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FHC fez da Cultura "balcão de negócios", diz PT

Texto preparado para encontro do partido afirma que foi nessa área que
"neoliberalismo" mais avançou

FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em mais um lance na sua tática de polarização com o governo Fernando


Henrique Cardoso (1995-2002), o PT deve aprovar no seu 4º Congresso, na
semana que vem, um texto sobre cultura repleto de ataques à privatização e
a um suposto "Estado mínimo" tucano.
Segundo o documento de sete páginas obtido pela Folha, o Ministério da
Cultura foi reduzido, na gestão FHC, a um "balcão de bons negócios".
"Foi na área da cultura que, no governo FHC, a concepção neoliberal do
Estado mínimo mais avançou", diz o texto, preparado pela Secretaria de
Cultura do PT e que será adicionado a um documento geral de diretrizes para
o programa de governo de Dilma Rousseff.
O texto ainda pode ser emendado, mas dificilmente mudará de forma
significativa.
A tese central petista é a de que FHC e os tucanos relegaram ao mercado a
função de elaborar políticas culturais. Numa reprise da campanha presidencial
de 2006, o PT ataca a "privatização da gestão de equipamentos e projetos",
que teria como consequência a "reinvenção do clientelismo mascarado por um
discurso de modernização da gestão".
Os campos rentáveis da indústria cultural teriam ficado nas mãos de empresas
transnacionais, diz o documento.
"O slogan cunhado no governo FHC, "Cultura é um bom negócio", exemplifica
bem a atualização que o PSDB promoveu no tradicional conceito de cultura
operado pela direita no Brasil", diz o texto petista.
A partir da crítica a FHC, o documento lança estocadas ao provável candidato
tucano a presidente, o governador de São Paulo, José Serra, ainda que não o
cite nominalmente.
"Herança dos tempos de FHC, o padrão se repete em governos estaduais
dirigidos sob a égide tucana", diz o texto. Também é mencionada de forma
indireta a rixa entre a TV Cultura do governo paulista e a TV Brasil, do
governo federal.
"Nas mãos dos governos tucanos, as televisões estaduais tornaram-se peças de
resistência à implantação de uma rede pública de televisão no Brasil."
A metade final do texto louva realizações de Lula e faz propostas gerais para
um eventual governo Dilma -a promessa é detalhá-las mais à frente.
"Nesses oito anos, o orçamento do Ministério da Cultura cresceu
significativamente e possibilitou muitos avanços", afirmam os petistas.
São citados, entre outros pontos, a realização de duas conferências nacionais
de cultura, a elaboração de um plano nacional para a área e a criação de
órgãos como o Instituto Brasileiro de Museus.
Entre as propostas para os próximos quatro anos, figura com destaque,
ironicamente, uma que se baseia num instrumento de mercado, a renúncia
fiscal. Para o PT "é preciso avançar nas políticas de financiamento à cultura
no Brasil".
Há ainda a menção, de forma genérica, à "democratização dos meios de
comunicação" e à defesa da comunicação como "direito e patrimônio
inalienável do povo brasileiro".

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