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ou obrigatoriamente, tiver sido chamado a desempenhar resulte a reconstituição da estrutura das fachadas, da
ou a participar no desempenho de uma actividade com- cércea e do número de pisos;
preendida na função pública administrativa ou jurisdi- d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cional, ou, nas mesmas circunstâncias, desempenhar e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
funções em organismos de utilidade pública ou nelas f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
participar. g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — Ao funcionário são equiparados os gestores, titula- i) ‘Operações de loteamento’ as acções que tenham
res dos órgãos de fiscalização e trabalhadores de empresas por objecto ou por efeito a constituição de um ou mais
públicas, nacionalizadas, de capitais públicos ou com parti- lotes destinados, imediata ou subsequentemente, à edi-
cipação maioritária de capital público e ainda de empresas ficação urbana e que resulte da divisão de um ou vários
concessionárias de serviços públicos. prédios ou do seu reparcelamento;
3 — São ainda equiparados ao funcionário, para efeitos j) ‘Operações urbanísticas’ as operações materiais
do disposto nos artigos 372.º a 374.º: de urbanização, de edificação, utilização dos edifícios
a) Os magistrados, funcionários, agentes e equiparados ou do solo, desde que, neste último caso, para fins não
da União Europeia, independentemente da nacionalidade exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais, mineiros
e residência; ou de abastecimento público de água;
b) Os funcionários nacionais de outros Estados membros l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
da União Europeia, quando a infracção tiver sido cometida, m) ‘Obras de escassa relevância urbanística’ as obras
total ou parcialmente, em território português; de edificação ou demolição que, pela sua natureza, di-
c) Todos os que exerçam funções idênticas às descritas mensão ou localização tenham escasso impacte urba-
no n.º 1 no âmbito de qualquer organização internacional nístico;
de direito público de que Portugal seja membro, quando n) ‘Obras de reconstrução com preservação das fa-
a infracção tiver sido cometida, total ou parcialmente, em chadas’ as obras de construção subsequentes à demoli-
território português; ção de parte de uma edificação existente, preservando
d) Todos os que exerçam funções no âmbito de proce- as fachadas principais com todos os seus elementos
dimentos de resolução extrajudicial de conflitos. não dissonantes e das quais não resulte edificação com
cércea superior à das edificações confinantes mais ele-
4 — A equiparação a funcionário, para efeito da lei vadas;
penal, de quem desempenhe funções políticas é regulada o) ‘Zona urbana consolidada’ a zona caracterizada por
por lei especial. uma densidade de ocupação que permite identificar uma
malha ou estrutura urbana já definida, onde existem as
Lei n.º 60/2007 infra-estruturas essenciais e onde se encontram definidos
os alinhamentos dos planos marginais por edificações
de 4 de Setembro
em continuidade.
Procede à sexta alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, Artigo 3.º
de 16 de Dezembro, que estabelece
o regime jurídico da urbanização e edificação […]
A Assembleia da República decreta, nos termos da 1 — No exercício do seu poder regulamentar próprio,
alínea c) do artigo 161.º da Constituição, o seguinte: os municípios aprovam regulamentos municipais de
urbanização e ou de edificação, bem como regulamentos
Artigo 1.º relativos ao lançamento e liquidação das taxas e pres-
Alteração ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro tação de caução que, nos termos da lei, sejam devidas
pela realização de operações urbanísticas.
Os artigos 2.º a 18.º, 20.º a 25.º, 27.º, 35.º a 37.º, 39.º, 2 — Os regulamentos previstos no número anterior
42.º a 45.º, 47.º a 86.º, 88.º a 90.º, 93.º, 97.º a 99.º, 102.º, devem ter como objectivo a concretização e execução
103.º, 105.º, 106.º, 109.º a 111.º, 113.º, 115.º a 117.º, 119.º do presente diploma, não podendo contrariar o nele
a 121.º, 123.º, 126.º e 127.º do Decreto-Lei n.º 555/99, disposto, e devem fixar os montantes das taxas a cobrar
de 16 de Dezembro, alterado pela Lei n.º 13/2000, de 20 nos casos de admissão de comunicação prévia e de de-
de Julho, pelo Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, ferimento tácito, não podendo estes valores exceder os
pelas Leis n.os 15/2002, de 22 de Fevereiro, e 4-A/2003, previstos para o licenciamento ou acto expresso.
de 19 de Fevereiro, e pelo Decreto-Lei n.º 157/2006, de 8 3 — Os projectos dos regulamentos referidos no n.º 1
de Agosto, passam a ter a seguinte redacção: são submetidos a discussão pública, por prazo não in-
ferior a 30 dias, antes da sua aprovação pelos órgãos
«Artigo 2.º municipais.
[…] 4— .....................................
Para efeitos do presente diploma, entende-se por: Artigo 4.º
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Licença
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) ‘Obras de reconstrução sem preservação das facha- 1 — A realização de operações urbanísticas depende
das’ as obras de construção subsequentes à demolição de prévia licença, nos termos e com as excepções cons-
total ou parcial de uma edificação existente, das quais tantes da presente secção.
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2— ..................................... e) As obras de construção, de alteração ou de amplia-


ção em área abrangida por operação de loteamento ou
a) As operações de loteamento; plano de pormenor que contenha os elementos referidos
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remo- nas alíneas c), d) e f) do n.º 1 do artigo 91.º do Decreto-
delação de terrenos em área não abrangida por operação -Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro;
de loteamento; f) As obras de construção, de alteração ou de am-
c) As obras de construção, alteração e de ampliação pliação em zona urbana consolidada que respeitem os
em área não abrangida por operação de loteamento; planos municipais e das quais não resulte edificação com
d) As obras de reconstrução, ampliação, alteração, cércea superior à altura mais frequente das fachadas da
conservação ou demolição de imóveis classificados frente edificada do lado do arruamento onde se integra
ou em vias de classificação e as obras de construção, a nova edificação, no troço de rua compreendido entre
reconstrução, ampliação, alteração, conservação ou as duas transversais mais próximas, para um e para
demolição de imóveis situados em zonas de protec- outro lado;
ção de imóveis classificados, bem como dos imóveis g) A edificação de piscinas associadas a edificação
integrados em conjuntos ou sítios classificados, ou em principal;
áreas sujeitas a servidão administrativa ou restrição de h) As alterações à utilização dos edifícios, bem como
utilidade pública; o arrendamento para fins não habitacionais de prédios
e) As obras de reconstrução sem preservação das ou fracções não licenciados, nos termos do n.º 4 do ar-
fachadas; tigo 5.º do Decreto-Lei n.º 160/2006, de 8 de Agosto;
f) As obras de demolição das edificações que não i) As obras identificadas no artigo 6.º-A;
se encontrem previstas em licença de obras de recons- j) Os destaques referidos nos n.os 4 e 5.
trução;
g) As demais operações urbanísticas que não estejam 2 — (Revogado.)
isentas de licença, nos termos do presente diploma. 3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 37.º e nos
procedimentos especiais que exijam consulta externa, as
3 — A sujeição a licenciamento dos actos de repar- obras referidas nas alíneas c) a h) do n.º 1 ficam sujeitas
celamento da propriedade de que resultem parcelas não ao regime de comunicação prévia.
destinadas imediatamente a urbanização ou edificação 4 — Os actos que tenham por efeito o destaque de
depende da vontade dos proprietários. uma única parcela de prédio com descrição predial que
4 — Está sujeita a autorização a utilização dos edi- se situe em perímetro urbano estão isentos de licença
fícios ou suas fracções, bem como as alterações da uti- desde que as duas parcelas resultantes do destaque con-
lização dos mesmos. frontem com arruamentos públicos.
5 — Nas áreas situadas fora dos perímetros urbanos,
Artigo 5.º os actos a que se refere o número anterior estão isentos
de licença quando, cumulativamente, se mostrem cum-
[…]
pridas as seguintes condições:
1— ..................................... a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 — A concessão de autorização prevista no n.º 4 b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
do artigo anterior é da competência do presidente da
câmara, podendo ser delegada nos vereadores, com 6 — Nos casos referidos nos n.os 4 e 5 não é permitido
faculdade de subdelegação, ou nos dirigentes dos ser- efectuar na área correspondente ao prédio originário
viços municipais. novo destaque nos termos aí referidos por um prazo de
3 — A aprovação da informação prévia regulada no 10 anos contados da data do destaque anterior.
presente diploma é da competência da câmara muni- 7 — O condicionamento da construção bem como
cipal, podendo ser delegada no seu presidente, com o ónus do não fraccionamento, previstos nos n.os 4 e 5,
faculdade de subdelegação nos vereadores. devem ser inscritos no registo predial sobre as parcelas
4 — (Revogado.) resultantes do destaque, sem o que não pode ser licen-
ciada qualquer obra de construção nessas parcelas.
Artigo 6.º 8— .....................................
Isenção de licença 9 — A certidão emitida pela câmara municipal, com-
provativa da verificação dos requisitos do destaque,
1 — Sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 2 constitui documento bastante para efeitos de registo
do artigo 4.º, estão isentas de licença: predial da parcela destacada.
a) As obras de conservação; 10 — Os actos que tenham por efeito o destaque de
b) As obras de alteração no interior de edifícios ou parcela com descrição predial que se situe em períme-
suas fracções, à excepção dos imóveis classificados ou tro urbano e fora deste devem observar o disposto nos
em vias de classificação, que não impliquem modifica- n.os 4 e 5.
ções na estrutura de estabilidade, das cérceas, da forma
das fachadas e da forma dos telhados; Artigo 7.º
c) As obras de reconstrução com preservação das […]
fachadas;
1 — Estão igualmente isentas de licença:
d) As obras de urbanização e os trabalhos de remo-
delação de terrenos em área abrangida por operação de a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
loteamento; b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
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c) As obras de edificação ou demolição promovidas bem como a indicação do local, do horário e da forma
pelos institutos públicos que tenham por atribuições pelo qual poderá ser contactado.
específicas a salvaguarda do património cultural ou a 5 — Em caso de substituição do gestor de procedi-
promoção e gestão do parque habitacional do Estado e mento, é notificada ao interessado a identidade do novo
que estejam directamente relacionadas com a prosse- gestor, bem como os elementos referidos no número
cução destas atribuições; anterior.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
e) As obras de edificação ou de demolição e os tra- Artigo 9.º
balhos promovidos por entidades concessionárias de
[…]
obras ou serviços públicos, quando se reconduzam à
prossecução do objecto da concessão; 1 — Salvo disposição em contrário, os procedimen-
f) As operações urbanísticas promovidas por em- tos previstos no presente diploma iniciam-se através de
presas públicas relativamente a parques empresarias e requerimento ou comunicação apresentados com recurso
similares, nomeadamente áreas de localização empre- a meios electrónicos e através do sistema previsto no
sarial, zonas industriais e de logística. artigo anterior, dirigidos ao presidente da câmara mu-
nicipal, dos quais devem constar a identificação do
2— ..................................... requerente ou comunicante, incluindo o domicílio ou
3 — As operações de loteamento e as obras de ur- sede, bem como a indicação da qualidade de titular de
banização promovidas pelas autarquias locais e suas qualquer direito que lhe confira a faculdade de realizar
associações em área não abrangida por plano municipal a operação urbanística.
de ordenamento do território devem ser previamente 2 — Do requerimento ou comunicação consta igual-
autorizadas pela assembleia municipal, depois de sub- mente a indicação do pedido ou objecto em termos claros
metidas a parecer prévio não vinculativo da Comissão e precisos, identificando o tipo de operação urbanística
de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), a realizar por referência ao disposto no artigo 2.º, bem
a qual deve pronunciar-se no prazo de 20 dias a contar como a respectiva localização.
da recepção do respectivo pedido. 3 — Quando respeite a mais de um dos tipos de ope-
4 — As operações de loteamento e as obras de ur- rações urbanísticas referidos no artigo 2.º directamente
banização promovidas pelo Estado devem ser previa- relacionadas, devem ser identificadas todas as operações
mente autorizadas pelo ministro da tutela e pelo ministro abrangidas, aplicando-se neste caso a forma de proce-
responsável pelo ordenamento do território, depois de dimento correspondente a cada tipo de operação, sem
ouvida a câmara municipal, a qual se deve pronunciar prejuízo da tramitação e apreciação conjunta.
no prazo de 20 dias após a recepção do respectivo pe- 4 — O pedido ou comunicação é acompanhado dos
dido. elementos instrutórios previstos em portaria aprovada
5— ..................................... pelos membros do Governo responsáveis pelas obras
6 — A realização das operações urbanísticas previstas públicas e pelo ordenamento do território, para além
neste artigo deve observar as normas legais e regulamen- dos documentos especialmente referidos no presente
tares que lhes forem aplicáveis, designadamente as cons- diploma.
tantes de instrumento de gestão territorial, do regime 5 — (Revogado.)
jurídico de protecção do património cultural, do regime 6 — Com a apresentação de requerimento ou comu-
jurídico aplicável à gestão de resíduos de construção e nicação por via electrónica é emitido recibo entregue
demolição, e as normas técnicas de construção. por via electrónica.
7— ..................................... 7 — No requerimento inicial pode o interessado so-
licitar a indicação das entidades que, nos termos da lei,
Artigo 8.º devam emitir parecer, autorização ou aprovação relati-
vamente ao pedido apresentado, sendo-lhe tal notificado
[…]
no prazo de 15 dias, salvo rejeição liminar do pedido
1 — O controlo prévio das operações urbanísticas nos termos do disposto no artigo 11.º
obedece às formas de procedimento previstas na pre- 8 — O gestor do procedimento regista no processo a
sente secção, devendo ainda ser observadas as condições junção subsequente de quaisquer novos documentos e a
especiais de licenciamento previstas na secção III do data das consultas a entidades exteriores ao município
presente capítulo. e da recepção das respectivas respostas, quando for
2 — Sem prejuízo das competências do gestor de caso disso, bem como a data e o teor das decisões dos
procedimento, a direcção da instrução do procedimento órgãos municipais.
compete ao presidente da câmara municipal, podendo 9 — A substituição do requerente ou comunicante,
ser delegada nos vereadores, com faculdade de subde- do responsável por qualquer dos projectos apresentados
legação nos dirigentes dos serviços municipais. ou do director técnico da obra deve ser comunicada
3 — Cada procedimento é acompanhado por gestor ao gestor do procedimento para que este proceda ao
de procedimento, a quem compete assegurar o normal respectivo averbamento no prazo de 15 dias a contar
desenvolvimento da tramitação processual, acompa- da data da substituição.
nhando, nomeadamente, a instrução, o cumprimento de
prazos, a prestação de informação e os esclarecimentos Artigo 10.º
aos interessados.
[…]
4 — O recibo da apresentação de requerimento para
licenciamento, informação prévia ou comunicação pré- 1 — O requerimento ou comunicação é sempre ins-
via contém a identificação do gestor do procedimento, truído com declaração dos autores dos projectos, da
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qual conste que foram observadas na elaboração dos mara municipal pode igualmente proferir despacho
mesmos as normas legais e regulamentares aplicáveis, de rejeição liminar, oficiosamente ou por indicação
designadamente as normas técnicas de construção em do gestor do procedimento, quando da análise dos
vigor, e do coordenador dos projectos, que ateste a com- elementos instrutórios resultar que o pedido é manifes-
patibilidade entre os mesmos. tamente contrário às normas legais ou regulamentares
2 — Das declarações mencionadas no número an- aplicáveis.
terior deve, ainda, constar referência à conformidade 5 — Não ocorrendo rejeição liminar ou convite para
do projecto com os planos municipais de ordenamento corrigir ou completar o pedido ou comunicação, no
do território aplicáveis à pretensão, bem como com a prazo previsto nos n.os 2 e 4, presume-se que o reque-
licença de loteamento, quando exista. rimento ou comunicação se encontram correctamente
3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte e instruídos.
em legislação especial, só podem subscrever projectos 6 — Sem prejuízo do disposto nos números ante-
os técnicos legalmente habilitados que se encontrem riores, o gestor do procedimento deve dar a conhecer
inscritos em associação pública de natureza profissional ao presidente da câmara municipal, até à decisão final,
e que façam prova da validade da sua inscrição aquando qualquer questão que prejudique o desenvolvimento
da apresentação do requerimento inicial. normal do procedimento ou impeça a tomada de decisão
4 — Os técnicos cuja actividade não esteja abrangida sobre o objecto do pedido, nomeadamente a ilegitimi-
por associação pública podem subscrever os projectos dade do requerente e a caducidade do direito que se
para os quais possuam habilitação adequada, nos termos pretende exercer.
do disposto no regime da qualificação profissional exi- 7 — Salvo no que respeita às consultas a que se refere
gível aos técnicos responsáveis pela elaboração e subs- o artigo 13.º, se a decisão final depender da decisão de
crição de projectos ou em legislação especial relativa a uma questão que seja da competência de outro órgão
organismo público legalmente reconhecido. administrativo ou dos tribunais, deve o presidente da
5 — Os autores e coordenador dos projectos devem câmara municipal suspender o procedimento até que o
declarar, nomeadamente nas situações previstas no ar- órgão ou o tribunal competente se pronunciem, notifi-
tigo 60.º, quais as normas técnicas ou regulamentares cando o requerente desse acto, sem prejuízo do disposto
em vigor que não foram observadas na elaboração dos no n.º 2 do artigo 31.º do Código do Procedimento Ad-
mesmos, fundamentando as razões da sua não obser- ministrativo.
vância. 8 — Sem prejuízo do disposto no número anterior,
6 — Sempre que forem detectadas irregularidades o interessado pode requerer a continuação do procedi-
nos termos de responsabilidade, no que respeita às nor- mento em alternativa à suspensão, ficando a decisão
mas legais e regulamentares aplicáveis e à conformidade final condicionada, na sua execução, à decisão que vier
do projecto com os planos municipais de ordenamento a ser proferida pelo órgão administrativo ou tribunal
do território ou licença de loteamento, quando exista, competente.
devem as mesmas ser comunicadas à associação pública 9 — Havendo rejeição do pedido ou comunica-
de natureza profissional onde o técnico está inscrito ou ção, nos termos do presente artigo, o interessado
ao organismo público legalmente reconhecido no caso que apresente novo pedido ou comunicação para o
dos técnicos cuja actividade não esteja abrangida por mesmo fim está dispensado de juntar os documentos
associação pública. utilizados anteriormente que se mantenham válidos
e adequados.
Artigo 11.º 10 — O presidente da câmara municipal pode delegar
[…] nos vereadores, com faculdade de subdelegação ou nos
dirigentes dos serviços municipais, as competências
1 — Compete ao presidente da câmara municipal, referidas nos n.os 1 a 4 e no número seguinte.
por sua iniciativa ou por indicação do gestor do procedi- 11 — Quando se verifique que a operação urbanística
mento, decidir as questões de ordem formal e processual a que respeita o pedido ou comunicação não se integra
que possam obstar ao conhecimento de qualquer pedido no tipo de procedimento indicado, o requerente ou co-
ou comunicação apresentados no âmbito do presente municante é notificado, no prazo de 15 dias a contar
diploma. da apresentação desse requerimento, para os efeitos
2 — O presidente da câmara municipal profere des- seguintes:
pacho de aperfeiçoamento do pedido, no prazo de oito
dias a contar da respectiva apresentação, sempre que o a) No caso de o procedimento indicado ser mais
requerimento ou comunicação não contenham a iden- simples do que o aplicável, para, em 30 dias, de-
tificação do requerente ou comunicante, do pedido ou clarar se pretende que o procedimento prossiga
da localização da operação urbanística a realizar, bem na forma legalmente prevista, devendo, em caso
como no caso de faltar documento instrutório exigível afirmativo e no mesmo prazo, juntar os elementos
que seja indispensável ao conhecimento da pretensão e que estiverem em falta, sob pena de indeferimento
cuja falta não possa ser oficiosamente suprida. do pedido;
3 — Na hipótese prevista no número anterior, o re- b) No caso de o procedimento indicado ser mais
querente ou comunicante é notificado para, no prazo exigente do que o aplicável, tomar conhecimento da
de 15 dias, corrigir ou completar o pedido, ficando conversão oficiosa do procedimento para a forma le-
suspensos os termos ulteriores do procedimento, sob galmente prevista;
pena de rejeição liminar. c) No caso de a operação urbanística em causa estar
4 — No prazo de 10 dias a contar da apresentação dispensada de licença ou comunicação prévia, tomar
do requerimento ou comunicação, o presidente da câ- conhecimento da extinção do procedimento.
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Artigo 12.º b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
[…]
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
O pedido de licenciamento ou a comunicação prévia e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de operação urbanística devem ser publicitados sob f) Áreas de cedência destinadas à implantação de
forma de aviso, segundo o modelo aprovado por portaria espaços verdes, equipamentos de utilização colectiva
do membro do Governo responsável pelo ordenamento e infra-estruturas viárias.
do território, a colocar no local de execução da operação
de forma visível da via pública, no prazo de 10 dias 3— .....................................
a contar da apresentação do requerimento inicial ou 4— .....................................
comunicação.
Artigo 13.º Artigo 15.º
Consulta a entidades externas […]
1 — A consulta às entidades que, nos termos da lei, No âmbito do procedimento de informação prévia há
devam emitir parecer, autorização ou aprovação sobre lugar a consultas externas nos termos dos artigos 13.º,
o pedido é promovida pelo gestor do procedimento e é 13.º-A e 13.º-B, às entidades cujos pareceres, autoriza-
efectuada em simultâneo, através do sistema informático ções ou aprovações condicionem, nos termos da lei, a
previsto no artigo 8.º-A. informação a prestar, sempre que tal consulta deva ser
2 — Nos casos previstos no artigo seguinte, o gestor promovida num eventual pedido de licenciamento ou
do procedimento comunica o pedido, com a identifica- apresentação de comunicação prévia.
ção das entidades a consultar, à CCDR.
3 — As entidades exteriores ao município pronunciam- Artigo 16.º
-se exclusivamente no âmbito das suas atribuições e
Deliberação
competências.
4 — As entidades consultadas devem pronunciar-se 1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido
no prazo de 20 dias a contar da data de disponibilização de informação prévia no prazo de 20 dias ou, no caso
do processo. previsto no n.º 2 do artigo 14.º, no prazo de 30 dias
5 — Considera-se haver concordância daquelas enti- contados a partir:
dades com a pretensão formulada se os respectivos pare-
ceres, autorizações ou aprovações não forem recebidos a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos
dentro do prazo fixado no número anterior. solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º; ou
6 — Os pareceres das entidades exteriores ao muni- b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
cípio só têm carácter vinculativo quando tal resulte da c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
lei, desde que se fundamentem em condicionamentos
legais ou regulamentares e sejam recebidos dentro do 2— .....................................
prazo. 3 — A câmara municipal indica sempre, na informa-
7 — São fixados em diploma próprio os projectos da ção favorável, o procedimento de controlo prévio a que
engenharia de especialidades e as certificações técni- se encontra sujeita a realização da operação urbanística
cas que carecem de consulta, aprovação ou de parecer, projectada, de acordo com o disposto na secção I do
interno ou externo, bem como os termos em que têm capítulo II do presente diploma.
lugar. 4— .....................................
Artigo 14.º
Artigo 17.º
[…]
[…]
1 — Qualquer interessado pode pedir à câmara
municipal, a título prévio, informação sobre a viabi- 1 — A informação prévia favorável vincula as entida-
lidade de realizar determinada operação urbanística des competentes na decisão sobre um eventual pedido de
ou conjunto de operações urbanísticas directamente licenciamento ou apresentação de comunicação prévia
relacionadas, bem como sobre os respectivos condi- da operação urbanística a que respeita e, quando pro-
cionamentos legais ou regulamentares, nomeadamente ferida nos termos do n.º 2 do artigo 14.º, tem por efeito
relativos a infra-estruturas, servidões administrativas a sujeição da operação urbanística em causa, a efectuar
e restrições de utilidade pública, índices urbanísticos, nos exactos termos em que foi apreciada, ao regime de
cérceas, afastamentos e demais condicionantes aplicá- comunicação prévia e dispensa a realização de novas
veis à pretensão. consultas externas.
2 — Quando o pedido respeite a operação de lotea- 2 — O eventual pedido de licenciamento ou apresen-
mento, em área não abrangida por plano de pormenor, tação de comunicação prévia prevista no artigo anterior
ou a obra de construção, ampliação ou alteração em deve ser efectuado no prazo de um ano após a decisão
área não abrangida por plano de pormenor ou operação favorável do pedido de informação prévia e, no caso
de loteamento, o interessado pode requerer que a infor- previsto na parte final do n.º 1, é acompanhado de de-
mação prévia contemple especificamente os seguintes claração dos autores e coordenador dos projectos de que
aspectos, em função da informação pretendida e dos a operação urbanística respeita os limites constantes da
elementos apresentados: decisão da informação.
3 — Decorrido o prazo fixado no número anterior,
a) A volumetria, alinhamento, cércea e implantação o particular pode requerer ao presidente da câmara a
da edificação e dos muros de vedação; declaração de que se mantêm os pressupostos de facto
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e de direito que levaram à anterior decisão favorável, apreciação prévia, salvo quando as declarações sejam
devendo o mesmo decidir no prazo de 20 dias e correndo formuladas nos termos do n.º 5 do artigo 10.º
novo prazo de um ano para efectuar a apresentação dos
pedidos de licenciamento ou de comunicação prévia Artigo 21.º
se os pressupostos se mantiverem ou se o presidente […]
da câmara municipal não tiver respondido no prazo
legalmente previsto. A apreciação dos projectos de loteamento, obras de
4 — Não se suspendem os procedimentos de licen- urbanização e dos trabalhos de remodelação de terrenos
ciamento ou comunicação prévia requeridos ou apre- pela câmara municipal incide sobre a sua conformidade
sentados com suporte em informação prévia nas áreas com planos municipais de ordenamento do território,
a abranger por novas regras urbanísticas, constantes de planos especiais de ordenamento do território, medidas
plano municipal ou especial de ordenamento do territó- preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário,
rio ou sua revisão, a partir da data fixada para o início área de construção prioritária, servidões administrativas,
da discussão pública e até à data da entrada em vigor restrições de utilidade pública e quaisquer outras normas
daquele instrumento. legais e regulamentares aplicáveis, bem como sobre o
uso e a integração urbana e paisagística.
Artigo 18.º
Artigo 22.º
[…]
Consulta pública
1— .....................................
2 — (Revogado.) 1 — Os municípios podem determinar, através de
regulamento municipal, a prévia sujeição a discussão
Artigo 20.º pública do licenciamento de operações de loteamento
com significativa relevância urbanística.
[…] 2 — A consulta prevista no número anterior tem
1 — A apreciação do projecto de arquitectura, no sempre lugar quando a operação de loteamento exceda
caso de pedido de licenciamento relativo a obras pre- algum dos seguintes limites:
vistas nas alíneas c), d), e), f) e g) do n.º 2 do artigo 4.º, a) 4 ha;
incide sobre a sua conformidade com planos munici- b) 100 fogos;
pais de ordenamento no território, planos especiais de c) 10 % da população do aglomerado urbano em que
ordenamento do território, medidas preventivas, área se insere a pretensão.
de desenvolvimento urbano prioritário, área de cons-
trução prioritária, servidões administrativas, restrições Artigo 23.º
de utilidade pública e quaisquer outras normas legais e
regulamentares relativas ao aspecto exterior e a inserção […]
urbana e paisagística das edificações, bem como sobre 1— .....................................
o uso proposto.
2— ..................................... a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
3— ..................................... b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) No prazo de 45 dias, no caso de obras previstas nas
a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos alíneas c) e d), e), f) e g) do n.º 2 do artigo 4.º;
solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º; ou d) (Revogada.)
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 — (Revogado.)
3 — Os prazos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1
4 — O interessado deve apresentar os projectos de contam-se a partir:
engenharia das especialidades necessários à execução
da obra no prazo de seis meses a contar da notificação a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos
do acto que aprovou o projecto de arquitectura caso não solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º;
tenha apresentado tais projectos com o requerimento b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
inicial. c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
5— .....................................
6 — A falta de apresentação dos projectos da en- 4— .....................................
genharia de especialidades no prazo estabelecido no a) Da data da apresentação dos projectos da enge-
n.º 4 ou naquele que resultar da prorrogação concedida nharia de especialidades ou da data da aprovação do
nos termos do número anterior implica a suspensão do projecto de arquitectura, se o interessado os tiver apre-
processo de licenciamento pelo período máximo de sentado juntamente com o requerimento inicial; ou
seis meses, findo o qual é declarada a caducidade após b) Quando haja lugar a consulta de entidades exter-
audiência prévia do interessado. nas, a partir da data da recepção do último dos pareceres,
7 — (Revogado.) autorizações ou aprovações; ou ainda
8 — As declarações de responsabilidade dos auto- c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
res dos projectos da engenharia de especialidades que
estejam inscritos em associação pública constituem 5— .....................................
garantia bastante do cumprimento das normas legais e 6 — No caso das obras previstas nas alíneas c), d) e e)
regulamentares aplicáveis aos projectos, excluindo a sua do n.º 2 do artigo 4.º, a câmara municipal pode, a reque-
6264 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

rimento do interessado, aprovar uma licença parcial para quada, beneficiando de redução proporcional ou isenção
construção da estrutura, imediatamente após a entrega das taxas por realização de infra-estruturas urbanísticas,
de todos os projectos da engenharia de especialidades e nos termos a fixar em regulamento municipal.
desde que se mostrem aprovado o projecto de arquitec- 4— .....................................
tura e prestada caução para demolição da estrutura até 5— .....................................
ao piso de menor cota em caso de indeferimento. 6— .....................................
7— .....................................
Artigo 27.º
Artigo 24.º
[…]
[…]
1 — A requerimento do interessado, podem ser alte-
1— ..................................... rados os termos e condições da licença.
2 — Quando o pedido de licenciamento tiver por 2 — A alteração da licença de operação de loteamento
objecto a realização das operações urbanísticas referidas é precedida de consulta pública quando a mesma esteja
nas alíneas a) a c), d), e) e g) do n.º 2 do artigo 4.º, o prevista em regulamento municipal ou quando sejam
indeferimento pode ainda ter lugar com fundamento ultrapassados alguns dos limites previstos no n.º 2 do
em: artigo 22.º
a) A operação urbanística afectar negativamente o 3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 48.º, a alte-
património arqueológico, histórico, cultural ou paisa- ração da licença de operação de loteamento não pode
gístico, natural ou edificado; ser aprovada se ocorrer oposição escrita da maioria dos
b) A operação urbanística constituir, comprovada- proprietários dos lotes constantes do alvará, devendo,
mente, uma sobrecarga incomportável para as infra- para o efeito, o gestor de procedimento proceder à sua
-estruturas ou serviços gerais existentes ou implicar, notificação para pronúncia no prazo de 10 dias.
para o município, a construção ou manutenção de equi- 4— .....................................
pamentos, a realização de trabalhos ou a prestação de 5— .....................................
serviços por este não previstos, designadamente quanto 6 — No procedimento de alteração são utilizados os
a arruamentos e redes de abastecimento de água, de documentos constantes do processo que se mantenham
energia eléctrica ou de saneamento. válidos e adequados, promovendo a câmara municipal,
quando necessário, a actualização dos mesmos.
3 — (Revogado.) 7 — A alteração da licença dá lugar a aditamento ao
4 — Quando o pedido de licenciamento tiver por ob- alvará, que, no caso de operação de loteamento, deve
jecto a realização das obras referidas nas alíneas c) e d) ser comunicado oficiosamente à conservatória do re-
do n.º 2 do artigo 4.º, pode ainda ser indeferido quando a gisto predial competente para efeitos de averbamento,
obra seja susceptível de manifestamente afectar o acesso contendo a comunicação os elementos em que se traduz
e a utilização de imóveis classificados de interesse na- a alteração.
cional ou interesse público, a estética das povoações, a 8 — As alterações à licença de loteamento, com ou
sua adequada inserção no ambiente urbano ou a beleza sem variação do número de lotes, que se traduzam na
das paisagens, designadamente em resultado da descon- variação das áreas de implantação ou de construção até
formidade com as cérceas dominantes, a volumetria das 3 %, desde que não impliquem aumento do número de
edificações e outras prescrições expressamente previstas fogos, alteração de parâmetros urbanísticos ou utiliza-
em regulamento. ções constantes de plano municipal de ordenamento
5 — O pedido de licenciamento das obras referidas do território, são aprovadas por simples deliberação da
na alínea c) do n.º 2 do artigo 4.º deve ser indeferido câmara municipal, com dispensa de quaisquer outras
na ausência de arruamentos ou de infra-estruturas de formalidades, sem prejuízo das demais disposições le-
abastecimento de água e saneamento ou se a obra pro- gais e regulamentares aplicáveis.
jectada constituir, comprovadamente, uma sobrecarga 9 — Exceptuam-se do disposto nos n.os 3 a 6 as alte-
incomportável para as infra-estruturas existentes. rações às condições da licença que se refiram ao prazo
6 — (Revogado.) de conclusão das operações urbanísticas licenciadas ou
ao montante da caução para garantia das obras de urba-
Artigo 25.º nização, que se regem pelos artigos 53.º, 54.º e 58.º
[…]
Artigo 35.º
1 — Quando exista projecto de decisão de indefe- […]
rimento com os fundamentos referidos na alínea b) do
n.º 2 e no n.º 5 do artigo anterior, pode haver deferimento 1 — A comunicação prévia é dirigida ao presidente
do pedido desde que o requerente, na audiência prévia, da câmara municipal, acompanhada pelos elementos
se comprometa a realizar os trabalhos necessários ou instrutórios fixados pela portaria a que se refere o n.º 4
a assumir os encargos inerentes à sua execução, bem do artigo 9.º, de termo de responsabilidade nos termos
como os encargos de funcionamento das infra-estruturas do artigo 10.º e das especificações a que se refere o n.º 1
por um período mínimo de 10 anos. do artigo 77.º, com os efeitos previstos no seu n.º 3.
2 — (Revogado.) 2 — As operações urbanísticas realizadas ao abrigo
3 — Em caso de deferimento nos termos do n.º 1, o de comunicação prévia devem observar as normas legais
requerente deve, antes da emissão do alvará, celebrar e regulamentares que lhes forem aplicáveis, designada-
com a câmara municipal contrato relativo ao cumpri- mente as constantes de instrumento de gestão territorial
mento das obrigações assumidas e prestar caução ade- e as normas técnicas de construção.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6265

Artigo 36.º parecer prévio favorável da CCDR ao qual se aplica,


Rejeição da comunicação prévia
com as necessárias adaptações, o disposto nos n.os 4 e
5 do artigo 13.º
1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 11.º, no 2 — O parecer da CCDR destina-se a avaliar a ope-
prazo de 20 dias a contar da entrega da comunicação ração de loteamento do ponto de vista do ordenamento
e demais elementos a que se refere o artigo anterior, do território e a verificar a sua articulação com os instru-
o presidente da câmara municipal, com faculdade de mentos de desenvolvimento territorial previstos na lei.
delegação nos vereadores, deve rejeitar a comunicação 3 — O parecer da CCDR caduca no prazo de dois
quando verifique que a obra viola as normas legais e anos, salvo se, dentro desse prazo, for licenciada a ope-
regulamentares aplicáveis, designadamente as constan- ração de loteamento, ou, uma vez esgotado, não exis-
tes de plano municipal de ordenamento do território, ou tirem alterações nos pressupostos de facto e de direito
as normas técnicas de construção em vigor, ou viola os em que se fundamentou o parecer.
termos de informação prévia existente. 4— .....................................
2 — O prazo previsto no número anterior é de 60 dias
quando haja lugar a consulta a entidades externas. Artigo 43.º
[…]
Artigo 37.º
1— .....................................
[…]
2 — Os parâmetros para o dimensionamento das
1 — As operações urbanísticas referidas nos arti- áreas referidas no número anterior são os que estive-
gos 4.º e 6.º cujo projecto, nos termos da legislação rem definidos em plano municipal de ordenamento do
especial aplicável, careça de aprovação da administração território.
central, nomeadamente as relativas a empreendimentos 3— .....................................
industriais, estabelecimentos comerciais, recintos de 4— .....................................
espectáculos e divertimentos públicos e as que tenham
lugar em imóveis classificados ou em vias de classifi- Artigo 44.º
cação e respectivas zonas de protecção estão também […]
sujeitas a licença ou comunicação prévia, nos termos
do disposto no presente diploma. 1 — O proprietário e os demais titulares de direitos
2 — Salvo o disposto em lei especial, os órgãos mu- reais sobre o prédio a lotear cedem gratuitamente ao
nicipais não podem aprovar informação prévia favorável município as parcelas para implantação de espaços ver-
nem deferir pedidos de licença ou comunicações prévias des públicos e equipamentos de utilização colectiva e
relativos a operações urbanísticas previstas no n.º 1 sem as infra-estruturas que, de acordo com a lei e a licença
que o requerente apresente documento comprovativo da ou comunicação prévia, devam integrar o domínio mu-
aprovação da administração central. nicipal.
3 — Os prazos para a câmara municipal decidir sobre 2 — Para os efeitos do número anterior, o requerente
os pedidos de informação prévia, de licença ou comuni- deve assinalar as áreas de cedência ao município em
cação prévia a operações urbanísticas previstas no n.º 1 planta a entregar com o pedido de licenciamento ou
contam-se a partir da data da entrega pelo requerente comunicação prévia.
do documento referido no número anterior. 3 — As parcelas de terreno cedidas ao município
integram-se no domínio municipal com a emissão do
Artigo 39.º alvará ou, nas situações previstas no artigo 34.º, através
de instrumento próprio a realizar pelo notário priva-
Autorização prévia de localização
tivo da câmara municipal no prazo previsto no n.º 1
Sempre que as obras se situem em área que nos ter- do artigo 36.º, devendo a câmara municipal definir no
mos de plano de urbanização, plano de pormenor ou momento da recepção as parcelas afectas aos domínios
licença ou comunicação prévia de loteamento em vigor público e privado do município.
esteja expressamente afecta ao uso proposto, é dispen- 4— .....................................
sada a autorização prévia de localização que, nos termos 5 — O proprietário e demais titulares de direitos reais
da lei, devesse ser emitida por parte de órgãos da admi- sobre prédio a sujeitar a qualquer operação urbanística
nistração central, sem prejuízo das demais autorizações que nos termos de regulamento municipal seja conside-
ou aprovações exigidas por lei relativas a servidões rada como de impacte relevante ficam também sujeitos
administrativas ou restrições de utilidade pública. às cedências e compensações previstas para as operações
de loteamento.
Artigo 45.º
SECÇÃO III
[…]
Condições especiais de licenciamento
ou comunicação prévia 1— .....................................
2— .....................................
Artigo 42.º 3— .....................................
4 — As parcelas que, nos termos do n.º 1, tenham
Parecer da CCDR
revertido para o cedente ficam sujeitas às mesmas finali-
1 — O licenciamento de operação de loteamento que dades a que deveriam estar afectas aquando da cedência,
se realize em área não abrangida por qualquer plano salvo quando se trate de parcela a afectar a equipamento
municipal de ordenamento do território está sujeito a de utilização colectiva, devendo nesse caso ser afecta
6266 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

a espaço verde, procedendo-se ainda ao averbamento pela câmara municipal, a data de caducidade e a certidão
desse facto no respectivo alvará e integração na admis- do registo predial.
são da comunicação prévia. 2— .....................................
5— ..................................... 3— .....................................
6 — Havendo imóveis construídos na parcela re- 4— .....................................
vertida, o tribunal pode ordenar a sua demolição, a
requerimento do cedente, nos termos estabelecidos nos Artigo 50.º
artigos 37.º e seguintes da Lei n.º 15/2002, de 22 de
[…]
Fevereiro.
7— ..................................... 1 — Ao fraccionamento de prédios rústicos aplica-
8— ..................................... -se o disposto nos Decretos-Leis n.os 384/88, de 25 de
9— ..................................... Outubro, e 103/90, de 22 de Março.
2 — Os negócios jurídicos de que resulte o fracciona-
Artigo 47.º mento ou divisão de prédios rústicos são comunicados
[…] pelas partes intervenientes à câmara municipal do local
da situação dos prédios, a qual promove a comunicação
1 — Os princípios a que devem subordinar-se os con- dos mesmos ao Instituto Geográfico Português.
tratos administrativos de concessão do domínio munici- 3— .....................................
pal a que se refere o artigo anterior são estabelecidos em
diploma próprio, no qual se fixam as regras a observar Artigo 51.º
em matéria de prazo de vigência, conteúdo do direito
de uso privativo, obrigações do concessionário e do Informação registral
município em matéria de realização de obras, prestação 1 — O conservador do registo predial remete men-
de serviços e manutenção de infra-estruturas, garantias salmente à CCDR, até ao dia 15 de cada mês, cópia
a prestar e modos e termos do sequestro e rescisão. dos elementos respeitantes a operações de loteamento
2 — A utilização das áreas concedidas nos termos do e respectivos anexos cujos registos tenham sido reque-
número anterior e a execução dos contratos respectivos ridos no mês anterior.
estão sujeitas a fiscalização da câmara municipal, nos 2 — (Revogado.)
termos a estabelecer no diploma aí referido.
3 — Os contratos referidos no número anterior não Artigo 52.º
podem, sob pena de nulidade das cláusulas respectivas, […]
proibir o acesso e utilização do espaço concessionado
por parte do público, sem prejuízo das limitações a tais Na publicidade à alienação de lotes de terreno, de
acesso e utilização que sejam admitidas no diploma edifícios ou fracções autónomas neles construídos, em
referido no n.º 1. construção ou a construir, é obrigatório mencionar o
Artigo 48.º número do alvará de loteamento ou da comunicação
[…]
prévia e a data da sua emissão ou admissão pela câmara
municipal, bem como o respectivo prazo de validade.
1 — As condições da licença ou comunicação prévia
de operação de loteamento podem ser alteradas por Artigo 53.º
iniciativa da câmara municipal desde que tal alteração
[…]
se mostre necessária à execução de plano municipal de
ordenamento do território, plano especial de ordena- 1 — Com a deliberação prevista no artigo 26.º ou
mento do território, área de desenvolvimento urbano através de regulamento municipal nas situações previs-
prioritário, área de construção prioritária ou área crítica tas no artigo 34.º, o órgão competente para o licencia-
de recuperação e reconversão urbanística. mento das obras de urbanização estabelece:
2— .....................................
3 — A deliberação referida no número anterior é a) As condições a observar na execução das mesmas,
precedida da audiência prévia do titular do alvará ou onde se inclui o cumprimento do disposto no regime
comunicação e demais interessados, que dispõem do da gestão de resíduos de construção e demolição nelas
prazo de 30 dias para se pronunciarem sobre o projecto produzidos, e o prazo para a sua conclusão;
de decisão. b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4— ..................................... c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Artigo 49.º 2 — Nas situações previstas no artigo 34.º o prazo


de execução é o fixado pelo interessado, não podendo,
[…] no entanto, ultrapassar os limites fixados mediante re-
1 — Nos títulos de arrematação ou outros documen- gulamento municipal.
tos judiciais, bem como nos instrumentos relativos a 3 — O prazo estabelecido nos termos da alínea a)
actos ou negócios jurídicos de que resulte, directa ou do n.º 1 e do n.º 2 pode ser prorrogado a requerimento
indirectamente, a constituição de lotes nos termos da fundamentado do interessado, por uma única vez e por
alínea i) do artigo 2.º, sem prejuízo do disposto nos período não superior a metade do prazo inicial, quando
artigos 6.º e 7.º, ou a transmissão de lotes legalmente não seja possível concluir as obras dentro do prazo para
constituídos, devem constar o número do alvará ou da o efeito estabelecido.
comunicação prévia, a data da sua emissão ou admissão 4 — (Anterior n.º 3.)
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6267

5 — O prazo referido no n.º 2 pode ainda ser pror- incluídas em cada fase, o orçamento correspondente
rogado em consequência de alteração da licença ou e os prazos dentro dos quais se propõe requerer a res-
comunicação prévia admitida. pectiva licença.
6 — A prorrogação do prazo nos termos referidos 2 — O requerimento referido no número anterior
nos números anteriores não dá lugar à emissão de novo deve ser apresentado com o pedido de licenciamento
alvará nem à apresentação e admissão de nova comu- de loteamento ou, quando as obras de urbanização não
nicação prévia, devendo ser averbada no alvará ou co- se integrem em operação de loteamento, com o pedido
municação existentes. de licenciamento das mesmas.
7 — As condições da licença ou comunicação pré- 3— .....................................
via de obras de urbanização podem ser alteradas por 4— .....................................
iniciativa da câmara municipal, nos termos e com os 5— .....................................
fundamentos estabelecidos no artigo 48.º 6 — Quando se trate de operação efectuada ao abrigo
de comunicação prévia, o interessado identifica na co-
Artigo 54.º municação as fases em que pretende proceder à exe-
[…] cução das obras de urbanização, aplicando-se, com as
necessárias adaptações, o disposto nos n.os 1, 2 e 3.
1 — O requerente ou comunicante presta caução
destinada a garantir a boa e regular execução das obras Artigo 57.º
de urbanização.
2 — A caução referida no número anterior é prestada […]
a favor da câmara municipal, mediante garantia ban- 1 — A câmara municipal fixa as condições a observar
cária autónoma à primeira solicitação, hipoteca sobre na execução da obra com o deferimento do pedido de
bens imóveis propriedade do requerente, depósito em licenciamento das obras referidas nas alíneas c), d) e e)
dinheiro ou seguro-caução, devendo constar do próprio do n.º 2 do artigo 4.º e através de regulamento munici-
título que a mesma está sujeita a actualização nos termos pal para as obras previstas nas alíneas c) a h) do n.º 1
do n.º 4 e se mantém válida até à recepção definitiva do artigo 6.º, devendo salvaguardar o cumprimento do
das obras de urbanização. disposto no regime da gestão de resíduos de construção
3 — O montante da caução é igual ao valor cons- e demolição.
tante dos orçamentos para execução dos projectos das 2 — As condições relativas à ocupação da via pública
obras a executar, eventualmente corrigido pela câmara ou à colocação de tapumes e vedações são estabelecidas
municipal com a emissão da licença, a que pode ser mediante proposta do requerente, a qual, nas situações
acrescido um montante, não superior a 5 % daquele previstas nas alíneas c) a h) do n.º 1 do artigo 6.º, deve
valor, destinado a remunerar encargos de administra- acompanhar a comunicação prévia, não podendo a câ-
ção caso se mostre necessário aplicar o disposto nos mara municipal alterá-las senão com fundamento na
artigos 84.º e 85.º violação de normas legais ou regulamentares aplicáveis,
4 — O montante da caução deve ser: ou na necessidade de articulação com outras ocupações
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . previstas ou existentes.
b) Reduzido, nos mesmos termos, em conformidade 3— .....................................
com o andamento dos trabalhos a requerimento do inte- 4 — A comunicação prévia para obras em área abran-
ressado, que deve ser decidido no prazo de 15 dias. gida por operação de loteamento não pode ter lugar
antes da recepção provisória das respectivas obras de
5— ..................................... urbanização ou da prestação de caução a que se refere
6 — O reforço ou a redução da caução, nos termos o artigo 54.º
do n.º 4, não dá lugar à emissão de novo alvará ou à 5 — O disposto no artigo 43.º é aplicável aos proce-
apresentação e admissão de nova comunicação. dimentos de licenciamento ou de comunicação prévia
das obras referidas nas alíneas c), d) e e) do n.º 2 do
Artigo 55.º artigo 4.º, bem como às previstas nas alíneas c), d), e)
e f) do n.º 1 do artigo 6.º, quando respeitem a edifícios
[…] contíguos e funcionalmente ligados entre si, que deter-
1— ..................................... minem, em termos urbanísticos, impactes semelhantes
2— ..................................... a uma operação de loteamento, nos termos a definir por
3— ..................................... regulamento municipal.
4 — Quando haja lugar à celebração de contrato de 6 — O disposto no n.º 4 do artigo 44.º é aplicável aos
urbanização, a ele se fará menção no alvará ou comu- procedimentos de licenciamento ou de comunicação
nicação. prévia das obras referidas nas alíneas c), d) e e) do n.º 2
5 — Juntamente com o requerimento inicial, comu- do artigo 4.º, bem como às previstas nas alíneas c), d), e)
nicação e a qualquer momento do procedimento até à e f) do n.º 1 do artigo 6.º, quando a operação contemple a
aprovação das obras de urbanização, o interessado pode criação de áreas de circulação viária e pedonal, espaços
apresentar proposta de contrato de urbanização. verdes e equipamento de uso privativo.
7 — O disposto no número anterior é igualmente
Artigo 56.º aplicável aos procedimentos de comunicação prévia
das operações urbanísticas previstas nas alíneas d) e
[…]
e) do n.º 1 do artigo 6.º desde que esteja prevista a sua
1 — O interessado pode requerer a execução por realização em área não abrangida por operação de lo-
fases das obras de urbanização, identificando as obras teamento.
6268 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

Artigo 58.º nicação as fases em que pretende proceder à execução


[…]
da obra, aplicando-se com as necessárias adaptações o
disposto nos n.os 1 e 2.
1 — A câmara municipal fixa, com o deferimento
do pedido de licenciamento das obras referidas nas Artigo 60.º
alíneas c) a g) do n.º 2 do artigo 4.º, o prazo de execução
[…]
da obra, em conformidade com a programação proposta
pelo requerente. 1— .....................................
2 — Nas situações previstas nas alíneas c) a h) do 2 — A licença ou admissão de comunicação prévia
n.º 1 do artigo 6.º, o prazo de execução é o fixado pelo de obras de reconstrução ou de alteração das edificações
interessado, não podendo, no entanto, ultrapassar os não pode ser recusada com fundamento em normas
limites fixados mediante regulamento municipal. legais ou regulamentares supervenientes à construção
3 — Os prazos referidos nos números anteriores originária, desde que tais obras não originem ou agra-
começam a contar da data de emissão do respectivo vem desconformidade com as normas em vigor, ou
alvará, da data do pagamento ou do depósito das taxas tenham como resultado a melhoria das condições de
ou da caução nas situações previstas no artigo 113.º ou segurança e de salubridade da edificação.
do fim do prazo a que se refere o n.º 1 do artigo 36.º, 3 — Sem prejuízo do disposto nos números anterio-
na hipótese de comunicação prévia. res, a lei pode impor condições específicas para o exer-
4 — O prazo para a conclusão da obra pode ser al- cício de certas actividades em edificações já afectas a
terado por motivo de interesse público, devidamente tais actividades ao abrigo do direito anterior, bem como
fundamentado, no acto de deferimento a que se refere condicionar a execução das obras referidas no número
o n.º 1 ou, na situação prevista no n.º 2, até ao fim do anterior à realização dos trabalhos acessórios que se
prazo previsto no n.º 1 do artigo 36.º mostrem necessários para a melhoria das condições de
5 — Quando não seja possível concluir as obras no segurança e salubridade da edificação.
prazo previsto, este pode ser prorrogado, a requerimento
fundamentado do interessado, por uma única vez e por Artigo 61.º
período não superior a metade do prazo inicial, salvo o
disposto nos números seguintes. Identificação do director técnico da obra
6 — Quando a obra se encontre em fase de acaba- O titular da licença de construção e o apresentante
mentos, pode o presidente da câmara municipal, a reque- da comunicação prévia ficam obrigados a afixar numa
rimento fundamentado do interessado, conceder nova
placa em material imperecível no exterior da edifica-
prorrogação, mediante o pagamento de um adicional
ção ou a gravar num dos seus elementos exteriores a
à taxa referida no n.º 1 do artigo 116.º, de montante a
identificação do director técnico da obra e do autor do
fixar em regulamento municipal.
7 — O prazo estabelecido nos termos dos números projecto de arquitectura.
anteriores pode ainda ser prorrogado em consequência
da alteração da licença, bem como da apresentação de Artigo 62.º
alteração aos projectos apresentados com a comunicação […]
prévia admitida.
8 — A prorrogação do prazo nos termos referidos 1 — A autorização de utilização de edifícios ou suas
nos números anteriores não dá lugar à emissão de novo fracções autónomas destina-se a verificar a conformidade
alvará nem à apresentação e admissão de nova comuni- da obra concluída com o projecto aprovado e com as
cação prévia, devendo apenas ser nestes averbada. condições do licenciamento ou da comunicação prévia.
9 — (Anterior n.º 8.) 2 — A autorização, quando não haja lugar à rea-
lização de obras ou quando se trate de alteração da
Artigo 59.º utilização ou de autorização de arrendamento para fins
não habitacionais de prédios ou fracções não licencia-
[…] dos, nos termos do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto-Lei
1 — O requerente pode optar pela execução faseada n.º 160/2006, de 8 de Agosto, destina-se a verificar a
da obra, devendo para o efeito, em caso de operação ur- conformidade do uso previsto com as normas legais e
banística sujeita a licenciamento, identificar no projecto regulamentares aplicáveis e a idoneidade do edifício ou
de arquitectura os trabalhos incluídos em cada uma das sua fracção autónoma para o fim pretendido.
fases e indicar os prazos, a contar da data de aprovação
daquele projecto, em que se propõe requerer a aprovação Artigo 63.º
dos projectos da engenharia de especialidades relativos […]
a cada uma dessas fases, podendo a câmara municipal
fixar diferentes prazos por motivo de interesse público 1 — O pedido de autorização de utilização deve ser
devidamente fundamentado. instruído com termo de responsabilidade subscrito pelos
2— ..................................... autores de projecto de obra e do director de fiscalização
3— ..................................... de obra, na qual aqueles devem declarar que a obra foi
4— ..................................... executada de acordo com o projecto aprovado e com
5 — (Revogado.) as condições da licença ou da comunicação prévia e, se
6— ..................................... for caso disso, que as alterações efectuadas ao projecto
7 — Quando se trate de operação urbanística sujeita estão em conformidade com as normas legais e regula-
a comunicação prévia, o interessado identifica na comu- mentares que lhe são aplicáveis.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6269

2 — O pedido de autorização nos termos previstos mesma nos termos do artigo 63.º ou do número anterior,
no n.º 2 do artigo anterior deve ser instruído com termo o qual é emitido no prazo de cinco dias e sem a prévia
de responsabilidade subscrito por pessoa habilitada a realização de vistoria.
ser autor de projecto segundo o regime da qualificação
profissional dos técnicos responsáveis pela elaboração Artigo 66.º
e subscrição de projectos.
[…]
Artigo 64.º 1 — No caso de edifícios constituídos em regime
Concessão da autorização de utilização de propriedade horizontal, a autorização pode ter por
objecto o edifício na sua totalidade ou cada uma das
1 — A autorização de utilização é concedida, no prazo suas fracções autónomas.
de 10 dias a contar do recebimento do requerimento, 2 — A autorização de utilização só pode ser conce-
com base nos termos de responsabilidade referidos no dida autonomamente para uma ou mais fracções autó-
artigo anterior, salvo na situação prevista no número nomas quando as partes comuns dos edifícios em que
seguinte. se integram estejam também em condições de serem
2 — O presidente da câmara municipal, oficiosa- utilizadas.
mente ou a requerimento do gestor do procedimento e no 3 — Caso o interessado não tenha ainda requerido
prazo previsto no número anterior, determina a realiza- a certificação pela câmara municipal de que o edifício
ção de vistoria, a efectuar nos termos do artigo seguinte, satisfaz os requisitos legais para a sua constituição em
quando se verifique alguma das seguintes situações: regime de propriedade horizontal, tal pedido pode inte-
a) O pedido de autorização de utilização não estar grar o requerimento de autorização de utilização.
instruído com os termos de responsabilidade previsto 4 — O disposto nos n.os 2 e 3 é aplicável, com as
no artigo anterior; necessárias adaptações, aos edifícios compostos por uni-
b) Existirem indícios sérios, nomeadamente com dades susceptíveis de utilização independente que não
base nos elementos constantes do processo ou do livro estejam sujeitos ao regime da propriedade horizontal.
de obra, a concretizar no despacho que determina a
vistoria, de que a obra se encontra em desconformidade SECÇÃO IV
com o respectivo projecto ou condições estabelecidas;
c) Tratando-se da autorização prevista no n.º 2 do Validade e eficácia dos actos de licenciamento, admissão
artigo 62.º, existam indícios sérios de que o edifício, da comunicação prévia ou autorização de utilização
ou sua fracção autónoma, não é idóneo para o fim pre-
tendido. Artigo 67.º
[…]
Artigo 65.º
A validade das licenças, admissão das comunicações
[…]
prévias ou autorizações de utilização das operações ur-
1 — A vistoria realiza-se no prazo de 15 dias a contar banísticas depende da sua conformidade com as normas
da decisão do presidente da câmara referida no n.º 2 do legais e regulamentares aplicáveis em vigor à data da
artigo anterior, decorrendo sempre que possível em data sua prática, sem prejuízo do disposto no artigo 60.º
a acordar com o requerente.
2 — A vistoria é efectuada por uma comissão com- Artigo 68.º
posta, no mínimo, por três técnicos, a designar pela
Nulidades
câmara municipal, dos quais pelo menos dois devem
ter habilitação legal para ser autor de projecto, corres- São nulas as licenças, a admissão de comunicações
pondente à obra objecto de vistoria, segundo o regime prévias ou as autorizações de utilização previstas no
da qualificação profissional dos técnicos responsáveis presente diploma que:
pela elaboração e subscrição de projectos.
3 — A data da realização da vistoria é notificada a) Violem o disposto em plano municipal de ordena-
pela câmara municipal ao requerente da autorização mento do território, plano especial de ordenamento do
de utilização, o qual pode fazer-se acompanhar dos território, medidas preventivas ou licença de loteamento
autores dos projectos e do técnico responsável pela em vigor;
direcção técnica da obra, que participam, sem direito a b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
voto, na vistoria. c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
4 — As conclusões da vistoria são obrigatoriamente
seguidas na decisão sobre o pedido de autorização. Artigo 69.º
5 — No caso da imposição de obras de alteração Participação, acção administrativa especial e declaração de nulidade
decorrentes da vistoria, a emissão da autorização re-
querida depende da verificação da adequada realização 1 — Os factos geradores das nulidades previstas no
dessas obras, mediante nova vistoria a requerer pelo artigo anterior e quaisquer outros factos de que possa
interessado, a qual deve decorrer no prazo de 15 dias a resultar a invalidade dos actos administrativos previs-
contar do respectivo requerimento. tos no presente diploma devem ser participados, por
6 — Não sendo a vistoria realizada nos prazos re- quem deles tenha conhecimento, ao Ministério Público,
feridos nos n.os 1 ou 5, o requerente pode solicitar a para efeitos de propositura da competente acção ad-
emissão do título de autorização de utilização, mediante ministrativa especial e respectivos meios processuais
a apresentação do comprovativo do requerimento da acessórios.
6270 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

2 — Quando tenha por objecto actos de licencia- 3 — Para além das situações previstas no número
mento, de admissão da comunicação prévia ou autori- anterior, a licença ou a admissão de comunicação prévia
zações de utilização com fundamento em qualquer das para a realização das operações urbanísticas referidas
invalidades previstas no artigo anterior, a citação ao no número anterior, bem como a licença ou a admissão
titular da licença, comunicação prévia ou autorizações de comunicação prévia para a realização de operação
de utilização para contestar a acção referida no n.º 1 tem de loteamento que exija a realização de obras de urba-
os efeitos previstos no artigo 103.º para o embargo, sem nização, caduca ainda:
prejuízo do disposto no número seguinte. a) Se as obras não forem iniciadas no prazo de nove
3 — O tribunal pode, oficiosamente ou a requeri- meses a contar da data de emissão do alvará, do prazo
mento dos interessados, autorizar o prosseguimento previsto no artigo 36.º, ou, nos casos previstos no ar-
dos trabalhos caso do recurso resultem indícios de ile- tigo 113.º, da data do pagamento das taxas, do seu de-
galidade da sua interposição ou da sua improcedência, pósito ou da garantia do seu pagamento;
devendo o juiz decidir esta questão, quando a ela houver b) Se as obras estiverem suspensas por período supe-
lugar, no prazo de 10 dias. rior a seis meses, salvo se a suspensão decorrer de facto
4 — A possibilidade de o órgão que emitiu o acto não imputável ao titular da licença ou da admissão de
ou deliberação declarar a nulidade caduca no prazo de comunicação prévia;
10 anos, caducando também o direito de propor a acção c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
prevista no n.º 1 se os factos que determinaram a nuli- d) Se as obras não forem concluídas no prazo fixado
na licença ou comunicação prévia ou suas prorrogações,
dade não forem participados ao Ministério Público nesse
contado a partir da data de emissão do alvará ou do prazo
prazo, excepto relativamente a monumentos nacionais previsto no n.º 1 do artigo 36.º;
e respectiva zona de protecção. e) (Revogada.)
Artigo 70.º 4— .....................................
[…] a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — O município responde civilmente pelos prejuízos b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
causados em caso de revogação, anulação ou declaração c) Se desconheça o paradeiro do titular da respectiva li-
cença ou comunicação prévia sem que este haja indicado
de licenças, comunicações prévias ou autorização de
à câmara municipal procurador bastante que o represente.
utilização ou autorizações de utilização sempre que a
causa da revogação, anulação ou declaração de nulidade 5 — As caducidades previstas no presente artigo são
resulte de uma conduta ilícita dos titulares dos seus declaradas pela câmara municipal, com audiência prévia
órgãos ou dos seus funcionários e agentes. do interessado.
2— ..................................... 6— .......................................
3— ..................................... 7 — Tratando-se de licença para a realização de ope-
4— ..................................... ração de loteamento ou de obras de urbanização, a cadu-
cidade pelos motivos previstos nos n.os 3 e 4 não produz
SUBSECÇÃO II efeitos relativamente aos lotes para os quais já haja sido
aprovado pedido de licenciamento para obras de edifica-
Caducidade e revogação da licença, admissão da comunicação ção ou já tenha sido apresentada comunicação prévia da
prévia e autorização de utilização
realização dessas obras.
Artigo 71.º
Artigo 72.º
[…]
[…]
1 — A licença ou admissão de comunicação prévia
para a realização de operação de loteamento caduca se: 1 — O titular de licença ou comunicação prévia que
haja caducado pode requerer nova licença ou apresentar
a) Não for requerida a autorização para a realização nova comunicação prévia.
das respectivas obras de urbanização no prazo de um 2 — No caso referido no número anterior, serão uti-
ano a contar da notificação do acto de licenciamento ou, lizados no novo processo os elementos que instruíram
na hipótese de comunicação prévia, não for apresen- o processo anterior desde que o novo requerimento
tada comunicação prévia para a realização de obras de seja apresentado no prazo de 18 meses a contar da data
urbanização no prazo de um ano a contar da admissão da caducidade ou, se este prazo estiver esgotado, não
daquela; ou se existirem alterações de facto e de direito que justifiquem
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . nova apresentação.
3 — (Revogado.)
2 — A licença ou a admissão de comunicação prévia
para a realização de operação de loteamento que não Artigo 73.º
exija a realização de obras de urbanização, bem como
[…]
a licença para a realização das operações urbanísticas
previstas nas alíneas b) a e) e g) do n.º 2 do artigo 4.º, 1 — Sem prejuízo do que se dispõe no número se-
caduca se, no prazo de um ano a contar da notificação do guinte, a licença, a admissão de comunicação prévia ou
acto de licenciamento ou da admissão da comunicação as autorizações de utilização só podem ser revogadas
prévia, não for requerida a emissão do respectivo alvará nos termos estabelecidos na lei para os actos constitu-
ou iniciadas as obras no caso de comunicação prévia. tivos de direitos.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6271

2 — Nos casos a que se refere o n.º 2 do artigo 105.º, da licença, a especificação dos seguintes elementos,
a licença ou a admissão de comunicação prévia podem consoante forem aplicáveis:
ser revogadas pela câmara municipal decorrido o prazo
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de seis meses a contar do termo do prazo estabelecido b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
de acordo com o n.º 1 do mesmo artigo. c) Identificação dos actos dos órgãos municipais re-
lativos ao licenciamento da operação de loteamento e
SUBSECÇÃO III das obras de urbanização;
Títulos das operações urbanísticas d) Enquadramento da operação urbanística em plano
municipal de ordenamento do território em vigor, bem
Artigo 74.º como na respectiva unidade de execução, se a houver;
e) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Título da licença, da admissão de comunicação
prévia e da autorização de utilização
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — As operações urbanísticas objecto de licencia- h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
mento são tituladas por alvará, cuja emissão é condição
de eficácia da licença. 2— .....................................
2 — A admissão de comunicação prévia das opera- 3— .....................................
ções urbanísticas é titulada pelo recibo da sua apresen- 4 — O alvará de licença para a realização das ope-
tação acompanhado do comprovativo da admissão nos rações urbanísticas a que se referem as alíneas b) a g)
termos do artigo 36.º-A. e l) do artigo 2.º deve conter, nos termos da licença, os
3 — A autorização de utilização dos edifícios é titu- seguintes elementos, consoante sejam aplicáveis:
lada por alvará. a) Identificação do titular da licença;
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 75.º c) Identificação dos actos dos órgãos municipais re-
[…] lativos ao licenciamento das obras ou trabalhos;
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Compete ao presidente da câmara municipal emi- e) Os condicionamentos a que fica sujeita a li-
tir o alvará de licença para a realização das operações cença;
urbanísticas, podendo delegar esta competência nos f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
vereadores com faculdade de subdelegação ou nos di- g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
rigentes dos serviços municipais. h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) O prazo de validade da licença, o qual corresponde
Artigo 76.º ao prazo para a conclusão das obras ou trabalhos.
[…]
5 — O alvará de autorização de utilização relativo à
1 — O interessado deve, no prazo de um ano a contar utilização de edifício ou de sua fracção deve conter a
da data da notificação do acto de licenciamento ou da especificação dos seguintes elementos:
autorização de utilização, requerer a emissão do respec-
tivo alvará, apresentando para o efeito os elementos pre- a) Identificação do titular da licença;
vistos em portaria aprovada pelo membro do Governo b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
responsável pelo ordenamento do território. c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2— .....................................
3— ..................................... 6 — O alvará a que se refere o número anterior deve
4 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 64.º e ainda mencionar, quando for caso disso, que o edifício
65.º, o alvará é emitido no prazo de 30 dias a contar da a que respeita preenche os requisitos legais para a cons-
apresentação do requerimento previsto nos números tituição da propriedade horizontal.
anteriores ou da recepção dos elementos a que se refere 7 — No caso de substituição do titular de alvará de
o n.º 3 do artigo 11.º desde que se mostrem pagas as licença, o substituto deve disso fazer prova junto do
taxas devidas. presidente da câmara para que este proceda ao respec-
5 — O requerimento de emissão de alvará só pode tivo averbamento no prazo de 15 dias a contar da data
ser indeferido com fundamento na caducidade, suspen- da substituição.
são, revogação, anulação ou declaração de nulidade Artigo 78.º
da licença ou da admissão de comunicação prévia ou […]
na falta de pagamento das taxas referidas no número
anterior. 1 — O titular do alvará deve promover, no prazo de
6 — O alvará obedece a um modelo tipo a estabe- 10 dias após a emissão do alvará, a afixação no prédio
lecer por portaria aprovada pelo membro do Governo objecto de qualquer operação urbanística de um aviso,
responsável pelo ordenamento do território. visível do exterior, que deve permanecer até à conclusão
das obras.
2 — A emissão do alvará de licença de loteamento
Artigo 77.º
deve ainda ser publicitada pela câmara municipal, no
[…] prazo estabelecido no n.º 1, através de:
1 — O alvará de licença de operação de loteamento a) Publicação de aviso em boletim municipal e na
ou de obras de urbanização deve conter, nos termos página da Internet do município ou, quando estes não
6272 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

existam, através de edital a afixar nos paços do concelho Artigo 81.º


e nas sedes das juntas de freguesia abrangidas; […]
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — Quando o procedimento de licenciamento haja
3 — Compete ao membro do Governo responsável sido precedido de informação prévia favorável que vin-
pelo ordenamento do território aprovar, por portaria, o cule a câmara municipal, pode o presidente da câmara
municipal, a pedido do interessado, permitir a execução
modelo do aviso referido no n.º 1.
de trabalhos de demolição ou de escavação e contenção
4 — O aviso previsto no número anterior deve men- periférica até à profundidade do piso de menor cota,
cionar, consoante os casos, as especificações previstas logo após o saneamento referido no artigo 11.º, desde
nas alíneas a) a g) do n.º 1 e a) a c) e f) a i) do n.º 4 do que seja prestada caução para reposição do terreno nas
artigo 77.º condições em que se encontrava antes do início dos
5 — O disposto nos números anteriores aplica-se, trabalhos.
com as necessárias adaptações, às situações objecto de 2— .....................................
comunicação prévia. 3— .....................................
4— .....................................
Artigo 79.º 5— .....................................
Cassação Artigo 82.º
1 — O alvará ou a admissão de comunicação prévia […]
é cassado pelo presidente da câmara municipal quando
1 — Os alvarás a que se referem os n.os 1 e 4 do ar-
caduque a licença ou a admissão de comunicação prévia tigo 77.º, a admissão de comunicação prévia do ar-
ou quando estas sejam revogadas, anuladas ou decla- tigo 36.º-A, bem como a notificação referida no n.º 5 do
radas nulas. artigo anterior, constituem título bastante para instruir os
2 — A cassação do alvará ou da admissão de co- pedidos de ligação das redes de água, de saneamento, de
municação prévia de loteamento é comunicada pelo gás, de electricidade e de telecomunicações, podendo os
presidente da câmara municipal à conservatória do requerentes optar, mediante autorização das entidades
registo predial competente, para efeitos de anotação fornecedoras, pela realização das obras indispensáveis
à descrição e de cancelamento do registo do alvará e à sua concretização nas condições regulamentares e
comunicação prévia. técnicas definidas por aquelas entidades.
3 — Com a comunicação referida no número anterior, 2 — Até à apresentação do alvará de autorização de
utilização, as ligações referidas no número anterior são
o presidente da câmara municipal dá igualmente conhe- efectuadas pelo prazo fixado no alvará respectivo ou na
cimento à conservatória dos lotes que se encontrem na admissão de comunicação prévia e apenas podem ser
situação referida no n.º 7 do artigo 71.º, requerendo a prorrogadas pelo período correspondente à prorrogação
esta o cancelamento parcial do alvará ou da admissão de daquele prazo, salvo nos casos em que aquele alvará não
comunicação prévia nos termos da alínea f) do n.º 2 do haja sido emitido por razões exclusivamente imputáveis
artigo 101.º do Código do Registo Predial e indicando à câmara municipal.
as descrições a manter. 3— .....................................
4— ..................................... 4 — Nos casos referidos no n.º 3 do artigo 6.º, os
5 — A admissão da comunicação prévia é cassada pedidos de ligação são instruídos com cópia do recibo
através do averbamento da cassação à informação pre- da apresentação de comunicação prévia e da sua admis-
vista no n.º 1 do artigo 36.º-A. são e se for necessária a compatibilização de projectos
com as infra-estruturas existentes, ou a sua realização
no caso de inexistência, estas serão promovidas pela
Artigo 80.º entidade prestadora ou pelo requerente, nos termos da
[…] parte final do n.º 1.
1 — A execução das obras e trabalhos sujeitos a li- Artigo 83.º
cença nos termos do presente diploma só pode iniciar-se
[…]
depois de emitido o respectivo alvará, com excepção das
situações referidas no artigo seguinte e salvo o disposto 1 — Podem ser realizadas em obra alterações ao
no artigo 113.º projecto, mediante comunicação prévia nos termos
2 — As obras e os trabalhos sujeitos ao regime de previstos no artigo 35.º, desde que essa comunicação
comunicação prévia podem iniciar-se nos termos do seja efectuada com a antecedência necessária para que
n.º 3 do artigo 36.º-A. as obras estejam concluídas antes da apresentação do
3— ..................................... requerimento a que se refere o n.º 1 do artigo 63.º
2 — Podem ser efectuadas sem dependência de co-
4 — No prazo de 60 dias a contar do início dos tra- municação prévia à câmara municipal as alterações em
balhos relativos às operações urbanísticas referidas nas obras que não correspondam a obras que estivessem
alíneas c) a e) do n.º 2 do artigo 4.º deve o promotor sujeitas a prévio licenciamento.
da obra apresentar na câmara municipal cópia do pro- 3 — As alterações em obra ao projecto inicialmente
jecto de execução de arquitectura e de engenharia das aprovado ou apresentado que envolvam a realização de
especialidades. obras de ampliação ou de alterações à implantação das
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6273

edificações estão sujeitas ao procedimento previsto nos 8— .....................................


artigos 27.º ou 35.º, consoante os casos. 9 — A câmara municipal emite oficiosamente al-
4 — Nas situações previstas nos números anteriores, vará para execução de obras por terceiro, competindo
apenas são apresentados os elementos instrutórios que ao seu presidente dar conhecimento das respectivas
sofreram alterações. deliberações à direcção regional do ambiente e do or-
denamento do território e ao conservador do registo
Artigo 84.º predial, quando:
[…] a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — Sem prejuízo do disposto no presente diploma
em matéria de suspensão, caducidade das licenças, au-
Artigo 86.º
torizações ou admissão de comunicação prévia ou de
cassação dos respectivos alvarás, a câmara municipal, […]
para salvaguarda do património cultural, da qualidade 1 — Concluída a obra, o dono da mesma é obrigado
do meio urbano e do meio ambiente, da segurança das a proceder ao levantamento do estaleiro, à limpeza da
edificações e do público em geral ou, no caso de obras área, de acordo com o regime da gestão de resíduos de
de urbanização, também para protecção de interesses construção e demolição nela produzidos, e à reparação
de terceiros adquirentes de lotes, pode promover a re- de quaisquer estragos ou deteriorações que tenha cau-
alização das obras por conta do titular do alvará ou do sado em infra-estruturas públicas.
apresentante da comunicação prévia quando, por causa 2 — O cumprimento do disposto no número ante-
que seja imputável a este último: rior é condição da emissão do alvará de autorização
a) Não tiverem sido iniciadas no prazo de um ano a de utilização ou da recepção provisória das obras de
contar da data da emissão do alvará ou do prazo previsto urbanização, salvo quando tenha sido prestada, em prazo
no n.º 1 do artigo 36.º; a fixar pela câmara municipal, caução para garantia da
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . execução das operações referidas no mesmo número.
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 88.º
Obras inacabadas
2— .....................................
3— ..................................... 1 — Quando as obras já tenham atingido um estado
4 — Logo que se mostre reembolsada das despe- avançado de execução mas a licença ou a admissão de
sas efectuadas nos termos do presente artigo, a câmara comunicação prévia haja caducado, pode ser requerida
municipal procede ao levantamento do embargo que a concessão de licença especial para a sua conclusão
possa ter sido decretado ou, quando se trate de obras de ou ser apresentada comunicação prévia para o mesmo
urbanização, emite oficiosamente alvará, competindo efeito.
ao presidente da câmara dar conhecimento das respec- 2 — A concessão da licença especial e a apresentação
tivas deliberações, quando seja caso disso, à direcção da comunicação prévia referida no número anterior
regional do ambiente e do ordenamento do território e seguem o procedimento previsto nos artigos 27.º ou
ao conservador do registo predial. 35.º, consoante o caso, aplicando-se o disposto no ar-
tigo 60.º
Artigo 85.º 3 — Podem ser concedidas as licenças ou admitidas
as comunicações previstas no n.º 1 ou apresentadas
[…] comunicações prévias quando a câmara municipal reco-
1— ..................................... nheça o interesse na conclusão da obra e não se mostre
2— ..................................... aconselhável a demolição da mesma, por razões am-
bientais, urbanísticas, técnicas ou económicas.
a) Cópia do alvará ou comunicação prévia e da sua 4 — No caso de comunicação prévia, o reconhe-
admissão; cimento do interesse na conclusão da obra tem lugar
b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . através da não rejeição pela câmara municipal da co-
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . municação, por referência aos fundamentos do número
anterior, dentro do prazo fixado no n.º 1 do artigo 36.º
3 — Antes de decidir, o tribunal notifica a câmara
municipal, o titular do alvará ou o apresentante da co- Artigo 89.º
municação prévia para responderem no prazo de 30 dias
[…]
e ordena a realização das diligências que entenda úteis
para o conhecimento do pedido, nomeadamente a ins- 1 — As edificações devem ser objecto de obras de
pecção judicial do local. conservação pelo menos uma vez em cada período de
4— ..................................... oito anos, devendo o proprietário, independentemente
5 — Na falta ou insuficiência da caução, o tribunal desse prazo, realizar todas as obras necessárias à ma-
determina que os custos sejam suportados pelo muni- nutenção da sua segurança, salubridade e arranjo es-
cípio, sem prejuízo do direito de regresso deste sobre tético.
o titular do alvará ou o apresentante da comunicação 2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a
prévia. câmara municipal pode a todo o tempo, oficiosamente
6— ..................................... ou a requerimento de qualquer interessado, determinar
7— ..................................... a execução de obras de conservação necessárias à cor-
6274 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

recção de más condições de segurança ou de salubridade c) A execução de trabalhos em violação do disposto


ou à melhoria do arranjo estético. no n.º 2 do artigo 80.º-A;
3— ..................................... d) A ocupação de edifícios ou suas fracções autó-
4— ..................................... nomas sem autorização de utilização ou em desacordo
com o uso fixado no respectivo alvará ou na admissão
Artigo 90.º de comunicação prévia, salvo se estes não tiverem sido
emitidos no prazo legal por razões exclusivamente im-
[…]
putáveis à câmara municipal;
1 — As deliberações referidas nos n.os 2 e 3 do ar- e) As falsas declarações dos autores e coordenador de
tigo 89.º são precedidas de vistoria a realizar por três projectos no termo de responsabilidade relativamente
técnicos a nomear pela câmara municipal, dois dos quais à observância das normas técnicas gerais e específicas
com habilitação legal para ser autor de projecto, corres- de construção, bem como das disposições legais e re-
pondentes à obra objecto de vistoria, segundo o regime gulamentares aplicáveis ao projecto;
da qualificação profissional dos técnicos responsáveis f) As falsas declarações no termo de responsabilidade
pela elaboração e subscrição de projectos. do director técnico da obra e do director de fiscalização
2— ..................................... de obra ou de outros técnicos relativamente:
3— ..................................... i) À conformidade da execução da obra com o pro-
4— ..................................... jecto aprovado e com as condições da licença e comu-
5— ..................................... nicação prévia admitida;
6— ..................................... ii) À conformidade das alterações efectuadas ao
7— ..................................... projecto com as normas legais e regulamentares apli-
cáveis;
Artigo 93.º
[…] g) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — A realização de quaisquer operações urbanísticas i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
está sujeita a fiscalização administrativa, independente- j) A não manutenção de forma visível do exterior do
mente da sua sujeição a prévio licenciamento, admissão prédio, até à conclusão da obra, do aviso que publicita
de comunicação prévia, autorização de utilização ou o alvará ou a admissão da comunicação prévia;
isenção de controlo prévio. l) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2— ..................................... m) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
n) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Artigo 97.º o) A ausência de requerimento a solicitar à câmara
municipal o averbamento de substituição do requerente,
[…]
do autor de projecto ou director de fiscalização de obra,
1 — Todos os factos relevantes relativos à execução bem como do titular de alvará de licença ou apresentante
de obras licenciadas ou objecto de comunicação prévia da comunicação prévia;
devem ser registados pelo respectivo director técnico no p) A ausência do número de alvará de loteamento
livro de obra, a conservar no local da sua realização para ou a admissão da comunicação prévia nos anúncios ou
consulta pelos funcionários municipais responsáveis em quaisquer outras formas de publicidade à alienação
pela fiscalização de obras. dos lotes de terreno, de edifícios ou fracções autónomas
2 — São obrigatoriamente registados no livro de nele construídos;
obra, para além das respectivas datas de início e con- q) A não comunicação à câmara municipal dos ne-
clusão, todos os factos que impliquem a sua paragem gócios jurídicos de que resulte o fraccionamento ou a
ou suspensão, bem como todas as alterações feitas ao divisão de prédios rústicos no prazo de 20 dias a contar
projecto licenciado ou comunicado. da data de celebração;
3 — O modelo e demais registos a inscrever no livro r) A realização de operações urbanísticas sujeitas a
de obra são definidos por portaria conjunta dos membros comunicação prévia sem que esta haja sido efectuada
do Governo responsáveis pelas obras públicas e pelo e admitida;
ordenamento do território, a qual fixa igualmente as s) A não conclusão das operações urbanísticas re-
características do livro de obra electrónico. feridas nos n.os 2 e 3 do artigo 89.º nos prazos fixados
para o efeito;
Artigo 98.º t) A deterioração dolosa da edificação pelo proprie-
tário ou por terceiro ou a violação grave do dever de
[…] conservação.
1— .....................................
2 — A contra-ordenação prevista nas alíneas a) e r)
a) A realização de quaisquer operações urbanísticas do número anterior é punível com coima graduada de
sujeitas a prévio licenciamento sem o respectivo alvará € 500 até ao máximo de € 200 000, no caso de pessoa
de licenciamento, excepto nos casos previstos nos ar- singular, e de € 1500 até € 450 000, no caso de pessoa
tigos 81.º e 113.º; colectiva.
b) A realização de quaisquer operações urbanísticas 3 — A contra-ordenação prevista na alínea b) do n.º 1
em desconformidade com o respectivo projecto ou com é punível com coima graduada de € 1500 até ao máximo
as condições do licenciamento ou da admissão da co- de € 200 000, no caso de pessoa singular, e de € 3000
municação prévia; até € 450 000, no caso de pessoa colectiva.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6275

4 — A contra-ordenação prevista nas alíneas c), d), 2 — A notificação é feita ao responsável pela di-
s) e t) do n.º 1 é punível com coima graduada de € 500 recção técnica da obra, bem como ao titular do alvará
até ao máximo de € 100 000, no caso de pessoa singular, de licença ou apresentante da comunicação prévia e,
e de € 1500 até € 250 000, no caso de pessoa colectiva. quando possível, ao proprietário do imóvel no qual
5 — As contra-ordenações previstas nas alíneas e) a estejam a ser executadas as obras, ou seu representante,
h) do n.º 1 são puníveis com coima graduada de € 1500 sendo suficiente para obrigar à suspensão dos trabalhos
até ao máximo de € 200 000. qualquer dessas notificações ou a de quem se encontre
6 — As contra-ordenações previstas nas alíneas i) a a executar a obra no local.
n) e p) do n.º 1 são puníveis com coima graduada de 3— .....................................
€ 250 até ao máximo de € 50 000, no caso de pessoa 4— .....................................
singular, e de € 1000 até € 100 000, no caso de pessoa 5— .....................................
colectiva. 6 — O auto de embargo é notificado às pessoas iden-
7 — A contra-ordenação prevista nas alíneas o) e q) tificadas no n.º 2.
do n.º 1 é punível com coima graduada de € 100 até ao 7— .....................................
máximo de € 2500, no caso de pessoa singular, e de 8 — O embargo, assim como a sua cessação ou cadu-
€ 500 até € 10 000, no caso de pessoa colectiva. cidade, é objecto de registo na conservatória do registo
8 — Quando as contra-ordenações referidas no n.º 1 predial, mediante comunicação do despacho que o de-
sejam praticadas em relação a operações urbanísticas terminou, procedendo-se aos necessários averbamentos.
que hajam sido objecto de comunicação prévia nos
termos do presente diploma, os montantes máximos das Artigo 103.º
coimas referidos nos n.os 3 a 5 anteriores são agravados […]
em € 50 000 e os das coimas referidas nos n.os 6 e 7 em
€ 25 000. 1— .....................................
9— ..................................... 2 — Tratando-se de obras licenciadas ou objecto de
10 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . comunicação prévia, o embargo determina também a
11 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . suspensão da eficácia da respectiva licença ou da ad-
missão de comunicação prévia, bem como, no caso de
Artigo 99.º obras de urbanização, da licença ou comunicação prévia
de loteamento urbano a que as mesmas respeitam.
[…] 3— .....................................
1— ..................................... 4 — O embargo, ainda que parcial, suspende o prazo
que estiver fixado para a execução das obras no respec-
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . tivo alvará de licença e estabelecido para a admissão de
b) A interdição do exercício no município, até ao comunicação prévia.
máximo de quatro anos, da profissão ou actividade co-
nexas com a infracção praticada; Artigo 105.º
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . […]

2 — As sanções previstas no n.º 1, bem como as pre- 1— .....................................


vistas no artigo anterior, quando aplicadas a industriais 2— .....................................
de construção civil, são comunicadas ao Instituto da 3 — Tratando-se de obras de urbanização ou de ou-
Construção e do Imobiliário, I. P. tras obras indispensáveis para assegurar a protecção
3 — As sanções aplicadas ao abrigo do disposto nas de interesses de terceiros ou o correcto ordenamento
alíneas e), f) e g) do n.º 1 do artigo anterior aos autores urbano, a câmara municipal pode promover a realização
dos projectos, responsáveis pela direcção técnica da dos trabalhos de correcção ou alteração por conta do
obra ou a quem subscreva o termo de responsabilidade titular da licença ou do apresentante da comunicação
previsto no artigo 63.º são comunicadas à respectiva prévia, nos termos dos artigos 107.º e 108.º
ordem ou associação profissional, quando exista. 4 — A ordem de realização de trabalhos de correcção
4 — A interdição de exercício de actividade prevista ou alteração suspende o prazo que estiver fixado no
na alínea b) do n.º 1, quando aplicada a pessoa colectiva, respectivo alvará de licença ou estabelecido na comu-
estende-se a outras pessoas colectivas constituídas pelos nicação prévia pelo período estabelecido nos termos
mesmos sócios. do n.º 1.
5 — O prazo referido no n.º 1 interrompe-se com a
Artigo 102.º apresentação de pedido de alteração à licença ou co-
municação prévia, nos termos, respectivamente, dos
[…] artigos 27.º e 35.º
1— .....................................
Artigo 106.º
a) Sem a necessária licença ou admissão de comu-
Demolição da obra e reposição do terreno
nicação prévia;
b) Em desconformidade com o respectivo projecto 1— .....................................
ou com as condições do licenciamento ou comunicação 2 — A demolição pode ser evitada se a obra for sus-
prévia admitida, salvo o disposto no artigo 83.º; ou ceptível de ser licenciada ou objecto de comunicação
c) Em violação das normas legais e regulamentares prévia ou se for possível assegurar a sua conformidade
aplicáveis. com as disposições legais e regulamentares que lhe
6276 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

são aplicáveis mediante a realização de trabalhos de 5 — Caso a câmara municipal não efectue a liqui-
correcção ou de alteração. dação da taxa devida nem dê cumprimento ao disposto
3— ..................................... no número anterior, o interessado pode iniciar os traba-
4— ..................................... lhos ou dar de imediato utilização à obra, dando desse
facto conhecimento à câmara municipal e requerendo
Artigo 109.º ao tribunal administrativo de círculo da área da sede da
[…] autarquia que intime esta a emitir o alvará de licença ou
autorização de utilização.
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2 do ar- 6— .....................................
tigo 2.º do Decreto-Lei n.º 281/99, de 26 de Julho, o 7 — A certidão da sentença transitada em julgado
presidente da câmara municipal é competente para or- que haja intimado à emissão do alvará de licença ou
denar e fixar prazo para a cessação da utilização de autorização de utilização substitui, para todos os efeitos
edifícios ou de suas fracções autónomas quando sejam legais, o alvará não emitido.
ocupados sem a necessária autorização de utilização ou 8 — Nas situações referidas no presente artigo, a
quando estejam a ser afectos a fim diverso do previsto obra não pode ser embargada por qualquer autoridade
no respectivo alvará. administrativa com fundamento na falta de licença.
2— .....................................
3— ..................................... Artigo 115.º
4 — Na situação referida no número anterior, o des-
pejo não pode prosseguir enquanto a câmara municipal Acção administrativa especial
não providencie pelo realojamento da pessoa em ques-
1 — A acção administrativa especial dos actos pre-
tão, a expensas do responsável pela utilização indevida,
vistos no artigo 106.º tem efeito suspensivo.
nos termos do artigo anterior.
2— .....................................
Artigo 110.º 3 — A todo o tempo e até à decisão em 1.ª instância,
o juiz pode conceder o efeito meramente devolutivo à
[…] acção, oficiosamente ou a requerimento do recorrido
1— ..................................... ou do Ministério Público, caso do mesmo resultem
2— ..................................... indícios da ilegalidade da sua interposição ou da sua
3 — Os interessados têm o direito de consultar os improcedência.
processos que lhes digam directamente respeito, no- 4— .....................................
meadamente por via electrónica, e de obter as certidões
ou reproduções autenticadas dos documentos que os Artigo 116.º
integram, mediante o pagamento das importâncias que […]
forem devidas.
4 — O acesso aos processos e passagem de certi- 1 — A emissão dos alvarás de licença e de autoriza-
dões deve ser requerido por escrito, salvo consulta por ção de utilização e a admissão de comunicação prévia
via electrónica, e é facultado independentemente de previstas no presente diploma estão sujeitas ao paga-
despacho e no prazo de 10 dias a contar da data da mento das taxas a que se refere a alínea b) do artigo 6.º
apresentação do respectivo requerimento. do Decreto-Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Janeiro.
5— ..................................... 2 — A emissão do alvará de licença e a admissão de
6— ..................................... comunicação prévia de loteamento estão sujeitas ao pa-
gamento das taxas a que se refere a alínea a) do artigo 6.º
Artigo 111.º do Decreto-Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Janeiro.
[…]
3 — A emissão do alvará de licença e a admissão de
comunicação prévia de obras de construção ou amplia-
Decorridos os prazos fixados para a prática de qual- ção em área não abrangida por operação de loteamento
quer acto especialmente regulado no presente diploma ou alvará de obras de urbanização estão igualmente
sem que o mesmo se mostre praticado, observa-se o sujeitas ao pagamento da taxa referida no número an-
seguinte: terior.
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 — A emissão do alvará de licença parcial a que
b) (Revogada.) se refere o n.º 6 do artigo 23.º está também sujeita ao
c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . pagamento da taxa referida no n.º 1, não havendo lugar
à liquidação da mesma aquando da emissão do alvará
Artigo 113.º definitivo.
5— .....................................
[…]
1 — Nas situações referidas no n.º 9 do artigo ante- Artigo 117.º
rior, o interessado pode iniciar e prosseguir a execução […]
dos trabalhos de acordo com o requerimento apresentado
nos termos do n.º 4 do artigo 9.º ou dar de imediato 1 — O presidente da câmara municipal, com o de-
utilização à obra. ferimento do pedido de licenciamento, procede à liqui-
2— ..................................... dação das taxas, em conformidade com o regulamento
3— ..................................... aprovado pela assembleia municipal.
4— ..................................... 2— .....................................
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6277

3 — Da liquidação das taxas cabe reclamação gra- informação mútua sobre processos relativos a operações
ciosa ou impugnação judicial, nos termos e com os urbanísticas, o qual deve ser cumprido mediante comu-
efeitos previstos no Código de Procedimento e do Pro- nicação a enviar no prazo de 20 dias a contar da data de
cesso Tributário. recepção do respectivo pedido.
4 — A exigência, pela câmara municipal ou por qual- 2 — Não sendo prestada a informação prevista no
quer dos seus membros, de mais-valias não previstas número anterior, as entidades que a tiverem solicitado
na lei ou de quaisquer contrapartidas, compensações ou podem recorrer ao processo de intimação regulado nos
donativos confere ao titular da licença ou comunicação artigos 104.º e seguintes da Lei n.º 15/2002, de 22 de
prévia para a realização de operação urbanística, quando Fevereiro.
dê cumprimento àquelas exigências, o direito a reaver
as quantias indevidamente pagas ou, nos casos em que Artigo 121.º
as contrapartidas, compensações ou donativos sejam […]
realizados em espécie, o direito à respectiva devolução
e à indemnização a que houver lugar. As notificações e comunicações referidas neste di-
5 — Nos casos de autoliquidação previstos no pre- ploma e dirigidas aos requerentes devem ser efectua-
sente diploma, nomeadamente nas hipóteses de comu- das através de correio electrónico ou de outro meio de
nicação prévia, as câmaras municipais devem obriga- transmissão electrónica de dados, salvo quando esta não
toriamente disponibilizar os regulamentos e demais for possível ou se mostrar inadequada.
elementos necessários à sua efectivação, podendo os
requerentes usar do expediente previsto no n.º 3 do Artigo 123.º
artigo 113.º […]

Artigo 119.º Até à codificação das normas técnicas de construção,


compete aos membros do Governo responsáveis pelas
Relação dos instrumentos de gestão territorial, obras públicas e pelo ordenamento do território pro-
das servidões e restrições
de utilidade pública e de outros instrumentos relevantes mover a publicação da relação das disposições legais e
regulamentares a observar pelos técnicos responsáveis
1 — As câmaras municipais devem manter actuali- dos projectos de obras e sua execução, devendo essa
zada a relação dos instrumentos de gestão territorial e relação constar dos sítios na Internet dos ministérios
as servidões administrativas e restrições de utilidade em causa.
pública especialmente aplicáveis na área do município,
nomeadamente: Artigo 126.º
a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . […]
b) Zonas de protecção de imóveis classificados ou
em vias de classificação, reservas arqueológicas de 1 — A câmara municipal envia mensalmente para
protecção e zonas especiais de protecção de parque o Instituto Nacional de Estatística os elementos es-
arqueológico a que se refere a Lei n.º 107/2001, de 8 tatísticos identificados em portaria dos membros do
de Setembro; Governo responsáveis pela administração local e pelo
c) (Revogada.) ordenamento do território.
d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2— .....................................
e) Imóveis ou elementos naturais classificados como
de interesse municipal a que se refere a Lei n.º 107/2001, Artigo 127.º
de 8 de Setembro; […]
f) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
g) Áreas integradas no domínio hídrico público ou O regime previsto neste diploma é aplicável às Re-
privado a que se refere o Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de giões Autónomas, sem prejuízo do diploma legal que
Novembro, e a Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro; procede às necessárias adaptações.»
h) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
i) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Artigo 2.º
j) Áreas integradas na Reserva Ecológica Nacio- Aditamentos ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro
nal, a que se refere o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de
Março, na redacção do Decreto-Lei n.º 180/2006, de 6 São aditados ao Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de De-
de Setembro; zembro, os artigos 6.º-A, 8.º-A, 12.º-A, 13.º-A, 13.º-B,
l) Zonas de protecção estabelecidas pelo Decreto-Lei 36.º-A, 48.º-A, 80.º-A, 89.º-A, 101.º-A e 108.º-A com a
n.º 173/2006, de 24 de Agosto. seguinte redacção:

2— ..................................... «Artigo 6.º-A


3 — A informação referida nos números anteriores Obras de escassa relevância urbanística
deve ser disponibilizada no sítio da Internet do muni-
1 — São obras de escassa relevância urbanística:
cípio.
Artigo 120.º a) As edificações, contíguas ou não, ao edifício prin-
[…]
cipal com altura não superior a 2,2 m ou, em alternativa,
à cércea do rés-do-chão do edifício principal com área
1 — As câmaras municipais e as comissões de co- igual ou inferior a 10 m2 e que não confinem com a
ordenação e desenvolvimento regional têm o dever de via pública;
6278 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

b) A edificação de muros de vedação até 1,8 m de bro, que estabelece o regime jurídico dos instrumentos
altura que não confinem com a via pública e de muros de gestão territorial.
de suporte de terras até uma altura de 2 m ou que não
alterem significativamente a topografia dos terrenos Artigo 13.º-A
existentes; Parecer, aprovação ou autorização de localização
c) A edificação de estufas de jardim com altura infe-
rior a 3 m e área igual ou inferior a 20 m2; 1 — A consulta de entidades da administração cen-
d) As pequenas obras de arranjo e melhoramento da tral, directa ou indirecta, que se devam pronunciar sobre
área envolvente das edificações que não afectem área a operação urbanística em razão da localização é efec-
do domínio público; tuada através de uma única entidade coordenadora, a
e) A edificação de equipamento lúdico ou de lazer CCDR territorialmente competente, a qual emite uma
associado a edificação principal com área inferior à decisão global e vinculativa de toda a administração
desta última; central.
f) A demolição das edificações referidas nas alíne- 2 — A CCDR identifica, no prazo de cinco dias a
as anteriores; contar da recepção dos elementos através do sistema
g) Outras obras, como tal qualificadas em regula- previsto no artigo 8.º-A, as entidades que nos termos
mento municipal. da lei devam emitir parecer, aprovação ou autorização
de localização, promovendo dentro daquele prazo a
2 — Exceptuam-se do disposto no n.º 1 as obras em respectiva consulta, a efectivar em simultâneo e com
imóveis classificados de interesse nacional ou interesse recurso ao referido sistema informático.
público e nas respectivas zonas de protecção. 3 — As entidades consultadas devem pronunciar-se
3 — O regulamento municipal a que se refere a no prazo de 20 dias ou de 40 dias tratando-se de obra
alínea g) do n.º 1 pode estabelecer limites além dos relativa a imóvel de interesse nacional ou de interesse
previstos nas alíneas a) a c) do mesmo número. público, sem possibilidade de suspensão do procedi-
4 — A descrição predial pode ser actualizada me- mento.
diante declaração de realização de obras de escassa 4 — Caso não existam posições divergentes entre as
relevância urbanística nos termos do presente diploma. entidades consultadas, a CCDR toma a decisão final no
prazo de cinco dias a contar do fim do prazo previsto
Artigo 8.º-A no número anterior.
5 — Caso existam posições divergentes entre as en-
Sistema informático tidades consultadas, a CCDR promove uma conferência
1 — A tramitação dos procedimentos previstos no decisória e toma decisão final favorável, favorável con-
presente diploma é realizada informaticamente, com dicionada ou desfavorável no prazo de 20 dias.
recurso a um sistema informático próprio, o qual per- 6 — Na conferência decisória referida no número
mite, nomeadamente: anterior as entidades consultadas são representadas por
pessoas com poderes para as vincular.
a) A entrega de requerimentos e comunicações; 7 — Não sendo possível obter a posição de todas as
b) A consulta pelos interessados do estado dos pro- entidades, por motivo de falta de comparência de algum
cedimentos; representante ou por ter sido submetida a apreciação al-
c) A submissão dos procedimentos a consulta por guma questão nova, os trabalhos da conferência podem
entidades externas ao município; ser suspensos por um período máximo de cinco dias.
d) Disponibilizar informação relativa aos procedi- 8 — Quando a CCDR não adopte posição favorável
mentos de comunicação prévia admitida para efeitos a uma operação urbanística por esta ser desconforme
de registo predial e matricial. com instrumento de gestão territorial, pode a CCDR,
quando a operação se revista de especial relevância
2 — O sistema informático previsto neste artigo é regional ou local, por sua iniciativa ou a solicitação
objecto de portaria conjunta dos membros do Governo do município, respectivamente, propor ao Governo a
responsáveis pela justiça, pela administração local e aprovação em resolução do Conselho de Ministros da
pelo ordenamento do território. alteração, suspensão ou ratificação, total ou parcial,
3 — A apresentação de requerimentos, outros ele- de plano da sua competência relativamente ao qual a
mentos e a realização de comunicações através de via desconformidade se verifica.
electrónica devem ser instruídos com assinatura digital 9 — Quando a decisão seja proferida em conferên-
qualificada. cia decisória, os pareceres emitidos têm natureza não
vinculativa, independentemente da sua classificação em
Artigo 12.º-A legislação especial.
Suspensão do procedimento
10 — O procedimento de decisão da administração
central previsto nos números anteriores é objecto de
Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas portaria dos membros do Governo responsáveis pelo
constantes de plano municipal ou especial de ordena- ordenamento do território e pela administração local.
mento do território ou sua revisão, os procedimentos de
informação prévia, de licenciamento ou de autorização Artigo 13.º-B
ficam suspensos a partir da data fixada para o início do
Consultas prévias
período de discussão pública e até à data da entrada em
vigor daquele instrumento, aplicando-se o disposto no 1 — O interessado na consulta a entidades externas
artigo 117.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setem- pode solicitar previamente os pareceres, autorizações
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6279

ou aprovações legalmente exigidos junto das entidades 2 — A pessoa encarregada da execução dos trabalhos
competentes, entregando-os com o requerimento inicial está obrigada à execução exacta dos projectos e ao res-
ou com a comunicação prévia, caso em que não há lugar peito pelas condições do licenciamento ou comunicação
a nova consulta desde que, até à data da apresentação prévia.
de tal pedido ou comunicação na câmara municipal,
não haja decorrido mais de um ano desde a emissão Artigo 89.º-A
dos pareceres, autorizações ou aprovações emitidos ou
Proibição de deterioração
desde que, caso tenha sido esgotado este prazo, não se
tenham verificado alterações dos pressupostos de facto 1 — O proprietário não pode, dolosamente, provo-
ou de direito em que os mesmos se basearam. car ou agravar uma situação de falta de segurança ou
2 — Para os efeitos do número anterior, caso qual- de salubridade, provocar a deterioração do edifício ou
quer das entidades consultadas não se haja pronunciado prejudicar o seu arranjo estético.
dentro do prazo, o requerimento inicial ou a comuni- 2 — Presume-se, salvo prova em contrário, existir
cação prévia podem ser instruídos com prova da so- violação pelo proprietário do disposto no número an-
licitação das consultas e declaração do requerente ou terior nas seguintes situações:
comunicante de que os mesmos não foram emitidos
a) Quando o edifício, encontrando-se total ou parcial-
dentro daquele prazo.
mente devoluto, tenha apenas os vãos do piso superior
3 — Não tendo o interessado promovido todas as
ou dos pisos superiores desguarnecidos;
consultas necessárias, o gestor do procedimento pro-
move as consultas a que haja lugar ou, quando apli- b) Quando estejam em falta elementos decorativos,
cável, comunica o pedido à CCDR, no prazo de cinco nomeadamente cantarias ou revestimento azulejar rele-
dias a contar da data do requerimento ou da data da vante, em áreas da edificação que não sejam acessíveis
entrega dos elementos solicitados nos termos do n.º 3 pelos transeuntes, sendo patente que tal falta resulta de
do artigo 11.º actuação humana.
4 — No termo do prazo fixado para a promoção das
consultas, o interessado pode solicitar a passagem de 3 — A proibição constante do n.º 1 é aplicável, além
certidão dessa promoção, a qual será emitida pela câ- do proprietário, a qualquer pessoa singular ou colec-
mara municipal ou pela CCDR no prazo de oito dias. tiva.
5 — Se a certidão for negativa, o interessado pode
promover directamente as consultas que não hajam sido Artigo 101.º-A
realizadas ou pedir ao tribunal administrativo que intime Legitimidade para a denúncia
a câmara municipal ou a CCDR a fazê-lo, nos termos
do artigo 112.º do presente diploma. 1 — Qualquer pessoa tem legitimidade para comuni-
car à câmara municipal, ao Ministério Público, às ordens
Artigo 36.º-A ou associações profissionais, ao Instituto da Construção
e do Imobiliário, I. P., ou a outras entidades competentes
Acto administrativo a violação das normas do presente diploma.
1 — Decorrido o prazo previsto no artigo anterior 2 — Não são admitidas denúncias anónimas.
sem que a comunicação prévia tenha sido rejeitada,
é disponibilizada no sistema informático previsto no Artigo 108.º-A
artigo 8.º-A a informação de que a comunicação não Intervenção da CCDR
foi rejeitada, o que equivale à sua admissão.
2 — Na falta de rejeição da comunicação prévia, o O presidente da CCDR territorialmente competente
interessado pode dar início às obras, efectuando pre- pode determinar o embargo, a introdução de alterações,
viamente o pagamento das taxas devidas através de a demolição do edificado ou a reposição do terreno em
autoliquidação. quaisquer operações urbanísticas desconformes com o
disposto em plano municipal ou plano especial de orde-
Artigo 48.º-A namento do território, sempre que não se mostre asse-
gurada pelo município a adopção das referidas medidas
Alterações à operação de loteamento de tutela da legalidade urbanísticas, aplicando-se, com
objecto de comunicação prévia as necessárias adaptações o disposto nos artigos 94.º a
Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a al- 96.º e 102.º a 108.º»
teração de operação de loteamento admitida objecto
de comunicação prévia só pode ser apresentada se for Artigo 3.º
demonstrada a não oposição da maioria dos proprietários Norma revogatória
dos lotes constantes da comunicação.
São revogados os artigos 19.º, 28.º a 33.º, 40.º e 128.º
Artigo 80.º-A do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro.
Informação sobre o início dos trabalhos Artigo 4.º
e o responsável pelos mesmos
Republicação
1 — Até cinco dias antes do início dos trabalhos, o
promotor informa a câmara municipal dessa intenção, É republicado em anexo, que faz parte integrante do
comunicando também a identidade da pessoa, singular presente decreto-lei, o Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de
ou colectiva, encarregada da execução dos mesmos. Dezembro, com a redacção actual.
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Artigo 5.º ANEXO I

Regiões Autónomas Republicação do Decreto-Lei n.º 555/99,


O regime previsto neste diploma é aplicável às Regiões de 16 de Dezembro
Autónomas, sem prejuízo do diploma legal que procede
às necessárias adaptações. REGIME JURÍDICO DA URBANIZAÇÃO E DA EDIFICAÇÃO

Artigo 6.º CAPÍTULO I


Regime transitório Disposições preliminares
1 — Às obras de edificação e às operações de lotea-
mento, obras de urbanização e trabalhos de remodelação Artigo 1.º
de terrenos cujo processo de licenciamento decorra na Objecto
respectiva câmara municipal à data da entrada em vigor
O presente diploma estabelece o regime jurídico da
do presente diploma é aplicável o regime anteriormente
urbanização e da edificação.
vigente, sem prejuízo do disposto no número seguinte.
2 — A requerimento do interessado, o presidente da câ-
Artigo 2.º
mara municipal pode autorizar que aos procedimentos em
curso se aplique o regime constante do presente diploma, Definições
determinando qual o procedimento de controlo prévio a Para efeitos do presente diploma, entende-se por:
que o procedimento fica sujeito, tendo em conta o disposto
nos artigos 4.º e 6.º a) «Edificação» a actividade ou o resultado da constru-
3 — Até ao estabelecimento, nos termos do n.º 2 do ção, reconstrução, ampliação, alteração ou conservação de
artigo 43.º, dos parâmetros para o dimensionamento das um imóvel destinado a utilização humana, bem como de
áreas referidas no n.º 1 do mesmo artigo, continuam os qualquer outra construção que se incorpore no solo com
mesmos a ser fixados por portaria do membro do Governo carácter de permanência;
responsável pelo ordenamento do território. b) «Obras de construção» as obras de criação de novas
4 — Enquanto o presente regime não for objecto de edificações;
adaptação às Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, c) «Obras de reconstrução sem preservação das facha-
todas as consultas externas previstas no artigo 13.º-A são das» as obras de construção subsequentes à demolição total
promovidas pela câmara municipal ou pelo requerente. ou parcial de uma edificação existente, das quais resulte
5 — Enquanto não estiver em funcionamento o sistema a reconstituição da estrutura das fachadas, da cércea e do
informático, os procedimentos podem recorrer à tramitação número de pisos;
em papel, devendo o requerimento previsto no n.º 6 do d) «Obras de ampliação» as obras de que resulte o au-
artigo 9.º ser acompanhado de duplicado, sendo a cópia mento da área de pavimento ou de implantação, da cércea
devolvida ao requerente ou comunicante depois de nela se ou do volume de uma edificação existente;
ter aposto nota, datada, da recepção do original. e) «Obras de alteração» as obras de que resulte a modi-
6 — Até à revisão do regime que estabelece a qualifi- ficação das características físicas de uma edificação exis-
cação profissional exigível aos técnicos responsáveis pela tente ou sua fracção, designadamente a respectiva estrutura
elaboração e subscrição de projectos, pela fiscalização de resistente, o número de fogos ou divisões interiores, ou
obra pública e particular e pela direcção de obra, que não a natureza e cor dos materiais de revestimento exterior,
esteja sujeita a legislação especial, aplicam-se, no âmbito sem aumento da área de pavimento ou de implantação
do presente diploma, o disposto sobre esta matéria nos ou da cércea;
Decretos-Leis n.os 555/99, de 16 de Dezembro, na redacção f) «Obras de conservação» as obras destinadas a manter
do Decreto-Lei n.º 177/2001, de 4 de Junho, e 73/73, de uma edificação nas condições existentes à data da sua
28 de Fevereiro. construção, reconstrução, ampliação ou alteração, desig-
nadamente as obras de restauro, reparação ou limpeza;
Artigo 7.º g) «Obras de demolição» as obras de destruição, total
ou parcial, de uma edificação existente;
Entrada em vigor h) «Obras de urbanização» as obras de criação e remo-
A presente lei entra em vigor 180 dias após a sua pu- delação de infra-estruturas destinadas a servir directamente
blicação. os espaços urbanos ou as edificações, designadamente ar-
ruamentos viários e pedonais, redes de esgotos e de abas-
Aprovada em 19 de Julho de 2007. tecimento de água, electricidade, gás e telecomunicações, e
O Presidente da Assembleia da República, Jaime ainda espaços verdes e outros espaços de utilização colectiva;
Gama. i) «Operações de loteamento» as acções que tenham por
objecto ou por efeito a constituição de um ou mais lotes
Promulgada em 16 de Agosto de 2007. destinados, imediata ou subsequentemente, à edificação
Publique-se. urbana e que resulte da divisão de um ou vários prédios
ou do seu reparcelamento;
O Presidente da República, ANÍBAL CAVACO SILVA. j) «Operações urbanísticas» as operações materiais de
Referendada em 16 de Agosto de 2007. urbanização, de edificação, utilização dos edifícios ou do
solo desde que, neste último caso, para fins não exclusi-
O Primeiro-Ministro, José Sócrates Carvalho Pinto vamente agrícolas, pecuários, florestais, mineiros ou de
de Sousa. abastecimento público de água;
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l) «Trabalhos de remodelação dos terrenos» as opera- c) As obras de construção, de alteração e de ampliação


ções urbanísticas não compreendidas nas alíneas anteriores em área não abrangida por operação de loteamento;
que impliquem a destruição do revestimento vegetal, a d) As obras de reconstrução, ampliação, alteração, con-
alteração do relevo natural e das camadas de solo arável servação ou demolição de imóveis classificados ou em vias
ou o derrube de árvores de alto porte ou em maciço para de classificação e as obras de construção, reconstrução, am-
fins não exclusivamente agrícolas, pecuários, florestais pliação, alteração, conservação ou demolição de imóveis
ou mineiros; situados em zonas de protecção de imóveis classificados,
m) «Obras de escassa relevância urbanística» as obras de bem como dos imóveis integrados em conjuntos ou sítios
edificação ou demolição que, pela sua natureza, dimensão classificados, ou em áreas sujeitas a servidão administrativa
ou localização tenham escasso impacte urbanístico; ou restrição de utilidade pública;
n) «Obras de reconstrução com preservação das facha- e) As obras de reconstrução sem preservação das fa-
das» as obras de construção subsequentes à demolição de chadas;
parte de uma edificação existente, preservando as fachadas f) As obras de demolição das edificações que não se
principais com todos os seus elementos não dissonantes encontrem previstas em licença de obras de reconstrução;
e das quais não resulte edificação com cércea superior à g) As demais operações urbanísticas que não estejam
das edificações confinantes mais elevadas; isentas de licença, nos termos do presente diploma.
o) «Zona urbana consolidada» a zona caracterizada por
uma densidade de ocupação que permite identificar uma 3 — A sujeição a licenciamento dos actos de repar-
malha ou estrutura urbana já definida, onde existem as celamento da propriedade de que resultem parcelas não
infra-estruturas essenciais e onde se encontram definidos destinadas imediatamente a urbanização ou edificação
os alinhamentos dos planos marginais por edificações em depende da vontade dos proprietários.
continuidade. 4 — Está sujeita a autorização a utilização dos edifícios
Artigo 3.º ou suas fracções, bem como as alterações da utilização
Regulamentos municipais dos mesmos.
Artigo 5.º
1 — No exercício do seu poder regulamentar próprio, os
municípios aprovam regulamentos municipais de urbaniza- Competência
ção e ou de edificação, bem como regulamentos relativos 1 — A concessão da licença prevista no n.º 2 do arti-
ao lançamento e liquidação das taxas e prestação de caução go anterior é da competência da câmara municipal, com
que, nos termos da lei, sejam devidas pela realização de faculdade de delegação no presidente e de subdelegação
operações urbanísticas. deste nos vereadores.
2 — Os regulamentos previstos no número anterior 2 — A concessão de autorização prevista no n.º 4 do
devem ter como objectivo a concretização e execução do artigo anterior é da competência do presidente da câmara,
presente diploma, não podendo contrariar o nele disposto, podendo ser delegada nos vereadores, com faculdade de
e devem fixar os montantes das taxas a cobrar nos casos de subdelegação, ou nos dirigentes dos serviços munici-
admissão de comunicação prévia e de deferimento tácito, pais.
não podendo estes valores exceder os previstos para o 3 — A aprovação da informação prévia regulada no
licenciamento ou acto expresso. presente diploma é da competência da câmara municipal,
3 — Os projectos dos regulamentos referidos no n.º 1 podendo ser delegada no seu presidente, com faculdade
são submetidos a discussão pública, por prazo não inferior de subdelegação nos vereadores.
a 30 dias, antes da sua aprovação pelos órgãos munici- 4 — (Revogado.)
pais. Artigo 6.º
4 — Os regulamentos referidos no n.º 1 são objecto de
publicação na 2.ª série do Diário da República, sem preju- Isenção de licença
ízo das demais formas de publicidade previstas na lei. 1 — Sem prejuízo do disposto na alínea d) do n.º 2 do
artigo 4.º, estão isentas de licença:
CAPÍTULO II a) As obras de conservação;
b) As obras de alteração no interior de edifícios ou suas
Controlo prévio fracções, à excepção dos imóveis classificados ou em vias
de classificação, que não impliquem modificações na es-
SECÇÃO I trutura de estabilidade, das cérceas, da forma das fachadas
e da forma dos telhados;
Âmbito e competência
c) As obras de reconstrução com preservação das fa-
chadas;
Artigo 4.º d) As obras de urbanização e os trabalhos de remo-
Licença delação de terrenos em área abrangida por operação de
loteamento;
1 — A realização de operações urbanísticas depende de
e) As obras de construção, de alteração ou de ampliação
prévia licença, nos termos e com as excepções constantes
em área abrangida por operação de loteamento ou plano
da presente secção.
de pormenor que contenha os elementos referidos nas
2 — Estão sujeitas a licença administrativa:
alíneas c), d) e f) do n.º 1 do artigo 91.º do Decreto-Lei
a) As operações de loteamento; n.º 380/99, de 22 de Setembro;
b) As obras de urbanização e os trabalhos de remode- f) As obras de construção, de alteração ou de amplia-
lação de terrenos em área não abrangida por operação de ção em zona urbana consolidada que respeitem os planos
loteamento; municipais e das quais não resulte edificação com cércea
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superior à altura mais frequente das fachadas da frente cércea do rés-do-chão do edifício principal com área igual
edificada do lado do arruamento onde se integra a nova ou inferior a 10 m2 e que não confinem com a via pública;
edificação, no troço de rua compreendido entre as duas b) A edificação de muros de vedação até 1,8 m de altura
transversais mais próximas, para um e para outro lado; que não confinem com a via pública e de muros de suporte
g) A edificação de piscinas associadas a edificação de terras até uma altura de 2 m ou que não alterem signifi-
principal; cativamente a topografia dos terrenos existentes;
h) As alterações à utilização dos edifícios, bem como c) A edificação de estufas de jardim com altura inferior
o arrendamento para fins não habitacionais de prédios ou a 3 m e área igual ou inferior a 20 m2;
fracções não licenciados, nos termos do n.º 4 do artigo 5.º d) As pequenas obras de arranjo e melhoramento da
do Decreto-Lei n.º 160/2006, de 8 de Agosto; área envolvente das edificações que não afectem área do
i) As obras identificadas no artigo 6.º-A; domínio público;
j) Os destaques referidos nos n.os 4 e 5. e) A edificação de equipamento lúdico ou de lazer as-
sociado a edificação principal com área inferior à desta
2 — (Revogado.) última;
3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 37.º e nos f) A demolição das edificações referidas nas alíneas an-
procedimentos especiais que exijam consulta externa, as teriores;
obras referidas nas alíneas c) a h) do n.º 1 ficam sujeitas g) Outras obras, como tal qualificadas em regulamento
ao regime de comunicação prévia. municipal.
4 — Os actos que tenham por efeito o destaque de uma
única parcela de prédio com descrição predial que se situe 2 — Exceptuam-se do disposto no n.º 1 as obras em
em perímetro urbano estão isentos de licença desde que imóveis classificados de interesse nacional ou interesse
as duas parcelas resultantes do destaque confrontem com público e nas respectivas zonas de protecção.
arruamentos públicos. 3 — O regulamento municipal a que se refere a alínea g)
5 — Nas áreas situadas fora dos perímetros urbanos, os do n.º 1 pode estabelecer limites além dos previstos nas
actos a que se refere o número anterior estão isentos de alíneas a) a c) do mesmo número.
licença quando, cumulativamente, se mostrem cumpridas 4 — A descrição predial pode ser actualizada mediante
as seguintes condições: declaração de realização de obras de escassa relevância
a) Na parcela destacada só seja construído edifício que urbanística nos termos do presente diploma.
se destine exclusivamente a fins habitacionais e que não
tenha mais de dois fogos; Artigo 7.º
b) Na parcela restante se respeite a área mínima fixada Operações urbanísticas promovidas pela Administração Pública
no projecto de intervenção em espaço rural em vigor ou,
quando aquele não exista, a área de unidade de cultura 1 — Estão igualmente isentas de licença:
fixada nos termos da lei geral para a região respectiva. a) As operações urbanísticas promovidas pelas autar-
quias locais e suas associações em área abrangida por plano
6 — Nos casos referidos nos n.os 4 e 5, não é permitido municipal de ordenamento do território;
efectuar na área correspondente ao prédio originário novo b) As operações urbanísticas promovidas pelo Estado
destaque nos termos aí referidos por um prazo de 10 anos relativas a equipamentos ou infra-estruturas destinados à
contados da data do destaque anterior. instalação de serviços públicos ou afectos ao uso directo e
7 — O condicionamento da construção bem como o imediato do público, sem prejuízo do disposto no n.º 4;
ónus do não fraccionamento previstos nos n.os 4 e 5 devem c) As obras de edificação ou demolição promovidas
ser inscritos no registo predial sobre as parcelas resultantes pelos institutos públicos que tenham por atribuições espe-
do destaque, sem o que não pode ser licenciada qualquer cíficas a salvaguarda do património cultural ou a promoção
obra de construção nessas parcelas. e gestão do parque habitacional do Estado e que estejam
8 — O disposto neste artigo não isenta a realização directamente relacionadas com a prossecução destas atri-
das operações urbanísticas nele previstas da observância buições;
das normas legais e regulamentares aplicáveis, designa- d) As obras de edificação ou demolição promovidas por
damente as constantes de plano municipal e plano espe- entidades públicas que tenham por atribuições específicas
cial de ordenamento do território e as normas técnicas de a administração das áreas portuárias ou do domínio pú-
construção. blico ferroviário ou aeroportuário, quando realizadas na
9 — A certidão emitida pela câmara municipal compro- respectiva área de jurisdição e directamente relacionadas
vativa da verificação dos requisitos do destaque constitui com a prossecução daquelas atribuições;
documento bastante para efeitos de registo predial da par- e) As obras de edificação ou de demolição e os trabalhos
cela destacada. promovidos por entidades concessionárias de obras ou
10 — Os actos que tenham por efeito o destaque de serviços públicos, quando se reconduzam à prossecução
parcela com descrição predial que se situe em perímetro do objecto da concessão;
urbano e fora deste devem observar o disposto nos n.os 4 e 5. f) As operações urbanísticas promovidas por empresas
públicas relativamente a parques empresarias e similares,
Artigo 6.º-A nomeadamente áreas de localização empresarial, zonas
Obras de escassa relevância urbanística industriais e de logística.
1 — São obras de escassa relevância urbanística:
2 — A execução das operações urbanísticas previstas
a) As edificações, contíguas ou não, ao edifício princi- no número anterior, com excepção das promovidas pelos
pal com altura não superior a 2,2 m ou, em alternativa, à municípios, fica sujeita a parecer prévio não vinculativo da
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6283

câmara municipal, que deve ser emitido no prazo de 20 dias contém a identificação do gestor do procedimento, bem
a contar da data da recepção do respectivo pedido. como a indicação do local, do horário e da forma pelo qual
3 — As operações de loteamento e as obras de urba- poderá ser contactado.
nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso- 5 — Em caso de substituição do gestor de procedimento,
ciações em área não abrangida por plano municipal de é notificada ao interessado a identidade do novo gestor,
ordenamento do território devem ser previamente autori- bem como os elementos referidos no número anterior.
zadas pela assembleia municipal, depois de submetidas a
parecer prévio não vinculativo da Comissão de Coorde- Artigo 8.º-A
nação e Desenvolvimento Regional (CCDR), a qual deve Sistema informático
pronunciar-se no prazo de 20 dias a contar da recepção do
respectivo pedido. 1 — A tramitação dos procedimentos previstos no
4 — As operações de loteamento e as obras de urba- presente diploma é realizada informaticamente, com re-
nização promovidas pelo Estado devem ser previamente curso a um sistema informático próprio, o qual permite,
nomeadamente:
autorizadas pelo ministro da tutela e pelo ministro respon-
sável pelo ordenamento do território, depois de ouvida a a) A entrega de requerimentos e comunicações;
câmara municipal, a qual se deve pronunciar no prazo de b) A consulta pelos interessados do estado dos proce-
20 dias após a recepção do respectivo pedido. dimentos;
5 — As operações de loteamento e as obras de urba- c) A submissão dos procedimentos a consulta por enti-
nização promovidas pelas autarquias locais e suas asso- dades externas ao município;
ciações ou pelo Estado, em área não abrangida por plano d) Disponibilizar informação relativa aos procedimentos
de urbanização ou plano de pormenor, são submetidas a de comunicação prévia admitida para efeitos de registo
discussão pública, nos termos estabelecidos no artigo 77.º predial e matricial.
do Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, com as
necessárias adaptações, excepto no que se refere aos pe- 2 — O sistema informático previsto neste artigo é ob-
ríodos de anúncio e duração da discussão pública que são, jecto de portaria conjunta dos membros do Governo res-
respectivamente, de 8 e de 15 dias. ponsáveis pela justiça, pela administração local e pelo
6 — A realização das operações urbanísticas previstas ordenamento do território.
neste artigo deve observar as normas legais e regulamenta- 3 — A apresentação de requerimentos, outros elementos
res que lhes forem aplicáveis, designadamente as constan- e a realização de comunicações através de via electrónica
tes de instrumento de gestão territorial, do regime jurídico devem ser instruídos com assinatura digital qualificada.
de protecção do património cultural, do regime jurídico
aplicável à gestão de resíduos de construção e demolição, Artigo 9.º
e as normas técnicas de construção. Requerimento e comunicação
7 — À realização das operações urbanísticas previstas
neste artigo aplica-se ainda, com as devidas adaptações, 1 — Salvo disposição em contrário, os procedimentos
o disposto nos artigos 10.º, 12.º e 78.º previstos no presente diploma iniciam-se através de re-
querimento ou comunicação apresentados com recurso a
meios electrónicos e através do sistema previsto no arti-
SECÇÃO II go anterior, dirigidos ao presidente da câmara municipal,
Formas de procedimento dos quais devem constar a identificação do requerente ou
comunicante, incluindo o domicílio ou sede, bem como a
SUBSECÇÃO I
indicação da qualidade de titular de qualquer direito que lhe
confira a faculdade de realizar a operação urbanística.
Disposições gerais 2 — Do requerimento ou comunicação consta igual-
mente a indicação do pedido ou objecto em termos claros
Artigo 8.º e precisos, identificando o tipo de operação urbanística a
Procedimento realizar por referência ao disposto no artigo 2.º, bem como
a respectiva localização.
1 — O controlo prévio das operações urbanísticas obe- 3 — Quando respeite a mais de um dos tipos de ope-
dece às formas de procedimento previstas na presente rações urbanísticas referidos no artigo 2.º directamente
secção, devendo ainda ser observadas as condições espe- relacionadas, devem ser identificadas todas as operações
ciais de licenciamento previstas na secção III do presente abrangidas, aplicando-se neste caso a forma de procedi-
capítulo. mento correspondente a cada tipo de operação, sem pre-
2 — Sem prejuízo das competências do gestor de proce- juízo da tramitação e apreciação conjunta.
dimento, a direcção da instrução do procedimento compete 4 — O pedido ou comunicação é acompanhado dos
ao presidente da câmara municipal, podendo ser delegada elementos instrutórios previstos em portaria aprovada
nos vereadores, com faculdade de subdelegação nos diri- pelos ministros responsáveis pelas obras públicas e pelo
gentes dos serviços municipais. ordenamento do território, para além dos documentos
3 — Cada procedimento é acompanhado por gestor de especialmente referidos no presente diploma.
procedimento, a quem compete assegurar o normal de- 5 — (Revogado.)
senvolvimento da tramitação processual, acompanhando, 6 — Com a apresentação de requerimento ou comuni-
nomeadamente, a instrução, o cumprimento de prazos, a cação por via electrónica é emitido recibo entregue por
prestação de informação e os esclarecimentos aos inte- via electrónica.
ressados. 7 — No requerimento inicial pode o interessado solicitar
4 — O recibo da apresentação de requerimento para a indicação das entidades que, nos termos da lei, devam
licenciamento, informação prévia ou comunicação prévia emitir parecer, autorização ou aprovação relativamente ao
6284 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

pedido apresentado, sendo-lhe tal notificado no prazo de sam obstar ao conhecimento de qualquer pedido ou comu-
15 dias, salvo rejeição liminar do pedido nos termos do nicação apresentados no âmbito do presente diploma.
disposto no artigo 11.º 2 — O presidente da câmara municipal profere despa-
8 — O gestor do procedimento regista no processo a cho de aperfeiçoamento do pedido, no prazo de oito dias
junção subsequente de quaisquer novos documentos e a a contar da respectiva apresentação, sempre que o requeri-
data das consultas a entidades exteriores ao município e mento ou comunicação não contenham a identificação do
da recepção das respectivas respostas, quando for caso requerente ou comunicante, do pedido ou da localização
disso, bem como a data e o teor das decisões dos órgãos da operação urbanística a realizar, bem como no caso de
municipais. faltar documento instrutório exigível que seja indispensável
9 — A substituição do requerente ou comunicante, do ao conhecimento da pretensão e cuja falta não possa ser
responsável por qualquer dos projectos apresentados ou oficiosamente suprida.
do director técnico da obra deve ser comunicada ao ges- 3 — Na hipótese prevista no número anterior, o re-
tor do procedimento para que este proceda ao respectivo querente ou comunicante é notificado para, no prazo de
averbamento no prazo de 15 dias a contar da data da subs- 15 dias, corrigir ou completar o pedido, ficando suspensos
tituição. os termos ulteriores do procedimento, sob pena de rejeição
liminar.
Artigo 10.º 4 — No prazo de 10 dias a contar da apresentação do
requerimento ou comunicação, o presidente da câmara
Termo de responsabilidade municipal pode igualmente proferir despacho de rejeição
1 — O requerimento ou comunicação é sempre ins- liminar, oficiosamente ou por indicação do gestor do pro-
truído com declaração dos autores dos projectos, da qual cedimento, quando da análise dos elementos instrutórios
conste que foram observadas na elaboração dos mesmos resultar que o pedido é manifestamente contrário às normas
as normas legais e regulamentares aplicáveis, designada- legais ou regulamentares aplicáveis.
mente as normas técnicas de construção em vigor, e do 5 — Não ocorrendo rejeição liminar ou convite para
coordenador dos projectos, que ateste a compatibilidade corrigir ou completar o pedido ou comunicação, no prazo
entre os mesmos. previsto nos n.os 2 e 4, presume-se que o requerimento ou
2 — Das declarações mencionadas no número anterior comunicação se encontram correctamente instruídos.
deve, ainda, constar referência à conformidade do projecto 6 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, o
com os planos municipais de ordenamento do território gestor do procedimento deve dar a conhecer ao presidente
aplicáveis à pretensão, bem como com a licença de lotea- da câmara municipal, até à decisão final, qualquer questão
mento, quando exista. que prejudique o desenvolvimento normal do procedimento
3 — Sem prejuízo do disposto no número seguinte e ou impeça a tomada de decisão sobre o objecto do pedido,
em legislação especial, só podem subscrever projectos os nomeadamente a ilegitimidade do requerente e a caduci-
técnicos legalmente habilitados que se encontrem inscritos dade do direito que se pretende exercer.
em associação pública de natureza profissional e que façam 7 — Salvo no que respeita às consultas a que se re-
prova da validade da sua inscrição aquando da apresentação fere o artigo 13.º, se a decisão final depender da decisão
do requerimento inicial. de uma questão que seja da competência de outro órgão
4 — Os técnicos cuja actividade não esteja abrangida administrativo ou dos tribunais, deve o presidente da câ-
por associação pública podem subscrever os projectos para mara municipal suspender o procedimento até que o órgão
os quais possuam habilitação adequada, nos termos do ou o tribunal competente se pronunciem, notificando o
disposto no regime da qualificação profissional exigível requerente desse acto, sem prejuízo do disposto no n.º 2
aos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de do artigo 31.º do Código do Procedimento Administrativo.
projectos ou em legislação especial relativa a organismo 8 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, o
público legalmente reconhecido. interessado pode requerer a continuação do procedimento
5 — Os autores e coordenador dos projectos devem em alternativa à suspensão, ficando a decisão final condi-
declarar, nomeadamente nas situações previstas no ar- cionada, na sua execução, à decisão que vier a ser proferida
tigo 60.º, quais as normas técnicas ou regulamentares em pelo órgão administrativo ou tribunal competente.
vigor que não foram observadas na elaboração dos mes- 9 — Havendo rejeição do pedido ou comunicação, nos
mos, fundamentando as razões da sua não observância. termos do presente artigo, o interessado que apresente novo
6 — Sempre que forem detectadas irregularidades nos pedido ou comunicação para o mesmo fim está dispensado
termos de responsabilidade, no que respeita às normas de juntar os documentos utilizados anteriormente que se
legais e regulamentares aplicáveis e à conformidade do mantenham válidos e adequados.
projecto com os planos municipais de ordenamento do ter- 10 — O presidente da câmara municipal pode delegar
ritório ou licença de loteamento, quando exista, devem as nos vereadores, com faculdade de subdelegação ou nos
mesmas ser comunicadas à associação pública de natureza dirigentes dos serviços municipais, as competências refe-
profissional onde o técnico está inscrito ou ao organismo ridas nos n.os 1 a 4 e no número seguinte.
público legalmente reconhecido no caso dos técnicos cuja 11 — Quando se verifique que a operação urbanística
actividade não esteja abrangida por associação pública. a que respeita o pedido ou comunicação não se integra no
tipo de procedimento indicado, o requerente ou comuni-
cante é notificado, no prazo de 15 dias a contar da apresen-
Artigo 11.º
tação desse requerimento, para os efeitos seguintes:
Saneamento e apreciação liminar
a) No caso de o procedimento indicado ser mais simples
1 — Compete ao presidente da câmara municipal, por do que o aplicável, para, em 30 dias, declarar se pretende
sua iniciativa ou por indicação do gestor do procedimento, que o procedimento prossiga na forma legalmente prevista,
decidir as questões de ordem formal e processual que pos- devendo, em caso afirmativo e no mesmo prazo, juntar os
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6285

elementos que estiverem em falta, sob pena de indeferi- Artigo 13.º-A


mento do pedido; Parecer, aprovação ou autorização de localização
b) No caso de o procedimento indicado ser mais exi-
gente do que o aplicável, tomar conhecimento da conver- 1 — A consulta de entidades da administração central,
são oficiosa do procedimento para a forma legalmente directa ou indirecta, que se devam pronunciar sobre a
prevista; operação urbanística em razão da localização é efectuada
c) No caso de a operação urbanística em causa estar através de uma única entidade coordenadora, a CCDR ter-
dispensada de licença ou comunicação prévia, tomar co- ritorialmente competente, a qual emite uma decisão global
nhecimento da extinção do procedimento. e vinculativa de toda a administração central.
2 — A CCDR identifica, no prazo de cinco dias a contar
Artigo 12.º da recepção dos elementos através do sistema previsto no
artigo 8.º-A, as entidades que nos termos da lei devam
Publicidade do pedido emitir parecer, aprovação ou autorização de localização,
O pedido de licenciamento ou a comunicação prévia de promovendo dentro daquele prazo a respectiva consulta, a
operação urbanística devem ser publicitados sob forma de efectivar em simultâneo e com recurso ao referido sistema
aviso, segundo o modelo aprovado por portaria do membro informático.
do Governo responsável pelo ordenamento do território, a 3 — As entidades consultadas devem pronunciar-se no
colocar no local de execução da operação de forma visível prazo de 20 dias ou de 40 dias tratando-se de obra relativa
da via pública, no prazo de 10 dias a contar da apresentação a imóvel de interesse nacional ou de interesse público, sem
do requerimento inicial ou comunicação. possibilidade de suspensão do procedimento.
4 — Caso não existam posições divergentes entre as
Artigo 12.º-A entidades consultadas, a CCDR toma a decisão final no
prazo de cinco dias a contar do fim do prazo previsto no
Suspensão do procedimento número anterior.
Nas áreas a abranger por novas regras urbanísticas cons- 5 — Caso existam posições divergentes entre as en-
tantes de plano municipal ou especial de ordenamento do tidades consultadas, a CCDR promove uma conferência
território ou sua revisão, os procedimentos de informação decisória e toma decisão final favorável, favorável condi-
prévia, de licenciamento ou de autorização ficam sus- cionada ou desfavorável no prazo de 20 dias.
pensos a partir da data fixada para o início do período de 6 — Na conferência decisória referida no número ante-
discussão pública e até à data da entrada em vigor daquele rior, as entidades consultadas são representadas por pessoas
instrumento, aplicando-se o disposto no artigo 117.º do com poderes para as vincular.
7 — Não sendo possível obter a posição de todas as
Decreto-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, que estabelece
entidades, por motivo de falta de comparência de algum re-
o regime jurídico dos instrumentos de gestão territorial.
presentante ou por ter sido submetida a apreciação alguma
questão nova, os trabalhos da conferência podem ser sus-
Artigo 13.º pensos por um período máximo de cinco dias.
Consulta a entidades externas 8 — Quando a CCDR não adopte posição favorável a
uma operação urbanística por esta ser desconforme com
1 — A consulta às entidades que, nos termos da lei, instrumento de gestão territorial, pode a CCDR, quando
devam emitir parecer, autorização ou aprovação sobre a operação se revista de especial relevância regional ou
o pedido é promovida pelo gestor do procedimento e é local, por sua iniciativa ou a solicitação do município,
efectuada em simultâneo, através do sistema informático respectivamente, propor ao Governo a aprovação em reso-
previsto no artigo 8.º-A. lução do Conselho de Ministros da alteração, suspensão ou
2 — Nos casos previstos no artigo seguinte, o gestor ratificação, total ou parcial, de plano da sua competência
do procedimento comunica o pedido, com a identificação relativamente ao qual a desconformidade se verifica.
das entidades a consultar, à CCDR. 9 — Quando a decisão seja proferida em conferência
3 — As entidades exteriores ao município pronunciam- decisória, os pareceres emitidos têm natureza não vincula-
-se exclusivamente no âmbito das suas atribuições e com- tiva, independentemente da sua classificação em legislação
petências. especial.
4 — As entidades consultadas devem pronunciar-se 10 — O procedimento de decisão da administração
no prazo de 20 dias a contar da data de disponibilização central previsto nos números anteriores é objecto de por-
do processo. taria dos membros do Governo responsáveis pelo ordena-
5 — Considera-se haver concordância daquelas entida- mento do território e pela administração local.
des com a pretensão formulada se os respectivos pareceres,
autorizações ou aprovações não forem recebidos dentro do Artigo 13.º-B
prazo fixado no número anterior.
6 — Os pareceres das entidades exteriores ao município Consultas prévias
só têm carácter vinculativo quando tal resulte da lei, desde 1 — O interessado na consulta a entidades externas
que se fundamentem em condicionamentos legais ou regu- pode solicitar previamente os pareceres, autorizações ou
lamentares e sejam recebidos dentro do prazo. aprovações legalmente exigidos junto das entidades com-
7 — São fixados em diploma próprio os projectos da petentes, entregando-os com o requerimento inicial ou
engenharia de especialidades e as certificações técni- com a comunicação prévia, caso em que não há lugar a
cas que carecem de consulta, aprovação ou de parecer, nova consulta desde que, até à data da apresentação de tal
interno ou externo, bem como os termos em que têm pedido ou comunicação na câmara municipal, não haja
lugar. decorrido mais de um ano desde a emissão dos pareceres,
6286 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

autorizações ou aprovações emitidos ou desde que, caso 3 — Quando o interessado não seja o proprietário do
tenha sido esgotado este prazo, não se tenham verificado prédio, o pedido de informação prévia inclui a identifi-
alterações dos pressupostos de facto ou de direito em que cação daquele bem como dos titulares de qualquer outro
os mesmos se basearam. direito real sobre o prédio, através de certidão emitida pela
2 — Para os efeitos do número anterior, caso qualquer conservatória do registo predial.
das entidades consultadas não se haja pronunciado dentro 4 — No caso previsto no número anterior, a câmara
do prazo, o requerimento inicial ou a comunicação prévia municipal deve notificar o proprietário e os demais titulares
podem ser instruídos com prova da solicitação das consul- de qualquer outro direito real sobre o prédio da abertura
tas e declaração do requerente ou comunicante de que os do procedimento.
mesmos não foram emitidos dentro daquele prazo.
3 — Não tendo o interessado promovido todas as con- Artigo 15.º
sultas necessárias, o gestor do procedimento promove as Consultas no âmbito do procedimento de informação prévia
consultas a que haja lugar ou, quando aplicável, comunica
o pedido à CCDR, no prazo de cinco dias a contar da No âmbito do procedimento de informação prévia há
data do requerimento ou da data da entrega dos elementos lugar a consultas externas nos termos dos artigos 13.º,
solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º 13.º-A e 13.º-B, às entidades cujos pareceres, autorizações
4 — No termo do prazo fixado para a promoção das ou aprovações condicionem, nos termos da lei, a informa-
consultas, o interessado pode solicitar a passagem de cer- ção a prestar, sempre que tal consulta deva ser promovida
num eventual pedido de licenciamento ou apresentação de
tidão dessa promoção, a qual será emitida pela câmara
comunicação prévia.
municipal ou pela CCDR no prazo de oito dias.
5 — Se a certidão for negativa, o interessado pode
Artigo 16.º
promover directamente as consultas que não hajam sido
realizadas ou pedir ao tribunal administrativo que intime Deliberação
a câmara municipal ou a CCDR a fazê-lo, nos termos do 1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido de
artigo 112.º do presente diploma. informação prévia no prazo de 20 dias ou, no caso pre-
visto no n.º 2 do artigo 14.º, no prazo de 30 dias contados
SUBSECÇÃO II a partir:
Informação prévia a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos
solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º; ou
Artigo 14.º b) Da data da recepção do último dos pareceres, autori-
Pedido de informação prévia zações ou aprovações emitidos pelas entidades exteriores
ao município, quando tenha havido lugar a consultas; ou
1 — Qualquer interessado pode pedir à câmara muni- ainda
cipal, a título prévio, informação sobre a viabilidade de c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres,
realizar determinada operação urbanística ou conjunto de autorizações ou aprovações, sempre que alguma das enti-
operações urbanísticas directamente relacionadas, bem dades consultadas não se pronuncie até essa data.
como sobre os respectivos condicionamentos legais ou
regulamentares, nomeadamente relativos a infra-estruturas, 2 — Os pareceres, autorizações ou aprovações emiti-
servidões administrativas e restrições de utilidade pública, dos pelas entidades exteriores ao município são obriga-
índices urbanísticos, cérceas, afastamentos e demais con- toriamente notificados ao requerente juntamente com a
dicionantes aplicáveis à pretensão. informação prévia aprovada pela câmara municipal, dela
2 — Quando o pedido respeite a operação de lotea- fazendo parte integrante.
mento, em área não abrangida por plano de pormenor, 3 — A câmara municipal indica sempre, na informação
ou a obra de construção, ampliação ou alteração em área favorável, o procedimento de controlo prévio a que se
não abrangida por plano de pormenor ou operação de encontra sujeita a realização da operação urbanística pro-
loteamento, o interessado pode requerer que a informação jectada, de acordo com o disposto na secção I do capítulo II
prévia contemple especificamente os seguintes aspectos, do presente diploma.
em função da informação pretendida e dos elementos apre- 4 — No caso de a informação ser desfavorável, dela
sentados: deve constar a indicação dos termos em que a mesma,
sempre que possível, pode ser revista por forma a serem
a) A volumetria, alinhamento, cércea e implantação da cumpridas as prescrições urbanísticas aplicáveis, designa-
edificação e dos muros de vedação; damente as constantes de plano municipal de ordenamento
b) Condicionantes para um adequado relacionamento do território ou de operação de loteamento.
formal e funcional com a envolvente;
c) Programa de utilização das edificações, incluindo a Artigo 17.º
área bruta de construção a afectar aos diversos usos e o
número de fogos e outras unidades de utilização; Efeitos
d) Infra-estruturas locais e ligação às infra-estruturas 1 — A informação prévia favorável vincula as entida-
gerais; des competentes na decisão sobre um eventual pedido de
e) Estimativa de encargos urbanísticos devidos; licenciamento ou apresentação de comunicação prévia da
f) Áreas de cedência destinadas à implantação de espa- operação urbanística a que respeita e, quando proferida nos
ços verdes, equipamentos de utilização colectiva e infra- termos do n.º 2 do artigo 14.º, tem por efeito a sujeição
-estruturas viárias. da operação urbanística em causa, a efectuar nos exactos
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6287

termos em que foi apreciada, ao regime de comunicação b) Da data da recepção do último dos pareceres, autori-
prévia e dispensa a realização de novas consultas externas. zações ou aprovações emitidos pelas entidades exteriores
2 — O eventual pedido de licenciamento ou apresenta- ao município, quando tenha havido lugar a consultas; ou
ção de comunicação prévia prevista no artigo anterior deve ainda
ser efectuado no prazo de um ano após a decisão favorável c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres,
do pedido de informação prévia e, no caso do previsto autorizações ou aprovações, sempre que alguma das enti-
na parte final do n.º 1, é acompanhado de declaração dos dades consultadas não se pronuncie até essa data.
autores e coordenador dos projectos de que a operação
urbanística respeita os limites constantes da decisão da 4 — O interessado deve apresentar os projectos de
informação. engenharia das especialidades necessários à execução
3 — Decorrido o prazo fixado no número anterior, o par- da obra no prazo de seis meses a contar da notificação
ticular pode requerer ao presidente da câmara a declaração do acto que aprovou o projecto de arquitectura caso não
de que se mantêm os pressupostos de facto e de direito que tenha apresentado tais projectos com o requerimento
levaram à anterior decisão favorável, devendo o mesmo inicial.
decidir no prazo de 20 dias e correndo novo prazo de um 5 — O presidente da câmara pode prorrogar o prazo
ano para efectuar a apresentação dos pedidos de licencia- referido no número anterior por uma só vez e por pe-
mento ou de comunicação prévia se os pressupostos se ríodo não superior a três meses, mediante requeri-
mantiverem ou se o presidente da câmara municipal não mento fundamentado apresentado antes do respectivo
tiver respondido no prazo legalmente previsto. termo.
4 — Não se suspendem os procedimentos de licencia- 6 — A falta de apresentação dos projectos da engenha-
mento ou comunicação prévia requeridos ou apresentados ria de especialidades no prazo estabelecido no n.º 4 ou
com suporte em informação prévia nas áreas a abranger por naquele que resultar da prorrogação concedida nos termos
novas regras urbanísticas, constantes de plano municipal
do número anterior implica a suspensão do processo de
ou especial de ordenamento do território ou sua revisão,
licenciamento pelo período máximo de seis meses, findo
a partir da data fixada para o início da discussão pública e
até à data da entrada em vigor daquele instrumento. o qual é declarada a caducidade após audiência prévia do
interessado.
7 — (Revogado.)
SUBSECÇÃO III
8 — As declarações de responsabilidade dos autores
Licença dos projectos da engenharia de especialidades que estejam
inscritos em associação pública constituem garantia bas-
Artigo 18.º tante do cumprimento das normas legais e regulamentares
Âmbito aplicáveis aos projectos, excluindo a sua apreciação prévia,
salvo quando as declarações sejam formuladas nos termos
1 — Obedece ao procedimento regulado na presente do n.º 5 do artigo 10.º
subsecção a apreciação dos pedidos relativos às operações
urbanísticas previstas no n.º 2 do artigo 4.º Artigo 21.º
2 — (Revogado.)
Apreciação dos projectos de loteamento, de obras de urbanização
e trabalhos de remodelação de terrenos
Artigo 19.º
(Revogado.) A apreciação dos projectos de loteamento, obras de
urbanização e dos trabalhos de remodelação de terrenos
Artigo 20.º pela câmara municipal incide sobre a sua conformidade
com planos municipais de ordenamento do território,
Apreciação dos projectos de obras de edificação planos especiais de ordenamento do território, medidas
1 — A apreciação do projecto de arquitectura, no caso preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário,
de pedido de licenciamento relativo a obras previstas nas área de construção prioritária, servidões administrativas,
alíneas c), d), e), f) e g) do n.º 2 do artigo 4.º, incide sobre restrições de utilidade pública e quaisquer outras normas
a sua conformidade com planos municipais de ordena- legais e regulamentares aplicáveis, bem como sobre o uso
mento no território, planos especiais de ordenamento do e a integração urbana e paisagística.
território, medidas preventivas, área de desenvolvimento
urbano prioritário, área de construção prioritária, servidões Artigo 22.º
administrativas, restrições de utilidade pública e quaisquer Consulta pública
outras normas legais e regulamentares relativas ao aspecto
exterior e a inserção urbana e paisagística das edificações, 1 — Os municípios podem determinar, através de regu-
bem como sobre o uso proposto. lamento municipal, a prévia sujeição a discussão pública
2 — Para os efeitos do número anterior, a apreciação da o licenciamento de operações de loteamento com signifi-
inserção urbana das edificações é efectuada na perspectiva cativa relevância urbanística.
formal e funcional, tendo em atenção o edificado existente, 2 — A consulta prevista no número anterior tem sempre
bem como o espaço público envolvente e as infra-estruturas lugar quando a operação de loteamento exceda algum dos
existentes e previstas. seguintes limites:
3 — A câmara municipal delibera sobre o projecto de a) 4 ha;
arquitectura no prazo de 30 dias contado a partir: b) 100 fogos;
a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos c) 10 % da população do aglomerado urbano em que
solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º; ou se insere a pretensão.
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Artigo 23.º restrição de utilidade pública ou quaisquer outras normas


Deliberação final
legais e regulamentares aplicáveis;
b) Existir declaração de utilidade pública para efeitos
1 — A câmara municipal delibera sobre o pedido de de expropriação que abranja o prédio objecto do pedido
licenciamento: de licenciamento, salvo se tal declaração tiver por fim a
realização da própria operação urbanística;
a) No prazo de 45 dias, no caso de operação de c) Tiver sido objecto de parecer negativo ou recusa de
loteamento; aprovação ou autorização de qualquer entidade consultada
b) No prazo de 30 dias, no caso de obras de urbaniza- nos termos do presente diploma cuja decisão seja vincu-
ção; lativa para os órgãos municipais.
c) No prazo de 45 dias, no caso de obras previstas nas
alíneas c) e d), e), f) e g) do n.º 2 do artigo 4.º; 2 — Quando o pedido de licenciamento tiver por
d) (Revogada.) objecto a realização das operações urbanísticas referidas
nas alíneas a) a c), d), e) e g) do n.º 2 do artigo 4.º, o inde-
2 — (Revogado.) ferimento pode ainda ter lugar com fundamento em:
3 — Os prazos previstos nas alíneas a) e b) do n.º 1
contam-se a partir: a) A operação urbanística afectar negativamente o pa-
trimónio arqueológico, histórico, cultural ou paisagístico,
a) Da data da recepção do pedido ou dos elementos natural ou edificado;
solicitados nos termos do n.º 3 do artigo 11.º; b) A operação urbanística constituir, comprovadamente,
b) Da data da recepção do último dos pareceres, autori- uma sobrecarga incomportável para as infra-estruturas ou
zações ou aprovações emitidos pelas entidades exteriores serviços gerais existentes ou implicar, para o município,
ao município, quando tenha havido lugar a consultas; ou a construção ou manutenção de equipamentos, a reali-
ainda zação de trabalhos ou a prestação de serviços por este
c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres, não previstos, designadamente quanto a arruamentos e
autorizações ou aprovações, sempre que alguma das enti- redes de abastecimento de água, de energia eléctrica ou
dades consultadas não se pronuncie até essa data. de saneamento.
4 — O prazo previsto na alínea c) do n.º 1 conta-se: 3 — (Revogado.)
a) Da data da apresentação dos projectos da engenharia 4 — Quando o pedido de licenciamento tiver por objecto
de especialidades ou da data da aprovação do projecto de a realização das obras referidas nas alíneas c) e d) do n.º 2
arquitectura se o interessado os tiver apresentado junta- do artigo 4.º, pode ainda ser indeferido quando a obra seja
mente com o requerimento inicial; ou susceptível de manifestamente afectar o acesso e a utili-
b) Quando haja lugar a consulta de entidades externas, zação de imóveis classificados de interesse nacional ou
a partir da data da recepção do último dos pareceres, au- interesse público, a estética das povoações, a sua adequada
torizações ou aprovações; ou ainda inserção no ambiente urbano ou a beleza das paisagens,
c) Do termo do prazo para a recepção dos pareceres, designadamente em resultado da desconformidade com as
autorizações ou aprovações, sempre que alguma das enti- cérceas dominantes, a volumetria das edificações e outras
dades consultadas não se pronuncie até essa data. prescrições expressamente previstas em regulamento.
5 — O pedido de licenciamento das obras referidas na
5 — Quando o pedido de licenciamento de obras de alínea c) do n.º 2 do artigo 4.º deve ser indeferido na ausên-
urbanização seja apresentado em simultâneo com o pedido cia de arruamentos ou de infra-estruturas de abastecimento
de licenciamento de operação de loteamento, o prazo pre- de água e saneamento ou se a obra projectada constituir,
visto na alínea b) do n.º 1 conta-se a partir da deliberação comprovadamente, uma sobrecarga incomportável para as
que aprove o pedido de loteamento. infra-estruturas existentes.
6 — No caso das obras previstas nas alíneas c), d) e e) 6 — (Revogado.)
do n.º 2 do artigo 4.º, a câmara municipal pode, a reque-
rimento do interessado, aprovar uma licença parcial para Artigo 25.º
construção da estrutura, imediatamente após a entrega Reapreciação do pedido
de todos os projectos da engenharia de especialidades e
desde que se mostrem aprovado o projecto de arquitectura 1 — Quando exista projecto de decisão de indeferimento
e prestada caução para demolição da estrutura até ao piso com os fundamentos referidos na alínea b) do n.º 2 e no
de menor cota em caso de indeferimento. n.º 5 do artigo anterior, pode haver deferimento do pedido
7 — Nos casos referidos no número anterior, o defe- desde que o requerente, na audiência prévia, se compro-
rimento do pedido de licença parcial dá lugar à emissão meta a realizar os trabalhos necessários ou a assumir os
de alvará. encargos inerentes à sua execução, bem como os encargos
de funcionamento das infra-estruturas por um período
Artigo 24.º mínimo de 10 anos.
2 — (Revogado.)
Indeferimento do pedido de licenciamento 3 — Em caso de deferimento nos termos do n.º 1, o
1 — O pedido de licenciamento é indeferido quando: requerente deve, antes da emissão do alvará, celebrar com
a câmara municipal contrato relativo ao cumprimento das
a) Violar plano municipal de ordenamento do territó- obrigações assumidas e prestar caução adequada, benefi-
rio, plano especial de ordenamento do território, medidas ciando de redução proporcional ou isenção das taxas por
preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário, realização de infra-estruturas urbanísticas, nos termos a
área de construção prioritária, servidão administrativa, fixar em regulamento municipal.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6289

4 — A prestação da caução referida no número ante- montante da caução para garantia das obras de urbanização,
rior bem como a execução ou manutenção das obras de que se regem pelos artigos 53.º, 54.º e 58.º
urbanização que o interessado se compromete a realizar
ou a câmara municipal entenda indispensáveis devem ser SUBSECÇÃO IV
mencionadas expressamente como condição do deferi-
Autorização
mento do pedido.
5 — À prestação da caução referida no n.º 3 aplica-se,
Artigo 28.º
com as necessárias adaptações, o disposto no artigo 54.º
6 — Os encargos a suportar pelo requerente ao abrigo (Revogado.)
do contrato referido no n.º 3 devem ser proporcionais à
sobrecarga para as infra-estruturas existentes resultante Artigo 29.º
da operação urbanística.
(Revogado.)
Artigo 26.º
Artigo 30.º
Licença
(Revogado.)
A deliberação final de deferimento do pedido de li-
cenciamento consubstancia a licença para a realização da Artigo 31.º
operação urbanística.
(Revogado.)
Artigo 27.º
Artigo 32.º
Alterações à licença
(Revogado.)
1 — A requerimento do interessado, podem ser alterados
os termos e condições da licença. Artigo 33.º
2 — A alteração da licença de operação de loteamento
é precedida de consulta pública quando a mesma esteja (Revogado.)
prevista em regulamento municipal ou quando sejam ultra-
passados alguns dos limites previstos no n.º 2 do artigo 22.º SUBSECÇÃO V
3 — Sem prejuízo do disposto no artigo 48.º, a altera- Comunicação prévia
ção da licença de operação de loteamento não pode ser
aprovada se ocorrer oposição escrita da maioria dos pro- Artigo 34.º
prietários dos lotes constantes do alvará, devendo, para o
efeito, o gestor de procedimento proceder à sua notificação Âmbito
para pronúncia no prazo de 10 dias. Obedece ao procedimento regulado na presente sub-
4 — A alteração à licença obedece ao procedimento secção a realização das operações urbanísticas referidas
estabelecido na presente subsecção, com as especialidades no n.º 3 do artigo 6.º
constantes dos números seguintes. Artigo 35.º
5 — É dispensada a consulta às entidades exteriores ao
Comunicação à câmara municipal
município desde que o pedido de alteração se conforme
com os pressupostos de facto e de direito dos pareceres, 1 — A comunicação prévia é dirigida ao presidente
autorizações ou aprovações que hajam sido emitidos no da câmara municipal, acompanhada pelos elementos ins-
procedimento. trutórios fixados pela portaria a que se refere o n.º 4 do
6 — No procedimento de alteração são utilizados os artigo 9.º, de termo de responsabilidade nos termos do
documentos constantes do processo que se mantenham artigo 10.º e das especificações a que se refere o n.º 1 do
válidos e adequados, promovendo a câmara municipal, artigo 77.º, com os efeitos previstos no seu n.º 3.
quando necessário, a actualização dos mesmos. 2 — As operações urbanísticas realizadas ao abrigo de
7 — A alteração da licença dá lugar a aditamento ao comunicação prévia devem observar as normas legais e
alvará, que, no caso de operação de loteamento, deve ser regulamentares que lhes forem aplicáveis, designadamente
comunicado oficiosamente à conservatória do registo pre- as constantes de instrumento de gestão territorial e as nor-
dial competente para efeitos de averbamento, contendo a mas técnicas de construção.
comunicação os elementos em que se traduz a alteração. 3 — A comunicação prévia é acompanhada pelos ele-
8 — As alterações à licença de loteamento, com ou sem mentos instrutórios fixados pela portaria a que se refere
variação do número de lotes, que se traduzam na varia- o n.º 4 do artigo 9.º, de termo de responsabilidade nos
ção das áreas de implantação ou de construção até 3 %, termos do artigo 10.º e das especificações a que se refere
desde que não impliquem aumento do número de fogos, o artigo 77.º
alteração de parâmetros urbanísticos ou utilizações cons- Artigo 36.º
tantes de plano municipal de ordenamento do território,
Rejeição da comunicação prévia
são aprovadas por simples deliberação da câmara munici-
pal, com dispensa de quaisquer outras formalidades, sem 1 — Sem prejuízo do disposto no artigo 11.º, no prazo de
prejuízo das demais disposições legais e regulamentares 20 dias a contar da entrega da comunicação e demais elemen-
aplicáveis. tos a que se refere o artigo anterior, o presidente da câmara
9 — Exceptuam-se do disposto nos n.os 3 a 6 as altera- municipal, com faculdade de delegação nos vereadores, deve
ções às condições da licença que se refiram ao prazo de rejeitar a comunicação quando verifique que a obra viola as
conclusão das operações urbanísticas licenciadas ou ao normas legais e regulamentares aplicáveis, designadamente
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as constantes de plano municipal de ordenamento do territó- comunicação prévia de loteamento em vigor esteja expres-
rio, ou as normas técnicas de construção em vigor, ou viola samente afecta ao uso proposto, é dispensada a autorização
os termos de informação prévia existente. prévia de localização que, nos termos da lei, devesse ser
2 — O prazo previsto no número anterior é de 60 dias emitida por parte de órgãos da administração central, sem
quando haja lugar a consulta a entidades externas. prejuízo das demais autorizações ou aprovações exigidas
por lei relativas a servidões administrativas ou restrições
Artigo 36.º-A de utilidade pública.
Acto administrativo
Artigo 40.º
1 — Decorrido o prazo previsto no artigo anterior sem
que a comunicação prévia tenha sido rejeitada, é disponi- (Revogado.)
bilizada no sistema informático previsto no artigo 8.º-A a
informação de que a comunicação não foi rejeitada, o que SECÇÃO III
equivale à sua admissão.
2 — Na falta de rejeição da comunicação prévia, o inte- Condições especiais de licenciamento ou comunicação prévia
ressado pode dar início às obras, efectuando previamente
o pagamento das taxas devidas através de autoliquidação. SUBSECÇÃO I
Operações de loteamento
SUBSECÇÃO VI
Procedimentos especiais Artigo 41.º
Localização
Artigo 37.º
As operações de loteamento só podem realizar-se em
Operações urbanísticas cujo projecto carece áreas situadas dentro do perímetro urbano e em terrenos já
de aprovação da administração central urbanizados ou cuja urbanização se encontre programada
1 — As operações urbanísticas referidas nos artigos 4.º em plano municipal de ordenamento do território.
e 6.º cujo projecto, nos termos da legislação especial apli-
cável, careça de aprovação da administração central, no- Artigo 42.º
meadamente as relativas a empreendimentos industriais, Parecer da CCDR
estabelecimentos comerciais, recintos de espectáculos e
divertimentos públicos e as que tenham lugar em imóveis 1 — O licenciamento de operação de loteamento que se
classificados ou em vias de classificação e respectivas realize em área não abrangida por qualquer plano municipal
zonas de protecção estão também sujeitas a licença ou de ordenamento do território está sujeito a parecer prévio
comunicação prévia, nos termos do disposto no presente favorável da CCDR ao qual se aplica, com as necessárias
diploma. adaptações, o disposto nos n.os 4 e 5 do artigo 13.º
2 — Salvo o disposto em lei especial, os órgãos mu- 2 — O parecer da CCDR destina-se a avaliar a operação
nicipais não podem aprovar informação prévia favorável de loteamento do ponto de vista do ordenamento do ter-
nem deferir pedidos de licença ou comunicações prévias ritório e a verificar a sua articulação com os instrumentos
relativos a operações urbanísticas previstas no n.º 1 sem de desenvolvimento territorial previstos na lei.
que o requerente apresente documento comprovativo da 3 — O parecer da CCDR caduca no prazo de dois anos,
aprovação da administração central. salvo se, dentro desse prazo, for licenciada a operação de
3 — Os prazos para a câmara municipal decidir sobre os loteamento ou, uma vez esgotado, não existirem alterações
pedidos de informação prévia, de licença ou comunicação nos pressupostos de facto e de direito em que se funda-
prévia a operações urbanísticas previstas no n.º 1 contam-se mentou o parecer.
a partir da data da entrega pelo requerente do documento 4 — A apresentação de requerimento nos termos referi-
referido no número anterior. dos no artigo 112.º suspende a contagem do prazo referido
no número anterior.
Artigo 38.º
Empreendimentos turísticos
Artigo 43.º
Áreas para espaços verdes e de utilização colectiva,
1 — Os empreendimentos turísticos estão sujeitos ao infra-estruturas e equipamentos
regime jurídico das operações de loteamento nos casos
em que se pretenda efectuar a divisão jurídica do terreno 1 — Os projectos de loteamento devem prever áreas
em lotes. destinadas à implantação de espaços verdes e de utilização
2 — Nas situações referidas no número anterior não é colectiva, infra-estruturas viárias e equipamentos.
aplicável o disposto no artigo 41.º, podendo a operação 2 — Os parâmetros para o dimensionamento das áreas
de loteamento realizar-se em áreas em que o uso turístico referidas no número anterior são os que estiverem definidos
seja compatível com o disposto nos instrumentos de gestão em plano municipal de ordenamento do território.
territorial válidos e eficazes. 3 — Para aferir se o projecto de loteamento respeita os
parâmetros a que alude o número anterior consideram-se
Artigo 39.º quer as parcelas de natureza privada a afectar àqueles fins
quer as parcelas a ceder à câmara municipal nos termos
Autorização prévia de localização
do artigo seguinte.
Sempre que as obras se situem em área que nos termos 4 — Os espaços verdes e de utilização colectiva, infra-
de plano de urbanização, plano de pormenor ou licença ou -estruturas viárias e equipamentos de natureza privada
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6291

constituem partes comuns dos lotes resultantes da opera- no respectivo alvará e integração na admissão da comu-
ção de loteamento e dos edifícios que neles venham a ser nicação prévia.
construídos e regem-se pelo disposto nos artigos 1420.º a 5 — Os direitos referidos nos n.os 1 a 3 podem ser
1438.º-A do Código Civil. exercidos pelos proprietários de, pelo menos, um terço
dos lotes constituídos em consequência da operação de
Artigo 44.º loteamento.
6 — Havendo imóveis construídos na parcela revertida,
Cedências
o tribunal pode ordenar a sua demolição, a requerimento
1 — O proprietário e os demais titulares de direitos reais do cedente, nos termos estabelecidos nos artigos 37.º e
sobre o prédio a lotear cedem gratuitamente ao município seguintes da Lei n.º 15/2002, de 22 de Fevereiro.
as parcelas para implantação de espaços verdes públicos e 7 — O município é responsável pelos prejuízos causados
equipamentos de utilização colectiva e as infra-estruturas aos proprietários dos imóveis referidos no número anterior,
que, de acordo com a lei e a licença ou comunicação prévia, nos termos estabelecidos no Decreto-Lei n.º 48 051, de 21
devam integrar o domínio municipal. de Novembro de 1967, em matéria de actos ilícitos.
2 — Para os efeitos do número anterior, o requerente 8 — À demolição prevista no n.º 6 é aplicável o disposto
deve assinalar as áreas de cedência ao município em planta nos artigos 52.º e seguintes do Decreto-Lei n.º 794/76, de
a entregar com o pedido de licenciamento ou comunicação 5 de Novembro.
prévia. 9 — O direito de reversão previsto no n.º 1 não pode
3 — As parcelas de terreno cedidas ao município ser exercido quando os fins das parcelas cedidas sejam
integram-se no domínio municipal com a emissão do al- alterados ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 48.º
vará ou, nas situações previstas no artigo 34.º, através
de instrumento próprio a realizar pelo notário privativo Artigo 46.º
da câmara municipal no prazo previsto no n.º 1 do ar- Gestão das infra-estruturas e dos espaços verdes
tigo 36.º, devendo a câmara municipal definir no momento e de utilização colectiva
da recepção as parcelas afectas aos domínios público e 1 — A gestão das infra-estruturas e dos espaços verdes
privado do município. e de utilização colectiva pode ser confiada a moradores
4 — Se o prédio a lotear já estiver servido pelas infra- ou a grupos de moradores das zonas loteadas e urbaniza-
-estruturas a que se refere a alínea h) do artigo 2.º ou não das, mediante a celebração com o município de acordos
se justificar a localização de qualquer equipamento ou de cooperação ou de contratos de concessão do domínio
espaço verde públicos no referido prédio ou ainda nos municipal.
casos referidos no n.º 4 do artigo anterior, não há lugar a 2 — Os acordos de cooperação podem incidir, nomea-
qualquer cedência para esses fins, ficando, no entanto, o damente, sobre os seguintes aspectos:
proprietário obrigado ao pagamento de uma compensação
ao município, em numerário ou em espécie, nos termos a) Limpeza e higiene;
definidos em regulamento municipal. b) Conservação de espaços verdes existentes;
5 — O proprietário e demais titulares de direitos reais c) Manutenção dos equipamentos de recreio e lazer;
sobre prédio a sujeitar a qualquer operação urbanística d) Vigilância da área, por forma a evitar a sua degra-
que nos termos de regulamento municipal seja conside- dação.
rada como de impacte relevante ficam também sujeitos
às cedências e compensações previstas para as operações 3 — Os contratos de concessão devem ser celebrados
sempre que se pretenda realizar investimentos em equi-
de loteamento.
pamentos de utilização colectiva ou em instalações fixas
e não desmontáveis em espaços verdes ou a manutenção
Artigo 45.º de infra-estruturas.
Reversão Artigo 47.º
1 — O cedente tem o direito de reversão sobre as par- Contrato de concessão
celas cedidas nos termos do artigo anterior sempre que 1 — Os princípios a que devem subordinar-se os contra-
estas sejam afectas a fins diversos daqueles para que hajam tos administrativos de concessão do domínio municipal a
sido cedidas. que se refere o artigo anterior são estabelecidos em diploma
2 — Ao exercício do direito de reversão previsto no próprio, no qual se fixam as regras a observar em matéria
número anterior aplica-se, com as necessárias adaptações, de prazo de vigência, conteúdo do direito de uso privativo,
o disposto no Código das Expropriações. obrigações do concessionário e do município em matéria
3 — Em alternativa ao exercício do direito referido de realização de obras, prestação de serviços e manutenção
no n.º 1 ou no caso do n.º 9, o cedente pode exigir ao de infra-estruturas, garantias a prestar e modos e termos
município uma indemnização, a determinar nos termos do sequestro e rescisão.
estabelecidos no Código das Expropriações com referência 2 — A utilização das áreas concedidas nos termos do
ao fim a que se encontre afecta a parcela, calculada à data número anterior e a execução dos contratos respectivos
em que pudesse haver lugar à reversão. estão sujeitas a fiscalização da câmara municipal, nos
4 — As parcelas que, nos termos do n.º 1, tenham rever- termos a estabelecer no diploma aí referido.
tido para o cedente ficam sujeitas às mesmas finalidades 3 — Os contratos referidos no número anterior não
a que deveriam estar afectas aquando da cedência, salvo podem, sob pena de nulidade das cláusulas respectivas,
quando se trate de parcela a afectar a equipamento de uti- proibir o acesso e utilização do espaço concessionado por
lização colectiva, devendo nesse caso ser afecta a espaço parte do público, sem prejuízo das limitações a tais acesso e
verde, procedendo-se ainda ao averbamento desse facto utilização que sejam admitidas no diploma referido no n.º 1.
6292 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

Artigo 48.º 4 — A exibição das certidões referidas nos n.os 2 e 3 é


Execução de instrumentos de planeamento territorial
dispensada sempre que o alvará de loteamento tenha sido
e outros instrumentos urbanísticos emitido ao abrigo dos Decretos-Leis n.os 289/73, de 6 de
Junho, e 400/84, de 31 de Dezembro.
1 — As condições da licença ou comunicação prévia de
operação de loteamento podem ser alteradas por iniciativa Artigo 50.º
da câmara municipal desde que tal alteração se mostre
necessária à execução de plano municipal de ordenamento Fraccionamento de prédios rústicos
do território, plano especial de ordenamento do territó- 1 — Ao fraccionamento de prédios rústicos aplica-se o
rio, área de desenvolvimento urbano prioritário, área de disposto nos Decretos-Leis n.os 384/88, de 25 de Outubro,
construção prioritária ou área crítica de recuperação e e 103/90, de 22 de Março.
reconversão urbanística.
2 — Os negócios jurídicos de que resulte o fracciona-
2 — A deliberação da câmara municipal que determine
mento ou divisão de prédios rústicos são comunicados
as alterações referidas no número anterior é devidamente
fundamentada e implica a emissão de novo alvará e a pelas partes intervenientes à câmara municipal do local da
publicação e submissão a registo deste, a expensas do situação dos prédios, a qual promove a comunicação dos
município. mesmos ao Instituto Geográfico Português.
3 — A deliberação referida no número anterior é prece- 3 — A comunicação a que se refere o número anterior
dida da audiência prévia do titular do alvará ou comunica- é efectuada no prazo de 20 dias a contar da celebração do
ção e demais interessados, que dispõem do prazo de 30 dias negócio.
para se pronunciarem sobre o projecto de decisão.
4 — A pessoa colectiva que aprovar os instrumentos Artigo 51.º
referidos no n.º 1 que determinem directa ou indirecta- Informação registral
mente os danos causados ao titular do alvará e demais inte-
ressados em virtude do exercício da faculdade prevista no 1 — O conservador do registo predial remete mensal-
n.º 1 é responsável pelos mesmos nos termos estabelecidos mente à CCDR, até ao dia 15 de cada mês, cópia dos
no Decreto-Lei n.º 48 051, de 21 de Novembro de 1967, elementos respeitantes a operações de loteamento e res-
em matéria de responsabilidade por actos lícitos. pectivos anexos cujos registos tenham sido requeridos no
mês anterior.
Artigo 48.º-A 2 — (Revogado.)
Alterações à operação de loteamento objecto
de comunicação prévia Artigo 52.º
Sem prejuízo do disposto no artigo anterior, a alteração Publicidade à alienação
de operação de loteamento admitida objecto de comunica- Na publicidade à alienação de lotes de terreno, de edi-
ção prévia só pode ser apresentada se for demonstrada a fícios ou fracções autónomas neles construídos, em cons-
não oposição da maioria dos proprietários dos lotes cons- trução ou a construir, é obrigatório mencionar o número
tantes da comunicação. do alvará de loteamento ou da comunicação prévia e a data
da sua emissão ou admissão pela câmara municipal, bem
Artigo 49.º como o respectivo prazo de validade.
Negócios jurídicos
SUBSECÇÃO II
1 — Nos títulos de arrematação ou outros documentos
judiciais, bem como nos instrumentos relativos a actos Obras de urbanização
ou negócios jurídicos de que resulte, directa ou indirecta-
mente, a constituição de lotes nos termos da alínea i) do Artigo 53.º
artigo 2.º, sem prejuízo do disposto nos artigos 6.º e 7.º, Condições e prazo de execução
ou a transmissão de lotes legalmente constituídos, devem
constar o número do alvará ou da comunicação prévia, a 1 — Com a deliberação prevista no artigo 26.º ou atra-
data da sua emissão ou admissão pela câmara municipal, vés de regulamento municipal nas situações previstas no
a data de caducidade e a certidão do registo predial. artigo 34.º, o órgão competente para o licenciamento das
2 — Não podem ser celebradas escrituras públicas de obras de urbanização estabelece:
primeira transmissão de imóveis construídos nos lotes
ou de fracções autónomas desses imóveis sem que seja a) As condições a observar na execução das mesmas,
exibida, perante o notário, certidão emitida pela câmara onde se inclui o cumprimento do disposto no regime da
municipal, comprovativa da recepção provisória das obras gestão de resíduos de construção e demolição nelas pro-
de urbanização ou certidão, emitida pela câmara municipal, duzidos, e o prazo para a sua conclusão;
comprovativa de que a caução a que se refere o artigo 54.º b) O montante da caução destinada a assegurar a boa e
é suficiente para garantir a boa execução das obras de regular execução das obras;
urbanização. c) As condições gerais do contrato de urbanização a que
3 — Caso as obras de urbanização sejam realizadas nos se refere o artigo 55.º, se for caso disso.
termos dos artigos 84.º e 85.º, as escrituras referidas no
número anterior podem ser celebradas mediante a exibição 2 — Nas situações previstas no artigo 34.º, o prazo de
de certidão, emitida pela câmara municipal, comprovativa execução é o fixado pelo interessado, não podendo, no
da conclusão de tais obras, devidamente executadas em entanto, ultrapassar os limites fixados mediante regula-
conformidade com os projectos aprovados. mento municipal.
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3 — O prazo estabelecido nos termos da alínea a) do 6 — O reforço ou a redução da caução, nos termos do
n.º 1 e do n.º 2 pode ser prorrogado a requerimento funda- n.º 4, não dá lugar à emissão de novo alvará ou à apresen-
mentado do interessado, por uma única vez e por período tação e admissão de nova comunicação.
não superior a metade do prazo inicial, quando não seja
possível concluir as obras dentro do prazo para o efeito Artigo 55.º
estabelecido. Contrato de urbanização
4 — Quando a obra se encontre em fase de acabamen-
tos, pode ainda o presidente da câmara municipal, a re- 1 — Quando a execução de obras de urbanização en-
querimento fundamentado do interessado, conceder nova volva, em virtude de disposição legal ou regulamentar
prorrogação, mediante o pagamento de um adicional à taxa ou por força de convenção, mais de um responsável, a
referida no n.º 2 do artigo 116.º, de montante a fixar em realização das mesmas pode ser objecto de contrato de
regulamento municipal. urbanização.
5 — O prazo referido no n.º 2 pode ainda ser prorrogado 2 — São partes no contrato de urbanização, obrigato-
em consequência de alteração da licença ou comunicação riamente, o município e o proprietário e outros titulares
prévia admitida. de direitos reais sobre o prédio e, facultativamente, as
6 — A prorrogação do prazo nos termos referidos nos empresas que prestem serviços públicos, bem como outras
números anteriores não dá lugar à emissão de novo alvará entidades envolvidas na operação de loteamento ou na
nem à apresentação e admissão de nova comunicação urbanização dela resultante, designadamente interessadas
prévia, devendo ser averbada no alvará ou comunicação na aquisição dos lotes.
existentes. 3 — O contrato de urbanização estabelece as obrigações
7 — As condições da licença ou comunicação prévia de das partes contratantes relativamente à execução das obras
obras de urbanização podem ser alteradas por iniciativa de urbanização e as responsabilidades a que ficam sujeitas,
da câmara municipal, nos termos e com os fundamentos bem como o prazo para cumprimento daquelas.
estabelecidos no artigo 48.º 4 — Quando haja lugar à celebração de contrato de
urbanização, a ele se fará menção no alvará ou comuni-
Artigo 54.º cação.
5 — Juntamente com o requerimento inicial, comunica-
Caução ção e a qualquer momento do procedimento até à aprovação
1 — O requerente ou comunicante presta caução des- das obras de urbanização, o interessado pode apresentar
tinada a garantir a boa e regular execução das obras de proposta de contrato de urbanização.
urbanização.
2 — A caução referida no número anterior é prestada Artigo 56.º
a favor da câmara municipal, mediante garantia bancá- Execução por fases
ria autónoma à primeira solicitação, hipoteca sobre bens
1 — O interessado pode requerer a execução por fases
imóveis propriedade do requerente, depósito em dinheiro
das obras de urbanização, identificando as obras incluídas
ou seguro-caução, devendo constar do próprio título que em cada fase, o orçamento correspondente e os prazos
a mesma está sujeita a actualização nos termos do n.º 4 e dentro dos quais se propõe requerer a respectiva licença.
se mantém válida até à recepção definitiva das obras de 2 — O requerimento referido no número anterior deve
urbanização. ser apresentado com o pedido de licenciamento de lotea-
3 — O montante da caução é igual ao valor constante mento ou, quando as obras de urbanização não se integrem
dos orçamentos para execução dos projectos das obras a em operação de loteamento, com o pedido de licenciamento
executar, eventualmente corrigido pela câmara municipal das mesmas.
com a emissão da licença, a que pode ser acrescido um 3 — Cada fase deve ter coerência interna e correspon-
montante, não superior a 5 % daquele valor, destinado der a uma zona da área a lotear ou a urbanizar que possa
a remunerar encargos de administração caso se mostre funcionar autonomamente.
necessário aplicar o disposto nos artigos 84.º e 85.º 4 — O requerimento é decidido no prazo de 30 dias a
4 — O montante da caução deve ser: contar da data da sua apresentação.
a) Reforçado, precedendo deliberação fundamentada da 5 — Admitida a execução por fases, o alvará abrange
câmara municipal, tendo em atenção a correcção do valor apenas a primeira fase das obras de urbanização, impli-
dos trabalhos por aplicação das regras legais e regulamen- cando cada fase subsequente um aditamento ao alvará.
tares relativas a revisões de preços dos contratos de emprei- 6 — Quando se trate de operação efectuada ao abrigo
tada de obras públicas, quando se mostre insuficiente para de comunicação prévia, o interessado identifica na comu-
garantir a conclusão dos trabalhos, em caso de prorrogação nicação as fases em que pretende proceder à execução das
do prazo de conclusão ou em consequência de acentuada obras de urbanização, aplicando-se, com as necessárias
subida no custo dos materiais ou de salários; adaptações, o disposto nos n.os 1, 2 e 3.
b) Reduzido, nos mesmos termos, em conformidade com
o andamento dos trabalhos a requerimento do interessado, SUBSECÇÃO III
que deve ser decidido no prazo de 15 dias. Obras de edificação

5 — O conjunto das reduções efectuadas ao abrigo do Artigo 57.º


disposto na alínea b) do número anterior não pode ultra-
Condições de execução
passar 90 % do montante inicial da caução, sendo o re-
manescente libertado com a recepção definitiva das obras 1 — A câmara municipal fixa as condições a observar
de urbanização. na execução da obra com o deferimento do pedido de
6294 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

licenciamento das obras referidas nas alíneas c), d) e e) do 5 — Quando não seja possível concluir as obras no
n.º 2 do artigo 4.º e através de regulamento municipal para prazo previsto, este pode ser prorrogado, a requerimento
as obras previstas nas alíneas c) a h) do n.º 1 do artigo 6.º, fundamentado do interessado, por uma única vez e por
devendo salvaguardar o cumprimento do disposto no re- período não superior a metade do prazo inicial, salvo o
gime da gestão de resíduos de construção e demolição. disposto nos números seguintes.
2 — As condições relativas à ocupação da via pública 6 — Quando a obra se encontre em fase de acabamentos,
ou à colocação de tapumes e vedações são estabelecidas pode o presidente da câmara municipal, a requerimento
mediante proposta do requerente, a qual, nas situações fundamentado do interessado, conceder nova prorrogação,
previstas nas alíneas c) a h) do n.º 1 do artigo 6.º, deve mediante o pagamento de um adicional à taxa referida no
acompanhar a comunicação prévia, não podendo a câmara n.º 1 do artigo 116.º, de montante a fixar em regulamento
municipal alterá-las senão com fundamento na violação municipal.
de normas legais ou regulamentares aplicáveis ou na ne- 7 — O prazo estabelecido nos termos dos números
cessidade de articulação com outras ocupações previstas anteriores pode ainda ser prorrogado em consequência
ou existentes. da alteração da licença, bem como da apresentação de
3 — No caso previsto no artigo 113.º, as condições a alteração aos projectos apresentados com a comunicação
observar na execução das obras são aquelas que forem prévia admitida.
propostas pelo requerente. 8 — A prorrogação do prazo nos termos referidos nos
4 — A comunicação prévia para obras em área abran- números anteriores não dá lugar à emissão de novo alvará
gida por operação de loteamento não pode ter lugar antes da nem à apresentação e admissão de nova comunicação
recepção provisória das respectivas obras de urbanização prévia, devendo apenas ser nestes averbada.
ou da prestação de caução a que se refere o artigo 54.º 9 — No caso previsto no artigo 113.º, o prazo para a
5 — O disposto no artigo 43.º é aplicável aos procedi- conclusão da obra é aquele que for proposto pelo reque-
mentos de licenciamento ou de comunicação prévia das rente.
obras referidas nas alíneas c), d) e e) do n.º 2 do artigo 4.º,
bem como às previstas nas alíneas c), d), e) e f) do n.º 1 do Artigo 59.º
artigo 6.º, quando respeitem a edifícios contíguos e fun-
Execução por fases
cionalmente ligados entre si, que determinem, em termos
urbanísticos, impactes semelhantes a uma operação de lo- 1 — O requerente pode optar pela execução faseada
teamento, nos termos a definir por regulamento municipal. da obra, devendo para o efeito, em caso de operação ur-
6 — O disposto no n.º 4 do artigo 44.º é aplicável aos banística sujeita a licenciamento, identificar no projecto
procedimentos de licenciamento ou de comunicação pré- de arquitectura os trabalhos incluídos em cada uma das
via das obras referidas nas alíneas c), d) e e) do n.º 2 do fases e indicar os prazos, a contar da data de aprovação
artigo 4.º, bem como às previstas nas alíneas c), d), e) e daquele projecto, em que se propõe requerer a aprovação
f) do n.º 1 do artigo 6.º, quando a operação contemple a dos projectos da engenharia de especialidades relativos a
criação de áreas de circulação viária e pedonal, espaços cada uma dessas fases, podendo a câmara municipal fixar
verdes e equipamento de uso privativo. diferentes prazos por motivo de interesse público devida-
7 — O disposto no número anterior é igualmente apli- mente fundamentado.
cável aos procedimentos de comunicação prévia das ope- 2 — Cada fase deve corresponder a uma parte da edi-
rações urbanísticas previstas nas alíneas d) e e) do n.º 1 ficação passível de utilização autónoma.
do artigo 6.º desde que esteja prevista a sua realização em 3 — Nos casos referidos no n.º 1, o requerimento re-
área não abrangida por operação de loteamento. ferido no n.º 4 do artigo 20.º deverá identificar a fase da
obra a que se reporta.
Artigo 58.º 4 — A falta de apresentação do requerimento referido
no número anterior dentro dos prazos previstos no n.º 1
Prazo de execução
implica a caducidade do acto de aprovação do projecto de
1 — A câmara municipal fixa, com o deferimento do arquitectura e o arquivamento oficioso do processo.
pedido de licenciamento das obras referidas nas alíneas c) 5 — (Revogado.)
a g) do n.º 2 do artigo 4.º, o prazo de execução da obra, 6 — Admitida a execução por fases, o alvará abrange
em conformidade com a programação proposta pelo re- apenas a primeira fase das obras, implicando cada fase
querente. subsequente um aditamento ao alvará.
2 — Nas situações previstas nas alíneas c) a h) do n.º 1 7 — Quando se trate de operação urbanística sujeita
do artigo 6.º, o prazo de execução é o fixado pelo inte- a comunicação prévia, o interessado identifica na comu-
ressado, não podendo, no entanto, ultrapassar os limites nicação as fases em que pretende proceder à execução
fixados mediante regulamento municipal. da obra, aplicando-se, com as necessárias adaptações, o
3 — Os prazos referidos nos números anteriores co- disposto nos n.os 1 e 2.
meçam a contar da data de emissão do respectivo alvará,
da data do pagamento ou do depósito das taxas ou da Artigo 60.º
caução nas situações previstas no artigo 113.º ou do fim
Edificações existentes
do prazo a que se refere o n.º 1 do artigo 36.º, na hipótese
de comunicação prévia. 1 — As edificações construídas ao abrigo do direito
4 — O prazo para a conclusão da obra pode ser alterado anterior e as utilizações respectivas não são afectadas por
por motivo de interesse público, devidamente fundamen- normas legais e regulamentares supervenientes.
tado, no acto de deferimento a que se refere o n.º 1 ou, na 2 — A licença ou admissão de comunicação prévia de
situação prevista no n.º 2, até ao fim do prazo previsto no obras de reconstrução ou de alteração das edificações não
n.º 1 do artigo 36.º pode ser recusada com fundamento em normas legais ou
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6295

regulamentares supervenientes à construção originária base nos termos de responsabilidade referidos no artigo an-
desde que tais obras não originem ou agravem desconfor- terior, salvo na situação prevista no número seguinte.
midade com as normas em vigor ou tenham como resultado 2 — O presidente da câmara municipal, oficiosamente
a melhoria das condições de segurança e de salubridade ou a requerimento do gestor do procedimento e no prazo
da edificação. previsto no número anterior, determina a realização de
3 — Sem prejuízo do disposto nos números anteriores, vistoria, a efectuar nos termos do artigo seguinte, quando
a lei pode impor condições específicas para o exercício de se verifique alguma das seguintes situações:
certas actividades em edificações já afectas a tais activida-
des ao abrigo do direito anterior, bem como condicionar a a) O pedido de autorização de utilização não estar ins-
execução das obras referidas no número anterior à realiza- truído com os termos de responsabilidade previstos no
ção dos trabalhos acessórios que se mostrem necessários artigo anterior;
para a melhoria das condições de segurança e salubridade b) Existirem indícios sérios, nomeadamente com base
da edificação. nos elementos constantes do processo ou do livro de obra,
Artigo 61.º a concretizar no despacho que determina a vistoria, de que
a obra se encontra em desconformidade com o respectivo
Identificação do director técnico da obra projecto ou condições estabelecidas;
O titular da licença de construção e o apresentante da c) Tratando-se da autorização prevista no n.º 2 do ar-
comunicação prévia ficam obrigados a afixar numa placa tigo 62.º, existam indícios sérios de que o edifício, ou sua
em material imperecível no exterior da edificação ou a fracção autónoma, não é idóneo para o fim pretendido.
gravar num dos seus elementos exteriores a identifica-
ção do director técnico da obra e do autor do projecto de Artigo 65.º
arquitectura. Realização da vistoria
SUBSECÇÃO IV 1 — A vistoria realiza-se no prazo de 15 dias a contar
Utilização de edifícios ou suas fracções da decisão do presidente da câmara referida no n.º 2 do
artigo anterior, decorrendo sempre que possível em data
Artigo 62.º a acordar com o requerente.
2 — A vistoria é efectuada por uma comissão composta,
Âmbito no mínimo, por três técnicos, a designar pela câmara muni-
1 — A autorização de utilização de edifícios ou suas cipal, dos quais pelo menos dois devem ter habilitação legal
fracções autónomas destina-se a verificar a conformidade para ser autor de projecto, correspondente à obra objecto
da obra concluída com o projecto aprovado e com as con- de vistoria, segundo o regime da qualificação profissional
dições do licenciamento ou da comunicação prévia. dos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de
2 — A autorização, quando não haja lugar à realização projectos.
de obras ou quando se trate de alteração da utilização ou 3 — A data da realização da vistoria é notificada pela
de autorização de arrendamento para fins não habitacio- câmara municipal ao requerente da autorização de utili-
nais de prédios ou fracções não licenciados, nos termos zação, o qual pode fazer-se acompanhar dos autores dos
do n.º 4 do artigo 5.º do Decreto-Lei n.º 160/2006, de 8 de projectos e do técnico responsável pela direcção técnica da
Agosto, destina-se a verificar a conformidade do uso pre- obra, que participam, sem direito a voto, na vistoria.
visto com as normas legais e regulamentares aplicáveis e 4 — As conclusões da vistoria são obrigatoriamente
a idoneidade do edifício ou sua fracção autónoma para o seguidas na decisão sobre o pedido de autorização.
fim pretendido. 5 — No caso da imposição de obras de alteração de-
Artigo 63.º correntes da vistoria, a emissão da autorização requerida
depende da verificação da adequada realização dessas
Instrução do pedido obras, mediante nova vistoria a requerer pelo interessado,
1 — O pedido de autorização de utilização deve ser a qual deve decorrer no prazo de 15 dias a contar do res-
instruído com termo de responsabilidade subscrito pelos pectivo requerimento.
autores de projecto de obra e do director de fiscalização 6 — Não sendo a vistoria realizada nos prazos referidos
de obra, na qual aqueles devem declarar que a obra foi nos n.os 1 ou 5, o requerente pode solicitar a emissão do
executada de acordo com o projecto aprovado e com as título de autorização de utilização, mediante a apresentação
condições da licença ou da comunicação prévia e, se for do comprovativo do requerimento da mesma nos termos
caso disso, que as alterações efectuadas ao projecto estão do artigo 63.º ou do número anterior, o qual é emitido no
em conformidade com as normas legais e regulamentares prazo de cinco dias e sem a prévia realização de vistoria.
que lhe são aplicáveis.
2 — O pedido de autorização nos termos previstos no Artigo 66.º
n.º 2 do artigo anterior deve ser instruído com termo de Propriedade horizontal
responsabilidade subscrito por pessoa habilitada a ser autor
de projecto segundo o regime da qualificação profissional 1 — No caso de edifícios constituídos em regime de
dos técnicos responsáveis pela elaboração e subscrição de propriedade horizontal, a autorização pode ter por objecto
projectos. o edifício na sua totalidade ou cada uma das suas fracções
Artigo 64.º autónomas.
2 — A autorização de utilização só pode ser concedida
Concessão da autorização de utilização
autonomamente para uma ou mais fracções autónomas
1 — A autorização de utilização é concedida, no prazo quando as partes comuns dos edifícios em que se integram
de 10 dias a contar do recebimento do requerimento, com estejam também em condições de serem utilizadas.
6296 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

3 — Caso o interessado não tenha ainda requerido a cer- caso do recurso resultem indícios de ilegalidade da sua
tificação pela câmara municipal de que o edifício satisfaz interposição ou da sua improcedência, devendo o juiz
os requisitos legais para a sua constituição em regime de decidir esta questão, quando a ela houver lugar, no prazo
propriedade horizontal, tal pedido pode integrar o reque- de 10 dias.
rimento de autorização de utilização. 4 — A possibilidade de o órgão que emitiu o acto ou
4 — O disposto nos n.os 2 e 3 é aplicável, com as neces- deliberação declarar a nulidade caduca no prazo de 10 anos,
sárias adaptações, aos edifícios compostos por unidades caducando também o direito de propor a acção prevista no
susceptíveis de utilização independente que não estejam n.º 1 se os factos que determinaram a nulidade não forem
sujeitos ao regime da propriedade horizontal. participados ao Ministério Público nesse prazo, excepto
relativamente a monumentos nacionais e respectiva zona
de protecção.
SECÇÃO IV
Validade e eficácia dos actos de licenciamento, admissão Artigo 70.º
da comunicação prévia ou autorização de utilização Responsabilidade civil da Administração

SUBSECÇÃO I
1 — O município responde civilmente pelos prejuízos
causados em caso de revogação, anulação ou declara-
Validade ção de licenças, comunicações prévias ou autorização de
utilização, sempre que a causa da revogação, anulação
Artigo 67.º ou declaração de nulidade resulte de uma conduta ilícita
dos titulares dos seus órgãos ou dos seus funcionários e
Requisitos
agentes.
A validade das licenças, admissão das comunicações 2 — Os titulares dos órgãos do município e os seus
prévias ou autorizações de utilização das operações ur- funcionários e agentes respondem solidariamente com
banísticas depende da sua conformidade com as normas aquele quando tenham dolosamente dado causa à ilegali-
legais e regulamentares aplicáveis em vigor à data da sua dade que fundamenta a revogação, anulação ou declaração
prática, sem prejuízo do disposto no artigo 60.º de nulidade.
3 — Quando a ilegalidade que fundamenta a revogação,
Artigo 68.º anulação ou declaração de nulidade resulte de parecer
vinculativo, autorização ou aprovação legalmente exigível,
Nulidades a entidade que o emitiu responde solidariamente com o
São nulas as licenças, a admissão de comunicações município, que tem sobre aquela direito de regresso.
prévias ou as autorizações de utilização previstas no pre- 4 — O disposto no presente artigo em matéria de res-
sente diploma que: ponsabilidade solidária não prejudica o direito de regresso
que ao caso couber, nos termos gerais de direito.
a) Violem o disposto em plano municipal de ordena-
mento do território, plano especial de ordenamento do SUBSECÇÃO II
território, medidas preventivas ou licença de loteamento
em vigor; Caducidade e revogação da licença, admissão da comunicação
b) Violem o disposto no n.º 2 do artigo 37.º; prévia e autorização de utilização
c) Não tenham sido precedidas de consulta das enti-
dades cujos pareceres, autorizações ou aprovações sejam Artigo 71.º
legalmente exigíveis, bem como quando não estejam em Caducidade
conformidade com esses pareceres, autorizações ou apro-
vações. 1 — A licença ou admissão de comunicação prévia para
a realização de operação de loteamento caduca se:
Artigo 69.º a) Não for requerida a autorização para a realização das
Participação, acção administrativa especial respectivas obras de urbanização no prazo de um ano a con-
e declaração de nulidade tar da notificação do acto de licenciamento ou, na hipótese
1 — Os factos geradores das nulidades previstas no de comunicação prévia, não for apresentada comunicação
artigo anterior e quaisquer outros factos de que possa re- prévia para a realização de obras de urbanização no prazo
sultar a invalidade dos actos administrativos previstos no de um ano a contar da admissão daquela; ou se
presente diploma devem ser participados, por quem deles b) Não for requerido o alvará único a que se refere o
tenha conhecimento, ao Ministério Público, para efeitos de n.º 3 do artigo 76.º no prazo de um ano a contar da noti-
propositura da competente acção administrativa especial ficação do acto de autorização das respectivas obras de
e respectivos meios processuais acessórios. urbanização.
2 — Quando tenha por objecto actos de licenciamento,
de admissão da comunicação prévia ou autorizações de 2 — A licença ou a admissão de comunicação prévia
utilização com fundamento em qualquer das invalidades para a realização de operação de loteamento que não exija
previstas no artigo anterior, a citação ao titular da licença, a realização de obras de urbanização, bem como a licença
comunicação prévia ou autorizações de utilização para para a realização das operações urbanísticas previstas nas
contestar a acção referida no n.º 1 tem os efeitos previstos alíneas b) a e) e g) do n.º 2 do artigo 4.º caduca se, no prazo
no artigo 103.º para o embargo, sem prejuízo do disposto de um ano a contar da notificação do acto de licenciamento
no número seguinte. ou da admissão da comunicação prévia, não for requerida
3 — O tribunal pode, oficiosamente ou a requerimento a emissão do respectivo alvará ou iniciadas as obras no
dos interessados, autorizar o prosseguimento dos trabalhos caso de comunicação prévia.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6297

3 — Para além das situações previstas no número ante- Artigo 73.º


rior, a licença ou a admissão de comunicação prévia para a Revogação
realização das operações urbanísticas referidas no número
anterior, bem como a licença ou a admissão de comuni- 1 — Sem prejuízo do que se dispõe no número seguinte,
cação prévia para a realização de operação de loteamento a licença, a admissão de comunicação prévia ou as autori-
que exija a realização de obras de urbanização, caduca zações de utilização só podem ser revogadas nos termos
ainda: estabelecidos na lei para os actos constitutivos de direitos.
2 — Nos casos a que se refere o n.º 2 do artigo 105.º, a
a) Se as obras não forem iniciadas no prazo de nove licença ou a admissão de comunicação prévia podem ser
meses a contar da data de emissão do alvará, do prazo pre- revogadas pela câmara municipal decorrido o prazo de seis
visto no artigo 36.º, ou, nos casos previstos no artigo 113.º, meses a contar do termo do prazo estabelecido de acordo
da data do pagamento das taxas, do seu depósito ou da com o n.º 1 do mesmo artigo.
garantia do seu pagamento;
b) Se as obras estiverem suspensas por período superior SUBSECÇÃO III
a seis meses, salvo se a suspensão decorrer de facto não
imputável ao titular da licença ou da admissão de comu- Títulos das operações urbanísticas
nicação prévia;
c) Se as obras estiverem abandonadas por período su- Artigo 74.º
perior a seis meses; Título da licença, da admissão de comunicação
d) Se as obras não forem concluídas no prazo fixado prévia e da autorização de utilização
na licença ou comunicação prévia ou suas prorrogações, 1 — As operações urbanísticas objecto de licenciamento
contado a partir da data de emissão do alvará ou do prazo são tituladas por alvará, cuja emissão é condição de efi-
previsto no n.º 1 do artigo 36.º; cácia da licença.
e) (Revogada.) 2 — A admissão de comunicação prévia das operações
urbanísticas é titulada pelo recibo da sua apresentação
4 — Para os efeitos do disposto na alínea c) do número acompanhado do comprovativo da admissão nos termos
anterior, presumem-se abandonadas as obras ou trabalhos do artigo 36.º-A.
sempre que: 3 — A autorização de utilização dos edifícios é titulada
a) Se encontrem suspensos sem motivo justificativo por alvará.
registado no respectivo livro de obra; Artigo 75.º
b) Decorram na ausência do técnico responsável pela Competência
respectiva execução;
c) Se desconheça o paradeiro do titular da respectiva Compete ao presidente da câmara municipal emitir o
licença ou comunicação prévia sem que este haja indicado alvará de licença para a realização das operações urbanís-
à câmara municipal procurador bastante que o represente. ticas, podendo delegar esta competência nos vereadores,
com faculdade de subdelegação, ou nos dirigentes dos
serviços municipais.
5 — As caducidades previstas no presente artigo são
Artigo 76.º
declaradas pela câmara municipal, com audiência prévia
do interessado. Requerimento
6 — Os prazos a que se referem os números anteriores 1 — O interessado deve, no prazo de um ano a contar
contam-se de acordo com o disposto no artigo 279.º do da data da notificação do acto de licenciamento ou da
Código Civil. autorização de utilização, requerer a emissão do respectivo
7 — Tratando-se de licença para a realização de ope- alvará, apresentando para o efeito os elementos previstos
ração de loteamento ou de obras de urbanização, a cadu- em portaria aprovada pelo membro do Governo respon-
cidade pelos motivos previstos nos n.os 3 e 4 não produz sável pelo ordenamento do território.
efeitos relativamente aos lotes para os quais já haja sido 2 — Pode ainda o presidente da câmara municipal, a
aprovado pedido de licenciamento para obras de edifica- requerimento fundamentado do interessado, conceder pror-
ção ou já tenha sido apresentada comunicação prévia da rogação, por uma única vez, do prazo previsto no número
realização dessas obras. anterior.
3 — No caso de operação de loteamento que exija a
Artigo 72.º realização de obras de urbanização, é emitido um único
Renovação alvará, que deve ser requerido no prazo de um ano a con-
tar da notificação do acto de autorização das obras de
1 — O titular de licença ou comunicação prévia que urbanização.
haja caducado pode requerer nova licença ou apresentar 4 — Sem prejuízo do disposto nos artigos 64.º e 65.º, o
nova comunicação prévia. alvará é emitido no prazo de 30 dias a contar da apresenta-
2 — No caso referido no número anterior, serão uti- ção do requerimento previsto nos números anteriores ou da
lizados no novo processo os elementos que instruíram recepção dos elementos a que se refere o n.º 3 do artigo 11.º
o processo anterior desde que o novo requerimento seja desde que se mostrem pagas as taxas devidas.
apresentado no prazo de 18 meses a contar da data da 5 — O requerimento de emissão de alvará só pode ser
caducidade ou, se este prazo estiver esgotado, não existi- indeferido com fundamento na caducidade, suspensão,
rem alterações de facto e de direito que justifiquem nova revogação, anulação ou declaração de nulidade da licença
apresentação. ou da admissão de comunicação prévia ou na falta de
3 — (Revogado.) pagamento das taxas referidas no número anterior.
6298 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

6 — O alvará obedece a um modelo tipo a estabelecer c) O uso a que se destina o edifício ou fracção autó-
por portaria aprovada pelo membro do Governo respon- noma.
sável pelo ordenamento do território.
6 — O alvará a que se refere o número anterior deve
Artigo 77.º ainda mencionar, quando for caso disso, que o edifício a
Especificações
que respeita preenche os requisitos legais para a consti-
tuição da propriedade horizontal.
1 — O alvará de licença de operação de loteamento ou 7 — No caso de substituição do titular de alvará de
de obras de urbanização deve conter, nos termos da licença, licença, o substituto deve disso fazer prova junto do pre-
a especificação dos seguintes elementos, consoante forem sidente da câmara para que este proceda ao respectivo
aplicáveis: averbamento no prazo de 15 dias a contar da data da subs-
a) Identificação do titular do alvará; tituição.
b) Identificação do prédio objecto da operação de lotea-
mento ou das obras de urbanização; Artigo 78.º
c) Identificação dos actos dos órgãos municipais rela- Publicidade
tivos ao licenciamento da operação de loteamento e das
1 — O titular do alvará deve promover, no prazo de
obras de urbanização;
10 dias após a emissão do alvará, a afixação no prédio
d) Enquadramento da operação urbanística em plano
objecto de qualquer operação urbanística de um aviso,
municipal de ordenamento do território em vigor, bem
visível do exterior, que deve permanecer até à conclusão
como na respectiva unidade de execução, se a houver;
das obras.
e) Número de lotes e indicação da área, localização, fi-
2 — A emissão do alvará de licença de loteamento deve
nalidade, área de implantação, área de construção, número
ainda ser publicitada pela câmara municipal, no prazo
de pisos e número de fogos de cada um dos lotes, com
estabelecido no n.º 1, através de:
especificação dos fogos destinados a habitações a custos
controlados, quando previstos; a) Publicação de aviso em boletim municipal e na página
f) Cedências obrigatórias, sua finalidade e especificação da Internet do município ou, quando estes não existam,
das parcelas a integrar no domínio municipal; através de edital a afixar nos paços do concelho e nas sedes
g) Prazo para a conclusão das obras de urbanização; das juntas de freguesia abrangidas;
h) Montante da caução prestada e identificação do res- b) Publicação de aviso num jornal de âmbito local,
pectivo título. quando o número de lotes seja inferior a 20, ou num jornal
de âmbito nacional, nos restantes casos.
2 — O alvará a que se refere o número anterior deve
conter, em anexo, as plantas representativas dos elementos 3 — Compete ao membro do Governo responsável pelo
referidos nas alíneas e) e f). ordenamento do território aprovar, por portaria, o modelo
3 — As especificações do alvará a que se refere o n.º 1 do aviso referido no n.º 1.
vinculam a câmara municipal, o proprietário do prédio, 4 — O aviso previsto no número anterior deve men-
bem como os adquirentes dos lotes. cionar, consoante os casos, as especificações previstas
4 — O alvará de licença para a realização das operações nas alíneas a) a g) do n.º 1 e a) a c) e f) a i) do n.º 4 do
urbanísticas a que se referem as alíneas b) a g) e l) do artigo 77.º
artigo 2.º deve conter, nos termos da licença, os seguintes 5 — O disposto nos números anteriores aplica-se, com
elementos, consoante sejam aplicáveis: as necessárias adaptações, às situações objecto de comu-
a) Identificação do titular da licença; nicação prévia.
b) Identificação do lote ou do prédio onde se realizam
as obras ou trabalhos; Artigo 79.º
c) Identificação dos actos dos órgãos municipais relati- Cassação
vos ao licenciamento das obras ou trabalhos;
1 — O alvará ou a admissão de comunicação prévia
d) Enquadramento das obras em operação de lotea-
é cassado pelo presidente da câmara municipal quando
mento ou plano municipal de ordenamento do território
caduque a licença ou a admissão de comunicação prévia
em vigor, no caso das obras previstas nas alíneas b), c) e
ou quando estas sejam revogadas, anuladas ou declaradas
e) do artigo 2.º;
nulas.
e) Os condicionamentos a que fica sujeita a licença;
2 — A cassação do alvará ou da admissão de comuni-
f) As cérceas e o número de pisos acima e abaixo da
cação prévia de loteamento é comunicada pelo presidente
cota de soleira;
da câmara municipal à conservatória do registo predial
g) A área de construção e a volumetria dos edifícios;
competente, para efeitos de anotação à descrição e de can-
h) O uso a que se destinam as edificações;
celamento do registo do alvará e comunicação prévia.
i) O prazo de validade da licença, o qual corresponde
3 — Com a comunicação referida no número anterior,
ao prazo para a conclusão das obras ou trabalhos.
o presidente da câmara municipal dá igualmente conhe-
cimento à conservatória dos lotes que se encontrem na
5 — O alvará de autorização de utilização relativo à
situação referida no n.º 7 do artigo 71.º, requerendo a
utilização de edifício ou de sua fracção deve conter a es-
esta o cancelamento parcial do alvará ou da admissão de
pecificação dos seguintes elementos:
comunicação prévia nos termos da alínea f) do n.º 2 do
a) Identificação do titular da licença; artigo 101.º do Código do Registo Predial e indicando as
b) Identificação do edifício ou fracção autónoma; descrições a manter.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6299

4 — O alvará cassado é apreendido pela câmara mu- 3 — Para os efeitos dos números anteriores, o requerente
nicipal, na sequência de notificação ao respectivo titular. deve apresentar, consoante os casos, o plano de demolições,
5 — A admissão da comunicação prévia é cassada atra- o projecto de estabilidade ou o projecto de escavação e
vés do averbamento da cassação à informação prevista no contenção periférica até à data da apresentação do pedido
n.º 1 do artigo 36.º-A. referido no mesmo número.
4 — O presidente da câmara decide sobre o pedido
previsto no n.º 1 no prazo de 15 dias a contar da data da
CAPÍTULO III sua apresentação.
Execução e fiscalização 5 — É título bastante para a execução dos trabalhos de
demolição, escavação ou contenção periférica a notificação
do deferimento do respectivo pedido, que o requerente, a
SECÇÃO I partir do início da execução dos trabalhos por ela abran-
Início dos trabalhos gidos, deverá guardar no local da obra.

Artigo 80.º Artigo 82.º


Ligação às redes públicas
Início dos trabalhos
1 — A execução das obras e trabalhos sujeitos a li- 1 — Os alvarás a que se referem os n.os 1 e 4 do ar-
cença nos termos do presente diploma só pode iniciar-se tigo 77.º, a admissão de comunicação prévia do
depois de emitido o respectivo alvará, com excepção das artigo 36.º-A, bem como a notificação referida no n.º 5
do artigo anterior, constituem título bastante para instruir
situações referidas no artigo seguinte e salvo o disposto
os pedidos de ligação das redes de água, de saneamento,
no artigo 113.º
de gás, de electricidade e de telecomunicações, podendo
2 — As obras e os trabalhos sujeitos ao regime de co-
os requerentes optar, mediante autorização das entidades
municação prévia podem iniciar-se nos termos do n.º 3 fornecedoras, pela realização das obras indispensáveis à
do artigo 36.º-A. sua concretização nas condições regulamentares e técnicas
3 — As obras e trabalhos referidos no artigo 7.º só po- definidas por aquelas entidades.
dem iniciar-se depois de emitidos os pareceres ou autori- 2 — Até à apresentação do alvará de autorização de
zações aí referidos ou após o decurso dos prazos fixados utilização, as ligações referidas no número anterior são
para a respectiva emissão. efectuadas pelo prazo fixado no alvará respectivo ou na
4 — No prazo de 60 dias a contar do início dos trabalhos admissão de comunicação prévia e apenas podem ser
relativos às operações urbanísticas referidas nas alíneas c) a prorrogadas pelo período correspondente à prorrogação
e) do n.º 2 do artigo 4.º deve o promotor da obra apresentar daquele prazo, salvo nos casos em que aquele alvará não
na câmara municipal cópia do projecto de execução de haja sido emitido por razões exclusivamente imputáveis
arquitectura e de engenharia das especialidades. à câmara municipal.
3 — Na situação prevista no artigo 113.º, os pedidos
Artigo 80.º-A de ligação referidos no n.º 1 podem ser instruídos com
Informação sobre o início dos trabalhos o recibo do pagamento ou do depósito das taxas ou da
e o responsável pelos mesmos caução.
4 — Nos casos referidos no n.º 3 do artigo 6.º, os pe-
1 — Até cinco dias antes do início dos trabalhos, o didos de ligação são instruídos com cópia do recibo da
promotor informa a câmara municipal dessa intenção, apresentação de comunicação prévia e da sua admissão e
comunicando também a identidade da pessoa, singular ou se for necessária a compatibilização de projectos com as
colectiva, encarregada da execução dos mesmos. infra-estruturas existentes ou a sua realização no caso de
2 — A pessoa encarregada da execução dos trabalhos inexistência, estas serão promovidas pela entidade pres-
está obrigada à execução exacta dos projectos e ao res- tadora ou pelo requerente, nos termos da parte final do
peito pelas condições do licenciamento ou comunicação n.º 1.
prévia.

Artigo 81.º SECÇÃO II

Demolição, escavação e contenção periférica Execução dos trabalhos

1 — Quando o procedimento de licenciamento haja Artigo 83.º


sido precedido de informação prévia favorável que vin-
cule a câmara municipal, pode o presidente da câmara Alterações durante a execução da obra
municipal, a pedido do interessado, permitir a execução 1 — Podem ser realizadas em obra alterações ao pro-
de trabalhos de demolição ou de escavação e contenção jecto, mediante comunicação prévia nos termos previstos
periférica até à profundidade do piso de menor cota, logo no artigo 35.º, desde que essa comunicação seja efectuada
após o saneamento referido no artigo 11.º, desde que seja com a antecedência necessária para que as obras estejam
prestada caução para reposição do terreno nas condições concluídas antes da apresentação do requerimento a que
em que se encontrava antes do início dos trabalhos. se refere o n.º 1 do artigo 63.º
2 — Nas obras sujeitas a licença nos termos do presente 2 — Podem ser efectuadas sem dependência de comu-
diploma, a decisão referida no número anterior pode ser nicação prévia à câmara municipal as alterações em obras
proferida em qualquer momento após a aprovação do pro- que não correspondam a obras que estivessem sujeitas a
jecto de arquitectura. prévio licenciamento.
6300 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

3 — As alterações em obra ao projecto inicialmente dade com os projectos aprovados e condições fixadas no
aprovado ou apresentado que envolvam a realização de licenciamento;
obras de ampliação ou de alterações à implantação das c) Quaisquer outros elementos que o requerente entenda
edificações estão sujeitas ao procedimento previsto nos necessários para o conhecimento do pedido.
artigos 27.º ou 35.º, consoante os casos.
4 — Nas situações previstas nos números anteriores 3 — Antes de decidir, o tribunal notifica a câmara mu-
apenas são apresentados os elementos instrutórios que nicipal, o titular do alvará ou o apresentante da comu-
sofreram alterações. nicação prévia para responderem no prazo de 30 dias e
ordena a realização das diligências que entenda úteis para
Artigo 84.º o conhecimento do pedido, nomeadamente a inspecção
Execução das obras pela câmara municipal judicial do local.
4 — Se deferir o pedido, o tribunal fixa especifica-
1 — Sem prejuízo do disposto no presente diploma em damente as obras a realizar e o respectivo orçamento e
matéria de suspensão, caducidade das licenças, autorizações determina que a caução a que se refere o artigo 54.º fique
ou admissão de comunicação prévia ou de cassação dos à sua ordem a fim de responder pelas despesas com as
respectivos alvarás, a câmara municipal, para salvaguarda obras até ao limite do orçamento.
do património cultural, da qualidade do meio urbano e do 5 — Na falta ou insuficiência da caução, o tribunal
meio ambiente, da segurança das edificações e do público determina que os custos sejam suportados pelo município,
em geral ou, no caso de obras de urbanização, também sem prejuízo do direito de regresso deste sobre o titular do
para protecção de interesses de terceiros adquirentes de alvará ou o apresentante da comunicação prévia.
lotes, pode promover a realização das obras por conta do 6 — O processo a que se referem os números anteriores
titular do alvará ou do apresentante da comunicação prévia é urgente e isento de custas.
quando, por causa que seja imputável a este último: 7 — Da sentença cabe recurso nos termos gerais.
a) Não tiverem sido iniciadas no prazo de um ano a 8 — Compete ao tribunal judicial da comarca onde se
contar da data da emissão do alvará ou do prazo previsto localiza o prédio no qual se devem realizar as obras de
no n.º 1 do artigo 36.º; urbanização conhecer dos pedidos previstos no presente
b) Permanecerem interrompidas por mais de um ano; artigo.
c) Não tiverem sido concluídas no prazo fixado ou suas 9 — A câmara municipal emite oficiosamente alvará
prorrogações, nos casos em que a câmara municipal tenha para execução de obras por terceiro, competindo ao seu
declarado a caducidade; presidente dar conhecimento das respectivas deliberações
d) Não hajam sido efectuadas as correcções ou alterações à direcção regional do ambiente e do ordenamento do ter-
que hajam sido intimadas nos termos do artigo 105.º ritório e ao conservador do registo predial, quando:
a) Tenha havido recepção provisória das obras; ou
2 — A execução das obras referidas no número anterior b) Seja integralmente reembolsada das despesas efectua-
e o pagamento das despesas suportadas com as mesmas das, caso se verifique a situação prevista no n.º 5.
efectuam-se nos termos dos artigos 107.º e 108.º
3 — A câmara municipal pode ainda accionar as cauções
referidas nos artigos 25.º e 54.º SECÇÃO III
4 — Logo que se mostre reembolsada das despesas efec- Conclusão e recepção dos trabalhos
tuadas nos termos do presente artigo, a câmara municipal
procede ao levantamento do embargo que possa ter sido Artigo 86.º
decretado ou, quando se trate de obras de urbanização,
emite oficiosamente alvará, competindo ao presidente da Limpeza da área e reparação de estragos
câmara dar conhecimento das respectivas deliberações, 1 — Concluída a obra, o dono da mesma é obrigado
quando seja caso disso, à direcção regional do ambiente e a proceder ao levantamento do estaleiro, à limpeza da
do ordenamento do território e ao conservador do registo área, de acordo com o regime da gestão de resíduos de
predial. construção e demolição nela produzidos, e à reparação de
quaisquer estragos ou deteriorações que tenha causado em
Artigo 85.º infra-estruturas públicas.
Execução das obras de urbanização por terceiro 2 — O cumprimento do disposto no número anterior é
condição da emissão do alvará de autorização de utilização
1 — Qualquer adquirente dos lotes, de edifícios construí- ou da recepção provisória das obras de urbanização, salvo
dos nos lotes ou de fracções autónomas dos mesmos tem quando tenha sido prestada, em prazo a fixar pela câmara
legitimidade para requerer a autorização judicial para pro- municipal, caução para garantia da execução das operações
mover directamente a execução das obras de urbanização referidas no mesmo número.
quando, verificando-se as situações previstas no n.º 1 do
artigo anterior, a câmara municipal não tenha promovido
Artigo 87.º
a sua execução.
2 — O requerimento é instruído com os seguintes ele- Recepção provisória e definitiva das obras de urbanização
mentos: 1 — É da competência da câmara municipal delibe-
a) Cópia do alvará ou comunicação prévia e da sua rar sobre a recepção provisória e definitiva das obras de
admissão; urbanização após a sua conclusão e o decurso do prazo
b) Orçamento, a preços correntes do mercado, rela- de garantia, respectivamente, mediante requerimento do
tivo à execução das obras de urbanização em conformi- interessado.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6301

2 — A recepção é precedida de vistoria, a realizar por 4 — Os actos referidos nos números anteriores são efi-
uma comissão, da qual fazem parte o interessado ou um cazes a partir da sua notificação ao proprietário.
seu representante e, pelo menos, dois representantes da
câmara municipal. Artigo 89.º-A
3 — À recepção provisória e definitiva, bem como às
Proibição de deterioração
respectivas vistorias, é aplicável, com as necessárias adap-
tações, o regime aplicável à recepção provisória e definitiva 1 — O proprietário não pode, dolosamente, provocar
das empreitadas de obras públicas. ou agravar uma situação de falta de segurança ou de salu-
4 — Em caso de deficiência das obras de urbanização, bridade, provocar a deterioração do edifício ou prejudicar
como tal assinaladas no auto de vistoria, se o titular das o seu arranjo estético.
obras de urbanização não reclamar ou vir indeferida a sua 2 — Presume-se, salvo prova em contrário, existir vio-
reclamação e não proceder à sua correcção no prazo para lação pelo proprietário do disposto no número anterior nas
o efeito fixado, a câmara municipal procede em confor- seguintes situações:
midade com o disposto no artigo 84.º
5 — O prazo de garantia das obras de urbanização é a) Quando o edifício, encontrando-se total ou parcial-
de cinco anos. mente devoluto, tenha apenas os vãos do piso superior ou
dos pisos superiores desguarnecidos;
Artigo 88.º b) Quando estejam em falta elementos decorativos,
nomeadamente cantarias ou revestimento azulejar rele-
Obras inacabadas vante, em áreas da edificação que não sejam acessíveis
1 — Quando as obras já tenham atingido um estado pelos transeuntes, sendo patente que tal falta resulta de
avançado de execução mas a licença ou a admissão de actuação humana.
comunicação prévia haja caducado, pode ser requerida a
concessão de licença especial para a sua conclusão ou ser 3 — A proibição constante do n.º 1 é aplicável, além do
apresentada comunicação prévia para o mesmo efeito. proprietário, a qualquer pessoa singular ou colectiva.
2 — A concessão da licença especial e a apresentação
da comunicação prévia referida no número anterior segue Artigo 90.º
o procedimento previsto nos artigos 27.º ou 35.º, consoante Vistoria prévia
o caso, aplicando-se o disposto no artigo 60.º
3 — Podem ser concedidas as licenças ou admitidas as 1 — As deliberações referidas nos n.os 2 e 3 do artigo 89.º
comunicações previstas no n.º 1 ou apresentadas comu- são precedidas de vistoria a realizar por três técnicos a
nicações prévias quando a câmara municipal reconheça o nomear pela câmara municipal, dois dos quais com habi-
interesse na conclusão da obra e não se mostre aconselhável litação legal para ser autor de projecto, correspondentes à
a demolição da mesma, por razões ambientais, urbanísticas, obra objecto de vistoria, segundo o regime da qualificação
técnicas ou económicas. profissional dos técnicos responsáveis pela elaboração e
4 — No caso de comunicação prévia, o reconhecimento subscrição de projectos.
do interesse na conclusão da obra tem lugar através da 2 — Do acto que determinar a realização da vistoria
não rejeição pela câmara municipal da comunicação, por e respectivos fundamentos é notificado o proprietário do
referência aos fundamentos do número anterior, dentro do imóvel, mediante carta registada expedida com, pelo me-
prazo fixado no n.º 1 do artigo 36.º nos, sete dias de antecedência.
3 — Até à véspera da vistoria, o proprietário pode in-
dicar um perito para intervir na realização da vistoria e
SECÇÃO IV formular quesitos a que deverão responder os técnicos
Utilização e conservação do edificado nomeados.
4 — Da vistoria é imediatamente lavrado auto, do qual
Artigo 89.º constam obrigatoriamente a identificação do imóvel, a
descrição do estado do mesmo e as obras preconizadas e,
Dever de conservação
bem assim, as respostas aos quesitos que sejam formuladas
1 — As edificações devem ser objecto de obras de con- pelo proprietário.
servação pelo menos uma vez em cada período de oito 5 — O auto referido no número anterior é assinado por
anos, devendo o proprietário, independentemente desse todos os técnicos e pelo perito que hajam participado na
prazo, realizar todas as obras necessárias à manutenção vistoria e, se algum deles não quiser ou não puder assiná-
da sua segurança, salubridade e arranjo estético. -lo, faz-se menção desse facto.
2 — Sem prejuízo do disposto no número anterior, a 6 — Quando o proprietário não indique perito até à data
câmara municipal pode a todo o tempo, oficiosamente referida no número anterior, a vistoria é realizada sem a
ou a requerimento de qualquer interessado, determinar a presença deste, sem prejuízo de, em eventual impugnação
execução de obras de conservação necessárias à correcção administrativa ou contenciosa da deliberação em causa, o
de más condições de segurança ou de salubridade ou à proprietário poder alegar factos não constantes do auto de
melhoria do arranjo estético. vistoria, quando prove que não foi regularmente notificado
3 — A câmara municipal pode, oficiosamente ou a re- nos termos do n.º 2.
querimento de qualquer interessado, ordenar a demolição 7 — As formalidades previstas no presente artigo podem
total ou parcial das construções que ameacem ruína ou ser preteridas quando exista risco iminente de desmorona-
ofereçam perigo para a saúde pública e para a segurança mento ou grave perigo para a saúde pública, nos termos
das pessoas. previstos na lei para o estado de necessidade.
6302 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

Artigo 91.º de actos praticados pela câmara municipal respectiva ou


Obras coercivas
que suspendam ou ponham termo à sua eficácia podem
ser por esta revogados ou suspensos.
1 — Quando o proprietário não iniciar as obras que lhe 3 — No exercício da actividade de fiscalização, o pre-
sejam determinadas nos termos do artigo 89.º ou não as sidente da câmara municipal é auxiliado por funcionários
concluir dentro dos prazos que para o efeito lhe forem fixa- municipais com formação adequada, a quem incumbe
dos, pode a câmara municipal tomar posse administrativa preparar e executar as suas decisões.
do imóvel para lhes dar execução imediata. 4 — O presidente da câmara municipal pode ainda soli-
2 — À execução coerciva das obras referidas no número citar colaboração de quaisquer autoridades administrativas
anterior aplica-se, com as devidas adaptações, o disposto ou policiais.
nos artigos 107.º e 108.º 5 — A câmara municipal pode contratar com empresas
privadas habilitadas a efectuar fiscalização de obras a
Artigo 92.º realização das inspecções a que se refere o artigo seguinte,
Despejo administrativo bem como as vistorias referidas no artigo 64.º
6 — A celebração dos contratos referidos no número
1 — A câmara municipal pode ordenar o despejo su- anterior depende da observância das regras constantes
mário dos prédios ou parte de prédios nos quais haja de de decreto regulamentar, de onde constam o âmbito das
realizar-se as obras referidas nos n.os 2 e 3 do artigo 89.º obrigações a assumir pelas empresas, o respectivo regime
sempre que tal se mostre necessário à execução das mes-
da responsabilidade e as garantias a prestar.
mas.
2 — O despejo referido no número anterior pode ser
determinado oficiosamente ou, quando o proprietário pre- Artigo 95.º
tenda proceder às mesmas, a requerimento deste. Inspecções
3 — A deliberação que ordene o despejo é eficaz a partir
da sua notificação aos ocupantes. 1 — Os funcionários municipais responsáveis pela fis-
4 — O despejo deve executar-se no prazo de 45 dias calização de obras ou as empresas privadas a que se refere
a contar da sua notificação aos ocupantes, salvo quando o n.º 5 do artigo anterior podem realizar inspecções aos
houver risco iminente de desmoronamento ou grave perigo locais onde se desenvolvam actividades sujeitas a fiscali-
para a saúde pública, em que poderá executar-se imedia- zação nos termos do presente diploma, sem dependência
tamente. de prévia notificação.
5 — Ao despejo de ocupante titular de contrato de arren- 2 — O disposto no número anterior não dispensa a
damento aplica-se o disposto no Decreto-Lei n.º 157/2006, obtenção de prévio mandado judicial para a entrada no
de 8 de Agosto. domicílio de qualquer pessoa sem o seu consentimento.
3 — O mandado previsto no número anterior é conce-
dido pelo juiz da comarca respectiva a pedido do presidente
SECÇÃO V da câmara municipal e segue os termos do procedimento
Fiscalização cautelar comum.

SUBSECÇÃO I Artigo 96.º


Disposições gerais Vistorias
1 — Para além dos casos especialmente previstos no
Artigo 93.º presente diploma, o presidente da câmara municipal pode
Âmbito ordenar a realização de vistorias aos imóveis em que es-
1 — A realização de quaisquer operações urbanísticas tejam a ser executadas operações urbanísticas quando o
está sujeita a fiscalização administrativa, independente- exercício dos poderes de fiscalização dependa da prova de
mente da sua sujeição a prévio licenciamento, admissão de factos que, pela sua natureza ou especial complexidade,
comunicação prévia, autorização de utilização ou isenção impliquem uma apreciação valorativa de carácter pericial.
de controlo prévio. 2 — As vistorias ordenadas nos termos do número
2 — A fiscalização administrativa destina-se a assegurar anterior regem-se pelo disposto no artigo 90.º e as suas
a conformidade daquelas operações com as disposições conclusões são obrigatoriamente seguidas na decisão a
legais e regulamentares aplicáveis e a prevenir os peri- que respeita.
gos que da sua realização possam resultar para a saúde e
segurança das pessoas. Artigo 97.º
Livro de obra
Artigo 94.º
1 — Todos os factos relevantes relativos à execução
Competência de obras licenciadas ou objecto de comunicação prévia
1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a devem ser registados pelo respectivo director técnico no
outras entidades, a fiscalização prevista no artigo anterior livro de obra, a conservar no local da sua realização para
compete ao presidente da câmara municipal, com a facul- consulta pelos funcionários municipais responsáveis pela
dade de delegação em qualquer dos vereadores. fiscalização de obras.
2 — Os actos praticados pelo presidente da câmara mu- 2 — São obrigatoriamente registados no livro de obra,
nicipal no exercício dos poderes de fiscalização previstos para além das respectivas datas de início e conclusão, todos
no presente diploma e que envolvam um juízo de legalidade os factos que impliquem a sua paragem ou suspensão, bem
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6303

como todas as alterações feitas ao projecto licenciado ou o) A ausência de requerimento a solicitar à câmara mu-
comunicado. nicipal o averbamento de substituição do requerente, do
3 — O modelo e demais registos a inscrever no livro de autor de projecto ou director de fiscalização de obra, bem
obra são definidos por portaria conjunta dos membros do como do titular de alvará de licença ou apresentante da
Governo responsáveis pelas obras públicas e pelo ordena- comunicação prévia;
mento do território, a qual fixa igualmente as características p) A ausência do número de alvará de loteamento ou
do livro de obra electrónico. a admissão da comunicação prévia nos anúncios ou em
quaisquer outras formas de publicidade à alienação dos
SUBSECÇÃO II lotes de terreno, de edifícios ou fracções autónomas nele
Sanções construídos;
q) A não comunicação à câmara municipal dos negócios
Artigo 98.º jurídicos de que resulte o fraccionamento ou a divisão de
prédios rústicos no prazo de 20 dias a contar da data de
Contra-ordenações celebração;
1 — Sem prejuízo da responsabilidade civil, criminal r) A realização de operações urbanísticas sujeitas a
ou disciplinar, são puníveis como contra-ordenação: comunicação prévia sem que esta haja sido efectuada e
admitida;
a) A realização de quaisquer operações urbanísticas s) A não conclusão das operações urbanísticas referi-
sujeitas a prévio licenciamento sem o respectivo alvará das nos n.os 2 e 3 do artigo 89.º nos prazos fixados para o
de licenciamento, excepto nos casos previstos nos arti- efeito;
gos 81.º e 113.º; t) A deterioração dolosa da edificação pelo proprietário
b) A realização de quaisquer operações urbanísticas
ou por terceiro ou a violação grave do dever de conser-
em desconformidade com o respectivo projecto ou com
vação.
as condições do licenciamento ou da admissão da comu-
nicação prévia;
c) A execução de trabalhos em violação do disposto no 2 — A contra-ordenação prevista nas alíneas a) e r)
n.º 2 do artigo 80.º-A; do número anterior é punível com coima graduada de
d) A ocupação de edifícios ou suas fracções autónomas € 500 até ao máximo de € 200 000, no caso de pessoa
sem autorização de utilização ou em desacordo com o singular, e de € 1500 até € 450 000, no caso de pessoa
uso fixado no respectivo alvará ou na admissão de comu- colectiva.
nicação prévia, salvo se estes não tiverem sido emitidos 3 — A contra-ordenação prevista na alínea b) do n.º 1
no prazo legal por razões exclusivamente imputáveis à é punível com coima graduada de € 1500 até ao máximo
câmara municipal; de € 200 000, no caso de pessoa singular, e de € 3000 até
e) As falsas declarações dos autores e coordenador de € 450 000, no caso de pessoa colectiva.
projectos no termo de responsabilidade relativamente à 4 — A contra-ordenação prevista nas alíneas c), d), s)
observância das normas técnicas gerais e específicas de e t) do n.º 1 é punível com coima graduada de € 500 até
construção, bem como das disposições legais e regulamen- ao máximo de € 100 000, no caso de pessoa singular, e de
tares aplicáveis ao projecto; € 1500 até € 250 000, no caso de pessoa colectiva.
f) As falsas declarações no termo de responsabilidade 5 — As contra-ordenações previstas nas alíneas e) a h)
do director técnico da obra e do director de fiscalização do n.º 1 são puníveis com coima graduada de € 1500 até
de obra ou de outros técnicos relativamente: ao máximo de € 200 000.
6 — As contra-ordenações previstas nas alíneas i) a n) e
i) À conformidade da execução da obra com o projecto p) do n.º 1 são puníveis com coima graduada de € 250 até
aprovado e com as condições da licença e comunicação
ao máximo de € 50 000, no caso de pessoa singular, e de
prévia admitida;
ii) À conformidade das alterações efectuadas ao projecto € 1000 até € 100 000, no caso de pessoa colectiva.
com as normas legais e regulamentares aplicáveis; 7 — A contra-ordenação prevista nas alíneas o) e q)
do n.º 1 é punível com coima graduada de € 100 até ao
g) A subscrição de projecto da autoria de quem, por máximo de € 2500, no caso de pessoa singular, e de € 500
razões de ordem técnica, legal ou disciplinar, se encontre até € 10 000, no caso de pessoa colectiva.
inibido de o elaborar; 8 — Quando as contra-ordenações referidas no n.º 1
h) O prosseguimento de obras cujo embargo tenha sido sejam praticadas em relação a operações urbanísticas
legitimamente ordenado; que hajam sido objecto de comunicação prévia nos ter-
i) A não afixação ou a afixação de forma não visível mos do presente diploma, os montantes máximos das
do exterior do prédio, durante o decurso do procedimento coimas referidos nos n.os 3 a 5 anteriores são agravados
de licenciamento ou autorização, do aviso que publicita o em € 50 000 e os das coimas referidas nos n.os 6 e 7 em
pedido de licenciamento ou autorização; € 25 000.
j) A não manutenção de forma visível do exterior do 9 — A tentativa e a negligência são puníveis.
prédio, até à conclusão da obra, do aviso que publicita o 10 — A competência para determinar a instauração dos
alvará ou a admissão da comunicação prévia; processos de contra-ordenação, para designar o instrutor
l) A falta do livro de obra no local onde se realizam as e para aplicar as coimas pertence ao presidente da câmara
obras; municipal, podendo ser delegada em qualquer dos seus
m) A falta dos registos do estado de execução das obras membros.
no livro de obra; 11 — O produto da aplicação das coimas referidas no
n) A não remoção dos entulhos e demais detritos resul- presente artigo reverte para o município, inclusive quando
tantes da obra nos termos do artigo 86.º; as mesmas sejam cobradas em juízo.
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Artigo 99.º SUBSECÇÃO III

Sanções acessórias Medidas de tutela da legalidade urbanística


1 — As contra-ordenações previstas no n.º 1 do arti- Artigo 102.º
go anterior podem ainda determinar, quando a gravidade
da infracção o justifique, a aplicação das seguintes sanções Embargo
acessórias: 1 — Sem prejuízo das competências atribuídas por lei a
a) A apreensão dos objectos pertencentes ao agente outras entidades, o presidente da câmara municipal é com-
que tenham sido utilizados como instrumento na prática petente para embargar obras de urbanização, de edificação
da infracção; ou de demolição, bem como quaisquer trabalhos de remo-
b) A interdição do exercício no município, até ao má- delação de terrenos, quando estejam a ser executadas:
ximo de quatro anos, da profissão ou actividade conexas a) Sem a necessária licença ou admissão de comuni-
com a infracção praticada; cação prévia;
c) A privação do direito a subsídios outorgados por b) Em desconformidade com o respectivo projecto ou
entidades ou serviços públicos. com as condições do licenciamento ou comunicação prévia
admitida, salvo o disposto no artigo 83.º; ou
2 — As sanções previstas no n.º 1, bem como as pre- c) Em violação das normas legais e regulamentares
vistas no artigo anterior, quando aplicadas a industriais de aplicáveis.
construção civil, são comunicadas ao Instituto da Cons-
trução e do Imobiliário, I. P. 2 — A notificação é feita ao responsável pela direcção
3 — As sanções aplicadas ao abrigo do disposto nas técnica da obra, bem como ao titular do alvará de licença
alíneas e), f) e g) do n.º 1 do artigo anterior aos autores ou apresentante da comunicação prévia e, quando possível,
dos projectos, responsáveis pela direcção técnica da obra ao proprietário do imóvel no qual estejam a ser executadas
ou a quem subscreva o termo de responsabilidade previsto
as obras ou seu representante, sendo suficiente para obrigar
no artigo 63.º são comunicadas à respectiva ordem ou
à suspensão dos trabalhos qualquer dessas notificações ou
associação profissional, quando exista.
a de quem se encontre a executar a obra no local.
4 — A interdição de exercício de actividade prevista
3 — Após o embargo, é de imediato lavrado o respec-
na alínea b) do n.º 1, quando aplicada a pessoa colectiva,
tivo auto, que contém, obrigatória e expressamente, a
estende-se a outras pessoas colectivas constituídas pelos
identificação do funcionário municipal responsável pela
mesmos sócios.
Artigo 100.º fiscalização de obras, das testemunhas e do notificado, a
data, a hora e o local da diligência e as razões de facto e
Responsabilidade criminal de direito que a justificam, o estado da obra e a indicação
1 — O desrespeito dos actos administrativos que de- da ordem de suspensão e proibição de prosseguir a obra e
terminem qualquer das medidas de tutela da legalidade do respectivo prazo, bem como as cominações legais do
urbanística previstas no presente diploma constitui crime seu incumprimento.
de desobediência, nos termos do artigo 348.º do Código 4 — O auto é redigido em duplicado e assinado pelo
Penal. funcionário e pelo notificado, ficando o duplicado na posse
2 — As falsas declarações ou informações prestadas deste.
pelos responsáveis referidos nas alíneas e) e f) do n.º 1 do 5 — No caso de a ordem de embargo incidir apenas
artigo 98.º nos termos de responsabilidade ou no livro de sobre parte da obra, o respectivo auto fará expressa menção
obra integram o crime de falsificação de documentos, nos de que o embargo é parcial e identificará claramente qual
termos do artigo 256.º do Código Penal. é a parte da obra que se encontra embargada.
6 — O auto de embargo é notificado às pessoas iden-
Artigo 101.º tificadas no n.º 2.
7 — No caso de as obras estarem a ser executadas por
Responsabilidade dos funcionários e agentes pessoa colectiva, o embargo e o respectivo auto são ainda
da Administração Pública
comunicados para a respectiva sede social ou representação
Os funcionários e agentes da Administração Pública em território nacional.
que deixem de participar infracções às entidades fiscali- 8 — O embargo, assim como a sua cessação ou caduci-
zadoras ou prestem informações falsas ou erradas sobre dade, é objecto de registo na conservatória do registo pre-
as infracções à lei e aos regulamentos de que tenham co- dial, mediante comunicação do despacho que o determinou,
nhecimento no exercício das suas funções incorrem em procedendo-se aos necessários averbamentos.
responsabilidade disciplinar, punível com pena de sus-
pensão a demissão. Artigo 103.º
Efeitos do embargo
Artigo 101.º-A
1 — O embargo obriga à suspensão imediata, no todo
Legitimidade para a denúncia
ou em parte, dos trabalhos de execução da obra.
1 — Qualquer pessoa tem legitimidade para comunicar 2 — Tratando-se de obras licenciadas ou objecto de
à câmara municipal, ao Ministério Público, às ordens ou comunicação prévia, o embargo determina também a sus-
associações profissionais, ao Instituto da Construção e pensão da eficácia da respectiva licença ou a admissão de
do Imobiliário, I. P., ou a outras entidades competentes a comunicação prévia, bem como, no caso de obras de urba-
violação das normas do presente diploma. nização, da licença ou comunicação prévia de loteamento
2 — Não são admitidas denúncias anónimas. urbano a que as mesmas respeitam.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6305

3 — É interdito o fornecimento de energia eléctrica, dispõe de 15 dias a contar da data da sua notificação para
gás e água às obras embargadas, devendo para o efeito ser se pronunciar sobre o conteúdo da mesma.
notificado o acto que o ordenou às entidades responsáveis 4 — Decorrido o prazo referido no n.º 1 sem que a or-
pelos referidos fornecimentos. dem de demolição da obra ou de reposição do terreno
4 — O embargo, ainda que parcial, suspende o prazo se mostre cumprida, o presidente da câmara municipal
que estiver fixado para a execução das obras no respec- determina a demolição da obra ou a reposição do terreno
tivo alvará de licença e estabelecido para a admissão de por conta do infractor.
comunicação prévia.
Artigo 107.º
Artigo 104.º Posse administrativa e execução coerciva
Caducidade do embargo
1 — Sem prejuízo da responsabilidade criminal, em
1 — A ordem de embargo caduca logo que for proferida caso de incumprimento de qualquer das medidas de tutela
uma decisão que defina a situação jurídica da obra com da legalidade urbanística previstas nos artigos anteriores, o
carácter definitivo ou no termo do prazo que tiver sido presidente da câmara pode determinar a posse administra-
fixado para o efeito. tiva do imóvel onde está a ser realizada a obra por forma
2 — Na falta de fixação de prazo para o efeito, a ordem a permitir a execução coerciva de tais medidas.
de embargo caduca se não for proferida uma decisão defi- 2 — O acto administrativo que tiver determinado a
nitiva no prazo de seis meses, prorrogável uma única vez posse administrativa é notificado ao dono da obra e aos
por igual período. demais titulares de direitos reais sobre o imóvel por carta
Artigo 105.º registada com aviso de recepção.
Trabalhos de correcção ou alteração
3 — A posse administrativa é realizada pelos funcioná-
rios municipais responsáveis pela fiscalização de obras,
1 — Nas situações previstas nas alíneas b) e c) do n.º 1 mediante a elaboração de um auto onde, para além de se
do artigo 102.º, o presidente da câmara municipal pode identificar o acto referido no número anterior, é especi-
ainda, quando for caso disso, ordenar a realização de tra- ficado o estado em que se encontra o terreno, a obra e
balhos de correcção ou alteração da obra, fixando um as demais construções existentes no local, bem como os
prazo para o efeito, tendo em conta a natureza e o grau de equipamentos que ali se encontrarem.
complexidade dos mesmos. 4 — Tratando-se da execução coerciva de uma ordem
2 — Decorrido o prazo referido no número anterior de embargo, os funcionários municipais responsáveis pela
sem que aqueles trabalhos se encontrem integralmente fiscalização de obras procedem à selagem do estaleiro da
realizados, a obra permanece embargada até ser proferida obra e dos respectivos equipamentos.
uma decisão que defina a sua situação jurídica com carácter 5 — Em casos devidamente justificados, o presidente
definitivo. da câmara pode autorizar a transferência ou a retirada
3 — Tratando-se de obras de urbanização ou de outras dos equipamentos do local de realização da obra, por sua
obras indispensáveis para assegurar a protecção de inte- iniciativa ou a requerimento do dono da obra ou do seu
resses de terceiros ou o correcto ordenamento urbano, a empreiteiro.
câmara municipal pode promover a realização dos tra- 6 — O dono da obra ou o seu empreiteiro devem ser
balhos de correcção ou alteração por conta do titular da notificados sempre que os equipamentos sejam depositados
licença ou do apresentante da comunicação prévia, nos noutro local.
termos dos artigos 107.º e 108.º 7 — A posse administrativa do terreno e dos equipamen-
4 — A ordem de realização de trabalhos de correcção ou tos mantém-se pelo período necessário à execução coerciva
alteração suspende o prazo que estiver fixado no respectivo da respectiva medida de tutela da legalidade urbanística,
alvará de licença ou estabelecido na comunicação prévia caducando no termo do prazo fixado para a mesma.
pelo período estabelecido nos termos do n.º 1. 8 — Tratando-se de execução coerciva de uma ordem
5 — O prazo referido no n.º 1 interrompe-se com a de demolição ou de trabalhos de correcção ou alteração
apresentação de pedido de alteração à licença ou comuni- de obras, estas devem ser executadas no mesmo prazo
cação prévia, nos termos, respectivamente, dos artigos 27.º que havia sido concedido para o efeito ao seu destinatá-
e 35.º rio, contando-se aquele prazo a partir da data de início da
Artigo 106.º posse administrativa.
Demolição da obra e reposição do terreno
9 — A execução a que se refere o número anterior pode
ser feita por administração directa ou em regime de em-
1 — O presidente da câmara municipal pode igual- preitada por ajuste directo, mediante consulta a três em-
mente, quando for caso disso, ordenar a demolição total presas titulares de alvará de empreiteiro de obras públicas
ou parcial da obra ou a reposição do terreno nas condições de classe e categoria adequadas à natureza e valor das
em que se encontrava antes da data de início das obras ou obras.
trabalhos, fixando um prazo para o efeito. Artigo 108.º
2 — A demolição pode ser evitada se a obra for suscep-
Despesas realizadas com a execução coerciva
tível de ser licenciada ou objecto de comunicação prévia
ou se for possível assegurar a sua conformidade com as 1 — As quantias relativas às despesas realizadas nos
disposições legais e regulamentares que lhe são aplicáveis termos do artigo anterior, incluindo quaisquer indemniza-
mediante a realização de trabalhos de correcção ou de ções ou sanções pecuniárias que a administração tenha de
alteração. suportar para o efeito, são de conta do infractor.
3 — A ordem de demolição ou de reposição a que se 2 — Quando aquelas quantias não forem pagas volun-
refere o n.º 1 é antecedida de audição do interessado, que tariamente no prazo de 20 dias a contar da notificação
6306 Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007

para o efeito, são cobradas judicialmente em processo b) Sobre o estado e andamento dos processos que lhes
de execução fiscal, servindo de título executivo certidão, digam directamente respeito, com especificação dos actos
passada pelos serviços competentes, comprovativa das já praticados e do respectivo conteúdo, e daqueles que
despesas efectuadas, podendo ainda a câmara aceitar, para ainda devam sê-lo, bem como dos prazos aplicáveis a
extinção da dívida, dação em cumprimento ou em função estes últimos.
do cumprimento nos termos da lei.
3 — O crédito referido no n.º 1 goza de privilégio imo- 2 — As informações previstas no número anterior de-
biliário sobre o lote ou terrenos onde se situa a edificação, vem ser prestadas independentemente de despacho e no
graduado a seguir aos créditos referidos na alínea b) do prazo de 15 dias.
artigo 748.º do Código Civil. 3 — Os interessados têm o direito de consultar os proces-
sos que lhes digam directamente respeito, nomeadamente
Artigo 108.º-A por via electrónica, e de obter as certidões ou reproduções
Intervenção da CCDR
autenticadas dos documentos que os integram, mediante o
pagamento das importâncias que forem devidas.
O presidente da CCDR territorialmente competente pode 4 — O acesso aos processos e passagem de certidões
determinar o embargo, a introdução de alterações, a demo- deve ser requerido por escrito, salvo consulta por via elec-
lição do edificado ou a reposição do terreno em quaisquer trónica, e é facultado independentemente de despacho e
operações urbanísticas desconformes com o disposto em no prazo de 10 dias a contar da data da apresentação do
plano municipal ou plano especial de ordenamento do terri- respectivo requerimento.
tório, sempre que não se mostre assegurada pelo município 5 — A câmara municipal fixa, no mínimo, um dia por
a adopção das referidas medidas de tutela da legalidade semana para que os serviços municipais competentes es-
urbanísticas, aplicando-se, com as necessárias adaptações tejam especificadamente à disposição dos cidadãos para
o disposto nos artigos 94.º a 96.º e 102.º a 108.º a apresentação de eventuais pedidos de esclarecimento ou
de informação ou reclamações.
Artigo 109.º 6 — Os direitos referidos nos n.os 1 e 3 são extensivos
Cessação da utilização a quaisquer pessoas que provem ter interesse legítimo no
conhecimento dos elementos que pretendem e ainda, para
1 — Sem prejuízo do disposto nos n.os 1 e 2 do artigo 2.º defesa de interesses difusos definidos na lei, quaisquer
do Decreto-Lei n.º 281/99, de 26 de Julho, o presidente da cidadãos no gozo dos seus direitos civis e políticos e as
câmara municipal é competente para ordenar e fixar prazo associações e fundações defensoras de tais interesses.
para a cessação da utilização de edifícios ou de suas frac-
ções autónomas quando sejam ocupados sem a necessária Artigo 111.º
autorização de utilização ou quando estejam a ser afectos
a fim diverso do previsto no respectivo alvará. Silêncio da Administração
2 — Quando os ocupantes dos edifícios ou suas fracções Decorridos os prazos fixados para a prática de qualquer
não cessem a utilização indevida no prazo fixado, pode a acto especialmente regulado no presente diploma sem que
câmara municipal determinar o despejo administrativo, o mesmo se mostre praticado, observa-se o seguinte:
aplicando-se, com as devidas adaptações, o disposto no
artigo 92.º a) Tratando-se de acto que devesse ser praticado por
3 — O despejo determinado nos termos do número ante- qualquer órgão municipal no âmbito do procedimento de
rior deve ser sobrestado quando, tratando-se de edifício ou licenciamento, o interessado pode recorrer ao processo
sua fracção que estejam a ser utilizados para habitação, o regulado no artigo 112.º;
ocupante mostre, por atestado médico, que a execução do b) (Revogada.)
mesmo põe em risco de vida, por razão de doença aguda, c) Tratando-se de qualquer outro acto, considera-se
a pessoa que se encontre no local. tacitamente deferida a pretensão, com as consequências
4 — Na situação referida no número anterior, o des- gerais.
pejo não pode prosseguir enquanto a câmara municipal
não providencie pelo realojamento da pessoa em questão, Artigo 112.º
a expensas do responsável pela utilização indevida, nos Intimação judicial para a prática de acto legalmente devido
termos do artigo anterior.
1 — No caso previsto na alínea a) do artigo 111.º, pode
o interessado pedir ao tribunal administrativo de círculo
CAPÍTULO IV da área da sede da autoridade requerida a intimação da
autoridade competente para proceder à prática do acto
Garantias dos particulares
que se mostre devido.
2 — O requerimento de intimação deve ser apresentado
Artigo 110.º em duplicado e instruído com cópia do requerimento para
Direito à informação a prática do acto devido.
3 — A secretaria, logo que registe a entrada do reque-
1 — Qualquer interessado tem o direito de ser infor-
rimento, expede por via postal notificação à autoridade
mado pela respectiva câmara municipal:
requerida, acompanhada do duplicado, para responder no
a) Sobre os instrumentos de desenvolvimento e pla- prazo de 14 dias.
neamento territorial em vigor para determinada área do 4 — Junta a resposta ou decorrido o respectivo prazo,
município, bem como das demais condições gerais a que o processo vai com vista ao Ministério Público, por dois
devem obedecer as operações urbanísticas a que se refere dias, e seguidamente é concluso ao juiz, para decidir no
o presente diploma; prazo de cinco dias.
Diário da República, 1.ª série — N.º 170 — 4 de Setembro de 2007 6307

5 — Se não houver fundamento de rejeição, o requeri- Artigo 114.º


mento só será indeferido quando a autoridade requerida Impugnação administrativa
faça prova da prática do acto devido até ao termo do prazo
fixado para a resposta. 1 — Os pareceres expressos que sejam emitidos por
6 — Na decisão, o juiz estabelece prazo não superior órgãos da administração central no âmbito dos procedi-
a 30 dias para que a autoridade requerida pratique o acto mentos regulados no presente diploma podem ser objecto
devido e fixa sanção pecuniária compulsória, nos termos de impugnação administrativa autónoma.
previstos no Código de Processo nos Tribunais Adminis- 2 — A impugnação administrativa de quaisquer actos
trativos. praticados ou pareceres emitidos nos termos do presente
7 — Ao pedido de intimação é aplicável o disposto no diploma deve ser decidida no prazo de 30 dias, findo o
Código de Processo nos Tribunais Administrativos quanto qual se considera deferida.
aos processos urgentes.
8 — O recurso da decisão tem efeito meramente de- Artigo 115.º
volutivo.
Acção administrativa especial
9 — Decorrido o prazo fixado pelo tribunal sem que
se mostre praticado o acto devido, o interessado pode 1 — A acção administrativa especial dos actos previstos
prevalecer-se do disposto no artigo 113.º, com excepção no artigo 106.º tem efeito suspensivo.
do disposto no número seguinte. 2 — Com a citação da petição de recurso, a autoridade
10 — Na situação prevista no número anterior, tratando- administrativa tem o dever de impedir, com urgência, o
-se de aprovação do projecto de arquitectura, o interessado início ou a prossecução da execução do acto recorrido.
pode juntar os projectos de especialidade ou, caso já o tenha 3 — A todo o tempo e até à decisão em 1.ª instância, o
feito no requerimento inicial, inicia-se a contagem do prazo juiz pode conceder o efeito meramente devolutivo à ac-
previsto na alínea c) do n.º 1 do artigo 23.º ção, oficiosamente ou a requerimento do recorrido ou do
Ministério Público, caso do mesmo resultem indícios da
Artigo 113.º ilegalidade da sua interposição ou da sua improcedência.
Deferimento tácito 4 — Da decisão referida no número anterior cabe re-
curso com efeito meramente devolutivo, que sobe imedia-
1 — Nas situações referidas no n.º 9 do artigo anterior, tamente, em separado.
o interessado pode iniciar e prosseguir a execução dos
trabalhos de acordo com o requerimento apresentado nos
termos do n.º 4 do artigo 9.º ou dar de imediato utilização CAPÍTULO V
à obra. Taxas inerentes às operações urbanísticas
2 — O início dos trabalhos ou da utilização depende do
prévio pagamento das taxas que se mostrem devidas nos
Artigo 116.º
termos do presente diploma.
3 — Quando a câmara municipal se recuse a liquidar Taxa pela realização, manutenção e reforço
ou a receber as taxas devidas, o interessado pode proceder de infra-estruturas urbanísticas
ao depósito do respectivo montante em instituição de cré- 1 — A emissão dos alvarás de licença e de autorização
dito à ordem da câmara municipal, ou, quando não esteja de utilização e a admissão de comunicação prévia previstas
efectuada a liquidação, provar que se encontra garantido no presente diploma estão sujeitas ao pagamento das taxas
o seu pagamento mediante caução, por qualquer meio em a que se refere a alínea b) do artigo 6.º do Decreto-Lei
direito admitido, por montante calculado nos termos do n.º 53-E/2006, de 29 de Janeiro.
regulamento referido no artigo 3.º 2 — A emissão do alvará de licença e a admissão de
4 — Para os efeitos previstos no número anterior, devem comunicação prévia de loteamento estão sujeitas ao pa-
ser afixado nos serviços de tesouraria da câmara municipal gamento das taxas a que se refere a alínea a) do artigo 6.º
o número e a instituição bancária em que a mesma tenha do Decreto-Lei n.º 53-E/2006, de 29 de Janeiro.
conta e onde seja possível efectuar o depósito, bem como a 3 — A emissão do alvará de licença e a admissão de
indicação do regulamento municipal no qual se encontram comunicação prévia de obras de construção ou ampliação
previstas as taxas a que se refere o n.º 2. em área não abrangida por operação de loteamento ou
5 — Caso a câmara municipal não efectue a liquidação alvará de obras de urbanização estão igualmente sujeitas
da taxa devida nem dê cumprimento ao disposto no número ao pagamento da taxa referida no número anterior.
anterior, o interessado pode iniciar os trabalhos ou dar de 4 — A emissão do alvará de licença parcial a que se re-
imediato utilização à obra, dando desse facto conhecimento fere o n.º 6 do artigo 23.º está também sujeita ao pagamento
à câmara municipal e requerendo ao tribunal administrativo da taxa referida no n.º 1, não havendo lugar à liquidação
de círculo da área da sede da autarquia que intime esta a da mesma aquando da emissão do alvará definitivo.
emitir o alvará de licença ou autorização de utilização. 5 — Os projectos de regulamento municipal da taxa
6 — Ao pedido de intimação referido no número ante- pela realização, manutenção e reforço de infra-estruturas
rior aplica-se o disposto no n.º 7 do artigo anterior. urbanísticas devem ser acompanhados da fundamentação
7 — A certidão da sentença transitada em julgado que do cálculo das taxas previstas, tendo em conta, designa-
haja intimado à emissão do alvará de licença ou autoriza- damente, os seguintes elementos:
ção de utilização substitui, para todos os efeitos legais, o
alvará não emitido. a) Programa plurianual de investimentos municipais
8 — Nas situações referidas no presente artigo, a obra na execução, manutenção e reforço das infra-estruturas
não pode ser embargada por qualquer autoridade adminis- gerais, que pode ser definido por áreas geográficas dife-
trativa com fundamento na falta de licença. renciadas;
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b) Diferenciação das taxas aplicáveis em função dos podem promover a criação de centros de arbitragem ins-
usos e tipologias das edificações e, eventualmente, da res- titucionalizada para a realização de arbitragens no âmbito
pectiva localização e correspondentes infra-estruturas locais. das matérias previstas neste artigo, nos termos da lei.

6 — O disposto nos números anteriores aplica-se igual- Artigo 119.º


mente às operações urbanísticas objecto de comunicação Relação dos instrumentos de gestão territorial,
prévia. das servidões e restrições de utilidade
Artigo 117.º pública e de outros instrumentos relevantes
Liquidação das taxas 1 — As câmaras municipais devem manter actualizada a
1 — O presidente da câmara municipal, com o deferi- relação dos instrumentos de gestão territorial e as servidões
mento do pedido de licenciamento, procede à liquidação administrativas e restrições de utilidade pública especial-
das taxas, em conformidade com o regulamento aprovado mente aplicáveis na área do município, nomeadamente:
pela assembleia municipal. a) Os referentes a plano regional de ordenamento do
2 — O pagamento das taxas referidas nos n.os 2 a 4 do território, planos especiais de ordenamento do território,
artigo anterior pode, por deliberação da câmara municipal, planos municipais e intermunicipais de ordenamento do
com faculdade de delegação no presidente e de subdele- território, medidas preventivas, áreas de desenvolvimento
gação deste nos vereadores ou nos dirigentes dos serviços urbano prioritário, áreas de construção prioritária, áreas
municipais, ser fraccionado até ao termo do prazo de exe- críticas de recuperação e reconversão urbanística e alvarás
cução fixado no alvará desde que seja prestada caução nos de loteamento em vigor;
termos do artigo 54.º b) Zonas de protecção de imóveis classificados ou em
3 — Da liquidação das taxas cabe reclamação graciosa vias de classificação, reservas arqueológicas de protecção
ou impugnação judicial, nos termos e com os efeitos pre- e zonas especiais de protecção de parque arqueológico a
vistos no Código de Procedimento e do Processo Tribu- que se refere a Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro;
tário. c) (Revogada.)
4 — A exigência, pela câmara municipal ou por qualquer d) Zonas de protecção a edifícios e outras construções de
dos seus membros, de mais-valias não previstas na lei ou interesse público a que se refere o Decreto-Lei n.º 40 388,
de quaisquer contrapartidas, compensações ou donativos de 21 de Novembro de 1955;
confere ao titular da licença ou comunicação prévia para e) Imóveis ou elementos naturais classificados como
a realização de operação urbanística, quando dê cumpri- de interesse municipal a que se refere a Lei n.º 107/2001,
mento àquelas exigências, o direito a reaver as quantias de 8 de Setembro;
indevidamente pagas ou, nos casos em que as contrapar- f) Zonas de protecção de albufeiras de águas públicas
tidas, compensações ou donativos sejam realizados em a que se refere o Decreto-Lei n.º 502/71, de 18 de No-
espécie, o direito à respectiva devolução e à indemnização vembro;
a que houver lugar. g) Áreas integradas no domínio hídrico público ou pri-
5 — Nos casos de autoliquidação previstos no presente vado a que se refere o Decreto-Lei n.º 468/71, de 5 de
diploma, as câmaras municipais devem obrigatoriamente Novembro, e a Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro;
disponibilizar os regulamentos e demais elementos neces- h) Parques nacionais, parques naturais, reservas naturais,
sários à sua efectivação, podendo os requerentes usar do reservas de recreio, áreas de paisagem protegida e lugares,
expediente previsto no n.º 3 do artigo 113.º sítios, conjuntos e objectos classificados a que se refere o
Decreto-Lei n.º 19/93, de 23 de Janeiro;
CAPÍTULO VI i) Áreas integradas na Reserva Agrícola Nacional a que
se refere o Decreto-Lei n.º 196/89, de 14 de Junho;
Disposições finais e transitórias j) Áreas integradas na Reserva Ecológica Nacional a
que se refere o Decreto-Lei n.º 93/90, de 19 de Março, na
Artigo 118.º redacção do Decreto-Lei n.º 180/2006, de 6 de Setembro;
l) Zonas de protecção estabelecidas pelo Decreto-Lei
Conflitos decorrentes da aplicação dos regulamentos municipais
n.º 173/2006, de 24 de Agosto.
1 — Para a resolução de conflitos na aplicação dos
regulamentos municipais previstos no artigo 3.º podem 2 — As câmaras municipais mantêm igualmente actua-
os interessados requerer a intervenção de uma comissão lizada a relação dos regulamentos municipais referidos no
arbitral. artigo 3.º, dos programas de acção territorial em execução,
2 — Sem prejuízo do disposto no n.º 5, a comissão bem como das unidades de execução delimitadas.
arbitral é constituída por um representante da câmara mu- 3 — A informação referida nos números anteriores deve
nicipal, um representante do interessado e um técnico, ser disponibilizada no sítio da Internet do município.
designado por cooptação, especialista na matéria sobre
que incide o litígio, o qual preside. Artigo 120.º
3 — Na falta de acordo, o técnico é designado pelo Dever de informação
presidente do tribunal administrativo de círculo competente
na circunscrição administrativa do município. 1 — As câmaras municipais e as comissões de coordena-
4 — À constituição e funcionamento das comissões ção e desenvolvimento regional têm o dever de informação
arbitrais aplica-se o disposto na lei sobre a arbitragem mútua sobre processos relativos a operações urbanísticas,
voluntária. o qual deve ser cumprido mediante comunicação a enviar
5 — As associações públicas de natureza profissional e no prazo de 20 dias a contar da data de recepção do res-
as associações empresariais do sector da construção civil pectivo pedido.
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2 — Não sendo prestada a informação prevista no Artigo 127.º


número anterior, as entidades que a tiverem solicitado Regiões Autónomas
podem recorrer ao processo de intimação regulado nos
artigos 104.º e seguintes da Lei n.º 15/2002, de 22 de Fe- O regime previsto neste diploma é aplicável às Regiões
vereiro. Autónomas, sem prejuízo do diploma legal que procede
às necessárias adaptações.
Artigo 121.º
Regime das notificações e comunicações Artigo 128.º
As notificações e comunicações referidas neste diploma (Revogado.)
e dirigidas aos requerentes devem ser efectuadas através
de correio electrónico ou de outro meio de transmissão Artigo 129.º
electrónica de dados, salvo quando esta não for possível Revogações
ou se mostrar inadequada. São revogados:
Artigo 122.º a) O Decreto-Lei n.º 445/91, de 20 de Novembro;
b) O Decreto-Lei n.º 448/91, de 29 de Novembro;
Legislação subsidiária c) O Decreto-Lei n.º 83/94, de 14 de Março;
A tudo o que não esteja especialmente previsto no pre- d) O Decreto-Lei n.º 92/95, de 9 de Maio;
sente diploma aplica-se subsidiariamente o Código do e) Os artigos 9.º, 10.º e 165.º a 168.º do Regulamento
Procedimento Administrativo. Geral das Edificações Urbanas, aprovado pelo Decreto-Lei
n.º 38 382, de 7 de Agosto de 1951.
Artigo 123.º Artigo 130.º
Relação das disposições legais referentes à construção Entrada em vigor
Até à codificação das normas técnicas de construção, O presente diploma entra em vigor 180 dias após a data
compete aos membros do Governo responsáveis pelas da sua publicação.
obras públicas e pelo ordenamento do território promover a
publicação da relação das disposições legais e regulamen-
tares a observar pelos técnicos responsáveis dos projectos PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS
de obras e sua execução, devendo essa relação constar dos
sítios na Internet dos ministérios em causa. Resolução do Conselho de Ministros n.º 129/2007

Artigo 124.º A Resolução do Conselho de Ministros n.º 143/2002,


de 7 de Dezembro, determinou a elaboração do Plano de
Depósito legal dos projectos Ordenamento da Albufeira de Fronhas, abrangendo a área
O Governo regulamentará, no prazo de seis meses a dos municípios de Arganil e Vila Nova de Poiares, e a
constituição da comissão mista de coordenação do Plano,
contar da data de entrada em vigor do presente diploma,
nos termos do artigo 47.º do Decreto-Lei n.º 380/99, de
o regime do depósito legal dos projectos de urbanização
22 de Setembro.
e edificação. Por lapso, na constituição da referida comissão não se
Artigo 125.º incluiu um representante da Câmara Municipal de Vila
Alvarás anteriores Nova de Poiares. Deste modo, impõe-se alterar a sua
composição no sentido de incluir um representante dessa
As alterações aos alvarás emitidos ao abrigo da legisla- Câmara Municipal.
ção agora revogada e dos Decretos-Leis n.os 166/70, de 15 Assim:
de Abril, 46 673, de 29 de Novembro de 1965, 289/73, de Nos termos da alínea g) do artigo 199.º da Constituição,
6 de Junho, e 400/84, de 31 de Dezembro, regem-se pelo o Conselho de Ministros resolve:
disposto no presente diploma. Alterar o n.º 6 da Resolução do Conselho de Ministros
n.º 143/2002, de 7 de Dezembro, o qual passa a ter a se-
Artigo 126.º guinte redacção:
Elementos estatísticos «1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
1 — A câmara municipal envia mensalmente para o 2— .....................................
3— .....................................
Instituto Nacional de Estatística os elementos estatísticos
identificados em portaria dos membros do Governo res- 4— .....................................
ponsáveis pela administração local e pelo ordenamento 5— .....................................
do território. 6— .....................................
2 — Os suportes a utilizar na prestação da informação a) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
referida no número anterior serão fixados pelo Instituto b) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Nacional de Estatística, após auscultação das entidades c) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
envolvidas. d) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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