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Processadores
descontinuados
Para entender a fundo os processadores modernos, você precisa estudar
também este capítulo sobre processadores mais antigos. Aqui explicarmos
todos os avanços tecnológicos que foram introduzidos ao longo do tempo,
avanços esses presentes nos modelos modernos. Portanto não deixe de ler
este capítulo.
Era pré-Pentium
Comecemos com os processadores produzidos antes do Pentium. São
processadores que reinaram entre 1980 e 1995, aproximadamente. Na
segunda parte deste capítulo abordaremos os processadores Pentium e
compatíveis, e finalmente os derivados da arquitetura P6 (Pentium Pro,
Pentium II e Celeron).
Processadores de 8 bits
Esses processadores reinaram durante os anos 70, e ainda foram bastante
utilizados até meados dos anos 80. A maioria deles tinha barramento de
dados com 8 bits, barramento de endereços de 16 bits (podiam endereçar até
64 kB de memória) e operavam com clocks inferiores a 5 MHz. Eram
6-2 Hardware Total
milhares de vezes mais simples que os processadores atuais. Alguns
exemplos:
Figura 6.1
Foto do interior do processador 4004.
Processador 4004
Lançamento 1971
Transistores 2300
Tecnologia 10
Barramento de dados 4 bits
Barramento de endereços 10 bits
Capacidade de 640 bytes
endereçamento
Clock 0,1 MHz
MIPS 0,06
8008 – Primeiro processador Intel de 8 bits. Era bem superior ao 4004, e foi
utilizado nos primeiros microcomputadores. Ainda eram extremamente
caros, portanto não estavam ao alcance do grande público. Eram usados em
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-3
calculadoras, terminais de vídeo, máquinas industriais e aplicações que
envolviam manipulação de caracteres.
Figura 6.2
Interior do processador 8008.
Processador 8008
Lançamento 1972
Transistores 3500
Tecnologia 10
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 14 bits
Capacidade de 16 kB
endereçamento
Clock 0,2 MHz
MIPS 0,06
Processador 8080
Lançamento 1974
Transistores 6000
Tecnologia 6
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 16 bits
Capacidade de 64 kB
endereçamento
Clock 2 MHz
MIPS 0,64
Consumo 1,5 W
Na época do 8080, a AMD era uma parceira da Intel, que atuava como
second source. A AMD fabricada sob licença da Intel, processadores
semelhantes. O 8080 era fabricado pela AMD com o nome de AM9080.
Processador 8085
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-5
Lançamento 1976
Transistores 6500
Tecnologia 3
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 16 bits
Capacidade de 64 kB
endereçamento
Clock 5 MHz
MIPS 0,37
Consumo 1,5 W
Z80 e NSC800 – O Z80 foi um processador criado pela Zilog, empresa que
na época era concorrente da Intel. Era totalmente compatível com o 8080 em
termos de software, ou seja, qualquer programa que funcionava no 8080,
funcionava também no Z80. Apesar de também ter barramento de dados
com 8 bits e endereços de 16 bits, o Z80 tinha várias novas instruções que
não estavam presentes no 8080 (158 instruções, contra apenas 78 do 8080).
Utilizando essas instruções era possível criar programas mais rápidos e mais
compactos. O Z80 fez um sucesso comercial maior que o do 8080 e do 8085,
e passou a ser utilizado em vários microcomputadores, como o TRS-80 e o
Sinclair. A maioria dos microcomputadores de 8 bits produzidos no Brasil
até meados dos anos 80 eram cópias do TRS-80. O NSC800 era um
processador similar ao Z80, produzido pela National. Executava as mesmas
instruções do Z80, mas era compatível pino a pino com o 8085. Desta forma,
computadores baseados no 8085 podiam ter em seu lugar o NSC800.
O assunto é interessante, mas como este livro trata sobre PCs, vamos deixar
os processadores de 8 bits como curiosidades históricas.
8086
Antes do lançamento do 8086, reinavam os processadores de 8 bits. No final
dos anos 70, a Intel, principal fabricante de processadores (como é até hoje)
lançou o 8086, o primeiro processador de 16 bits. Operava interna e exter-
namente com 16 bits, possuía um barramento de endereços com 20 bits,
através do qual podia acessar até 1 MB de memória, o que era uma
capacidade espantosa para a época. Inicialmente lançado em uma versão de
5 MHz, o 8086 era consideravelmente mais veloz que os processadores de 8
bits. Posteriormente foi produzido nas versões de 8 e 10 MHz. O 8086 era
cerca de 10 vezes mais veloz que o 8080, apesar do seu clock ser apenas 5
vezes superior, graças à sua arquitetura mais avançada de 16 bits, contra
apenas 8 do 8080. Era usado principalmente em microcomputadores.
8086: 5 MHz
8086-2: 8 MHz
8086-1: 10 MHz
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-7
Figura 6.4
Interior do processador 8086.
Processador 8086
Lançamento 1978
Transistores 29.000
Tecnologia 3
Barramento de dados 16 bits
Barramento de endereços 20 bits
Capacidade de 1 MB
endereçamento
Clock 10 MHz
MIPS 0,75
Consumo 2,5 W
O 8086 podia (assim como também ocorria com o 8088) operar em conjunto
com um chip auxiliar, dedicado à execução de operações matemáticas
complexas. Era o 8087, também chamado de processador (ou co-
processador) matemático ou aritmético. O 8087 era muito caro, e só era
utilizado em computadores dedicados a aplicações científicas e de
engenharia.
8088
O 8088 era internamente um processador quase idêntico ao 8086, mas exter-
namente, tinha uma diferença fundamental: seu barramento de dados
operava com 8 bits, ao invés de 16. Portanto, o 8088 era uma versão “júnior”
do 8086. Pelo fato de usar um barramento de dados com 8 bits, podia operar
6-8 Hardware Total
com todo o hardware para 8 bits existente na sua época: placas, memórias e
chips em geral. Este processador foi escolhido pela IBM para ser usado no
seu IBM PC, no início dos anos 80.
Pouco tempo depois, a IBM lançou uma versão melhorada do IBM PC. Era
chamado de IBM PC XT (XT significa Extended Technology). Sua tecnolo-
gia estendida consistia no uso de um disco rígido de 10 MB (o PC original só
podia armazenar dados em disquetes ou em fita cassete), e uma maior
quantidade de memória RAM: incríveis 256 kB !!!
Figura 6.5
Um processador 8088.
Processador 8088
Lançamento 1979
Transistores 29.000
Tecnologia 3
Barramento de dados 8 bits
Barramento de endereços 20 bits
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-9
Capacidade de 1 MB
endereçamento
Clock 10 MHz
MIPS 0,75
Consumo 2,5 W
80286
Alguns anos depois do lançamento do 8086 e do 8088, a Intel finalmente
lançou um processador bem mais avançado, o 80286. Foi inicialmente
lançado em uma versão de 6 MHz, e depois nas versões de 8, 10 e 12 MHz.
Com 8 MHz, era quase 6 vezes mais veloz que o 8088 usado no IBM PC XT.
A IBM utilizou este processador no seu novo PC, o IBM PC AT (AT
significa Advanced Technology). Possuía uma configuração relativamente
avançada, se comparado com um XT. Sua memória poderia chegar, através
de placas de expansão apropriadas, a até 16 MB. Naquela época, o hardware
sempre andava à frente do software, ou seja, mesmo os sistemas operacionais
e softwares mais avançados não chegavam a explorar todo o potencial do
hardware existente. Mesmo podendo chegar a 16 MB, durante muitos anos
reinaram os micros com 640 kB, quantidade de memória mais que suficiente
para executar os softwares dos anos 80.
Da mesma forma como foram criados clones do IBM PC XT, isto também
ocorreu com o IBM PC AT. No final dos anos 80, as revistas especializadas
em informática estavam repletas de anúncios de PCs classe AT, muito mais
velozes que os da IBM, em versões de 8, 10, 12 , 16 e 20 MHz.
Figura 6.7
Interior de um processador 80286.
Processador 80286
Lançamento 1982
Transistores 134.000
Tecnologia 1,5
Barramento de dados 16 bits
Barramento de endereços 24 bits
Capacidade de 16 MB
endereçamento
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-11
Clock 20 MHz
MIPS 3
Consumo 3,3 W
386DX
Ao ser lançado, este chip chamava-se 80386. Isto ocorreu em meados dos
anos 80, mas somente por volta de 1990 tornaram-se comuns os PCs que
utilizavam este processador. O 80386 abriu a era dos 32 bits em micros da
classe PC. Durante o seu ciclo de vida, foi lançado em versões de 16, 20, 25,
33 e finalmente 40 MHz. Entre 1992 e 1993, quando começou a popu-
larização dos PCs no Brasil, eram comuns os equipados com o 386DX-40.
Figura 6.8
Processador Am386DX-40.
Processador 80386
Lançamento 1985
Transistores 275.000
Tecnologia 1,5 / 1
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 16 – 40 MHz
MIPS 6 – 15
Consumo 2,5 W
386SX
O 386SX é a versão “júnior” do 80386. Por dentro, ele é idêntico ao 80386.
Possui os mesmos circuitos e executa as mesmas instruções, de 8, 16 e 32
bits. A diferença está no barramento de dados, que opera com 16 bits, ao
invés dos 32 bits usados pelo 80386 original, que passou a chamar-se 386DX.
Além do barramento de dados com 16 bits, existe ainda mais uma diferença.
Seu barramento de endereços, apesar de possuir 32 bits, utiliza apenas 24, o
que limita seu espaço de endereçamento a apenas 16 MB. Isto não chegou a
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-13
ser nenhum problema, pois na sua época, raros eram os PCs que usavam
mais de 4 MB de memória.
Processador 80386SX
Lançamento 1988
Transistores 275.000
Tecnologia 1,5 / 1
Barramento de dados 16 bits
Barramento de endereços 24 bits
Capacidade de 16 MB
endereçamento
Clock 16 – 40 MHz
MIPS 4 - 10
Consumo 2,5 W
486DX
Na sua versão inicial, lançada em 1989, o 80486 operava com um clock de
25 MHz. Era cerca de duas vezes mais rápido que o 386DX-25, e 40 vezes
mais rápido que o 8088 usado nos primeiros XTs. Em seu interior, apre-
sentava duas grandes inovações: um coprocessador matemático interno, e 8
kB de memória cache interna. Em muitos aspectos, o 80486 pode ser
considerado como uma versão moderna do 386DX. Executa todas as suas
instruções, possui barramentos de dados e de endereços com 32 bits,
características comuns a todos os processadores da família 486, o que inclui o
486SX, 486DX2, 486SX2 e 486DX4.
Processador 80486DX
Lançamento 1989
Transistores 1.200.000
Tecnologia 1 / 0,8
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 25 – 50 MHz
MIPS 20 – 40
Consumo 3a6W
486SX
Muitos dizem que o 486SX foi um erro cometido pela Intel. Este processador
era uma versão simplificada do 80486: não possuía o coprocessador
matemático interno. Seu objetivo era competir com os processadores
Am386DX-40, que estavam fazendo um grande sucesso. Assim como o
80486 original (que passou a chamar-se 486DX), o 486SX também possui 8
kB de cache interna e barramentos de dados e endereços com 32 bits. Estava
disponível nas versões de 25 e 33 MHz.
Lançamento 1991
Transistores 900.000
Tecnologia 1 / 0,8
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 16 – 33 MHz
MIPS 13 – 27
Consumo 3a6W
486DX2
O 486DX2 inaugurou uma característica de hardware que está presente até
hoje nos modernos processadores. Há muito tempo os processadores já evo-
luíam muito mais que as memórias. Quando chegou o 486DX-50, o
desequilíbrio tornou-se muito crítico. Apesar de ser tecnologicamente viável,
seguro e estável um processador operar internamente a 50 MHz, era muito
difícil, com a tecnologia da época (1992), uma placa de CPU funcionar com
uma freqüência tão elevada. Tanto as memórias como os chipsets não
podiam suportar de forma segura o funcionamento a 50 MHz. O resultado é
que as placas de CPU baseadas no 486DX-50 eram muito problemáticas,
apresentando baixa confiabilidade, e em alguns casos, desempenho similar
ao das placas de 33 MHz.
Para resolver esses problemas, a Intel utilizou dois clocks separados, um para
o funcionamento interno do processador, e outro para o funcionamento ex-
terno. Todas as operações eram realizadas internamente comandadas por um
clock de 50 MHz, enquanto externamente tudo ocorria à velocidade de 25
MHz. Isto resolveu todos os problemas decorrentes da elevada velocidade
externa ao processador, e curiosamente não causou queda de desempenho.
Mesmo acessando a memória de forma duas vezes mais lenta, ainda assim
esta nova versão do 486 era capaz de manter a cache interna sempre com
instruções prontas para serem executadas. Este chip foi chamado de
486DX2-50. A Intel parou então de produzir o 486DX-50, ficando apenas
com a versão DX2. Foram mantidos o 486DX-33 e o 486DX-25.
Logo depois, a Intel lançou o 486DX2-66. Este processador foi o mais usado
nos PCs durante 1994. Este aumento de vendas ocorreu quando seus preços
caíam em virtude do lançamento de processadores equivalentes pela AMD e
Cyrix. Inicialmente em versões de 40, 50 e 66 MHz, foram pouco depois
6-16 Hardware Total
lançados em versões de 80 MHz. Portanto, já em 1995 tínhamos as seguintes
versões do 486DX2:
Figura 6.11
Um processador 486DX2 de 80 MHz.
Lançamento 1992
Transistores 1.200.000
Tecnologia 0,8
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 50 - 80 MHz
MIPS 54 – 80
Consumo 3a6W
486SX2
Este processador fez pouco sucesso, tanto que foi produzido apenas pela
Intel. Trata-se de uma versão mais veloz do 486SX. Disponível em versões de
50 e 66 MHz (486SX2-50 e 486SX2-66), este processador não possui em seu
interior o coprocessador matemático, e opera com um clock externo igual à
metade do clock interno. Por exemplo, o 486SX2-66 opera internamente a 66
MHz e externamente a 33 MHz. Foi utilizado basicamente em notebooks.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-17
486DX4
A Intel foi a primeira a lançar esta versão do 486. Com clocks internos de 75
e 100 MHz (486DX4-75 e 486DX4-100), esses processadores também usam
valores diferentes para o seu clock externo. A grande diferença é que, ao
invés do clock externo ser sempre igual à metade do interno, este fator pode
ser igual a 2, 2,5, 3 ou 4. Por exemplo, um 486DX4-100 pode operar com
clocks externos de 50, 40, 33 ou 25 MHz. A escolha não é feita pelo usuário,
e sim, pelo projetista da placa de CPU. Em geral, as placas de CPU
equipadas com o 486DX4-100, para uso em micros de mesa (desktop)
operavam com o clock externo de 33 MHz, enquanto os computadores
portáteis (notebooks) baseados neste processador o utilizavam com um clock
externo de 25 MHz.
Figura 6.12
Um processador 486DX4 de 100 MHz.
Processador 486DX4
Lançamento 1994
Transistores 1.600.000
Tecnologia 0,6
Barramento de dados 32 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB MB
endereçamento
Clock 75, 100 MHz
MIPS 53 – 70
6-18 Hardware Total
Consumo 3W
AMD 5x86
A Intel lançou seu último 486 na versão de 100 MHz. Como sempre, a AMD
foi um pouco mais adiante, lançando uma versão de 120 MHz (Am486DX4-
120), e lançando também o processador AMD 5x86 de 133 MHz. Do ponto
de vista externo, é exatamente igual a um 486DX4 de 133 MHz. Isto não
quer dizer que qualquer placa de CPU para 486DX4 possa receber este
processador, e sim, que os fabricantes de placas de CPU puderam realizar
mínimas alterações em projetos já existentes para suportar o AMD 5x86.
Medidas de desempenho realizadas com programas de benchmark mostram
que este processador tem desempenho similar ao de um Pentium de 90
MHz. Entretanto, para efeito de comparação com o Pentium, a indústria pa-
dronizou o uso do Winstone, o software medidor de desempenho usado pela
revista PC Magazine e por diversas outras. Nesses testes, o 5x86 mostrou ser
um pouco mais veloz que o Pentium-75.
Figura 6.13
Um processador AMD 5x86-133.
Cyrix 5x86
A Cyrix também lançou processadores 5x86, compatíveis com o 486DX4 da
Intel, porém com desempenho mais elevado. Em versões de 100 e 120 MHz,
o Cyrix 5x86 apresenta desempenho equivalente ao de um Pentium-75 e de
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-19
um Pentium-90, respectivamente. Seu clock externo pode ser igual a 1/2 ou
1/3 do clock interno. Portanto, a versão de 100 MHz pode operar
externamente com 50 ou 33 MHz, e a de 120 MHz pode usar externamente
60 ou 40 MHz. Na prática foram produzidas pouquíssimas placas de CPU
que suportavam este processador.
Figura 6.14
Um processador Cyrix 5x86.
486SLC e 486DLC
Antes de lançar seus processadores 486, a Cyrix criou versões melhoradas do
386DX e do 386SX. Além de serem cerca de 30% mais velozes que
processadores 386 de mesmo clock, esses processadores possuem ainda em
seu interior, 1 kB de memória cache interna, e ainda um circuito capaz de
realizar multiplicações em alta velocidade. Apesar dos envenenamentos,
esses dois processadores eram inteiramente compatíveis com o 386. O
Cx486DLC opera com um barramento de dados com 32 bits, sendo portanto
equivalente ao 386DX, enquanto o Cx486SLC usa um barramento de dados
com 16 bits, sendo equivalente ao 386SX. Teoricamente é possível retirar um
processador 386 de uma placa de CPU e instalar um Cx486 (DLC ou SLC,
conforme o original seja 386DX ou 386SX), resultando em um aumento de
cerca de 30% na velocidade de processamento. Fabricantes de placas de CPU
fizeram alterações simples nos BIOS de suas placas para dar suporte ao uso
desses chips. Em sua época (por volta de 1993), muitas pessoas compravam
computadores e placas de CPU equipados com esses processadores,
pensando que se tratavam de genuínos chips 486. De certa forma, a Cyrix
usou um pouco de má fé ao embutir o número “486”, já que na verdade
esses chips possuem uma tecnologia inferior, e mais próxima do 386.
* Overdrives com o código ODP devem ser usados em soquetes de expansão, encontrados em
muitas placas de CPU 486. Uma das aplicações do soquete de expansão é instalar um 487SX
em uma placa de CPU originalmente equipada com o 486SX. Overdrives com o código
ODPR devem ser usados em placas que não possuem soquete de expansão, substituindo o
processador original.
Resumo
A tabela que se segue resume as principais características dos processadores
antigos citados nesta seção.
Pentium e compatíveis
O Pentium foi o primeiro processador considerado de 5ª geração. Começou
a se tornar comum a partir de 1995, e vários outros fabricantes produziram
chips similares: AMD, Cyrix, IDT e Rise. O último processador compatível
com o Pentium foi o AMD K6-2 de 550 MHz, saindo do mercado no início
do ano 2001. Ainda existem milhões de PCs equipados com processadores
Pentium e compatíveis.
Pentium P54C
Também chamado de Pentium Classic, ou simplesmente Pentium. Foi
lançado em 1993, nas versões de 60 e 66 MHz. Este processador era na
época muito caro, ainda reinavam no mercado os velhos processadores 486.
Processadores 486 continuaram a ser lançados pela própria Intel, e ainda
eram os mais vendidos. Um 486DX4 de 100 MHz, por exemplo, era tão
veloz quanto um Pentium-66 e custava muito menos. Apenas em 1995 o
Pentium começou a se tornar comum no mercado, quando a Intel reduziu os
seus preços ao mesmo tempo em que deixou de fabricar o 486.
Veja quantos anos se passam até que se faz necessário aumentar o número
de bits internos e externos de um processador. Vemos que o barramento
interno de 32 bits, que vigora até no recém lançado Pentium 4, é uma
característica que vem desde o 80386, datando de 1985. Apenas em 2001
chega ao mercado o Itanium, primeiro processador de 64 bits da Intel,
seguido pelo K8, da AMD.
Soquete Processadores
Socket 5 486, 486DX, 486SX, 486DX2, 486SX2, 486DX4, 5x86 e
compatíveis
Socket 7 Pentium, Pentium MMX, AMD K5, K6, K6-2, K6-III, Cyrix
6x86, 6x86MX, M-II, WinChip, Rise mP6.
Socket 8 Pentium Pro
Slot 1 Pentium II, Celeron, Pentium III
Slot A AMD Athlon
Socket 370 Pentium III, Celeron, Cyrix III
Socket A AMD Athlon, AMD Duron
Socket 423 Pentium 4
VRE: Utiliza tensões de 3,4 a 3,6 volts. Normalmente é programado para 3,5
volts.
Os bugs do Pentium
As primeiras versões do Pentium apresentavam um defeito de projeto que
resultava em erros em certos cálculos envonvendo instruções de divisão em
ponto flutuante (instrução FDIV). O problema estava localizado
especificamente na unidade de ponto flutuante. Apesar de ser muito
pequena a probabilidade de ocorrência de tais erros (só ocorria com certos
valores de operandos), o problema teve uma repercussão bastante negativa
para a Intel, que se viu obrigada a recolher todos os processadores Pentium
em poder de usuários finais, e fazer a troca por modelos com o problema
corrigido. O problema ocorreu com todas as versões de 60 e 66 MHz, e
ainda com alguns modelos de 90 e 100 MHz. O erro foi descoberto e todos
os modelos novos de 90 e 100 MHz, bem como as versões de 75, 120 MHz e
superiores (curiosamente o Pentium-75 foi lançado depois do Pentium-90 e
do Pentium-100, com o objetivo de competir em preço e desempenho com
os processadores 5x86 da AMD e Cyrix) já não apresentam mais o bug
FDIV.
O bug FDIV não era o único no Pentium, mas era o mais grave. Muitos
outros bugs foram encontrados. Alguns foram corrigidos, outros foram
publicados para que os projetistas e programadores tomassem as devidas
precauções para contorná-los. O mesmo problema que ocorria com a
6-30 Hardware Total
instrução matemática FDIV ocorria também com outras funções que
dependem dela, como FDIVP, FDIVR, FDIVRP, FIDIV, FIDIVR, FPREM,
FPREM1, FPTAN e FPATAN. Outros problemas menos graves também
ocorriam com a instrução FIST. Todas essas instruções são relativas à
unidade de ponto flutuante do Pentium.
Figura 6.19
Usando o PC-Check para verificar se o
Pentium instalado tem bugs.
Pentium MMX
Para aumentar o desempenho de programas que fazem processamento de
gráficos, imagens e sons, a Intel adicionou ao Pentium, 57 novas instruções
específicas para a execução rápida deste tipo de processamento. São
chamadas de instruções MMX (MMX=Multimedia Extensions). Uma única
instrução MMX realiza o processamento equivalente ao de várias instruções
6-32 Hardware Total
comuns. Essas instruções realizam por hardware, cálculos característicos que
aparecem com muita freqüência no processamento de sons e imagens. As
instruções MMX não aumentam de forma automática a velocidade da
execução de programas, mas possibilitam que os produtores de software
criem novos programas, aproveitando este recurso para que o processamento
de áudio e vídeo fique mais veloz. O ganho de velocidade nessas operações
pode chegar a 400%. Depois do lançamento desta versão do Pentium, todos
os processadores passaram a utilizar a tecnologia MMX, além de outras
extensões (grupos de novas instruções) próprias para processamento 3D,
processamento de sons e imagens. Os resultados foram tão bons que novos
processadores passaram a utilizar tanto as instruções MMX quanto novas
extensões:
Entre 1997 e 1999 foram lançadas versões especiais do Pentium MMX para
computadores portáteis. Apresentam baixo consumo de energia e utilizam a
tecnologia de 0,25 micron, com clocks de 200, 233, 266 e 300 MHz.
Placas de CPU que suportam o Pentium MMX precisam ser capazes de gerar
as duas voltagens exigidas pelo processador: 2,8 e 3,3 volts. Placas de CPU
lançadas na época (1997) estão preparadas para gerar essas tensões. As
placas de CPU com Socket 7 de fabricação ainda mais recente (meados de
1998 em diante) podem gerar praticamente qualquer voltagem interna para o
processador, entre 2.0 volts e 3.5 volts.
Qualquer processador Pentium, com clocks entre 60 e 166 MHz, pode ser
substituído por um Overdrive MMX correspondente, de acordo com a
tabela acima. A princípio o Pentium-200 também pode ser substituído pelo
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-37
Overdrive BOXPODPMT66x200, mas não existiria vantagem em clock,
estaria apenas sendo incorporada a tecnologia MMX. Note que não existem
Overdrives MMX para substituir processadores Pentium-60 e Pentium-66.
Todos os Overdrives Pentium MMX recebem tensão de 3,3 volts e usam seu
regulador interno para gerar os 2,8 volts exigidos pelo núcleo do Pentium
MMX.
Processadores AMD
A AMD sempre foi uma grande produtora de chips, não apenas de
processadores, mas também de memórias e outros tipos de circuitos. Desde
os anos 70, atua como segundo fornecedor de chips Intel. A Intel licenciava
a AMD, vendendo todos os projetos, para produzir processadores idênticos
aos seus, apenas alterando o seu nome. A partir do processador 386, a AMD
começou a atuar como concorrente da Intel, produzindo chips compatíveis,
similares, de bom desempenho e mais baratos. Isto ocorreu em 1992, quando
o 486 era o processador mais veloz, mas o 386 ainda era o mais usado, A
AMD produziu o seu excelente processador AM386DX-40, um grande
sucesso de vendas. Entre 1992 e 1993, quem não tinha dinheiro para
comprar um caríssimo PC 486, optava por um equipado com o 386DX-40 da
AMD.
AMD K5
Você não encontrará mais à venda, processadores AMD K5. Este foi o
primeiro chip compatível com o Pentium lançado pela AMD. Apesar de
veloz, inteiramente compatível com o Pentium e bem mais barato, demorou
muito a chegar ao mercado. Quando a Intel já oferecia o Pentium de 200
MHz, o K5 ainda estava na marca de PR133 (similar a 133 MHz).
Posteriormente foi lançada uma versão PR166, mas logo deixou o mercado,
incapaz de competir com o Pentium MMX. Ainda assim, é possível que você
precise fazer expansões ou manutenção em PCs baseados no K5.
Figura 6.21
Processador AMD-K5.
Processador AMD K5
Lançamento 1996
Transistores 4.300.000
Tecnologia 0,35
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 75-116,7 MHz
Consumo 12 a 16 W
AMD K6
Este chip marcou o início da disparada da AMD na briga pelo mercado de
processadores. Era muito mais veloz que o K5, e ainda dotado de instruções
MMX. Era comum dizer na época (1997) que o K6 era o inimigo número 1
da Intel. Mais barato e mais veloz que um Pentium MMX de mesmo clock, o
AMD K6 chegava mesmo a concorrer com o Pentium II. Essa concorrência
provocou uma redução nos preços dos processadores Pentium II, para a
alegria dos usuários.
6-40 Hardware Total
Figura 6.22
AMD K6 de 233 MHz.
Processador AMD K6
Lançamento 1997
Transistores 8.800.000
Tecnologia 0,35 / 0,25
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-41
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Clock 166 a 300 MHz
Consumo 12 a 28 W
Figura 6.23
Identificando um AMD K6 modelo 6.
Figura 6.25
Dissipação de calor no AMD K6 modelo 7.
Figura 6.26
Identificação do AMD K6 modelo 7.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-43
Mesmo que você não tenha essas tabelas à mão, ou que identifique outras
siglas, ainda conseguirá identificar a voltagem com muita facilidade. Esta
voltagem, além de estar indicada por códigos, ainda estará indicada
explicitamente na face superior (ou na inferior) do processador, como mostra
a figura 27. Muitas vezes estão indicadas as voltagens interna (core) e externa
(I/O). Outras vezes, apenas a interna está indicada. A voltagem externa é 3,3
volts, padronizada em todos os processadores modernos.
Figura 6.27
O AMD K6, assim como a maioria dos
processadores, traz estampada a sua voltagem
de operação interna (Core), e a externa (I/O).
Fabricante Chipset
VIA Apollo MVP3
ALI Aladdin V
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-45
SiS SiS 5591, 5595
AMD K6-2
Este processador já foi chamado, na época do seu lançamento, de “K6 3D”,
e pouco tempo depois teve o nome trocado para K6-2. Ao mesmo tempo em
que foram lançados chipsets para a plataforma Super 7, com clock externo
de 100MHz, começaram a surgir processadores utilizando este recurso. O
primeiro deles foi o AMD K6-2. Além de usar o Super 7, este processador
incorpora a tecnologia AMD 3D Now!, uma espécie de MMX voltada para
processamento de imagens tridimensionais. Com essas novas instruções,
programas que utilizam gráficos 3D, particularmente jogos, passaram a ter
um grande aumento no desempenho.
Assim como o K6, o K6-2 tem uma cache L1 de 64 kB, dividida em duas
seções de 32 kB, sendo uma para dados e outra para código. O K6-2 é na
verdade bastante similar ao K6, usando a mesma arquitetura interna. As
diferenças fundamentais são:
Figura 6.28
Processador AMD K6-2. O K6-III tem aparência
semelhante.
Figura 6.29
Onde atuam as instruções 3D Now!.
Figura 6.30
Identificação dos processadores AMD K6-
2.
F = 2.2 volts
G = 2.3 volts
H = 2.4 volts
Q = 0C a 60C
R = 0C a 70C
X = 0C a 65C
K6-2/400 AFQ: Dissipa 22,7 W. Não é muito, mas suporta apenas 60C.
Melhor que ele é o K6-2/400 AFR, com 16,9 W e suportando 70C.
AMD K6-III
Este processador foi chamado, na época do seu lançamento, de K6+3D.
Teve logo o nome trocado para K6-III, visando concorrer com o Pentium III.
Tinha uma grande vantagem sobre o K6-2: uma cache L2 operando com o
mesmo clock do processador. No K6-2 a cache L2 ficava ligada ao
barramento externo, operando com 100 MHz. Nos processadores mais
antigos, a cache L2 operava com apenas 66 MHz. Como resultado a taxa de
transferência de dados entre a cache e o processador é de 528 MB/s (no
barramento de 66 MHz) ou 800 MB/s (no barramento de 100 MHz). Nesta
nova versão do K6, um excelente desempenho é obtido com a cache L2
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-53
acompanhando o clock do processador. Em um processador AMD K6-III de
400 MHz, a cache L2 opera também com 400 MHz, o que permite transferir
dados à taxa de 3,2 GB/s. Isto dá ao K6-III um desempenho similar ao de
um Pentium II ou Pentium III.
Como vimos, o K6-III tinha no seu núcleo, caches L1 (64 kB) e L2 (256 kB).
Podia ser instalado em placas de CPU para K6-2, que já tinham cache
externa. Sendo assim, a cache existente na placa de CPU era de nível 3 (L3).
*** 75%
***
Figura
6.31
Relação entre
as caches de
um K6-III/400.
O K6-III foi lançado apenas nas versões de 400 e 450 MHz. Existem versões
com tensão interna de 2,2 volts e de 2,4 volts. A tabela que se segue resume
as características desses modelos. Observe que os modelos de 2,4 volts são
bastante quentes, chegando a dissipar quase 30 watts. É preciso utilizar um
cooler de bom tamanho, acoplado ao processador com pasta térmica.
Processadores Cyrix
Depois de lançar processadores controvertidos como o Cx486DLC (um 386
melhorado, que foi por muitos confundido com o 486), outros compatíveis
com o 486 (Cx486DX2 e Cx486DX4), e outro intermediário entre o 486 e o
Pentium (Cyrix 5x86), a Cyrix finalmente lançou um chip compatível com o
Pentium, usado em placas equipadas com o Socket 7. Era o Cyrix 6x86,
disponível nas versões PR120, PR133, PR150, PR166 e PR200.
Cyrix 6x86
Ao contrário do que ocorreu com o AMD-K5, o 6x86 realmente chegou a
concorrer com o Pentium. Algumas de suas versões, ao serem lançadas,
eram mais velozes que a versão mais rápida disponível do Pentium. Por
exemplo, quando foi lançado o 6x86 PR200, o Pentium mais veloz era o de
166 MHz. Só depois de algum tempo foi lançado o Pentium-200. Mais tarde
com o lançamento do Pentium MMX, o 6x86 também foi atualizado,
passando a incluir as mesmas instruções MMX. Passou então a ser chamado
de 6x86MX.
A Cyrix sempre criou chips velozes, muitas vezes melhores que os da Intel,
mas também sempre teve um grande problema, que era a falta de uma
planta industrial de alta capacidade. Em outras palavras, era capaz de
desenvolver chips muito velozes, mas não tinha fábricas para produzi-los. Por
isso, fazia contratos com outras empresas para que produzissem seus chips,
como a Texas e a IBM. Quando foi comprada pena National
Semiconductor, passou a ter chances de não apenas criar bons chips, mas
6-56 Hardware Total
também produzi-los em alta escala, assumindo assim, sua merecida fatia no
mercado de processadores. Infelizmente não foi o que ocorreu. A atuação da
National não foi a esperada, e a sua porção “Cyrix” acabou sendo
novamente vendida, desta vez para a VIA Technologies, fabricante de
chipsets.
Figura 6.32
Cyrix 6x86.
Bem curiosos são os clocks do 6x86. Seus clocks externos podem ser de 40,
50, 55, 60, 66 ou 75 MHz. Utiliza uma indicação PR (Pentium Rating) similar
à do AMD K5 para designar o desempenho. O PR não coincide com o valor
do clock. A tabela que se segue mostra as versões do 6x86, bem como seus
clocks internos e externos.
A cache L1 do Cyrix 6x86 era unificada, ou seja, era utilizada para código e
dados. Outros processadores da época, bem como os modelos modernos,
utilizam cache L1 dividida em duas seções independentes (em geral de
mesmo tamanho), sendo uma para código e outra para dados.
Outro fato curioso pode ser também observado pela tabela acima. A
unidade de ponto flutuante da Intel é melhor que as da AMD e da Cyrix,
pelo menos para os processadores citados. A do Pentium leva pequena
vantagem sobre a do K6, enquanto a do 6x86 mostrou ser bem mais lenta.
Um 6x86-P200+ pode ser sensivelmente mais veloz que um Pentium-200 para
processamentos comuns, mas ao executar tarefas numéricas, mais parece um
Pentium-100.
Cyrix 6x86MX
Depois que a Intel lançou o Pentium MMX, tanto a AMD como a Cyrix
desenvolveram também seus chips de alto desempenho e com tecnologia
MMX. É o caso do AMD K6, e também do Cyrix 6x86MX. As placas de
CPU Pentium produzidas a partir de 1997 suportam um número ainda maior
de processadores, graças à compatibilidade com modelos da AMD e da
Cyrix.
6-60 Hardware Total
Figura 6.33
Cyrix 6x86MX.
Cyrix M II
Cerca de 1 ano após o seu lançamento, o 6x86MX teve seu nome mudado
para M II. A troca de nome foi uma manobra de marketing, visando
concorrer com o Pentium II, mais especificamente com o Celeron, ambos da
Intel. Algumas versões mais velozes foram lançadas, mas logo a seguir a
Cyrix começou a declinar, tendo sua participação no mercado cada vez mais
reduzida. A National Semiconductor falhou na tarefa de produzir bons
processadores, e seu terceiro lugar tornou-se cada vez mais distanciado dos
líderes Intel e AMD.
Figura 6.34
Processador Cyrix M II/333.
Sua versão inicial PR300 ainda usava a tecnologia de 0,35 micron, mas novas
versões passaram a utilizar a tecnologia de 0,25 micron, resultando em chips
mais velozes e mais baratos.
A Cyrix possui modelos com clocks externos de 66, 75, 83 e 100 MHz, e
diferentes multiplicadores. A tabela a seguir apresenta como exemplo, os
clocks usados pelo Cyrix M II.
Como vemos, o Cyrix MII PR333 opera na verdade com o clock interno de
250 MHz. O Cyrix MII PR300 é oferecido em duas versões, uma de 225
MHz e outra de 233 MHz. O índice PR300 significa que o Pentium MMX,
para alcançar desempenho semelhante no processamento de aplicativos de
32 bits do Windows, precisaria operar a 300 MHz.
Em resumo, o M-II PR300 é um processador de 233 (ou 225) MHz, tão veloz
quanto um AMD K6 de 233 MHz, e sensivelmente mais veloz que um
Pentium MMX-300 (lembrando que o Pentium MMX-300 foi produzido
apenas em versões para notebooks), mas com um custo bastante acessível. O
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-63
M-II PR333 é um processador de 250 MHz, com velocidade de
processamento não numérico similar à de um AMD K6-2/233 (o K6-2 ganha
na velocidade de processamento numérico). Foi um processador bastante
adequado aos PCs de baixo custo.
Processador Cyrix M II
Lançamento 1998
Tecnologia 0,25
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB, unificada
Clock 225-250 MHz
Consumo 25 a 28 W
Figura 6.35
Processador WinChip.
Processador WinChip C6
Lançamento 1998
Tecnologia 0,35
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-65
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB
Clock 180 a 240 MHz
Consumo 9 a 16 W
Processador WinChip 2
Lançamento 1999
Tecnologia 0,25
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de 4 GB
endereçamento
Cache L1 64 kB
6-66 Hardware Total
Clock PR200 a PR300
Consumo 9 a 16 W
Resumo
Todos os processadores citatos nesta seção são compatíveis com o Pentium,
portanto possuem várias características semelhantes. Todos operam com 32
bits internos, 64 bits externos e barramento de endereços com 32 bits,
podendo endereçar até 4 GB de memória. Todos eles possuem unidades de
ponto flutuante integradas ao seu núcleo. Existem entretanto diferenças nos
tamanhos das caches L1 e nos nos conjuntos de instruções (MMX, 3D Now,
por exemplo). Também chama atenção a cache L2 do K6-III, que é
integrada ao processador.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-67
Processador Bits Bits Memória Clock Cache Recursos
internos e de máxima máximo L1
externos endereço
Pentium P54C 32 / 64 32 4 GB 200 MHz 16 kB -
Pentium MMX 32 / 64 32 4 GB 300 MHz 32 kB MMX
AMD K5 32 / 64 32 4 GB PR166 24 kB -
AMD K6 32 / 64 32 4 GB 300 MHz 64 kB MMX
AMD K6-2 32 / 64 32 4 GB 550 MHz 64 kB MMX, 3D Now
AMD K6-III 32 / 64 32 4 GB 450 MHz 64 kB * MMX, 3D Now
Cyrix 6x86 32 / 64 32 4 GB PR200 16 kB -
Cyrix 6x86MX 32 / 64 32 4 GB PR266 64 kB MMX
Cyrix M II 32 / 64 32 4 GB PR333 64 kB MMX
Winchip C6 32 / 64 32 4 GB PR200 64 kB MMX
Winchip 2 32 / 64 32 4 GB PR300 64 kB MMX, 3D Now
Rise mP6 32 / 64 32 4 GB 266 MHz 64 kB MMX
* OBS: O K6-III é o único deste grupo que possui, além da cache L1, uma
cache L2 integrada ao seu núcleo, com 256 kB.
Arquitetura P6
Estudaremos agora os processadores de 6a geração produzidos pela Intel. Seu
primeiro processador foi o Pentium Pro, lançado em 1995. Processadores de
6a geração foram bastante utilizados a partir de 1998, e ainda em 2001 eram
populares. São os seguintes processadores:
Pentium Pro
Pentium II
Pentium II Xeon
Celeron
Pentium III
Pentium III Xeon
Pentium Pro
O Pentium Pro foi o primeiro processador de 6a geração lançado pela Intel.
Inicialmente chamado de P6, foi lançado em 1995, voltado para o mercado
de servidores. Este processador opera com 32 bits, e utiliza memórias de 64
6-68 Hardware Total
bits, da mesma forma como ocorre com o Pentium. Seu projeto foi otimizado
para realizar processamento de 32 bits, sendo neste tipo de aplicação, mais
veloz que o Pentium comum. Entretanto, perde para o Pentium ao realizar
processamento de 16 bits, comum em muitos programas do Windows e nos
jogos para MS-DOS, comuns na época do seu lançamento. Desta forma o
Pentium Pro não poderia ser usado de forma eficiente e competitiva para os
PCs de uso pessoal.
Figura 6.36
Núcleo do Pentium Pro, com seus 5,5
milhões de transistores.
O Pentium Pro era muito caro, e um dos motivos do preço elevado era a sua
cache L2 de 256 kB ou 512 kB integrada ao processador (coisa que na época
era difícil de ser implementada com baixo custo). A maioria dos
computadores usados entre 1995 e 1998 usavam muitos programas de 16
bits, e neste tipo de programa o Pentium comum e o Pentium MMX eram
mais eficientes. O Pentium Pro por sua vez era mais eficiente apenas para
processar instruções de bits, sendo menos eficiente para 16 bits.
Apesar de não ter sido muito conhecido pelos usuários comuns, o Pentium
Pro deu origem aos populares Pentium II, Celeron e Pentium III. Sua
microarquitetura P6, foi integralmente utilizada no Pentium II, após sofrer
modificações nas caches L1 e L2. A Intel passou a oferecer o Pentium II
(1997) e o Celeron (1998) para os computadores pessoais, e o Pentium II
Xeon para servidores (uma versão com cache L2 mais rápida e em maior
quantidade). O Pentium II Xeon, abordado mais adiante neste capítulo, foi o
substituto do Pentium Pro para uso em servidores.
Pentium II
Podemos considerar o Pentium II como um “relançamento” do Pentium Pro,
com novas características, sendo as principais delas:
Figura 6.38
Processador Pentium II.
Processador Pentium II
Lançamento 1997
Transistores no núcleo 7.500.000
Tecnologia do núcleo 0,35 / 0,25
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 36 bits
Capacidade de endereçamento 64 GB
Clock 233 a 450 MHz
Consumo 19 a 43 W
Cache L1 32 kB
Cache L2 512 kB
Figura 6.40
Identificação da voltagem do
processador.
233, 266, 300 e 333 MHz: operam com clock externo de 66 MHz
350, 400 e 450 MHz: operam com clock externo de 100 MHz
Pentium II Xeon
Esta é uma versão especial do Pentium II, porém otimizada para uso em
servidores e outros computadores que necessitem de desempenho mais
elevado. Suas principais características avançadas foram posteriormente
incorporadas em processadores mais novos, como o Pentium III e superiores.
Figura 6.42
Pentium II Xeon. No detalhe vemos a
placa existente no seu interior. A parte
mais próxima do conector é o
processador, e o chip na parte superior
da placa é a cache L2.
O Pentium II Xeon utiliza um slot parecido com o do Pentium II, mas não
idêntico. Enquanto o Pentium II usa o chamado Slot 1, o Pentium II Xeon
usa o chamado Slot 2. Não podemos instalar um Pentium II Xeon em placas
de CPU para Pentium II, nem vice-versa. No interior do Pentium II Xeon
encontramos, além do núcleo do processador, chips de memória SRAM
extremamente velozes para formar a cache L2. Esta cache opera com a
mesma freqüência do núcleo do processador (lembre-se que no Pentium II, a
cache L2 opera com a metade da freqüência do núcleo). Foram produzidas
versões com caches L2 de 512kB, 1 MB e 2 MB. Portanto em um Pentium II
Xeon de 400 MHz, a cache L2 opera com 400 MHz, e não apenas com 200
MHz como no Pentium II. Além disso, o barramento externo opera com 100
MHz. Não foram lançadas versões do Pentium II Xeon com barramentos de
66 MHz.
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-77
Muitas placas de CPU para este processador possuem dois slots, permitindo
a instalação de dois processadores, um recurso útil em servidores e
suportado por sistemas operacionais apropriados, como o Windows NT. É
possível conectar até 4 processadores Pentium II Xeon, utilizando placas de
CPU apropriadas.
Celeron
Partindo do Pentium II, lançado em 1997, a Intel lançou em 1998 dois novos
processadores. O Pentium II Xeon era voltado para PCs de altíssimo
desempenho e servidores, enquanto o Celeron era um modelo para PCs
simples. A principal diferença está nas caches L2:
Processador Cache L2
Pentium II 512 kB, operando com a metade do clock do núcleo
Pentium II Xeon 512 kB, 1 MB e 2 MB, operando na freqüência do núcleo
6-78 Hardware Total
Celeron Sem cache L2
Este processador pode ser instalado nas mesmas placas de CPU projetadas
para o Pentium II. O Celeron era uma alternativa barata em relação ao
Pentium II, apesar de não apresentar vantagens em relação aos outros
processadores para a sua faixa de preço, produzidos pela AMD e Cyrix.
Pouco depois o Celeron sofreu melhoramentos e passou e incluir uma cache
L2 de 128 kB. Apesar de ser 4 vezes menor que os 512 kB da cache L2 do
Pentium II, a cache L2 da nova versão do Celeron (chamada inicialmente de
Celeron-A) era integrada ao núcleo, e não formada por chips de memória
isolados. Esta nova versão do Celeron foi o primeiro processador a integrar a
cache L2 diretamente no núcleo, e operando com plena freqüência. Isto
siginfica que o Celeron-A/300 tinha a cache L2 operando a 300 MHz, e não
com os 150 MHz do Pentium II/300.
Figura 6.43
Uma das primeiras versões do Celeron,
ainda usando o encapsulamento SEPP
para Slot 1.
Processador Celeron
Lançamento 1998
Transistores 7.500.000 (sem L2) / 19.000.000 (128 kB L2)
Capítulo 6 – Processadores descontinuados 6-79
Tecnologia 0,25 / 0,18
Barramento de dados 64 bits
Barramento de endereços 32 bits
Capacidade de endereçamento 4 GB
Clock 266 MHz a 900+ MHz
Consumo 14 a 27 W
Cache L1 32 kB
Cache L2 0 kB (antigos), 128 kB (novos)
Figura 6.44
Processador Celeron PPGA - Socket 370.
Figura 6.45
Celeron com encapsulamento FC-PGA.
Resumo
Vamos apenas apresentar uma tabela que resume algumas características dos
processadores de arquitetura P6 estudados até agora.