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° 5 | 2006 | (161-167) 161

Museus e públicos: estabelecer relações, construir saberes


S U S A N A G O M E S DA S I LVA * [ ssilva@gulbenkian.pt ]

Nas últimas décadas, a sociedade da informação torno dos desafios da contemporaneidade, não deixa
e do conhecimento tem vindo a colocar enormes de ser uma resposta a este movimento de transfor-
desafios e transformações às instituições dedicadas mação, reforçando e validando a tomada de
à “troca de informação e à formação do conheci- consciência do valor educativo dos museus e
mento” 1, nas quais os museus se encontram contribuindo para este campo com conceitos e
claramente incluídos. instrumentos que têm ajudado a delinear novos
Como consequência, os museus têm vindo a ser paradigmas de actuação, novos pontos de partida e
confrontados com a necessidade de repensarem o novas relações, nomeadamente no âmbito dos
seu papel e, em última análise, a própria identidade serviços educativos, suas funções e seus públicos.
e relevância, enquanto espaços de construção do O público escolar e o público infanto-juvenil são
conhecimento, o que lhes tem colocado desafios e dos mais representados nas estatísticas dos
aberto oportunidades para o desenvolvimento de visitantes de museus e aqueles que mobilizam a
novas estratégias de relacionamento com os públicos maior parte dos recursos educativos destas
e com as colecções, repensando e reequacionando instituições e, embora seja crucial reforçar que não
os espaços e as formas para este encontro. se pode (nem deve!) de forma alguma reduzir a
A emergência e consolidação da Educação função educativa dos museus ao trabalho realizado
Museal2, enquanto campo de estudos transversal e com grupos escolares e crianças3, é importante
fundamental para o desenvolvimento de um reconhecer a importância e o peso destes segmentos
trabalho educativo consolidado e estruturado em de público na programação destas instituições.

* Coordenadora do Sector de Educação do Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão – Fundação Calouste Gulbenkian.
1 “The nature of information change and knowledge shaping” (Silverman, 1995: 161).
2 O termo Educação Museal é ainda estranho no campo dos estudos sobre museus, em Portugal. Esta situação deve-se, a nosso ver, por
um lado, ao facto de a maioria dos programas de estudos em museologia ainda tratarem a educação como uma área académica
periférica, o que não tem contribuído para a publicação de estudos capazes de promover a criação de um glossário que dê forma aos
recentes conceitos educativos na área museológica, e, por outro, à ainda extremamente precária situação dos serviços educativos nos
museus portugueses que, apesar de terem crescido nos últimos anos, ainda só marcam presença em apenas 48% dos museus nacionais.
(Santos, 2005).
3 Cada vez mais o campo da educação museal exalta o espaço museológico como um espaço para o debate e a construção de ideias

numa lógica de aprendizagem ao longo de toda a vida (long life learning) o que pressupõe um alargamento da noção de público
tradicional. Neste sentido, os museus, através da sua programação, procuram investir, progressivamente, na conquista, diversificação,
integração e fidelização de múltiplas audiências (a partir do universo de públicos reais e potenciais), nomeadamente, dos públicos
adulto e sénior (que têm vindo a adquirir um crescente relevo nos programas de actividades educativas e culturais, desenvolvidas por
estas instituições).
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As visitas a museus são momentos privilegiados Revestida, normalmente, de uma dupla componente
de aprendizagem, proporcionando uma combinação de aprendizagem e lazer, integrada no plano
de lazer e educação (edutainment – Mintz, 1994) extracurricular das escolas e abarcando frequente-
que se entretece com as experiências e vivências dos mente uma perspectiva multidisciplinar a nível de
indivíduos, perdurando na memória muito para além conhecimentos e objectivos, uma ida ao museu é
do momento em que acontecem. comummente considerada como um momento
De certa forma, é justamente neste espaço de privilegiado de aprendizagem fora do âmbito
confluência entre o lazer e a aprendizagem que educativo do regime lectivo da sala de aula. Talvez
reside um dos maiores potenciais do trabalho por esse motivo seja, ainda hoje, uma das activi-
educativo em ambiente de museus e um dos dades com maior representatividade nos programas
espaços mais frutíferos para a construção de educativos desenvolvidos pelos museus, mas
relações duradouras e efectivas com os públicos. felizmente não a única.
Importa, por isso, referir algumas das premissas No entanto, as aprendizagens efectivas que
que permitem aprofundar e enriquecer esta resultam de uma visita (escolar ou não) e a forma
relação e pensar de que forma a sua aplicação como estas se processam assentam em formas de
contribui para a construção de uma programação comunicação e sociabilização com uma importante
e oferta cada vez mais diversificadas e trans- dimensão sensorial, afectiva e vivencial, pelo que
versais, capazes de promover uma experiência não podem ser consideradas de forma isolada na
educativa de longa duração potenciadora de vida dos indivíduos, nem enquadradas de forma
aprendizagens efectivas e significativas, propor- linear no sistema de educação formal como resposta
cionando, assim, a formação e fidelização de uma directa às necessidades do programa curricular.
audiência de museus activa, participativa e crítica A sua mais valia, muito pelo contrário, consiste
que confira um sentido ao seu papel enquanto justamente em explorar aquilo que é específico do
instituições culturais e educativas, numa socie- museu enquanto espaço de educação não formal,
dade em permanente mudança. potenciando as aprendizagens enquanto processos
Criar públicos que, mais que utilizadores, sejam amplos, globais e vivenciais.
participantes e “revisitantes”. Os museus em geral, e as exposições em
particular, têm o potencial de ampliar, expandir e
reestruturar os esquemas conceptuais e mentais dos
1. A visita ao museu: um espaço de construção
visitantes (Falk et al., 1998; Falk e Dierking, 2000).
A visita de estudo ao museu há muito que se Esta ampliação e reestruturação é o resultado de um
institucionalizou como parte fundamental de processo de interpretação aberto e activo feito por
qualquer plano anual de actividades escolares. cada um dos indivíduos que nela participam. Assim,
ainda que integrada no plano de actividades extra-
curriculares (ou numa decisão de ocupação de
tempos livres ao fim-de-semana), uma ida ao museu
é sempre uma experiência global que depende tanto
das expectativas e agendas pessoais4 (Falk et al.,
1998) de cada indivíduo, quanto das actividades
desenvolvidas no próprio espaço visitado, funcio-

4 Entenda-se aqui a noção de agenda como o conjunto de


motivações, interesses, expectativas que os visitantes têm para
visitar determinado espaço, ou seja, o conjunto de razões
(pessoais, sociais, profissionais, etc.) que os levam a incluir tal
visita no conjunto de actividades que constam das suas
“agendas pessoais” e que determinam a prioridade, duração,
interesse e disponibilidade atribuída ao evento.
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nando como uma importante articulação entre o erigindo-se como um interface onde se conjugam
passado (os conhecimentos prévios, as expectativas todos os lugares de onde se parte (Hernández, 2000)
trazidas), o presente (o momento em que o contacto e, todos os lugares a que se (pode) chega(r).
se dá) e o futuro (a projecção da experiência na vida Entendemos ser precisamente aqui que reside
futura dos indivíduos). um dos desafios mais interessantes e frutíferos para
Todos os indivíduos chegam ao museu com uma os serviços educativos dos museus: a possibilidade e
série de interesses e motivações prévias, baseadas a capacidade de se assumirem como espaços para o
na sua experiência de vida, na sua idade, nos seus cruzamento de “olhares” e de leituras numa
conhecimentos, na sua posição social, económica e plataforma dinâmica e em permanente mudança tal
cultural, que, no seu conjunto, irão necessariamente como a própria sociedade contemporânea em que
estruturar e enquadrar as suas experiências dentro se inserem.
do museu e, naturalmente, as suas aprendizagens. Para isso, a programação educativa tem de poder
Inserido num continuum temporal que trans- reflectir e estimular esta multiplicidade nas
cende em muito o momento da visita em si, este propostas e nas abordagens, assentando nas linhas
momento de contacto e construção faz sentido para identitárias que lhes permitem, por um lado
os indivíduos numa lógica vivencial e experiencial consolidar e enriquecer o espaço que lhes é próprio
muito mais do que puramente cognitiva. Por este – o da educação não formal (resistindo ao convite
motivo, alguns autores (Falk e Dierking, 1992) têm de se tornarem uma extensão da escola e da
optado por conceber as aprendizagens passíveis de academia ou um mero espaço de entretenimento) –
ser desenvolvidas no espaço museológico como um e por outro, permitir aos museus afirmarem-se na
todo, englobando-as num processo mais amplo que sociedade de consumo, sem complexos, assumindo
designam por “experiência museal”5. o seu papel específico na indústria do lazer,
Esta experiência – entendida como o conjunto encontrando e desenvolvendo fórmulas que
total de aprendizagens, emoções, sensações e enfatizem o seu potencial enquanto territórios de
vivências experimentadas como resultado da cruzamento e expansão dentro de um novo
interacção com os objectos, as ideias, os conceitos, paradigma, o do edutainment (Mintz, 1994).
os discursos e os espaços dos museus – é moldada
pela intersecção de 3 contextos fundamentais: o
2. A programação educativa do Centro de Arte
contexto pessoal, o contexto social e o contexto
Moderna José de Azeredo Perdigão: uma
físico. Para Falk e Dierking (1992) é justamente neste
breve apresentação
espaço de intersecção que se constrói e define a
experiência que perdurará na memória dos O Sector de Educação do Centro de Arte
indivíduos, potenciando a construção de aprendi- Moderna José de Azeredo Perdigão (CAMJAP),
zagens duradouras, significativas e efectivas. criado em Julho de 2002, nasceu do desejo de dotar
Estas aprendizagens, parte integrante da o museu de um espaço para a interpretação da sua
experiência global, serão, portanto, aquelas que colecção e suas exposições e para a comunicação
resultem da conjugação do património cultural, com as audiências, aprofundando e desenvolvendo
social e emocional que os indivíduos trazem consigo as existentes premissas basilares sobre as quais
(a sua biografia), com aquilo que a instituição assentava já a missão da instituição:
visitada (com os seus objectos, colecções, activi-
a) Divulgar e estudar a arte moderna e contem-
dades, programas e serviços) é capaz de lhes
porânea, com especial incidência na arte
proporcionar. E é justamente nesse espaço híbrido
portuguesa, através da apresentação perma-
de confluência e confronto de ideias que o trabalho
nente de obras da colecção do Centro e da
dos serviços educativos se realiza plenamente,
organização de exposições temporárias;
b) Desenvolver o interesse do público pela arte
5 Da expressão inglesa “museum experience”. moderna e contemporânea, através de acções
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nas áreas da educação, da divulgação e da quer à comunidade escolar (professores, educadores,


animação e da captação de públicos através de alunos de todos os níveis de ensino), quer aos
programas específicos6. restantes públicos especialistas e não especialistas
(crianças, jovens, adultos, famílias, pessoas com
Surgido num momento de reestruturação necessidades educativas especiais e/ou portadoras
orgânica7, o novo sector apresentou-se como uma de deficiência, seniores, profissionais da educação,
oportunidade de criar um espaço simultaneamente dos museus e da cultura), erigindo-se como um
capaz de alargar (e, de alguma forma, reequacionar) espaço vital de comunicação, construção, criativi-
os objectivos definidos estatutariamente pela dade e relacionamento.
instituição, e de responder aos actuais desafios Concebemos a Arte sobretudo como um conceito
enfrentados pela Educação Museal, enquadrando a cultural que integra, tanto um conjunto de manifes-
linha educativa e os programas a desenvolver tações e produções “artísticas” que a caracterizam,
futuramente no movimento muito mais amplo de como o sistema que as classifica. Como tal, refor-
renovação e reinvenção do papel dos serviços çamos a “importância de olhar a ‘arte’ como uma
educativos, enquanto espaços de construção e representação de significados” (Hernández, 2000:
partilha de saberes que temos vindo a enunciar. 129) dentro de um contexto cultural, histórico,
Neste sentido, a missão do Sector de Educação social, económico, político e simbólico específico,
do CAMJAP procurou estruturar-se em torno de procurando promover um olhar situado e informado,
quatro eixos fundamentais, num claro intuito de capaz de ler os objectos artísticos (e museológicos!)
amplificar as premissas iniciais: nas suas várias dimensões e esferas discursivas e
simbólicas.
a) a divulgação e interpretação da arte moderna e
Trabalhando sobretudo com uma colecção de
contemporânea (a partir da colecção e exposi-
Arte Moderna e Contemporânea, interessa-nos
ções), numa perspectiva de plurivocalidade e
integrar a produção artística nas problemáticas da
interculturalidade, integrando-a nos desafios e
sociedade contemporânea, concebendo o trabalho
problemáticas da Cultura Visual e seu papel na
com as obras de arte como portas abertas para a
sociedade contemporânea;
reflexão e o debate sobre o mundo que nos rodeia,
b) o desenvolvimento de uma programação diversi- nomeadamente as suas culturas visual e material
ficada e transversal, assente numa perspectiva enquanto construtoras de discursos e práticas
educativa construtivista crítica, capaz de promover identitárias, a partir das quais os indivíduos desenham
o cruzamento de olhares e leituras e de contribuir e constroem os seus universos de referência.
para o alargamento das acessibilidades;
c) a construção de espaços de reflexão, diálogo e 6Documento interno do Centro de Arte Moderna José de Azeredo
Perdigão (CAMJAP, 2000).
debate a partir da Arte Moderna e Contem-
porânea e seus campos de estudo associados; 7 Em 2001, o Centro de Arte Moderna José de Azeredo Perdigão
(CAMJAP) sofreu uma reestruturação orgânica que acarretou a
d) a construção de um espaço para a reflexão, extinção de alguns serviços e o nascimento de outros. Desta
promoção e debate sobre a Educação Museal e forma, o antigo Centro Artístico Infantil (CAI), uma estrutura
criada na década de 1980 na senda do movimento da Educação
seus contributos para a prática educativa actual pela Arte em Portugal, foi completamente reequacionado e
em ambiente de museu. integrado no novo Serviço Educativo do CAMJAP. De certa forma,
esta reestruturação veio permitir a criação de um espaço
educativo directamente relacionado com o museu e assente nas
Assente nestas premissas, desde o seu início que premissas da actual educação museal, uma vez que o antigo CAI
o Sector de Educação tem procurado desenvolver funcionava de forma autónoma, num edifício à parte, nunca se
uma programação variada – publicações didácticas tendo instituído como um espaço direccionado para a
e lúdicas, visitas guiadas, visitas-jogo, ciclos interpretação e exploração da colecção. O nascimento do Sector
de Educação do CAMJAP assumiu-se, assim, desde o primeiro
temáticos, oficinas de expressão artística (de longa, momento, como o espaço para um trabalho directo com a
média e curta duração), cursos e debates – dirigida colecção e exposições temporárias.
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Interessa-nos, acima de tudo, ir mais além do público adulto (especializado e não especializado)
olhar, mais além dos objectos, desenvolvendo uma em eventos de cruzamento de olhares, como são as
literacia visual fundamental para a interpretação da parcerias com exposições promovidas por outros
cultura visual na qual estamos imersos, pelo que serviços da Fundação ou outras instituições parceiras.
assentamos o nosso trabalho numa equipa multifa-
cetada de colaboradores internos (funcionários da Só assim entendemos poder responder aos
Fundação) e externos com formações diversificadas desafios que a sociedade contemporânea nos coloca
(História de Arte, Belas Artes, Sociologia, Mate- enquanto espaço cultural, educativo e de lazer e
mática, Filosofia, Educação, entre outras) capazes de trabalhar efectivamente na formação de públicos
potenciar propostas e projectos diversificados, a conscientes e intervenientes no presente e no futuro.
partir de uma multiplicidade e cruzamento de
leituras sobre e a partir da colecção e exposições.
Tipo de iniciativas educativas realizadas
Procuramos, desta forma, manter o dinamismo
da oferta através da criação de novas propostas Tomando como base os dados constantes no
todos os anos, em três frentes essenciais: último relatório de actividades (2005), apresen-
– uma oferta anual, assente sobretudo na colecção tamos aqui uma panorâmica das acções constantes
em exposição permanente e mais dirigida aos da programação educativa do CAMJAP e seus
grupos escolares/grupos organizados; públicos-alvo principais, apresentando a evolução e
crescimento do Sector Educativo ao longo dos
– uma oferta trimestral e semestral de fim-de- últimos quatro anos. (Quadro 1) O crescimento
semana, que acompanha o dinamismo exposi- verificado traduz-se em números que representam,
tivo do Centro de Arte Moderna e se dirige, neste momento, cerca de 38% do total de visitantes
essencialmente, ao público de fim-de-semana do CAMJAP e num grau de fidelização considerável,
(crianças, jovens, famílias e adultos); representado, essencialmente, por visitantes da zona
– e, uma oferta sazonal associada a temas, eventos e da Grande Lisboa, mas demonstrando uma crescente
períodos específicos que nos possibilite, tanto o adesão por parte de visitantes provenientes de um
relacionamento com o público infanto-juvenil (em âmbito nacional alargado para quem a programação
períodos de férias ou dias especiais), como com o desenvolvida funciona como mais-valia e motivação

Quadro 1 | Resumo de actividades educativas e utentes 2002-2005


Actividades 2002 2003 2004 2005 Total
Visitas
(gerais, temáticas, escolares, jogo, projectos específicos, 810 866 1208 1.369
pedagógicas, encontros imediatos)
Visitantes 14.998 19.195 27.017 29.711
Oficinas
(continuidade, semi-continuidade, pontuais, datas
especiais, projectos específicos, museu aberto, adultos) 188 158 253 315
Participantes 3.861 3.514 2.886 4.060
Cursos
(teóricos, arte contemporânea, prática pedagógica e
artística, educação musical) 5 9 13 17
Formandos 170 241 242 262
Outros eventos
(espectáculos) 4 12 — —
Participantes 1.790 1.193 — —
Total eventos 1.007 1.045 1.474 1.701 5.227
Total utentes 20.819 24.143 30.145 34.033 109.140
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(situação verificada sobretudo ao nível da progra- e a consolidação de uma linha de transversalidade e


mação de visitas para grupos escolares, das oficinas interdisciplinaridade que cruza a arte com a
para períodos de férias e dos cursos de formação literatura, a ciência, a natureza e a arquitectura, o
para agentes de acção educativa)8. que permitiu aumentar o número de visitantes
provenientes de instituições escolares e educativas
Total anual de eventos para o ano de 2005: 1.701 e, sobretudo, incrementar o número de repetição de
Total anual de utentes para o ano de 2005: 34.033 visitas por parte destas mesmas instituições.
O ano de 2005 foi, ainda, dedicado a uma maior
(i) Visitas Guiadas aproximação às escolas e ao trabalho pedagógico,
Visitas guiadas para público em geral (adultos), através da realização de parcerias com algumas
organizadas por ciclos e realizadas todos os fins-de- instituições escolares e da manutenção do programa
-semana com temáticas diferenciadas todos os de visitas pedagógicas dirigidas a agentes de acção
Sábados e Domingos durante todo o ano (excepto educativa.
Agosto); visitas para grupos escolares (todos os
níveis de ensino a partir dos 3 anos) gerais e Total de visitas (ano de 2005): 1.369
temáticas disponíveis durante todo o ano; visitas Total de utentes (ano de 2005): 29.711
para grupos organizados em projectos específicos
(durante todo o ano); visitas pedagógicas para (ii) Oficinas
professores e outros agentes de acção educativa Em 2005, aumentou também o número de
(durante todo o ano); visitas à hora do almoço oficinas realizado, sobretudo no que se refere aos
(Encontros Imediatos com a duração de 15 minutos, programas especiais em período de férias e às
para público interessado) para contacto privilegiado oficinas de modelo familiar. Foi o ano em que se
com uma obra seleccionada da colecção (durante lançaram, ainda, dois projectos importantes: ideias
todo o ano, 2 vezes por mês) e visitas-jogo, um irrequietas – histórias em andamento, um programa
conjunto de visitas temáticas e lúdico-pedagógicas que cruza a divulgação e interpretação das artes
para crianças dos 3 aos 12 anos, também disponíveis visuais com a promoção e prazer da leitura para
durante todo o ano. públicos dos 2 aos 7 anos, e as oficinas museu aberto
No campo das visitas guiadas para escolas e – ideias na ponta dos dedos, dirigidas especial-
outras instituições – crianças, jovens e adultos –, mente a públicos com necessidades especiais:
gostaríamos de salientar que se verificou uma pessoas portadoras de deficiência mental moderada,
aposta ainda maior na diversificação da progra- síndrome de Dawn e síndrome de Asperger.
mação com o lançamento de 13 novas propostas de
Oficinas de continuidade dirigidas a crianças,
visitas para diferentes idades para o ano de 2005/06
jovens e famílias: oficinas de longa duração
(semestrais ou anuais), onde se promove um trabalho
de continuidade com os participantes através do
cruzamento de diferentes linguagens artísticas
(animação do livro, expressão dramática, artes visuais,
expressão plástica) e apelando à utilização de todos
os sentidos de uma forma integrada.
8 Cálculos efectuados a partir dos relatórios anuais de actividades e

visitantes e dos vários momentos de avaliação realizados ao longo dos


quatro anos de existência do Sector de Educação do CAMJAP. Parte
destes dados estão disponíveis nos vários Relatórios Balanço e Contas
publicados pela Fundação Calouste Gulbenkian todos os anos e, parte
encontra-se em tratamento interno no âmbito de um inquérito
exaustivo levado a cabo pelo SE ao seu público, durante o ano de
2005, presentemente ainda em tratamento estatístico e interpretativo.
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como no da formação nas áreas da Educação Artística


(teoria e prática pedagógica) e Educação Museal.
Na senda do trabalho formativo promovido pelo
SE, foram realizados, em 2005, diversos cursos e
acções de formação e lançadas as bases para dois
cursos de formação profissional na área da Cultura e
Educação Museal, para o ano de 2006.
Os cursos ministrados dividiram-se em quatro
categorias: Cursos de Educação Artística e Prática
Pedagógica, Cursos de Introdução Geral à Arte,
Cursos de Museologia e Educação Museal e Cursos
Teóricos para Público em Geral.

Total de cursos (ano de 2005): 17 (166 horas)


Total de utentes (ano de 2005): 262

Oficinas aos fins-de-semana para crianças e (iv) Publicações


jovens (dos 2 aos 12 anos) e famílias: oficinas Colecção Viva o Museu para crianças dos 7 aos
temáticas em torno da programação de exposições 12 anos (4 números temáticos).
temporárias do Centro de Arte Moderna ou de Colecção Guias familiares para crianças dos 6
elementos seleccionados da colecção ou do Jardim. aos 11 anos + 1 adulto para promoção da exploração
Oficinas de férias ou datas especiais para e interpretação da colecção do CAMJAP por público
crianças e jovens (dos 3 aos 12 anos): oficinas autónomo (6 números temáticos editados).
temáticas de várias sessões em período de férias
escolares e/ou datas especiais a partir da colecção (v) Outros eventos
do Centro de Arte Moderna, das suas exposições Espectáculos, mesas redondas, conversas,
temporárias e/ou de elementos seleccionados da debates com convidados e especialistas, projectos de
colecção ou do Jardim. parceria nacional e internacional com escolas e
Oficinas Museu Aberto – para públicos com outras instituições
necessidades especiais e/ou portadores de
deficiência: oficinas temáticas de expressão plástica Bibliografia
e corporal (em várias sessões) para promoção das
Dierking, L., 1992, The Museum Experience, Whalesback Books,
acessibilidades ao museu, jardim e colecções para Washington, D. C..
públicos com necessidades educativas especiais. Falk, J.; Dierking, L., (eds.), 1995, Public Institutions for Personal
Learning: Establishing a Research Agenda, Washington:
American Association of Museums.
Total de oficinas (ano de 2005): 315 Falk, J. et al., 1998, The Effect of Visitor’s Agendas on Museum
Total de utentes (ano de 2005): 4.060 Learning, Curator, 41/2 (June), pp. 107-120.
Falk, J.; Dierking, L., 2000, Learning From Museums: Visitor
Experiences and the Making of Meaning, Lanham, New
(iii) Cursos York, Oxford, Walnut Creek: Altamira Press.
Hernández, F., 2000, Educación y Cultura Visual, Octaedro,
Cursos e acções de formação dirigidos, quer a Barcelona.
todo o público interessado, quer aos profissionais da Mintz, A., 1994, That’s Edutainment!, Museum News (Novem-
educação e cultura que, reflectindo as temáticas e ber/December), pp. 32-35.
Santos, M. (coord.), 2005, O Panorama Museológico em Portugal
áreas de maior debate actual, procuram potenciar o [2000-2003], OAC/IPM/RPM, Lisboa.
papel do museu e sua colecção na difusão e conheci- Silverman, L., 1995, Visitor Meaning-Making in Museums for a
mento da Arte Moderna e Contemporânea, bem New Age, Curator, 38/3, pp. 161-169. |

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