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1. Sentido e Definição
1.1. O Órgão Presidente da República
- Necessidade de separar a pessoa (titular do
cargo) da função (Presidente da República);
- Órgão singular, que constitui a componente
“monárquica” da governação (órgão unipessoal e
não presta contas a ninguém);
- Acção limitada pela Constituição e pela Lei, e
logo por outros poderes;
- Alto representante da República Portuguesa,
garante da independência nacional – garantia
“simbólica” – e figura simbólica de unidade e de
congregação dos Portugueses (ver art. 120º da
CRP);
- Mais alto magistrado da República não
executivo;
- Em tempos de crise, não é sobre o Presidente
da República que recaem as queixas e
reclamações dos portugueses, é sobre o Governo;
- Entidade supra-partidária, marcada pela
moderação, imparcialidade e independência, o
que não implica que não tenha filiação partidária;
- Presidente de “todos os portugueses”, não
apenas da facção que nele votou;
- Projecto político do Presidente da República –
Constituição;
- Juro por minha honra desempenhar fielmente as
funções em que fico investido e defender,
cumprir e fazer cumprir a Constituição da
República Portuguesa (Art. 127.º, 3);
1.2. O Órgão Presidente da República
- Art. 122º (elegibilidade): cidadão português de
origem (ius sanguinis e ius soli), maior de 35
anos;
- Eleito por sufrágio universal, directo e secreto
dos eleitores com cidadania portuguesa
recenseados no território nacional (de origem ou
naturalizados) e dos cidadãos portugueses a
residir no estrangeiro que mantenham laços de
efectiva ligação à comunidade nacional (art.
121º);
- Princípio da renovação do cargo – um mandato
de 5 anos (art. 128º, 1), com possibilidade de
eleição para um segundo mandato;
- Impossibilidade de reeleição para um terceiro
mandato consecutivo, nem durante o quinquénio
imediatamente subsequente ao termo do
segundo mandato consecutivo (art. 123.º, 1). E se
o PR renunciar ao cargo, não poderá candidatar-
se nas eleições imediatas nem nas que se
realizem no quinquénio imediatamente
subsequente à renúncia (art. 123.º, 2);
- Candidaturas apresentadas por um mínimo de
7500 e máximo de 15000 assinaturas de
cidadãos eleitores até 30 dias antes da data
marcada para a eleição, no Tribunal
Constitucional (art. 124º);
- É eleito PR o candidato que obtiver mais de
metade dos votos validamente expressos (50% +
1), não se considerando os votos em branco.
Caso não haja maioria absoluta, é disputada uma
segunda volta com os dois candidatos mais
votados e que não tenham desistido (art. 126º) –
recordar eleições presidenciais de 1986 (com
Diogo Freitas do Amaral e Mário Soares);
- O PR pode renunciar ao mandato em mensagem
dirigida à AR. A renúncia torna-se efectiva com o
conhecimento da mensagem pela AR, sem
prejuízo de publicação ulterior no Diário da
República (art. 131º).
1. Competência
2.1. Competências próprias do PR (art. 134º da
CRP)
a) Comandante Supremo das Forças Armadas –
primeiro lugar da hierarquia das Forças
Armadas (comando simbólico). É o PR que
declara a guerra, em caso de agressão efectiva
ou iminente, e faz a paz (art. 135º);
b) Promulga (art. 136º - promulgação e veto (em
caso de veto, exige-se mensagem
fundamentada) 137º - falta de promulgação do
PR e 140º - referenda ministerial do Governo) e
manda publicar (no Diário da República) leis,
decretos-leis e decretos regulamentares,
assina resoluções da Assembleia que aprovem
acordos internacionais;
O veto político é absoluto (obrigação de
abandonar o diploma ou introduzir alterações
no sentido proposto pelo PR), no caso de
diplomas do Governo, mas relativo, no caso
de diplomas da AR (a AR pode ultrapassar o
veto político e obrigar o PR, num prazo de oito
dias, a promulgar o diploma, sem alterações,
se conseguir reaprová-lo com maioria absoluta
ou, no caso de diplomas mais importantes –
leis orgânicas, outras leis eleitorais, diplomas
relativos a relações externas –, 2/3 dos
deputados) – art. 136º, 2 e 3;
c) Submete a referendo questões de relevante
interesse nacional, requerendo ao Tribunal
Constitucional a fiscalização preventiva da sua
constitucionalidade e legalidade (p.e.
casamento homossexual);
d) Declara (decreta) o estado de sítio ou o estado
de emergência (estados de excepção), ouvido
o Governo e após autorização decisiva da AR
(ou da Comissão Permanente – art. 179º,
confirmada logo que possível pela AR);
e) Pronuncia-se sobre emergências graves para
a vida da República (ex: Estatuto Político-
Administrativo da RA Açores) – solicita-se
contenção ao quarto poder: Com. Social;
f) Indultar e comutar penas, ouvido o Governo
(por época do Natal, sobre indivíduos com
penas leves, que revelem arrependimento e
bom comportamento);
g) Requerer ao Trib. Const. a fiscalização
preventiva da constitucionalidade de leis,
decretos-leis e convenções internacionais. Se o
Trib. Const. vier a concluir no sentido da
confirmação da inconstitucionalidade, o
Presidente está impedido de promulgar o
diploma e tê-lo-á de devolver à AR (órgão que
o aprovou, para nova discussão e votação);
h) Requerer ao Tribunal Constitucional a
declaração de inconstitucionalidade de normas
jurídicas (fiscalização sucessiva abstracta),
bem como a verificação de
inconstitucionalidade por omissão (ou seja, do
não cumprimento da Constituição por medida
legislativa necessária para tornar exequível
certa norma constitucional – inércia)
i) Conferir condecorações e exercer funções de
grão-mestre das ordens honoríficas (10 de
Junho; Ordem do Infante D. Henrique, Ordem
da Liberdade …);
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