecido que alguns autores têm questionado se a doença
de Alzheimer não seria nada mais que um processo de envelhecimento acelerado,
exacerbado e de aparecimento prematuro.
Parece claro que a doença de Alzheimer (DA) não tem uma única causa,sendo
provavelmente devida a uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
IDADE
Alguns estudos demonstraram que, enquanto a incidência aos 80 anos é de
aproximadamente 20%, aos 85 anos é de 40%, ou seja, o dobro em 5 anos.
A idade continua sendo o único fator de risco inquestionável e, se a demência tem
início antes dos 75 anos, os fatores mais prováveis são: história familiar prévia
e síndrome de Down.
SEXO
Estudos sugerem fortemente que as mulheres sejam mais afetadas do que homens
mas, como a expectativa de vida das mulheres é pelo menos 5 anos maior que dos
homens essa correlação ainda precisa ser estatisticamente ajustada e melhor
esclarecida.
ESCOLARIDADE
O nível de educação parece ser uma proteção para a doença de Alzheimer:quanto
maior o número de anos de estudo formal menor seria o risco.
Essa possibilidade deve ser analisada com reserva a partir da constatação de que
pessoas com mais escolaridade administram suas limitações cognitivas com maior
facilidade que analfabetos ou com baixo nível de escolaridade.
ALUMÍNIO
Traços de alumínio encontrados no cérebro de pacientes com DA levou vários
pesquisadores suspeitarem de que esse metal estivesse implicado na etiologia da
DA.
Uma outra dúvida razoável é que as substâncias utilizadas nas preparações dos
tecidos cerebrais estudados possam explicar a presença de alumínio e não pela
doença.
Um estudo canadense concluiu que poderia haver essa correlação etiológica mas
pesquisadores norte-americanos de Kentucky não conseguiram duplicar esses
resultados e, desde que a água no Canadá é tratada com a adição de alumínio e em
Kentucky não o é, parece lógico correlacionar os achados como produto de
acumulação secundária.
Essa teoria está sendo cada vez menos estudada pois os indícios apontam para a
desmistificação dessa probabilidade.
OUTROS
Outros possíveis fatores de risco têm sido estudados, porém com pouco resultado
prático como: exposição ou ingestão de substâncias tóxicas como álcool, chumbo, e
solventes orgânicos, medicamentos diversos, trauma craniano, exposição à
radiação, estilo de vida, estresse, infecções, doenças imunológicas e câncer.
NEUROPATOLOGIA
ATROFIA
PLACAS NEURÍTICAS
As placas neuríticas (Alzheimer, senis) são uma das características histopatológicas da
doença de Alzheimer.
São alterações extracelulares com acumulação da proteína –beta amilóide A/4.
Embora possam ser vistas com preparação hematoxilina/eosina (fig 2), são melhor
visualizadas pela técnica de Bielscholwsky (impregnação por nitrato de Prata / 20%),
(fig 2 e 3). Podem também ser visualizadas por outras técnicas, Vermelho Congo,
Tioflavina-S fluorescente – que coram a proteína – beta amilóide A4 (fig 5,6,7 e 8).
Outras variações na aparência da placa incluem:
Essas funções são alteradas quando a proteína tau é modificada pela adição
anormal de fósforo no processo – fosforilação.
Por que submeter a necrópsia um ser que passou por tanto sofrimento? Que
benefícios podem resultar dessa violentação do corpo de um ser querido?
Cabe aos familiares, ao lado dos técnicos engajados na luta contra a doença de
Alzheimer, iniciarem um processo de informação a respeito dos benefícios que a
necrópsia traz à pesquisa da doença de Alzheimer.
Para ilustrar essa assertiva, existe o exemplo marcante, ocorrido nos EUA, de uma
paciente tida como vítima de doença de Alzheimer que foi filmada por seu marido
durante anos, para demonstrar e documentar a evolução e a maneira que ele
resolveu adotar para promover os cuidados específicos. O marido faz parte de uma
Associação Americana de familiares com Alzheimer e é extremamente envolvido na
problemática em questão, tendo dedicado sua vida no enfrentamento da doença.
O filme mostra como a doença evoluiu, os problemas que tiveram que ser
contornados e o relacionamento afetivo e comovente entre o casal.
Outro fato relevante a ser lembrado aos familiares é que a necrópsia não transfigura
ou modifica o aspecto do corpo.
NEUROQUIMICA
A acetilcolina (Ach) é um importante neurotransmissor que age como propagador do
impulso nervoso nas fendas sinápticas.
Fenda Sináptica e Vesículas de Ach
Acetilcolina
Sinapses
GENÉTICA
Vários estudos demonstraram que a doença de Alzheimer (DA) é uma doença idade-dependente e
que o risco aumenta em familiares demonstrando que a genética está fortemente relacionada.
Estudos realizados com gêmeos não demonstraram resultados redundantes, indicando a possível
influência de fatores ambientais.
Entretanto a definição da contribuição genética é difícil de ser determinada com clareza em função
das dificuldades técnicas desse tipo de investigação além do fato de não haver um instrumento
diagnóstico preciso “antemortem”.
A hereditariedade está muito mais marcada na chamada DA familiar (15 a 20%), cujo início é
precoce, entre - antes dos 65 anos de idade - do que na DA esporádica ( 80 a 85%) caracterizada
por seu aparecimento em idades mais avançadas.
A forma familiar, muito mais rara, está relacionada com herança autossômica dominante com
penetrância idade-dependente.
O componente genético parece variar de família para família, algumas fortemente relacionadas e
outras sem grande relevância.
Já estão identificados pelo menos 4 genes que parecem conferir o risco hereditário para a doença
de Alzheimer.
Uma alteração no cromossomo 19, apolipoproteína E (apo E), tanto na DA familiar como na
esporádica é um fator de risco para DA. Todo ser humano possui a apo E que está envolvida no
transporte do colesterol .
O gene para a apo E, mapeado no cromossomo 19 (19q13.2), tem três alelos principais 2, 3 e
4, que codificam as isoformas de apo E designadas por apo E2, E3 e E4, distintas entre si pelo
conteúdo de cisteína e arginina nas posições dos códons 112 e 158 do éxon 4.
Em populações caucasóides a apo E3, identificada por uma cisteína na posição 112 e uma arginina
em 158, tem freqüência de 74% a 78%; a apo E4, com arginina em ambas as posições, tem
prevalência de 14% a 15 % e a apo E2, a menos freqüente (8% a 12%), apresenta cisteína nas
duas posições.
A apo E2 parece ser um fator de proteção enquanto que a forma E4 é fator de risco. No entanto
muitas pessoas com a forma E4 nunca desenvolverão a DA e pelo menos 40% dos pacientes com
DA esporádica não apresentam a forma E4 assim como indivíduos que possuem a forma E2 não
são imunes à doença.
O teste que identifica esses marcadores não é indicado pois, não havendo prevenção comprovada,
só iria causar apreensão e angústia.
Após sua fragmentação, esse precursor gera 3 proteínas de diferentes expressões com cadeias de
695,751 e 770 aminoácidos.
Placa Neurítica
Placa Neurítica
DIAGNÓSTICOS
Memória
Comportamento
Comunicação e Autonomia
Orientação
Que hábitos mantêm ou manteve: álcool, fumo, drogas ilícitas, atividade física,
alimentação, contato profissional com tóxicos, padrão de sono, promiscuidade
sexual etc.
EXAME FÍSICO
Após a anamnese detalhada, o paciente deverá ser submetido ao exame físico
tradicional com ênfase no sistema neurológico, que pode estar normal na fase
inicial.
À medida que a doença evolui, alguns sinais costumam estar presentes como:
alterações dos reflexos, sinais extrapiramidais afetando cerca de 35% dos pacientes
dos quais a bradicinesia e a rigidez são os mais comuns, sinal de Babinski positivo,
mioclonias em 7 a 10% dos casos e estereotipias motoras.
Por outro lado, quando são amigos ou familiares que marcam a consulta, a
possibilidade de ser uma doença neurodegenerativa é maior.
Uma outra coisa que é observada com freqüência no consultório é que o paciente
com doença de Alzheimer, especialmente nas fases iniciais, se esforça para mostrar
um bom desempenho nos testes de avaliação cognitiva, enquanto que os portadores
de depressão desistem rapidamente e muitas vezes simplesmente dizem que não
estão com vontade de fazer o que lhes foi solicitado.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Não há um teste laboratorial inquestionável que identifique a doença
de Alzheimer.
DEPRESSÃO (PSEUDODEMÊNCIA)
A depressão é o estado psiquiátrico mais comum que pode se apresentar sob a
forma de demência.
É sabido que existem muitos pacientes com doença de Alzheimer que apresentam
depressão secundária associada.
Depressão
DSM-IV, Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders, 4ª edição).
Embora possa começar em qualquer idade, a maioria dos casos tem seu início entre
os 20 e os 40 anos.
Passado esse período, a maioria dos pacientes retorna à vida normal. No entanto,
em 25% das vezes a doença se torna crônica.
Por outro lado, quando são amigos ou familiares que marcam a consulta, a
possibilidade de ser uma doença neurodegenerativa é maior.
Outro fato observado com freqüência no consultório é que o paciente com doença
de Alzheimer, especialmente nas fases iniciais, se esforça para mostrar um bom
desempenho nos testes de avaliação cognitiva, enquanto que os portadores de
depressão desistem rapidamente.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Toda confusão mental, especialmente o delirium em paciente idoso que, por força
de suas patologias estejam recebendo drogas, deve ser cuidadosamente avaliada,
para afastar a hipótese de intoxicação medicamentosa. A simples retirada da droga
em questão pode reverter o quadro demencial.
INFECÇÕES
Normalmente ocasionam quadros confusionais, de caráter agudo.
CARDIOVASCULARES
A insuficiência cardíaca e as arritmias podem causar quadros confusionais e
demenciais.
VISÃO E AUDIÇÃO
O comprometimento dos órgãos do sentido pode perfeitamente ser o responsável
por alterações de comportamento, orientação etc.
DEFICIÊNCIAS NUTRICIONAIS
A deficiência de vitamina B12, ácido fólico e niacina (ácido nicotínico ou vitamina
B3), deve ser investigada por ser causa freqüente de quadros demenciais
reversíveis, especialmente em alcoólatras (síndrome de Wernicke-Korsakov), que se
caracteriza por amnésia e confabulação secundárias ao álcool, por deficiência de
tiamina (vitamina B1).
OUTRAS CAUSAS
Estados de estresse ambiental, isolamento, hospitalização, grandes cirurgias,
intoxicação química por arsênio, chumbo ou mercúrio, monóxido de carbono,
hipotermia, doenças crônicas pulmonares com hipóxia, carcinomatose, anemia e
alcoolismo podem estar envolvidos nos distúrbios de ordem comportamental.
A hidrocefalia de pressão normal também deve ser excluída a partir de seu quadro
clínico clássico: demência, distúrbios na marcha e incontinência urinária.
Inicio brusco 2
Evolução lenta 1
Curso flutuante 2
Confusão noturna 1
Relativa conservação de personalidade 1
Depressão 1
Queixas somáticas 1
Labilidade emocional 1
História de hipertensão arterial 1
AVC prévio 2
Evidência de aterosclerose associada 1
Sintomas neurológicos focais 2
Sinais neurológicos focais 2
SINTOMAS E EVOLUÇÃO
Uma grande preocupação que temos observado nos cuidadores diz respeito ao
estadiamento da doença. A pergunta: em que fase está à doença? É
freqüentemente feita.
Vários estudos enfocando esse assunto foram realizados e existem várias propostas
de estadiamento, porém os estudos clínicos de Sjoren que faz a divisão entre
demência inicial, intermediária, final e terminal serão aqui utilizados.
Em média, de acordo com as estatísticas, 95% dos pacientes falecem nos primeiros
5 anos, no entanto conhecem-se casos com 10, 15 e até com mais de 20 anos de
evolução.
FASE INICIAL
Sem dúvida, é a mais crítica das fases, uma vez que determinados sintomas iniciais
são indulgentemente suportados e explicados pelos familiares como “parte do
processo natural do envelhecimento” e dessa forma subvalorizados, protelando-se a
investigação diagnóstica.
É consenso que, se bem que não haja tratamento curativo para a doença de
Alzheimer, o diagnóstico precoce é fundamental no retardamento do aparecimento
de complicações e na instituição imediata da terapêutica farmacológica disponível.
Essa alteração do estado de ânimo tem sido associada com a percepção que o
indivíduo tem de suas dificuldades, que tendem a se agravar, nunca apresentando
melhora.
Essa fase é muito difícil para quem convive com o paciente pois, em virtude dos
períodos de bom convívio, bom desempenho social e intelectual e aparente boa
saúde física, as explosões de ânimo ou as mudanças bruscas e inexplicáveis de
comportamento são altamente angustiantes.
FASE INTERMEDIÁRIA
Pode durar de 3 a 5 anos e caracteriza-se fundamentalmente pelo agravamento dos
sintomas apresentados na fase inicial.
Instala-se nesta fase as afasias (perda do poder de expressão pela fala, pela
escrita ou pela sinalização ou da capacidade de compreensão da palavra escrita ou
falada e sem alteração dos órgãos vocais), as apraxias (incapacidade de executar
os movimentos apropriados para um determinado fim, contanto que não haja
paralisia) e as agnosias (perda do poder de reconhecimento perceptivo sensorial,
auditivo, visual, táctil etc.)
Outra característica que marca a fase intermediária tardia é o início das dificuldades
motoras.
A marcha pode estar prejudicada, com lentificação global dos movimentos, aumento
do tônus muscular, diminuição da massa muscular e conseqüentes reflexos na
aparência física pelo emagrecimento. As diminuições dos movimentos dos membros
superiores ao andar e instabilidade postural são as alterações mais encontradas.
Perdem nessa fase a capacidade de ler e de entender o que lhes é dito ou pedido,
especialmente se recebem ordens complexas ou perguntas com opção de respostas.
O paciente pode responder afirmativamente a uma pergunta do tipo: “Você quer
uma maçã?”, porém encontrará dificuldade de se decidir, se for perguntado se quer
uma maçã ou uma laranja. Ao invés de responder ou tentar decifrar o enigma que
se apresenta para ele, costuma ignorar e continuar da mesma maneira que se
comportava imediatamente antes de ser questionado.
O fato de falar só é teorizado por alguns autores como uma tentativa de manter um
elo com a realidade através de algumas recordações antigas.
Pode se perder, mesmo dentro de casa, uma vez que sua concentração e sua
orientação no tempo e no espaço estão já a essa altura bastante prejudicadas.
FASE FINAL
A duração desta fase varia de acordo com alguns fatores.
Quanto mais cedo a doença se instala mais rápida costuma ser a evolução.
Outro fator determinante, não apenas nesta fase, como também na fase inicial e
intermediária, diz respeito aos aspectos preventivos e aos cuidados recebidos pelos
pacientes. Pacientes bem cuidados,que foram tratados com os medicamentos
adequados e tiveram boa orientação familiar apresentam uma melhor qualidade de
vida e o aparecimento de complicações é significativamente mais tardio.
Passam a não reconhecer as pessoas mais próximas e podem até mesmo não se
reconhecerem quando colocados em frente ao espelho.
FASE TERMINAL
Esta fase caracteriza-se por restrição ao leito/poltrona, praticamente durante todo o
tempo.
Acabam por adotar a posição fetal. As contraturas dos membros inferiores tornam-
se inextensíveis e irrecuperáveis. Os membros superiores adotam posição fletida
junto ao tórax e a cabeça pende em direção ao peito. A coluna também se flexiona
e o paciente adota uma posição conhecida como paraplegia em flexão ou posição
fetal.
August D.
Podem surgir lesões nas palmas das mãos, por compressão destas pelos dedos
flexionados; grandes úlceras por pressão, preferencialmente localizadas nas regiões
trocantéricas, maléolos externos, região sacra, cotovelos, calcanhares e até mesmo
nos pavilhões auriculares; incontinência urinária e fecal, total indiferença ao meio
externo (só respondendo a estímulos dolorosos); mutismo e estado vegetativo.
SUBTIPOS
São conhecidos quatro subtipos de doenças de Alzheimer que se relacionam com a
evolução.
CONCLUSÃO
Esta divisão por fases tem efeito didático e é estabelecida através de escores e
métodos de valoração da dependência.
Não há fronteiras bem definidas entre elas e alguns pacientes costumam evoluir de
maneira bastante particular.
Na fase final:
- Dependência total.
- Imobilidade crescente.
- Incontinência urinária e fecal.
- Tendência em assumir a posição fetal.
- Mutismo.
- Restrito a poltrona ou ao leito.
- Presença de úlceras por pressão (escaras).
- Perda progressiva de peso.
- Infecções urinárias e respiratórias freqüentes.
- Término da comunicação.
Na fase Terminal
As mudanças do padrão das cores, com ênfase para cores vivas, amarelo e
intermediária
movimento.
espaço.
humanóides.
fase intermediária
Pode-se constatar uma perda acentuada de todas as qualidades do artista.
Fosfatase Alcalina
Uréia , Creatinina
Proteinograma
Gt – glutamil Tranferase
T4, TSH
Urina I – Sedimento Quantitativo e Cultura
Eletrocardiograma
RX –Tórax
Tomografia Axial Computadorizada de Crânio – Sem Contraste
Exames Complementares
(solicitados a partir de suspeita clínica)
Gasometria
Marcadores Neoplásicos
Eletroencefalograma
Cisternografia Isotópica
Biópsia Cerebral
EXAMES EM PERSPECTIVA
ApoE –Genótipo
PSEN1-Presenilina 1
Rastreia a rara mutação do gene PSEN1 que está relacionada com a doença de
Alzheimer familiar.Pode ser indicado para pessoas de famílias que apresentam
muitos casos de demência de início precoce (antes dos 60 anos de idade)
Amostra de sangue colhida por punção venosa simples.
Proteína Tau/Aß42
No PET injeta-se uma dose de substância radioativa, (traçadora), que vai ser
absorvida pelo cérebro. Normalmente trata-se de uma molécula normal de glicose,
facilmente absorvida pelas células cerebrais. As células ativas absorverão mais
substância traçadora porque elas têm um metabolismo mais acelerado e,
conseqüentemente, necessitam de mais energia.
O átomo de flúor, por ser radioativo, emite um pósitron, que é uma espécie de
elétron com carga elétrica positiva. Quando este pósitron colide com o elétron
ocorre liberação de raios gama, que são captados pelo aparelho de PET (Positron
Emission Tomography).
O PET e SPECT podendo ser usados durante atividade mental, são úteis para
estudar o fluxo sangüíneo cerebral, o consumo de oxigênio pelas células cerebrais, o
pH tecidual, o consumo de glicose pelos neurônios, assim como a atividade dos
neuroreceptores cerebrais.
Eletroencefalograma
O Eletroencefalograma (EEG) é uma técnica usada desde 1929,
descoberta pelo psiquiatra alemão Hans Berger.
Pode-se perceber que uma investigação completa demanda que vários testes sejam
aplicados para que se avalie adequadamente, tanto do ponto de vista qualitativo
como quantitativo, o estado cognitivo de cada paciente. Isto permite não só
estabelecer o estado atual, como também auxiliar o diagnóstico diferencial e
oferecer um instrumento mais preciso para avaliar-se as alterações futuras, sejam
elas negativas ou positivas. Se não contarmos com esse recurso, será difícil
valorarizar pequenas alterações durante a evolução da doença.
O bom senso na escolha do teste a ser aplicado é fundamental, uma vez que vários
fatores podem interferir no resultado final, mascarando o resultado da avaliação.
Para uma escolha correta é necessário que se leve em conta alguns fatores que
podem interferir no resultado da investigação cognitiva: o nível de escolaridade, as
diferenças geográficas, a cegueira, a surdez, a limitação motora, o asilamento, os
costumes, culturas e dificuldades com o idioma.
TESTES NEUROPSICOLÓGICOS
Essas provas são excelentes instrumentos complementares à investigação clínica.
São inúmeras as baterias de testes neuropsicológicos, mas a grande maioria de
difícil aplicação em pacientes idosos.
Do ponto de vista prático, para uma primeira análise do estado cognitivo, o teste
mais difundido e de maior validade é o MEEM ( Folstein -1975)
O MEEM pode ser aplicado pelo próprio médico, no decorrer da consulta e não
requer material sofisticado.
É especialmente indicado para avaliação de grandes grupos populacionais, com fins
de análise estatística de incidência e prevalência de demência.
Espera-se uma perda de 2 a 3,5 pontos por ano em pacientes com doença de
Alzheimer.
Máximo Orientação
Registros
Atenção e Cálculo
Memória
Linguagem
- Dê as 3 seguintes ordens:
“Pegue esta folha de papel com a mão
direita, passe a folha para a mão esquerda,
coloque a folha no chão” (3 pontos).
Total ( )
Avalie o nível de consciência:
Alerta () sonolento () prostrado () coma ()
Orientação
Registro
Atenção e Cálculo
Memória
Linguagem
A parte de avaliação cognitiva é um padrão para ensaios com novas drogas. Espera-
se um declínio de 10% por ano nos pacientes com doença de Alzheimer. A parte
cognitiva com 11 seções avalia a memória, linguagem e praxia. A não cognitiva com
10 seções avalia: o humor e os distúrbios de comportamento.
TESTE DO RELÓGIO
Extremamente rápido para ser aplicado (2 minutos) traduz o padrão de
funcionamento frontal e têmporo-parietal.
O paciente foi solicitado a desenhar um relógio marcando 2:45 h. Esse simples teste
tem demonstrado ser mais sensível no diagnóstico precoce da doença de Alzheimer
do que muitos outros instrumentos podendo ser ranqueado de acordo com
protocolos padronizados.
TESTE DO RELÓGIO
INSTRUÇÕES
O avaliador fornece uma folha de papel em branco e solicita: Por favor, desenhe
um relógio com os números e depois disso desenhe os ponteiros marcando, por
exemplo, 11 horas e dez minutos.
PONTUAÇÃO / ESCORE
INTERPRETAÇÃO
Pontuações abaixo de 4 pontos indicam a necessidade de maior investigação.