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Novembro de 2005
Aglomerações Produtivas Locais e Inserção Competitiva de Micro e
Pequenas Empresas: a experiência das empresas atuantes no setor de
Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC´s) no Estado da Paraíba
Relatório de Pesquisa
Coordenadores:
Gesinaldo Ataíde Cândido – UFCG/CH/UAAC/GEGIT (Coordenação Geral)
Equipe de pesquisa:
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8
LISTA DE QUADROS
Nas últimas décadas uma série de mudanças redefiniu com profundidade o sistema político e
econômico mundial. Dentro do pensamento moderno, conhecimento virou palavra de ordem a
aceleração do progresso tecnológico o elemento fundamental do dinamismo econômico. O
uso do computador e o advento da economia da informação, da Internet ou do conhecimento
estão transformando quase todos os aspectos das relações econômicas, políticas e sociais.
Alguns observadores mais otimistas acreditam que a economia da informação e a força da
informática vêm dando à economia mundial um impulso semelhante ao produzido pela
energia a vapor, a energia elétrica e a energia petrolífera no passado.
Embora o impacto a longo prazo da informática e da economia da informação ainda não possa
ser avaliado com precisão, o que se observa é que, hoje, esta recente mudança para a era da
informática criou um novo modelo econômico baseado no computador, na globalização
econômica e na reestruturação das corporações.
No Brasil, indicadores do SEBRAE e do BNDES apontam que cerca de 60% dos empregos
são gerados e mantidos pelas MPEs, que também contribuem com 43% da renda nacional.
Apesar disso, o conhecimento das estratégias empreendidas por tais firmas é muito limitado.
Parte da explicação desta tamanha disparidade pode ser creditada à própria realidade das
MPEs, em função de: a) a alta mortalidade, dificultando a análise temporal das estratégias
utilizadas; b) a elevada informalidade, reduzindo a validade do uso de indicadores financeiros
como fonte de análise; c) a falta de uma clara distinção entre os ativos, os passivos, as receitas
e as despesas que são da empresa vis-à-vis dos seus proprietários; d) a elevada dispersão
geográfica das atividades, dificultando o levantamento de informações junto às referidas
companhias.
O fortalecimento das MPEs coloca-se como uma sólida alternativa para o alcance do almejado
desenvolvimento com inclusão social. Sabe-se, entretanto, que as MPEs enfrentam sérias
limitações para concorrer com empresas de maior porte, tendo esse problema se agravado
ainda mais com o processo de globalização, que acirrou a concorrência ao aproximar os
competidores instalados em outras fronteiras aos mais remotos mercados. Ao mesmo tempo, é
bem menos difundida a idéia de que a essência das dificuldades que cerceiam as MPEs
relaciona-se não ao tamanho dessas, mas, sobretudo à forma como costumeiramente
funcionam, ou seja isoladas (AMORIM et al., 2003).
Para os fins deste trabalho, serão utilizadas como parâmetro apenas as MPEs do setor de
tecnologia de informação e comunicação. No universo das MPEs são observados dois grupos
distintos, de um lado se apresentam as pequenas empresas de base tecnológica que possuem
uma dinâmica de inovação própria por ter sua origem vinculada a ambientes de pesquisa em
universidades e institutos de pesquisa e que seu negócio por natureza é essencialmente
inovador. De outro lado, têm-se as pequenas empresas tradicionais que além de apresentarem
menores condições financeiras para arcar com os custos da inovação, não possuem a cultura
da inovação e, por conta disso, optam pela primeira alternativa, qual seja, de se unir em
parcerias para fazer frente ao mercado global melhorando sua capacidade de competir.
Em ambos os casos, surgem o conceito de APLs como uma alternativa para as empresas
encontrarem as formas mais adequadas de sobrevivência e desenvolvimento. Considera-se
que o conceito de APL envolve o conjunto de atividades desenvolvidas por um conjunto de
empresas atuando em um mesmo setor econômico, numa mesma localidade ou região,
aplicando práticas de cooperação, parcerias e relações complementares, de forma espontânea
ou induzida, tendo as instituições (públicas e privadas) de apoio às atividades econômicas
papel relevante como indutor de ações coletivas e no estabelecimento de relações de
confiança entre os agentes produtivos e institucionais.
Nesse contexto, é preciso mencionar que a inserção dos empreendimentos no mundo dos
negócios requer a percepção, por parte das instituições públicas e privadas dos Estados, de
que a competição não só estão mais acirradas, como as vantagens competitivas passam a
depender cada vez mais da interação sinérgica entre as dimensões empresarial e estrutural.
Daí a necessidade de articulação entre Governo e suas Instituições de desenvolvimento e
Instituições de conhecimento para a construção de ambientes competitivamente sustentáveis.
Cabe então, levantar algumas questões sobre como as empresas precisam se adequar a esta
nova realidade empresarial, por muitas vezes contraditória. Se por um lado, a concorrência é
cada vez mais acentuada, do outro existe a necessidade premente de ações de cooperação e
parceria entre as empresas. O contexto empresarial apresenta-se como fonte de oportunidades
para o surgimento de um número crescente de novos negócios oriundos de inovações, assim
como dificulta a manutenção e sobrevivência destes mesmos negócios que se vêem impelidos
a inovar constantemente sem, porém, as condições adequadas para fazê-lo, ora por falta de
recursos financeiros, ora por concorrência desleal das grandes corporações.
Para os fins deste trabalho foi feita uma delimitação do campo de estudo, sendo explorada as
pequenas empresas de tecnologia de informação e comunicação (TIC) do Estado da Paraíba.
Isso decorre do fato deste segmento produtivo ter sido alvo de várias ações de instituições
nacionais e locais com o objetivo de otimizar suas formas de atuação. Essas ações ocorrem
como decorrência do fato de que este segmento de mercado foi ampliado a partir da década de
90 tornando-se uma referência mundial, em termos de setor capaz de dinamizar as formas de
identificação, acesso, tratamento, análise, utilização, disseminação e compartilhamento da
informação entre as pessoas, instituições e nas diversas formas de relacionamento entre elas.
O incremento das atividades das empresas de TIC pode ser considerado prioritário para o
desenvolvimento econômico do Estado, bem como das cidades de João Pessoa, Campina
Grande e Patos. Nesse sentido, nos dois últimos anos, o SEBRAE e alguns de seus parceiros
institucionais vêm promovendo estudos sobre esse segmento econômico, com o objetivo de
coletar elementos que subsidiem a proposição de ações que possibilitem a elevação dos níveis
de competitividade das empresas locais.
Como parte desses estudos, a presente pesquisa teve como objetivo principal ampliar o
conhecimento sobre os aglomerados locais de empresas de TICs do Estado da Paraíba. Para
isso foi realizado um mapeamento dos APLs das cidades de João Pessoa, Campina Grande e
Patos, procurando identificar e analisar as formas de inserção competitiva de empresas de
TICs, utilizando abordagens específicas e apropriadas, através da aplicação de instrumentos
de pesquisa (questionários e entrevistas) junto a empresários do setor.
Além desta parte introdutória, este relatório contempla mais seis seções: a próxima procura
explicitar as principais tendências quanto a inserção competitiva das MPEs no atual ambiente
de negócios e de gestão; a terceira contextualiza os conceitos e formas de funcionamento do
APLs; a quarta faz uma caracterização do setor de TICs nas três localidades paraibanas
pesquisadas – João Pessoa, Campina Grande e Patos; a quinta mostra os procedimentos
metodológicos adotados para coleta, tratamento e análise dos dados coletados; a sexta seção
apresenta a consolidação dos dados, no qual procurou-se enfatizar a inserção competitiva das
MPEs, em particular no que se refere às relações de complementaridade e competição com as
demais empresas do segmento e atividades desenvolvidas e principalmente o mapeamento do
APL, no qual, são explicitadas as formas estruturais e de funcionamento, assim como as
relações de interdependência e relacionamentos entre os agentes produtivos, e destes com as
instituições de apoio, com a atividade econômica e pelo desenvolvimento da região.
Seção 2
Ao longo das últimas duas décadas verificou-se uma ampliação da participação das MPE´s
nas estruturas produtivas de diversos países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Parte significativa desse fenômeno pode ser explicada pela estratégia de “desverticalização”
de atividades empreendidas pelas grandes empresas, como resultado de seus processos de
reestruturação. Isto determinou, em alguns casos, a formação de redes com participação
importante de MPEs. Entretanto, a inserção competitiva de empresas de pequeno porte
ocorreu também em estruturas organizacionais nas quais as MPEs não são subordinadas às
grandes empresas. Este é o caso das aglomerações setoriais com predominância de pequenas
empresas, comumente chamados de clusters ou APLs.
A análise dos casos bem-sucedidos de participação de MPEs em diversos países, bem como a
expressiva participação dessas empresas na geração de emprego e renda na maior parte das
nações, motivou estudos que ressaltam que as possibilidades de inserção competitiva de
empresas de pequeno porte estão relacionadas primordialmente com a presença de instituições
de apoio e de políticas direcionadas a tais empresas.
Parte substancial da literatura recente sobre o papel das MPEs no desenvolvimento econômico
enfatiza, portanto, a questão do ambiente social e econômico-institucional propício ao
nascimento e ao crescimento dessas empresas. Nesse contexto, a cooperação entre empresas e
entre essas e algumas instituições (especialmente aquelas ligadas à P&D) é entendida como
elemento fundamental para o desenvolvimento de empresas de pequeno porte, dado que
corroboram para a superação de algumas das suas debilidades estruturais. Com isso, o
tamanho da empresa e as economias de escala perdem importância relativa como parâmetro
de avaliação de desempenho. Com as novas possibilidades tecnológicas e organizacionais
para as pequenas plantas e as pequenas empresas no atual paradigma produtivo, as economias
de escopo e de especialização produtiva, bem como a forma de inserção na estrutura
industrial, tornam-se também fatores fundamentais para a avaliação da eficiência econômica.
Assim, uma ação primordial para o aumento da competitividade das MPEs tem sido a
cooperação entre empresas de um mesmo segmento e setor econômico. A formação de redes
de pequenas empresas possibilita que elas se posicionem estrategicamente no mercado,
permitindo maior capacidade de competição às empresas participantes, promovendo oferta
mais qualificada de produtos e serviços. Para Lorange e Roos (1996), essa nova forma de
atuação empresarial baseada em práticas cooperativas e em parceria revela-se como um
importante caminho para aumento da competitividade através do compartilhamento de
informações, tecnologia, recursos, oportunidades e dos riscos. Isto acontece, principalmente
das empresas atuarem num mesmo setor econômico, com atividades similares, geralmente
com os mesmos produtos, atividades de compra, interesses mercadológicos, operações e
tecnologia. Essas similaridades criam mais oportunidades de cooperação e permitindo melhor
acesso aos recursos e cobertura de mercados.
Em suma, a análise sobre a inserção atual bem como das tendências que se apresentam para as
MPEs em âmbito internacional permitem esboçar um quadro no qual algumas características
dessas empresas devem ser sublinhadas. Tais características se contrapõem à esperada posição
marginal das empresas de pequeno porte no movimento de acumulação de capital. Vale dizer,
não se verifica na atualidade uma situação determinística no qual às empresas de menor porte
é reservado tão somente um papel de precariedade na produção e nas relações de trabalho. A
análise da experiência internacional indica situações de:
Estes elementos em geral, não estão presentes no conjunto das MPEs dos países em
desenvolvimento, cujo quadro característico é de atraso tecnológico, de relações de sub-
contratação com grandes empresas (que não são pautadas pela lógica da parceria), de escassez
de vínculos com instituições de apoio e da predominância de relações de trabalho precárias.
A partir destas considerações, pode-se inferir que a competitividade das MPEs passa
necessariamente pela mudança na sua forma de atuação, em duas perspectivas: a primeira,
envolvendo ações direcionadas para a utilização da informação e do conhecimento para
otimizar o processo de formulação e viabilização das suas estratégias, assim como a
otimização das suas operações. E, numa outra perspectiva, uma nova forma de atuação que
envolva relações de parcerias, de cooperação e de complementaridade, as quais estão pré-
concebidas nos conceitos, tipologias e modelos de aglomerações de empresas, em especial, os
APLs.
Seção 3
AGLOMERAÇÕES DE EMPRESAS
A idéia de APL tem sido apresentada na literatura como mecanismo eficaz de promoção do
desenvolvimento local. O conceito de cluster nos reporta a um conjunto de empresas, em
geral pequenas e médias, operando em regime de cooperação onde cada uma das firmas
executa um estágio de processo de produção. Essas empresas participam de um mesmo
negócio – assim, as firmas integrantes de um cluster executam vários estágios da produção e
se concentram em uma determinada área geográfica (PIORE e SABEL, 1984; BRUSCO,
1990; TENDLER e AMORIM, 1996).
Este novo formato organizacional e atuação mais focada dos agentes produtivos e instituições
tem possibilitado a reorientação de formas de intervenção do poder público na promoção da
política industrial e tecnológica. De acordo com Cassiolato e Szapiro, (2002), a abordagem de
arranjo e sistemas produtivos locais tem a proposta de elaborar um modelo que englobe
categorias tradicionais nas análises de aglomerações como a cooperação, mas que inclui os
processos de aprendizado, capacitação e inovação considerados crescentemente como
fundamentais para a sustentação da competitividade dos agentes participantes de
aglomerações de empresas.
Por outro lado, o modelo proposto por SiIva (2002) fundamenta-se no modelo de
especialização flexível apresentado por Piore e Sabel (1984) e segue a linha dos estudos
desenvolvidos por Rabellotti ( 1995; 1997) e pelos pesquisadores do Institute of Development
Studies (IDS) da Universidade de Sussex que destacam a importância da “eficiência coletiva”
como uma vantagem competitiva derivada da soma das economias externas e da ação coletiva
para o sucesso dos Distritos Industriais. Para isso são examinados quatro fatores
determinantes dos aglomerados locais: 1) locacionais e espaciais; 2) sociais e culturais; 3)
econômicos e organizacionais e 4) institucionais e políticos. A partir destes fatores são
examinadas as diversas formas de ligações entre agentes produtivos e instituições de apoio à
atividade econômica na região. Estas ligações envolvem as vinculações e relações de
dependência dentro de uma determinada cadeia produtiva, num determinado setor econômico.
Os tipos de ligação analisados são: as para trás, para frente, horizontais, com o mercado de
trabalho e institucionais.
COMPETITIVIDADE
DESENVOLVIMENTO REGIONAL
Em função desta perspectiva, foi identificado um conjunto de variáveis, as quais podem ser
consideradas FCS no processo de formação, desenvolvimento e consolidação de redes
interorganizacionais e mais especificamente, os agrupamentos industriais entre MPEs. Estes
fatores precisam necessariamente ser levados em consideração no processo, como condição
para que os interesses e necessidades de todos os agentes envolvidos sejam alcançados e
superados, respectivamente. Neste sentido, os fatores identificados foram classificados em
quatro grupos, cada uma delas com um conjunto de fatores específico, os quais são
discriminados em seguida.
FIGURA 2: CONJUNTO DE VARIÁVEIS ENVOLVENDO OS FCS A SEREM
CONSIDERADAS NO PROCESSO DE FORMAÇÃO, DESENVOLVIMENTO E
CONSOLIDAÇÃO DE REDES INTERORGANIZACIONAIS DE MPES
Políticas
Ambiente de macroeconômicas
Negócios
FATORES
CRÍTICOS DE
SUCESSO
Aspectos
Processo de Antropológicos
Formação e Sócio-
culturais
Ambiente de Negócios
Políticas Macroeconômicas
Participação indireta do poder público: A participação do poder público deve ser induzida
pelos interesses do setor privado, sendo esta participação mais indireta, ao invés de ser
controlada pelo governo, ou seja, as políticas governamentais devem ser voltadas para a
criação de um ambiente em que as empresas tornem-se capazes de ganhar vantagem
competitiva, não se envolvendo diretamente no processo.
Processo de Formação
Foco em setores e atividades com experiências anteriores ou com potencial para a prática da
cooperação e colaboração: O processo de formação deve ser focado em setores e atividades
para as quais as localidades e regiões já contem com algumas experiências anteriores de
prática de cooperação e colaboração interorganizacional ou demonstrem algum potencial ou
afinidade para tanto.
Remoção aos obstáculos, restrições e limitações: O processo precisa ser focado na remoção
dos obstáculos e atenuação das restrições e limitações para o funcionamento e
desenvolvimento do agrupamento.
Nível de atividade comunitária na localidade: Que nas áreas geográficas escolhidas como alvo
para aplicação do agrupamento, exista sistema social que apresente certo nível de atividade
comunitária, ou pelo menos tendência para tanto.
História comum relacionado a aspectos étnicos, religiosos, esportivos, políticos, etc.: Que as
diversas partes componentes do agrupamento tenham um mínimo de história comum,
podendo ser manifestada através de questões étnicas, históricas, de valores, religiosas,
preferências políticas, etc.
Políticas que cuidem dos aspectos relacionados à socialização e conscientização dos agentes:
A desenvolvimento de uma política de promoção que cuide de aspectos relacionados à
socialização e conscientização dos seus membros, incluindo noções de responsabilidade,
compromisso, participação e consciência coletiva.
Difusão de uma cultura relacionada a formas para obtenção da eficiência coletiva: Que os
responsáveis e lideranças do agrupamento primem em trabalhar o coletivo, estimulando,
encorajando e promovendo reuniões entre os diversos membros, criando oportunidade para
que os mesmos se encontrem e discutam problemas comuns, para que juntos encontrem e
encaminhem as soluções coletivas necessárias para a sustentação e desenvolvimento do
agrupamento.
Nesta seção são discutidos os dois conceitos analíticos – economias externas e efeitos de
cooperação – empregados por Silva (2002) para identificar os efeitos coletivos cuja interação,
supõe-se, produzam ganhos de eficiência para as firmas no aglomerado e aumentam a
capacidade do sistema, como um todo, para inovar e crescer. Para isso, torna-se necessário
investigar se os aglomerados locais podem ser definidos como sistemas caracterizados por
uma eficiência total, que é maior que a pura soma da eficiência dos atores econômicos
operando dentro destes, e por uma capacidade de inovação, que é maior que a capacidade de
inovação de cada firma individual.
Economias Externas
Economias externas podem ser definidas como efeitos colaterais – positivos ou negativos e
fora das regras do mercado – da atividade de um agente econômico sobre outros agentes. O
que significa dizer que, na presença de economias externas, em uma economia de mercado
competitiva, os preços de mercado não mais refletirão os custos marginais sociais de
produção. Surge então, uma falha de mercado, significando que a economia de mercado não
mais pode atingir um estado de eficiência por si mesma. Em termos mais específicos, um
agente econômico produzindo economias externas (efeitos positivos externos) para outros
agentes, poderia não estender sua atividade geradora de externalidade até o ponto em que seu
custo marginal de produção igualasse os benefícios sociais de produção (MISHAN, 1971).
O conceito de economias externas foi primeiramente introduzido por Alfred Marshall em seu
livro Princípios de Economia (Principles of Economics), em 1920, quando analisava os custos
de produção na indústria como uma função do produto:
O último conceito é agora reconhecido como economias de escala da firma individual, quando
esta se concentra em uma escala crescente de produção. Marshall elaborou o significado do
primeiro conceito usando diversos exemplos: o aumento do conhecimento sobre mercados e
tecnologia, acompanhando a expansão do produto industrial; a criação de um mercado
comum de trabalho qualificado para os serviços especializados e para as indústrias
subsidiárias; a possibilidade de dividir o processo de produção em fases específicas e;
finalmente, a melhoria da infra-estrutura física, como estradas e ferrovias.
Além disso, as firmas que enfrentam problemas com seus parceiros, nos distritos industriais,
podem, facilmente encontrar uma nova empresa em condições de satisfazer suas necessidades.
Isto é possível devido à grande concentração de firmas semelhantes em uma área geográfica e
à intensa difusão de informações, que reduz os custos envolvidos em descobrir um novo
parceiro adequado para a substituição.
Três tipos de economias externas dinâmicas foram identificadas por Stewart e Ghani (1991):
mudança de atitudes e motivação, formação de habilidade e mudança no conhecimento acerca
de tecnologias e mercados. O primeiro tipo de externalidade se refere a uma espécie de efeito
demonstrativo em atitudes, que induz os agentes econômicos a adotar novas tecnologias ou
introduzir novos produtos ou novas formas de organização.
Os efeitos gerados pelas economias externas dinâmicas podem ser interpretados como
aumentos na aprendizagem coletiva. Por exemplo, no caso do conceito do “aprender fazendo”
(learning by doing), incorporado por Arrow (1962) na teoria de crescimento para tornar o
progresso técnico endógeno, cada firma aprende não somente de suas próprias atividades, mas
também das atividades das outras firmas. De acordo com o modelo de Arrow, se uma firma
aumenta seu capital, isto tem um impacto tanto em seu produto como no nível de
conhecimento do sistema econômico, justificando, então, a existência de retornos crescentes
ao nível da economia como um todo. Nos distritos industriais o investimento de cada ator
econômico em produto e inovação do processo, em informação ou em mercado, gera um
efeito de aprendizagem coletiva, que aumenta a taxa de crescimento da eficiência coletiva de
todo o sistema.
Um efeito adicional das economias externas dinâmicas foi introduzido por Camagni (1991),
que enfatizou o papel desempenhado pelos distritos industriais na redução da incerteza no
processo de inovação, devido à informação imperfeita, dificuldades em definir precisamente
os efeitos das decisões inovadoras, problemas em controlar as reações e comportamento dos
atores econômicos. De acordo com Camagni, o ambiente local desempenha uma função de
reunião e seleção de informações através da troca informal entre firmas e um processo de
aprendizagem coletiva devido à mobilidade de trabalhadores qualificados, trocas entre
fornecedores e clientes e aos processos de imitação.
Diante do exposto, é fácil concluir que as externalidades têm sido amplamente utilizadas
como um conceito que reúne os diversos efeitos econômicos da aglomeração, tanto em uma
perspectiva estática como dinâmica. O próximo passo é entender sob que condições um
sistema econômico e, mais especificamente, um aglomerado local produz externalidades.
a. Não rivalidade no consumo, ou seja estes podem ser consumidos por um indivíduo
sem reduzir a possibilidade de consumo disponível para os outros;
Dado que no caso de um bem privado existe total rivalidade e exclusão, neste caso a produção
de externalidades está no seu mínimo. Entre ambos – bens públicos e privados – existe um
continuum de casos mostrando diferentes graus de exclusão e rivalidade e caracterizada por
diferentes intensidades de economias externas.
1
Carona é uma pessoa que se beneficia de um bem, mas que se recusa a pagar por ele.
eficiente. Então, em uma economia de mercado pura, existirá uma tendência a subinvestir em
áreas sujeitas a um alto grau de economias externas, porque cada ator econômico terá algum
incentivo a se comportar como um carona (free rider). Então, o problema é explicar porque é
que um grande número de efeitos coletivos é produzido pelos atores econômicos dentro dos
distritos industriais. A resposta encontra-se na introdução do conceito de cooperação,
discutido abaixo e além das economias externas, para explicar, em alguma extensão, o grau de
eficiência coletiva nos distritos industriais.
Para concluir, as economias externas constituem apenas uma categoria dos possíveis efeitos
coletivos das aglomerações industriais, explicando os ganhos de eficiência e a capacidade de
inovação das firmas dentro dos distritos. O problema do subinvestimento em atividades
gerando economias externas e a existência de comportamentos e desempenhos diferentes
entre firmas no mesmo distrito sugere a necessidade de considerar outros tipos de efeitos
coletivos, mais especificamente, os efeitos de cooperação.
Efeitos de Cooperação
A noção de cooperação pode ajudar explicar a vasta produção de efeitos coletivos nos
distritos industriais. Alguns conceitos da teoria dos jogos podem ser úteis para um
entendimento de como e porque os atores econômicos podem cooperar dentro de um sistema
para gerar benefícios coletivos, superando conflitos de auto-interesse e o problema do carona.
Uma forma de impor a cooperação é confiar em uma autoridade externa que pode penalizar a
não cooperação e premiar a cooperação, embora este não seja relevante para explicar o
comportamento cooperativo em distritos industriais. Uma forma alternativa é a auto-
imposição em jogos repetitivos. A chave para a auto-imposição é a importância do futuro: se
o jogo é repetido infinitamente ou se o encerramento é incerto, os jogadores podem achar que
é de seu interesse cooperar com medo de uma futura retaliação pelos outros jogadores
(PLATTEAU, 1994).
A estratégia do olho por olho funciona muito bem porque oferece a oportunidade de uma
punição imediata pela não cooperação. A ameaça de penalidade pode ser suficiente para
manter a cooperação. O problema dessa estratégia é o perdão: se um indivíduo não coopera,
ele sempre poderá tentar renegociar, isto é, tentar fazer com que o passado seja esquecido.
Essa possibilidade pode destruir a credibilidade de qualquer esquema de punição, levantando
dúvidas sobre a auto-imposição da cooperação baseada exclusivamente em um
comportamento racional de interesse próprio na maximização.
Onde o interesse próprio racional perde sua efetividade, as normas sociais podem funcionar
como um elemento fortalecedor. Se essa é uma norma para punir os “desertores”, e se um
grande número de pessoas segue essas normas, a ameaça de retaliação pode se tornar
novamente um meio de intimidação para o comportamento não cooperativo. De acordo com
Axelrod (1984), se num sistema econômico existe um grande número de seguidores dessas
normas, cuja interação entre eles representa uma grande proporção de suas interações totais,
haverá uma tendência para seguir as normas e adotar um comportamento cooperativo.
Deve ser também enfatizado que a estabilidade dos sistemas e as normas sociais que regulam
os relacionamentos entre os atores econômicos não podem ser eternos, mudanças nos
elementos internos e/ou externos podem causar impactos e, conseqüentemente, o interesse
próprio de cooperação dentro do distrito.
Em razão dos bens de clube serem produzidos pelo mercado, estes são exclusivos. Isso
explica porque nos distritos industriais, onde a cooperação é induzida pela auto-imposição e
pela existência de uma massa crítica de seguidores das normas, os efeitos de cooperação
tendem a ser particularmente importantes para explicar a eficiência coletiva. De fato, nos
distritos industriais é possível identificar diversos grupos cujas atividades geram efeitos de
cooperação divididos entre os membros do clube. Alguns exemplos são as associações de
empresários, consórcios de exportação, grupos de firmas ligadas por laços familiares ou de
amizade e grupos cooperando na produção de alguma mercadoria ou em projetos de inovação
do processo de produção. A existência de mecanismos de seleção para excluir os atores
econômicos dos benefícios da cooperação contribui para explicar a heterogeneidade dentro
dos aglomerados produtivos locais.
2
O termo “club goods’ foi introduzido na literatura econômica por James Buchanan (1965) para cobrir
o espaço entre os bens públicos puros e os bens privados. Um “club good” é um bem público impuro,
caracterizado pela não-rivalidade e exclusão parciais.
Finalmente, as diferenças entre os atores econômicos podem também ser explicadas pelas
diferenças na sua capacidade de assimilar e explorar os benefícios do aglomerado e, por
conseguinte, os efeitos de cooperação, bem como as economias externas.
Desse modo, a habilidade das firmas de explorar as vantagens do aglomerado produtivo local
difere de acordo com sua história passada, o know how previamente acumulado e seu
processo de aprendizagem cumulativo. Por essa razão, as firmas no distrito industrial não são
iguais em relação as externalidades e aos efeitos de cooperação; o que realmente importa é
sua capacidade de transformar recursos genéricos em vantagens comparativas específicas com
respeito a outras firmas. Assim, por exemplo, a existência de uma grande reserva de trabalho
qualificado no aglomerado se torna um ativo decisivo para a estratégia de crescimento de uma
firma, quando esta emprega um trabalhador qualificado, o qual traz consigo um conhecimento
acumulado que pode ser proveitosamente assimilado na estrutura da firma.
Seção 4
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Em função dos objetivos pretendidos com a realização da pesquisa, qual seja mapear os
Arranjos Produtivos Locais (APLs) do setor de Tecnologia da Informação e de Comunicações
(TICs) nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Patos, a pesquisa realizada pode ser
caracterizada como um estudo descritivo e exploratório, considerando que são explicitadas as
características e formas de atuação dos agentes produtivos e instituições (públicas e privadas)
envolvidas com as atividades do setor de TICs nas cidades pesquisadas, especialmente quanto
as suas práticas de princípios de redes (cooperação, associação, parceria, etc.), característicos
de empresas que atuam num APL. É exploratório, por procurar compreender um contexto
desconhecido quanto à percepção dos empresários e dos gestores das empresas de TICs acerca
das formas de atuação e as vantagens e benefícios da atuação inseridos num APL e também
pelo fato de não se ter controle sobre eventos e focalizar contexto contemporâneo.
• Pesquisa do tipo survey, conduzida sob a forma de estudo de caso, na qual se buscou
levantar o maior número possível de informações acerca de um determinado
fenômeno, qual seja a opinião dos empresários do setor de TIC sobre as formas e
vantagens das suas atividades e negócios estarem inseridas em um APL. Tomando
como referência às dimensões, variáveis e indicadores para mapeamento e análise de
APLs.
A pesquisa realizada pode ser considerada ainda do tipo estruturalista, que segundo Gil
(1999), procura através de um determinado mecanismo a decodificação e a compreensão de
um dado contexto sócio econômico, tornando mais explícita uma realidade anteriormente
latente. Quanto aos fins da pesquisa, o método de procedimento é basicamente o comparativo,
procurando investigar determinados fatos, objetivando encontrar fontes, subsídios e
experiências similares para análise dos dados, objeto da pesquisa.
No que se refere às técnicas para a coleta de dados foram utilizadas a documentação indireta,
para a realização da pesquisa bibliográfica, explorando livros, artigos de revistas e periódicos,
e sites na internet que envolvesse os temas tratados na pesquisa. Além disso, foram utilizadas
técnicas de documentação direta do tipo intensiva, adotando os seguintes procedimentos: 1)
análise documental, explorando relatório de pesquisa, no qual foi feito um diagnóstico das
empresas de TIC na Paraíba, no qual se procurou conhecer as formas de atuação das empresas
em termos de áreas funcionais; 2) utilização da observação não-participante e conversas
informais com pessoas direta e indiretamente envolvidas com as atividades das empresas de
TIC nas cidades pesquisadas e, 3) aplicação de instrumento de pesquisa do tipo questionário,
que também poderia servir como um roteiro para realização de entrevistas semi-estruturadas,
elaborado a partir do conteúdo da fundamentação teórica do trabalho, assim como as
inferências dos pesquisadores obtidas através da observação não participante.
Representatividade da
Cidades População Amostra
amostra (em %)
João Pessoa 149 60 40,26
Campina Grande 87 39 44,82
Patos 11 05 45,45
70,00%
60,32%
60,00%
50,00%
João Pessoa
40,00% 35,23%
Campina Grande
30,00%
Patos
20,00%
10,00%
4,42%
0,00%
A partir destes dados quanto à população e amostra, pode-se afirmar que a amostra é
representativa e permite traçar um quadro homogêneo nas respostas obtidas para os objetivos
da pesquisa.
Para a coleta dos dados primários da pesquisa foi utilizado como instrumento um
questionário, envolvendo uma série de aspectos relacionados às características e formas de
funcionamento de um APL sob a forma de questões abertas e fechadas, baseadas em
abordagens para análise de APLs específicos. As variáveis utilizadas no referido questionário
envolveram: 1) uma parte introdutória com dados sobre: informações gerais, história da
empresa, perfil dos dirigentes e força de trabalho; 2) aspectos relacionados à estrutura e
formas de funcionamento das empresas, envolvendo aspectos relacionados a: desempenho,
organização e finanças, processo de inovação e estratégia de vendas; 3) aspectos relacionados
à formas de interação e convivência com os seus stakeholders, quais sejam: relação com
fornecedores, formas de competição, formas de cooperação e 4) aspectos relacionados à
formas de interação e convivência com as instituições locais de apoio a atividade econômico e
a geração do desenvolvimento.
A área de comunicações apresenta forte expansão no mercado, sobretudo por ser o suporte
obrigatório a todo tipo de transação eletrônica à distância, indo do lazer, com canais fechados
de TV a cabo ou por satélite, ao comércio eletrônico, ao trabalho colaborativo on-line e às
bibliotecas digitais.
23,08%
17,39%
9,03%
8,36%
4,68%
2,34%
1,34% 1,34%
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Este setor conta com várias instituições públicas e privadas que lhe dão sustentação, como as
citadas anteriormente, através dos cursos de graduação e pós-graduação em Informática,
assim como um conjunto de ações direcionadas para fomentar a geração de inovações e o
espírito empreendedor do corpo discente.
21,70%
15,70%
14,50%
11,60%
9,70% 10,00%
5,90%
3,80% 3,60%
2,30%
0,40% 0,80%
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Estima-se que o número de empresas e instituições atuantes em TIC na região metropolitana
de Campina Grande gire em torno de 100 empresas, com a grande maioria instalada no centro
da cidade. Estudo anterior realizado para traçar um diagnóstico acerca da caracterização e
formas de atuação e funcionamento das empresas de TIC na cidade aponta que:
• As empresas são jovens com média entre três a seis anos de existência;
A cidade conta com uma Instituição de Ensino Superior (IES), “Faculdades Integradas de
Patos” – FIP, a qual oferece um curso de bacharelado em Sistemas de Informação,
reconhecido pelo MEC. Pretende-se que este curso da FIP seja um dos esteios da APL TIC de
Patos. O número de empresas que poderão compor inicialmente o APL TIC no município de
Patos, segundo cadastro recém-concluido, chega a 21. É um número expressivo para iniciar,
considerando-se a situação de interior do Nordeste brasileiro.
37,5%
25,0% 25,0%
12,5%
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Re
Estudo anterior realizado para traçar um diagnóstico acerca da caracterização e formas de
atuação e funcionamento das empresas de TIC na cidade aponta que:
70,00%
61,70%
60,00%
50,00%
01 ano
40,00% 35,00% De 01 a 06 anos
30,00%
De 07 a 09 anos
20,00%
10,00%
3,30%
0,00%
• O perfil dos gerentes em termos de gênero é na sua grande maioria formada por
homens, primordialmente na faixa de idade entre 21 e 29 anos de idade, com
formação preponderante de 3o. grau (41,7%) e com pós-graduação (31,7%).
45,00% 41,70%
40,00%
35,00% 31,70%
30,00%
25,00% 3º grau
20,00% Pós-graduação
15,00%
10,00%
5,00%
0,00%
• A força de trabalho é enxuta com aproximadamente 50% das empresas contando com
até 05 empregados, bem como 20% de 6 a 9 empregados. O número de pessoas da
família envolvida nas atividades das empresas está situado no intervalo entre 01 a 03
pessoas com 51,7%. Esta situação permite caracterizar as empresas do segmento
como micro empresas familiares.
50%
50%
40%
Até 05
30%
empregados
20% De 06 a 09
20%
empregados
10%
0%
• A grande maioria dos empresários pesquisados alega a dificuldade para encontrar
pessoal qualificado (80%) e (93,3%) reforçam intensamente a necessidade de
treinamento e capacitação para os empregados em potencial e os já existentes.
• O tipo de treinamento mais utilizado pelas empresas é o do tipo on the job, ou seja, na
própria empresa (53,3%) e na execução das atividades para os quais foram recrutados.
• A maioria das empresas (60%) tem faturamento médio anual de até R$100.000,00
(cem mil reais). Para (73,3%) dos empresários pesquisados, existe uma tendência de
crescimento nos últimos 03 anos.
• A maioria dos empresários, em torno de 40%, considera que o lucro líquido anual dos
últimos 03 anos foi muito bom e, 36,7% consideraram razoáveis, com tendência de
crescimento.
40,00%
40,00%
39,50%
39,00%
38,50%
Lucro Líquido
38,00%
muito bom
37,50%
Lucro Líquido
37,00% 36,70% razoável
36,50%
36,00%
35,50%
35,00%
• A grande maioria dos empresários alegou não ter sido beneficiado de quaisquer
linhas de crédito subsidiado nos últimos três anos, assim como na maioria das
vezes as ações de busca de crédito não são concretizadas;
• A maioria (60%) das empresas do setor utiliza algum tipo de serviço terceirizado, com
ênfase em serviços de manutenção e de contabilidade. Os motivos alegados para
utilização de práticas de terceirização envolvem, principalmente, a redução de custos.
• A comercialização dos produtos e serviços das empresas locais ocorrem na sua grande
maioria (70%) de forma direta ao consumidor; o percentual restante ocorre de forma
direta a prestadores de serviços;
• Praticamente a totalidade das empresas pesquisadas (98,3%) não exportou nos últimos
03 anos.
6.1.8. Quanto ao processo de inovação e estratégias de vendas
• A grande maioria dos empresários (85%) alegou que a concorrência no setor tem
aumentado significativamente nos últimos 03 anos. Os motivos alegados para este
incremento estariam relacionados a lacunas no mercado (32,23%), poder de
barganha dos consumidores (24,53%) e custos de entrada baixos (29,59%).
35,00%
32,23%
29,59% Lacunas no
30,00%
mercado
25,00% 24,53%
20,00% Poder de
barganha dos
15,00% consumidores
10,00% Custos de
entrada baixos
5,00%
0,00%
35,00% 34,95%
34,90%
34,80%
34,70% Empresas mais
antigas do setor
34,60%
34,50%
34,40% Maior variedade
34,32% de produtos ou
34,30% serviços
34,20%
34,10%
34,00%
• Quando abordados sobre as estratégias mais utilizadas para superar seus concorrentes,
os fatores mencionados foram: qualidade (47,50%), preço (36,35%), e rapidez e
pontualidade nas entregas de produtos e prestação de serviços (38,31%).
50,00% 47,50%
45,00%
40,00% 38,31%
35,00% Qualidade
36,35%
30,00%
Preço
25,00%
20,00%
Rapidez e
15,00% pontualidade
10,00%
5,00%
0,00%
6.1.10. Cooperação entre as empresas
• A grande maioria (81,7%) dos empresários pesquisados aponta que existe condições
para a prática da cooperação entre as empresas. Para confirmar este resultado, 53,3%
dos empresários admitiram a existência de algum tipo de acordo formal com outras
empresas do setor. Estes acordos formais envolvem aspectos relacionados ao
desenvolvimento conjunto de tecnologias e estratégias de marketing;
35,00%
31,70%
30,00%
25,00%
Falta de confiança
20,00%
5,00%
0,00%
35,00%
31,70%
30,00%
25,00%
Falta de confiança
20,00%
15,00% Medo de perder a
competitividade
10,00% 8,30%
5,00%
0,00%
70,00% 65,45%
60,00%
50,00%
SEBRAE
40,00%
32,75%
30,00% Serviços privados
de Consultoria
20,00%
10,00%
0,00%
35,00% 34,48%
30,00% 29,32%
20,00%
Burocracia
15,00% 14,34% Excessiva
Custos Elevados
10,00%
5,00%
0,00%
• As áreas mais carentes de suporte e apoio para as empresas do setor alegados pelos
empresários referiram-se principalmente a: treinamento técnico (41,37%),
capacitação profissional (28,45%) e educação formal (07,33%).
45,00%
41,37%
40,00%
35,00% Treinamento
30,00% 28,45% Técnico
25,00% Capacitação
20,00% Profissional
15,00% Educação Formal
10,00% 7,33%
5,00%
0,00%
80,00% 79,30%
70,00%
60,00%
50,00%
De 01 a 06 anos
40,00%
De 07 a 09 anos
30,00%
20,70%
20,00%
10,00%
0,00%
• O perfil dos gerentes em termos de gênero é na sua grande maioria formada por
homens, primordialmente na faixa de idade entre 21 e 29 anos de idade, com
formação preponderante de 2º. grau e superior incompleto.
20,00% Superior
15,00% Incompleto
Superior
10,00%
5,56% 5,56%
5,00% Pós-graduação
0,00%
70% 69,70%
60%
50% Até 05
empregados
40%
De 06 a 09
30% empregados
24,24% Acima de 10
20% empregados
10% 6,06%
0%
• O tipo de treinamento mais utilizado pelas empresas do setor é o do tipo on the job,
ou seja, na própria empresa e na execução das atividades para as quais foram
recrutados.
• A maioria das empresas (53,33%) tem faturamento médio anual de até R$100.000,00
(cem mil reais), para os empresários pesquisados, existem uma tendência de
crescimento nos últimos três anos;
• A grande maioria dos empresários (em torno de 90%) considera que o lucro líquido
anual dos últimos três anos foi bom e razoável, com tendência de crescimento.
Gráfico 20: Análise do lucro líquido
60,00%
• A grande maioria dos empresários alegou não ter sido beneficiado de quaisquer
linhas de crédito subsidiado nos últimos três anos, assim como de que na maioria
das vezes, as ações de busca de crédito não são concretizadas;
• Quando abordados sobre as estratégias de investimento utilizadas e quais as áreas
prioritárias para investimentos, os empresários apontam que as prioridades são
investimentos em ações de marketing, melhoria na qualidade dos serviços e
expansão da sua capacidade instalada e que em todas estas áreas existem
intenções futuras de investimento.
• A maioria (58,82%) das empresas do setor utiliza algum tipo de serviço terceirizado,
com ênfase em serviços de manutenção (24,44%) e de contabilidade (26,67%). Os
motivos alegados para utilização de práticas de terceirização envolvem
sequencialmente: redução de custos, carência de mão-de-obra especializada e
necessidade de maior flexibilidade.
30,00%
24,44%
25,00% Manutenção
Contabilidade
20,00%
Segurança
15,00%
11,11%
11,11%
11,11%
Assistência Jurídica
8,88%
6,67%
Entrega/remessa
10,00%
Limpeza
5,00%
Outros
0,00%
• Do total das empresas pesquisadas (45), 23 alegaram algum tipo de parcerias do tipo
alianças estratégicas com outras empresas. Estas parcerias ocorrem prioritariamente
com empresas locais (40%), com empresas do Estado (14%), com empresas de outros
Estados da federação (21%) e o restante (25%) com empresas de outras regiões do
país.
Gráfico 22: Nível geográfico das parcerias estabelecidas
40,00% 39,29%
35,00% Parcerias com
30,00% empresas locais
25,00% 25,00% Parcerias dentro do
21,43% Estado
20,00%
Parcerias em outros
15,00% 14,29%
Estados do NE
10,00% Parcerias em outras
5,00% regiões do país
0,00%
• A comercialização dos produtos e serviços das empresas locais, na sua grande maioria
(85%), ocorre de forma direta ao consumidor; o percentual restante ocorre de forma
direta aos prestadores de serviços;
• Praticamente a totalidade das empresas pesquisadas (94%) das empresas não exportou
nos últimos 03 anos.
70,00%
63,89%
60,00%
50,00%
Menos de 01 ano
40,00%
De 01 a 03 anos
30,00% 27,78%
De 04 a 06 anos
20,00%
10,00% 8%
0,00%
• A grande maioria dos empresários (91,43%) alegou que a concorrência no setor tem
aumentado significativamente nos últimos 03 anos. Os motivos alegados para este
incremento, estariam relacionados a lacunas no mercado (38,23%), poder de
barganha dos consumidores (23,53%) e custos de entrada baixos (20,59%).
Custo de Entrada
40,00% 38,23% Pequeno
35,00%
Poder de Barganha dos
30,00% Consumidores
25,00% 23,53%
20,59% Taxas de Mudanças
20,00%
14,71% Mais Rápidas nas
15,00%
Tecnologias
10,00% Lacunas no Mercado
5,00% 2,94%
0,00%
Não Sabe
50,00%
45,95%
Empresas mais
40,00% antigas do setor
Maior variedade de
30,00%
24,32%24,32% produtos ou serviços
20,00% Produto diferenciado
• Quando abordados sobre as estratégias mais utilizadas para superar seus concorrentes,
os fatores mencionados foram: qualidade (45,90%), preço (26,23%), e rapidez e
pontualidade nas entregas de produtos e prestação de serviços (21,31%).
50,00%
45,90%
45,00%
40,00% Qualidade
35,00%
30,00% Preço
26,23%
25,00%
21,31% Rapidez e
20,00%
pontualidade
15,00%
Outros
10,00%
6,56%
5,00%
0,00%
6.2.10 Cooperação entre as empresas
40,00%
35,47%
35,00% Incremento na
30,00% 29,05% especialização
25,00% Melhoria na
25,80% qualidade
20,00%
Redução de
15,00% custos
10,00% 9,68% Acesso a novos
5,00% mercados
0,00%
80,00%
72,00%
70,00%
60,00% Falta de
confiança
50,00%
Medo de perder a
40,00%
competitividade
30,00%
20,00% Outros
20,00%
10,00% 8,00%
0,00%
Proximidade espacial
35,00% 34,28%
30,00%
Laços de família
25,00% 28,57%
20,00%
15,00% 20% Encontros
organizados por
10,00% instituições públicas e
5,00% 17,15% privadas locais
Outros
0,00%
6.2.11 O papel das instituições locais de apoio a atividade econômica e desenvolvimento
local
Troca de informações
45,00% 43,75%
40,00% Treinamento e
35,00% capacitação
30,00%
25,00% Compartilhamento de
equipamentos
20,00% 18,75%
15,00% 12,50% Ações de marketing
10,00% 12,50%
5,00%
12,50% Compra de
0,00% insumos/equipamento
s
SEBRAE
50,00%
45,00% 45,45%
40,00% Serviços de
35,00% consultoria
30,00%
SENAI
25,00%
20,00% 22,73%
15,00% 13,64% Incubadora
10,00% 9,09% Tecnológica
5,00% 9,09%
0,00% Não utiliza
Falta de informação
50,00%
45,00% 48,27%
40,00% Burocracia excessiva
35,00%
30,00% 27,59% Custos elevados
25,00%
20,00%
15,00% 10,34% Não visualização da
10,00% 6,90% necessidade
5,00% 6,90%
0,00% Outros
• As áreas mais carentes de suporte e apoio para as empresas do setor alegados pelos
empresários do setor foram principalmente: treinamento técnico (26,67%), questões
tributárias (23,33%), capacitação profissional (21,67%), educação formal
(13,33%).
Capacitação
30,00% profissional
26,67%
25,00% 23,33% Treinamento técnico
21,67%
20,00% Educação formal
15,00% 13,33%
Infra-estrutura física
10,00% 8,33%
6,67% Questões tributárias
5,00%
Apoio à exportação
0,00%
37,5%
25,0% 25,0%
12,5%
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Re
Os aspectos mais positivos das formas de atuação das empresas do setor de TIC´s nas
cidades pesquisadas estão relacionadas às seguintes características:
A partir destas considerações, como recomendação para tornar mais efetivas as ações das
instituições e suas formas de relação com os agentes produtivos das empresas de TIC,
sugerem-se ações no sentido da criação de um Sistema Local de Inovação, conforme
definição de Nelson (1993), ou seja, “.... complexos organizacionais que envolvem atores
institucionais e firmas privadas e públicas” que incluem também “instituições como
universidades, dedicadas ao conhecimento tecnológico, além de fundos e programas
governamentais.”
• Incentivo aos fluxos sociais, que podem ocorrer das universidades e centros de
pesquisa para as empresas, entre as empresas, gerando um fluxo sistêmico de
aprendizagem e conhecimento.
A importância de um sistema local de inovação está relacionada ao fato de que, os avanços
tecnológicos nas organizações e localidades são decorrentes do nível tecnológico alcançado
previamente por elas. Por outro lado, tem-se que o conhecimento tecnológico é difícil de
transferir em sua totalidade; boa parte do mesmo se acumula nas firmas em forma de
trabalhadores especializados, tecnologia própria e know how difíceis de serem reproduzidos
em manuais e também em suas interações.
Neste sistema local de inovação, seria recomendável a criação de uma agência (broker) capaz
de fomentar projetos produtivos que permitissem a inclusão econômica dos participantes do
APL e que se constituísse em um instrumento crucial de construção de ambientes que
favorecessem o desenvolvimento de micro e pequeno. Esta agência atuaria para auxiliar a
promoção do setor com políticas e ações diversas com certo nível de autonomia de gestão e
poderia ser estabelecida a partir da confluência de interesses entre as instituições locais de
apoio a atividade econômica na região ou localidade, através da constituição de uma rede de
instituições capazes de promover a articulação público – privado para apoio na formulação de
políticas públicas de desenvolvimento.
No caso das micro e pequenas empresas, as interações e vínculos adquirem papel-chave para a
sua sobrevivência, o fortalecimento coletivo, através da associação com outras empresas do
mesmo segmento ou pertencentes a sua cadeia produtiva, para cooperarem e atuar através de
alianças e parcerias. No caso da participação destas empresas em sistemas de inovação, as
suas capacidades de aprendizagem estão enraizadas em estruturas sociais, institucionais e
produtivas da localidade. Estas estruturas representam um papel-chave em relação às
divergências locais e aos padrões de crescimento e desenvolvimento.
Para o setor e atividades nas áreas das empresas de TIC são recomendáveis ações no sentido
da criação de um Sistema Setorial de Inovação (SSI), que é uma variação de um sistema de
inovação, cujos exemplos mais citados na literatura internacional são: as áreas high-tech do
Vale do Silício e da Rota 128 nos Estados Unidos e Zona de Cambridge na Grã-Bretanha.
Um SSI pode ser definido como um grupo de empresas que participam dos processos de
desenho, fabricação e prestação de serviços em um determinado setor, assim como na geração
e difusão das tecnologias dominantes neste setor. Estas empresas podem se relacionar de dois
modos diferentes, quais sejam: 1) através de processos de interação e cooperação no
desenvolvimento tecnológico e 2) mediante processos de competência e seleção, a partir de
seus aportes inovativos, produtivos e comerciais.
Uma implicação do conceito de SSI é que os limites geográficos são diferentes. As empresas
podem competir globalmente, tendo uma base organizacional e interativa local, apesar de
existirem limites espaciais em relação às atividades inovadoras, sobretudo quando se refere ao
conhecimento tácito, através das interações produtor-usuários, responsáveis pelas fontes e
geração de novos conhecimentos, além do fato de que a proximidade geográfica facilita as
transações de conhecimento e aprendizagem entre os agentes.
A partir de uma análise das informações coletadas e explicitadas acima, utilizando técnicas de
pesquisa específicas, junto aos empresários do setor de TIC nas cidades paraibanas de João
Pessoa, Campina Grande e Patos, e considerando as abordagens de mapeamento de APL
utilizadas neste trabalho, pode-se observar que o conjunto de empresas pesquisado atende
apenas a algumas pré-condições para ser caracterizado como um APL dadas às formas de
atuação dos agentes produtivos e das instituições locais.
É importante notar que as ações do Projeto Farol Digital objetivam disponibilizar meios para
que as empresas atuantes em TIC nas três cidades pesquisadas efetivamente atendam a todas
as pré-condições acima.
Em linhas gerais, um APL pode ser definido como um sistema produtivo de pequenas e
médias empresas integradas em nível local e especializadas em fases, as quais são partes de
uma mesma cadeia produtiva, com formas implícitas ou explícitas de colaboração entre
diversos outros agentes econômicos locais, favorecendo a produção local e a prática da
inovação.
Como já foi explicitado no âmbito do Projeto Farol Digital, existe um conjunto de iniciativas
capazes de melhorar o quadro diagnosticado, através de mudanças na forma de atuação dos
empresários e das instituições locais no sentido de gerar sinergia entre todos os agentes
envolvidos na busca da competitividade local e na geração do desenvolvimento regional, a
partir da superação das barreiras e obstáculos e formulação de objetivos comuns, permitindo
assim, o alcance de melhores condições de sobrevivência e desenvolvimento das empresas e
uma maior dinâmica para o setor.
Pelo Farol Digital, muitas medidas vêm sendo postas em prática conjuntamente por algumas
instituições estaduais, através de parcerias entre o SEBRAE com outras instituições locais,
com potencias resultados significativos que tenderão a fortalecer as relações de confiança e a
prática da colaboração num contexto de competição, criando assim as devidas condições para
a sobrevivência e desenvolvimento. Isto possibilitará as condições para o surgimento de um
"contrato social" que incorpore estas práticas às atividades empresariais, assim como entre as
instituições públicas e privadas da região.
Além disso, é preciso considerar de forma plena pelos empresários direta e indiretamente
envolvidas com as atividades das instituições públicas e privadas de apoio ao
desenvolvimento local que o fortalecimento de micro e pequenas empresas (MPEs) coloca-se
como uma sólida alternativa para o alcance do almejado desenvolvimento com inclusão
social.
Considerando que as MPEs enfrentam sérias limitações para concorrer com empresas de
maior porte, tendo esse problema se agravado ainda mais com o processo de globalização, que
acirrou a concorrência ao aproximar os competidores instalados em outras fronteiras aos mais
remotos mercados. Neste sentido, torna-se necessária e imprescindível a difusão da idéia de
que a essência das dificuldades que cerceiam as MPEs relaciona-se não ao tamanho dessas,
mas sobretudo à forma como costumeiramente funcionam, de forma isolada e sem ações mais
sistematizadas para as práticas de cooperação e parcerias, baseadas em relação de confiança
entre os agentes produtivos e destes com as instituições públicas e privadas locais.
Neste contexto, a atuação dos agentes produtivos e instituições sob a forma de arranjos
produtivos locais constituem-se num mecanismo capaz de possibilitar a participação e atuação
conjunta e a coordenação e controle das ações e projetos comuns. A partir daí, torna-se
altamente recomendável, esforços para aplicação de uma abordagem participativa com o fim
de estruturar e implementar uma tecnologia social voltada para a mudança e o
desenvolvimento dos APLs.
Esta abordagem precisaria está voltada para a mobilização dos atores dos APLs, incluindo
além dos agentes produtivos, a participação de representantes do poder local e de outros
níveis com relevância para a especialidade do APL, instituições com atuação nos territórios
dos APLs, organizações associativas e comunitárias relacionadas ao negócio em foco. Além
da mobilização dos atores, a estratégia deve abordar o encaminhamento dos projetos
priorizados pelos atores mobilizados, de forma a garantir a sistematicidade das ações e o
estabelecimento da governança dos APLs, através de instrumentos e processos voltados para a
viabilização de uma tecnologia social de mobilização dos APLs, visando a formação do
capital social e a promoção da governança.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AUDRETSCH, D.B. & M. VIVARELLI (1994). Small Business in Industrial economics: the
new learning. Revue D'Économie Industrielle, n. 67, 1994;
BRUSCO, S. The idea of the industrial districts: its genesis. In: PYKE, F. et al. Industrial
districts and inter-firm cooperation in Italy. Geneva: International Institute for Labour
Studies, 1990.
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1965.
CAMAGNI, R. Local “milieu”, uncertainty and inovation networks: towards a new dynamic
theory of economic space. In: CAMAGNI, R. (ed.). Innovation Networks: spatial
perspectives. London: Bellhaven-Pinter, p. 121-44, 1991.
CORNES, R.; SANDLER, T. The Theory of Externalities, Public Goods, and Club
Goods. New York: Cambridge UP, 1986.
DOSI, G.; FREEMAN, C.; NELSON, R. et al. Technical Change and Economic Theory.
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York: BasicBooks, 1984.
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Journal of Development Studies, v. 30, n. 3, p. 533-577 e 753-817, Apr. 1994
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SCHIMITZ, H. Collective efficiency: growth path for small-scale industry. Brighton: IDS,
1994.
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DeveloPEnt Studies, vol. 31, no. 4, pp. 529-566, 1995.
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calçados na Paraíba. Tese (Doutorado) Curso de Pós-graduação em Economia (PIMES).
UFPE. Recife – PE. 2002.
STEWART, F.; GHANI, E. How Significant are Externalities for DeveloPEnt?. World
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TENDLER, J., AMORIM, M. A. Small firms and their helpers: lessons on demand. World
DeveloPEnt, v. 24, n. 3, p. 407-426, 1996.
Estamos realizando uma pesquisa, cujo principal objetivo é mapear o Arranjo Produtivo Local
(A.P.L.) das empresas e instituições direta e indiretamente envolvidas com as atividades
econômicas do setor de Tecnologia de Informação e Comunicação (T.I.C) na cidade de
Campina Grande.
Um Arranjo Produtivo Local pode ser definido como um conjunto de empresas homogêneas,
geralmente formada por micro e pequenas empresas, que atuam em um mesmo setor e
segmento econômico, utilizam práticas de cooperação e parcerias voluntárias ou induzidas
através do apoio de instituições públicas e privadas de apoio à atividade econômica na região.
Esta nova forma de atuação empresarial possibilita melhores condições estruturais e
funcionais das empresas, contribuindo para otimização na utilização de recursos, na
operacionalização das suas atividades e a redução do risco e da incerteza na condução dos
negócios. Além disso, o conjunto das empresas numa determinada localidade, atuando desta
forma, contribui significativamente para a o desenvolvimento da região, na medida em que, as
empresas têm melhores condições de sobrevivência e desenvolvimento.
A aplicação do referido formulário objetiva conhecer a opinião dos empresários do setor sobre
as dimensões e variáveis mais adequadas para identificar perfil, formas de atuação e relações
de interdependência entre as empresas do setor, assim como, as possibilidades de práticas
cooperativas e de parcerias.
Desde já agradecemos a sua atenção e colaboração, informando que qualquer dúvida e/ou
esclarecimento quanto às respostas aos questionamentos, assim como, sobre maiores
esclarecimentos sobre o trabalho, poderão ser prestados pelos pesquisadores nos endereços
disponibilizados abaixo. Comprometemo-nos a encaminhar no final dos trabalhos um
relatório contendo o referido diagnóstico empresarial do setor, associado a sugestões para
melhoria na forma de atuação na perspectiva da geração de vantagens competitivas.
Atenciosamente,
Número
Data
Local
Entrevistador
1. Informações Gerais
Nome da empresa _____________________________________________________
Endereço e Telefone ___________________________________________________
Nome do Entrevistado__________________________________________________
Posição na Empresa
(a) Proprietário
(b) Administrador
l.5 Atividade ______________________________________________________________
1.6 No caso de vendas, principais produtos (como % do total)
Periféricos ____________________ Acessórios______________
Suprimentos ___________________ ____________
Outros (especificar) _____________________________
2. História da Empresa
Qual o tempo de existência de sua empresa?
( ) inferior a 1 ano ( ) de 1 a 3 anos ( ) de 4 a 6 anos
( ) de 7 a 9 anos ( ) mais de 10 anos
Qual a situação jurídica da empresa?
( ) Firma individual ( ) Sociedade limitada
( ) Outra (especificar) ____________________________________________________
3. Perfil dos Dirigentes
Quanto ao gênero?
( ) masculino ( ) feminino
Qual a faixa etária dos empresários ou dos responsáveis pelas atividades do
empreendimento?
( ) menos de 21 anos ( ) entre 21 e 29 anos ( ) entre 30 e 39 anos
( ) entre 40 e 49 anos ( ) mais de 50 anos
Qual o grau de escolaridade dos empresários ou dos responsáveis pelas atividades do
empreendimento?
( ) 1º grau ( ) 2º grau incompleto ( ) 2º grau ( ) superior incompleto
( ) superior ( ) pós-graduação
4.Força de Trabalho
4.1 Qual o número de empregados envolvidos diretamente com as atividades fins da empresa?
( ) outros (especificar)____________________________________________________
5. Desempenho
6. Organização
6.1 Modalidade de Gestão
( ) familiar sem auxílio de profissionais
( ) familiar com auxílio de profissionais
( ) profissional
Se profissional, existem funções especializadas ou áreas funcionais específicas? Quais?
8 Finanças
8.1 Nos últimos doze meses, que percentual de seus produtos e/ou serviços foi vendido:
(a) a vista? __________
(b) a crédito (pagamento adiado)? ______________
Em média, por quantos dias? ______________
Sim ( ) Não ( )
Sim ( ) Não ( )
Se sim, para que finalidade foi solicitado?
( ) capital de giro
( ) investimento
8.8 Estratégias de investimento: em que áreas você investiu nos últimos três anos?
Expansão da capacidade + = -
Instalações + = -
Outras (especificar) + = -
9. Parcerias
(a) local
(b) estado
(c) outros estados do NE
(d) outras regiões do país
9.5 Você fornece algum dos seguintes tipos de assistência aos seus parceiros?
a) pagamento antecipado
b) organização da produção
c) empréstimo de máquinas ou
equipamentos
d) reparo/manutenção de
máquinas
e) treinamento de trabalhadores
f) especificar
9.6 O que você faz se o seu parceiro quebra algum acordo (por exemplo: atrasa a entrega,
má qualidade do produto)?
c) muda de parceiro
10. Mercado
10.1 Especifique para quem você vende seus produtos como percentual do total de vendas:
Sim_________ Não___________
trabalho?
(a) aumentou
(b) permaneceu a mesma
(c) decresceu
11.5 No caso de alteração, indique o(s) motivo(s):
( ) Não ( ) Sim
(a) preço
(b) qualidade
(c) velocidade e pontualidade nas entregas
(d) outros (especificar)
13. Cooperação entre firmas
13.1 Você acredita que existe condições para a prática da cooperação entre as empresas
participantes do agrupamento?
( ) Sim ( ) Não
( ) Sim ( ) Não
_____________________________________________________________________
( )Sim ( ) Não
_____________________________________________________________________
( ) Sim ( ) Não
prática?
( )Sim ( ) Não
13.8 Você troca idéias ou discute problemas ou estratégias com outros empresários do setor?
( ) Sim ( ) Não
_______________________________________________________________________
_____________________________________________________________________
informação
cursos e seminários
feiras
outros (especificar)
Comentários Adicionais:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
14.4 Na sua avaliação, qual a qualidade das relações mantidas com as Instituições de apoio?
14.5 Na sua avaliação, quais as áreas e atividades mais carentes de suporte e apoio?
Capacitação profissional
Treinamento técnico
Educação formal
Infra-estrutura física
Questões tributárias
Apoio à exportação
15. Política Governamental
16.1 Você acredita que poderia obter os mesmos resultados que agora se não estivesse
( ) Sim ( ) Não
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
17.1 Indique as três forças mais importantes e as três fraquezas principais de sua firma:
Força fraqueza
Disponibilidade de mão-de-obra
Custo da mão-de-obra
Outros (especificar)