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Beas Rucuad ee eu eee Cet Me a eer} ee CSc a) Dee Kec Med enti Teng Peles eed Crk Rasen Ree ae el Ce eg eR Ro Ser ce ee con) 6 faciimente acessvel, e mesmo, conside- eel ue se else Pret tek Dee Me sec ce) ST Te keer) a a eel emg Cote Se ere eee Mc) Oc eg porar.” Cet) “Tle age Lexisence merowe ight © Ess otrr, T043 « 1954 a coin bse do Miistéo Frances id Cutts Comuncacto ISBN 85008 o4051 2 1992 Todos o8 sits reservados. "Edhora Atioa SA. se luape, 110 — CEP 01507 } 278'9823 ~ Caixa Postal “Bomivio’ — Fax 277-4146 ‘S80 Paulo SP) SUMARIO PREAMBULO 5 PRIMEIRA PARTE: BSHOGO DE UMA INTRODUGAO A EXPERIENCIA INTERIOR... ° I. Getic da servi dogmatica (edo misicismo) a UU, A experienca, tna autaridade, nico valor yw. Ut IL Princpine de um miedo e de una comunidades 18 SEGUNDA PARTE: 0 SUPLICIO san a ZTERCEIRA PARTE: ANTECEDENTES DO SUPLICIO. (OU AcomEDIa) o (Quer levar mina pessoa 20 pla sv 2 ‘Armor € de certo mado sina impostura 5 O ar do cla nn ea a © line compo do sre) ae a 100 ‘QUARTA PARTE: POST-SCRIPTUM AO. suPLito (ou NOVA TEOLOGIA MISTICA) 1 Deus 1, Descartes ML Hegel TV. Oextase A forma VI Nietache (QUINTA PARTE: MANIBUS DATE LILIA PLENIS Govan excess mit a ' NOTAS Boa alacridade do “desert” ¢ ds sonho que faz 0 “deserto” “Que sitwagdo maravithosa e nova, mas tam horror ‘lea, criowme ese conhecimento que €0 med, na resenca da total ade da exsténia! Desir, do meu lado, que a kumanidade ani- ‘mal mais rcuada,operiado pr histrico eo possado todo continua ‘on snim a imaginar poemas, a amar, a odie, a tirar concusies; faconiei bracamente deste sonho, mas para me dar conta de que sonho e devo ontiauar a sonhar sob ena de perecr.” (Nitesche, A gaia cienca). ‘Hi entre 0 mundo ¢ 0 “deseta” wom aco de todos os instin- tos, mumerosaspossibilidads de dom de siiraional, « vitaldade de uma denen A ida de ser 0 sono do desconhecido (de Deus, do wniverso) 4 parece, 0 pont extremo onde Nitasche chegou. Nela se manies- tom @ flicidade de sr, de afirmar, a recusa de ser tudo, a crue- ‘dae «focundidade naturais: 0 home, 1m flésofobacante B dificil dar a entender & que ponto “desert” esd ionge, ‘nde minha voz chegara enfim, com este Powen senso: um sentido de sonko, {Um continuo questonamento de tudo prea do poder de proce er através de operates separadas,e obiga a se exprimir através de reelagies sibites, a seborar, 0 mézimo passe, a exprssdo de ‘seu pensamento de vim projet, «inclu tudo em alamas frases @ ‘angstia, 0 dsisto ¢ atl a perversdo pottca das paleoras sem a (qual wma dominaglo pareceriasuporiada. A poesia 6, apesor de tudo, a porte retrita — ligada ao dom tio das palavras. O demtnio da experiencia & todo o ossvel.E na expresso que ela & dela mesma, no final, ncessariamente, ele é tanto silencio quanto tinguagom. Nao por impotencia. Toda a ln ‘guagem Ihe € dad, e a fora de emprea-ta. Mas siléncio escolnido go para esconder, mas ara esprimir wom graw a mais de desapego A experiéncia ndo Pode ser comnicada se os lagu de silencio, de ‘esoparecimento, de distancia, nao mudam aguces que ela coloea jogo? ‘SEGUNDA PARTE 0, SUPLICIO 4 nas coisas divinas uma transparéncia to grande que eslizamos para o fundo iluminado do riso a partir mesmo de intengdes opacas. Vivo de experiéncia sensivel © nao de expicario Togica. “Tenko tuma experiencia to louea do divino que ririo de mim se eu a relat. Bntro em um beco sem salda. Af toda possbilidade se cesgota, 0 possivel se esquiva e o impossivel maltrata, Estar frente ao impossivel — exorbitant, indubitavel ~, quando mais nada € possivel, é, aos meus olhos, fazer uma experiéncia do Aivino; é 0 andlogo de um supico HA momentos em que o fio de Ariane se rompe: sou s6 esalento vazio, ndo sei mais o que soa, tenho fome, fio e sede, ‘Em momentos assim, nd faria sentido recorrer 4 vontade. © ‘que conta € a repugndneia pela atitude vidve, a repugnsncia por ‘aqulo que ea pude dizer, escrever, que podria atar-me: sinto a ‘minha fdelidale como aigo insipido. Nao hi sada nas veld des contraditérias que me agitam, e €nisso que elas me saisar ‘zem, Duvide $6 vejo em mim fendas,impoténcia,agitacto va Sinto-me podre, tudo que toco esté pode. necesstrio uma coragem singular para no sucumbir & “depressio e prosseguir — em nome do que? No entanto, conti ‘nuo em minha obscuridade: o homem continua em mim, passe ‘bor ali. Quando profiro dentro de mim: 0 QUE £? Quando estou ‘Sem reaposta concebivel, creo que, em mim mesmo, finalmente, Batsite deveria matar © que sou, tomarse a tal poto ele ‘que minha tolice deixe de me fazer risivel. Quanto a. fartivas tesiemunhas talver adivinhario) pegorlhes que tem: pois condenado a tornar-me homem (oa mais), preciso ‘agora morrer (para mim mesmo), dar-me a luz eu mesmo. As ‘coisas io pederiam permanecer muito mais tempo em seu estado, © possivel do homem no poderia limitarse 2 essa constante epugnéncia por si mesmo, a essa renegagao repetida do mor bbundo. Nao podemos ser indefinidamente o que somos: palavras Aanulando-e uns a8 otras, o mesmo tempo vigazinhasinabalé ‘eis, acreditandones fundacao do mundo. Estou acordado? Duvido, e poderia chorar, Seria eu o primeiro na ‘Terra a sentir ‘mpoténeia humana deisar-me louco? Othares onde percebo o caminho percorrido, — HA quinze ‘anos (tlvez um pouco mais), eu voltava nao sei de onde, tarde dda note, A rua de Rennes estava deserta. Vindo de Saint Ger- ‘main, atravessei a rua do Four (do lado do correio). Segurava nna mio um guarda-chuva, e acho que ndo chovia. (Maa no tinha Debido: digowo com certeza.) Tinha esse guardachuva aberto sem necessidade (a ndo ser aquela de que flo adiante) Bu era ‘muito jovem, caticoe che de inebriamentos vazios: uma ronda de ideias incongruentes,vertiginosas, mas jécheias de preocupa- ‘bes, de rigor, e crucifcantes, agitavam-se... Nesse nautragio tia rato, a anglstia, a decadénciasolitiria, a covardia, 2 des0- nnestidade frutficavam: a festa recomerava um pouco mais long. O certo é que essa facilidade e, 20 mesmo tempo, a confronts ‘sto com o “impossivel” explodiram na minha cabega. Um espago Cconstelado de risos abriu 0 seu obscuro abismo diante de mim. Atravessando a rua do Four, encontrei-me nesse “nada” desco- hecido, de repente... Negava esses mures cinzentos que me prendiam; lanceime numa espécie de encantamento. Ria divi fnamente: o guarda-chuva fechado sobre a cabeca me cobria (co brrime de propésito cam esse suario negro). Ria como talvez ‘nunca se tinka rido, 0 mais stil de cada coisa se abria, desnudo, 10 Se eu estivesse morte, [Nao sei se paret no meio da rua, disfargando 0 meu deliio guarda-chuva, Talves tivesse pulado (@ sem dvida iusé- ‘onvulsivamente iuminado, ria, imagino, corendo sme angustia sem cessar. O que significa iumina- natureza que seja? Mesmo se 0 britho do sol ‘Aceerincia iatror 41 me cogaste interiormente ¢ me abrasasse? Um poueo m: ‘pouco menos de luz nao muda nada; de qualquer manera, solar ‘04 no, o homem é apenas um homem: ser apenas bomen, no sair dai; €0 sufocamento, a gnordncia pesado intolerdvel “Basin a arte de transformar a angistia em deca”, “go rifiear”: es todo o sentido deste livre. A aspereza emt shim, @ “desgraca”, € somtente a condicao, Mas a angustia que via del cia ainda angistia: nao é a delicia nem a esperanca, &a angis: tia, que machucae talvez decompoe. Queza no “morte” de ser apenas uin homem, nanea gerd mais que um homen ‘A anadstia, evidenterente, ndo se ensina. Poderseia pro vocé-la?B possivel: mas nio acreito muito nisso, Pode-se agitar {sa borra.. Se alguém se confesea angustiado, & preciso mos tar o vazio de suas razbes. Ele imagina a solucéo para os seus tormentos: se tivesse mais dinkeiro, uma mulher, uma outra vida... A rivolidade da angustia € infnita. Ao invés de ir até @ profundeza de sua angtistia, 0 ansioso tagarela, degrada'se {oge. E no entanto a angristia era 2 sua oportunidade:ele fi eso Thido na medida dos seus prestntimentas. Mas que despericio, fe cle se eaquiva: sofre da mesma maneirs, bumilhase, tora. se esp, falso, superficial. A angustia evitada far de um ‘homem um jesutaagitado, mas em vao ‘Tremendo. Ficar imével, em pé, numa escuridao soitria, ‘numa atid sem gesto de suplicante: siplica, mas sem gesto, sobretudo sem esperanca. Perdido e suplicante, ceo, meio ‘morto. Como J6 no estrume, mas nao imaginando naa, a0 cair a noite, desarmado, sabendo que esta perio. Sento da suplica ~ Exprimoco assim, em forma de ora- «fo: — “0 Deus Pai, Tu que, numa noite de desespero,erucift- ‘Caste Teu filho, que, nesta noite de carifcin, & medida que a ‘agonia se tornou impossiel — até gritar — toraste-te 0 Impass- te Tu mesmo seatiste a impossbilidade até o horror, Deus de esespero, dvme este coragdo, Ten coragi, que desfalece, que cexcede e no folera mais que Tw exists! i [Nao pereebemos de que mancirs devemos falar de Deus. “Meu desespero nao é nada, mas o de Deus! Nao posso viver nem cconhecer nada sem imagindlo vivido, conhecido por Deus. ecuamos, de posivel em possivel, em nds tudo recomeca e nd0 4 nunca realizado mas em Deus: neste “salto” do ser que Ele €, “uma vez por todas”? Ninguém iria até o fim da siplica colocar na slidao esgotante de Deus. ‘Mas em mim tudo recomers, nada, nunca, esté feito. Eu destruo na infnta possbilidade dos meus semelhantes: ela -anigulao sentido deste cu. Se atinj, por um instante, o extremo ‘do possvel,pouco depois eu fugta a estara allure. E qual é 0 Sout do ultimo absurdo: acescentar a Deus a repetigao iim? {ada dos possiveise este suplcio do ser decao, gota a got, na rmultio das desgraras do homem? como um rebanko enxotado or um pastor infinito, a carneradabalindo que somos fuga, fag 1a fvintmente do horror de uma relugao do Ser & toalidade, “Acmim,oidiota, Devs fala de hoces-boca: uma voe de fog ‘vem da escuridao e fala ~ flama fri, tristeza ardente — com... ‘o homem do guardachuva. A minka’siplica, quando desfleco, Deus responde (como? de quem rir no mew quaro?..). Ew, festou de pé, sobre diferentes cimos, tao tristemente escalados, ‘minhas diferentes noite de pavor se chocam, duplicam-se, abrs. ‘camese,e esses cimos, essasnoites..ibiloindizvel.. Detenho- ‘me. Eu sou? Um grito — de cosas, desfaleco. A filoofia nunca € siplica, mas sem stiplica no hé res posta concebfvel: nenhuma tesposta precederd a pergunta: € 0 ‘que significa a pergunta sem angistia, sem supicio? No momento ie ficar Jouco, a resposta aparece: como poderiamos cuvi-la, 0 essencial € 0 extremo do possvel, onde 0 proprio Deus no sabe mais, desespera e mata, Eaquecimento de tudo. Profunda descida na noite da exis gncia, Sdplica infinita da ignoréncia, afogarse na angista. Escorregar por cima do abismo e, na total escuriddo, sentir o seu horror. Tremer, desesperar, no fio da salidao, no silncio eterno “do homer (talice de qualquer frase, respostas urs, s6 0 silén Insensato da noite respond). A palavra Deus, servir-e dela atngir o fundo da solddo, mas néo mais saber, ouvir a sua i Ignord-a. Deus, ditima palavra, querendo dizer que todas urn pouco mais longe, faltardo: perceber sua propria (ela no ¢ evitéve), rir dela até a estupider ignorante precisa mais rir, nem o solugo solucar). Mais adiante, le: 0 homem nao € contemplaco (ele s6 possi 2 le €siplica, guera, angistia, oucura. Acxperinsa interior 43 ‘A. vor dos bons apéstolo: eles tm respestas para tudo, indicam os limits, diseretamente, 0 caminho a sei, como num centerro, o mestrede-ceriménias. Sentimento de cumplicidade: no desespero,na Joucura, 00 amor, na stipica. Alegria desumana, desentreada, da como ‘to, pois desespero, loucura, amor, nem sequer ‘um ponto do ‘saga vazio que no seja desespero,loucura, amor e ainda: 80, ‘ertigem, nfusea, perda de si até a morte 0 Ironia! que me chamem de panteista, ateu, tfstal.. Mas ‘ex grito aos efus: "no sei nada”. E repito com tima vod cimica (Grito aos céas, as vezes, deste modo: nada, absolutamente”” 0 extremo do possivel — No final, af estamos. Mas tao tarde’... Como, sem Saber, chegaremos ld? ~ (na verdade, nada festa mudado) por Um desvio: um ri (is gargalhadas), ouiro se ‘achuca e bate na sua mulher, gente se embriaga até morrer € faz perecer nos supicos. Sean a aoe = paras See ioe Saban cee So ae Det eo orien oe oe eee io caer San fe eee aS ence [Nao imagino mais o homem rino,rindo até mesmo da pos sibildade tia — rindo, virando as costas sem frases para a0 encantamento da vida, sem jamais, fosse apenas rae. Mas se o desfalecimento, um dia, toma conta fe ele recisa, no desfalecimento, if até o fim (pela via mento, entao a propria possbiidade o reclama e Ihe Wie ext espeando) ele equiva eacabe-e ass haces comeca o inapreensivel jogo do pecado, do remorso, simulagao do remorso,e depois do esquecimento total, terra Enfim, se olharmos a histéria dos homens, com o passar fempo, um por um, inteiramente como uma fuga, primeiro tea vida, & 0 pecado; em seguida frente 20 pecado, éa longa, ‘ote atravessada de isos estpidos, porém com um fundo de angst. Cacia um, para terminar, conquiston oditito & auséncia, & ‘cada rua 60 rosta limitado desta conqista, Da firmeza do desespero, experimentar 0 prazer lento, 0 “tigor decisvo, ser duro, e antes fiador da morte da que vitima. ‘Acdificuldade, no desespero, & de ser inteiro: no entato, as pala: “vras, 8 medida que escrevo,faltam-me...O egofsmo inerente 20 Mlesespero: nel nasce 2 indiferenga & comunicagto, Pelo menos ce", ‘esignam mal 0 ‘que vive 0 ser huiano; digo “o desespero”, & preciso entender ine: cisme aqui desfeito, no fundo do fro, respirando um oder yando-o — como um bicho a seus flhotes ~, nao deseiando nada. O auge da alegria nao € a alegria, pois, na alegra, vir o momento onde ela acabard, enquanto, no desespero, sito vir a morte: 36 tenho dela urn desejo angustiado, mas Aesejo, ¢ nenhum outro desejo. 0 deseapero & simples: & a i de esperanca, de qualquer engodo. & 0 estado das vast- deserts € — posso imaginar — do sol Fracasso, o que quer que estreva, porque devera ligar, & do sentido, a riquezainfnta ~ insensata — dos posse - Esiou suit a esta tarefa de Danaide — alegremente? ois ndo consigo conceber a minha vida daqui para a liga a0 extrem do fosfel. (Isso supde em princ- lgenciasobre-humana, pois muitas vezes eu tive que Jnteligéncia de outrem, mais abil. Mas, o que fazer? ogo, sintoo, fcaret oun: ainda compreendemos dle um esptito despido.) Sem divide, num caso A cexpertncia iter 45, ‘extreme, basta que chegue um 6: e anda 6 preciso que, entre ele ‘© 08 outrot ~ que oevitam — ele conserve um lago, Ble seri ser isso, somente ima estranheza, nao o extremo do possvel. Todas as espécies de ruidos, gritos, conversas 2 ton, riso, 6 preciso que tudo se perca nee, ¢ esvarie de sentido no seu desesper Ine- Tigéncia, comunicacio, miséria suplicante, sari (0 mas dro sem davida de abrirse a uma toice infnta: para escapar-Ihe 0 extremo ¢ o Unico ponto por onde o homem escapade sua festupide limitada — mas a0 mesmo tempo para socobrar nels), ‘of nada que nao deva ira este encontro, O mais estranko € 0 esespero, que paraisa 0 resto eo absorve nele mesmo. Eo "met tudo"? “O meu tudo” € somente um ser ingénuo, host a brine deiras: quando ele est af, a minha noite tora mais fia, © feserto onde estou, mais vazio nol mais Timites: alm dos pos- siveis conhecios, uma angistia to grande habitao cinza do c&u, dda mesma maneira que um monge, 2 escuridao de um tamu. Meu esforgo serd vo se nto farga a conviceo. Mas ele se quebra em mim mesmo, 0 tempo todo! Do etrem, desco 20 fstalo mais abesalhado, admitndo que, em raros momentos, fr tenkatocao o etre, Nests condigtes, como crear qe © estremo sein un dia »posldade do homer, que um dia © ftomem (osse este numercamente fimo) teaka aceis0 20 texttemo? E no enfant sexo exttemo, a vida € somente ua Yonga taneaco, uma sie de derotas sem combate, seid de debandadasimpotentes, éa decadenca, Por definigo, oextremo do possivel¢ este ponto onde, ape sar da posigto inineligive que ele tem nose, um home, tendo- fe derpoado de logr ede emo, svanca to Tonge qe Mo pos Samos conceber uma possiiede de mai ada ntl dizer © cumin 6 vio (se bem que » flossing Imagnr tm jogo puro da lateigénca, em angst. A angst, ssi como aiteligeci,€ um meio de aber eo extremo do ‘ossre, por outro lado, no € menos via do que cbeimento ‘A comunicacao anda 6, como a angatin, vier e conhece. © extremo do posivel supbe ris, 6 ov terra ‘se more, supe ero, nase, a cdo impossivele, para terminar, que Tentamente, desejad,,o esta desespero. Nada daquilo que um er hjetv, poderia ser evita, em a decal, sem peeado Bataile joa coisas, e orisco sendo o timo, na por das fat desercio: para aquele que se sentia chamado, uma thd mais razao, nem desculpa, sé Ihe restaficar no seu ). Toda ser humano, nao indo ao extremo, € 0 sereidor ou igo do homem. Na media em que ele nao contri er tarefa servi, &subsisténcia comum, sua desercdo ajuda ‘dar a0 homem um destino desprezvel ‘Conlecimento vulgar ou conhecimento encontrado no riso, ‘na angrstn, ou em qualquer experiéncia analog, sto subordina dos — isto provém de regras que eles seguem — ao extremo do possivel. Cade conbecimente vale dentro dos seus limites, ainda {ue seja preciso saber o que cle vale se o extremo est If, saber ‘que uma tia experiéncia Ihe acreseenta. Em primeiro lugar, tno extremo do possivel, tudo se desmorona: até mesmo o edi tio da razdo, um instante de coragem insensaia,e sua majestade Gissipa-se; 0 que subsiste, no limite, como um pedago de muro ‘yacilando, aumenta, e nao acalma, 0 sentimento vertiginoso. Va ‘mpudéncia das reeriminaghes: era preciso, enada resste& neces: sidade de ir mais Ionge. Se fosse necesséro, a deméncia seria 0 agamento. ‘Um destino despreaivel... Tudo € solidério no homem. Hoave sempre em alguns a éspera vontade — fosse ela difuse = de ir mais longe do que o homem pode. Mas se o homem ces ‘sasse de se querer si mesmo com tanta fore? Isso 86 funciona ‘ia com a prostracao de todo querer — qualquer que seja 0 sen- fido deste querer (encantamento, combate, conquist). Para ir a0limite do homem, é necessio, a um certo pont, ‘nko mais suportar, mas forcaro destino, O contério, a preguiga ‘poGtica, a attude passiva, a repugancia de uma reacdo vir, que decide: & a decadenca teria (o belo pessimism). A dana- ‘ode Rimbaud, que teve de vrar as costa ao possvel que ele ftinuia, para reencontrar uma forea de decisio, intacta nele. O io extremo tem por condigto 0 6¢io, nao da poesia, mas feminilidade postica (auséncia de decisio,o poeta é mulher: sa¢fo, a8 palavras volam-no). Oponlo & poesia a experién- ;possvel. Trata-se menos de contemlagao do que de dle» 1B, porém, de “experiencia mistica” que falo (Rimbaud isso, mas sem a tenacidade que colocou mais tarde cere, A sua experiencia, ele deu a soluct poétic; le ignorou a simplicidade que afirma — veleida: ‘Acexpericia interior 47 des sem futuro das cartas —, ele escolheu o evasivo feminino, a testétca, a expressto incerta, involuntia). ‘Um seatimento de impotéacia: da desordem aparente de rninhas iias, tenho a chave, mas ndo tenho tempo de abrir. ‘Aico fechada, solitri, a ambicdo que formel tio grande que: ‘queria, eu também, deitar-me, chorar, adormecer. Fico ali alguns fnstantes a mais, querendo forga 0 destino, alguebrado ‘itima coragem: esquecer, retornar & inocéncia, &alegria o desesper. Oragao ao deitar-me: “Deus que vé 0s meus esforgos, me a noite dos teus hos cexos”. Provocado, Deus responde, tensionome até 0 ponto de des- falecer, ere, e depois esquego. A mesma desordem que em somos, mL Descanso, Atravessei a Iareja SaintRoch. Frente & imagem {do sol, gigante, dourada, enevoeda, um movimento de alegra, de ‘humor infantile de arrebatamento, Mais adiante, lhe uma balaus- trada de madeira vi que extava suja. Taquet, num gesto de capr- cho, tm dos blasts: 0 dedo deixou uma marca na pore. Discusséo continuada na estrada de ferro. — Aqueles que ‘no sabem que 0 solo falha, que se atém a sdbies mximas, © ‘que seriam Teduzides, se soubessem, de repente, ao absurdo, Suplicagao.. Perco meu tempo querendo advertir. A trang Gatle, a bonomia, adscussfo gentil como sea guerra. equando ‘digo a guerra, Ninguém de fato encara:o olho humano evita 0 fol. acabega de Deus estoura...eninguém ouve. ‘Meus amigos evitamme, Eu amedronto, nlo pelos meus ritos, mas parque nao posso debearninguwém em paz. ~ Simpli- fico: no dei Sreqentemente bons pretextos? Para apreender oalcance do conhelinento, volo 8 origem. ‘Primeito, ainda menino, em todos os pontos semelhante aos lou- ‘os (ausentes), com 08 quais hoje brinc, Os miniscuos “ausen- fea’ s6estao em contato com 0 mundo pelo canal dos adults: 0 Bae ‘de uma intervencio dos adultos € a infantildade, uma 30. 0 ser vindo a0 mundo, que somos em principio, 08 Teduzen-no evidentemente a bagatela. Isto me parece te: passagem do estado natural (do nascimento) 20 oss estado da razio ocorte necessariamente pea via da inf Ulidade. & estraaho de nossa parte atribuir A prOpria crianca a ‘esponsabilidade da infantildade, que seria a expressao do pro- prio cardter das criancas. A infantldade € o estado em que colo farms o ser ingen, devido 20 fato de que devemos encaminh To, e que, mesmo sem vontade precisa, n6s 0 encaminhamos em direcao ao ponto onde estamos. Quando rimos do absurdoinfan- til, oriso distarea a vergotha que sentimos, vendo no que red mos a vida a0 sair do nada. Digamos: o universo engenira as estrelas, as estrelas, a terra. a tera, os animais eas criangas, as criancas, os homens. (erro das criangas:receber verdades dos adultos, Cada verdade posssi uma forge convincente, e porque colocéla em duvide, thas ela fem por conseqténcia uma contrapartida de errs. E 0 fiato de que nossas verdades, em principio, infuzem a crianga ‘nam encadeamento de erros que constitu a infantilidade. Mas fala-se de infantlidede quando ola 6 este! por todos: ningwém Fido sabio, pois ver sua infantlidade supbe que o ultrapassemos nes como o adultoeltrapassa a cianca (ito munca €inteira- mente verdadero — se nto for propriamente ridicule para dizer Indo, isso quase no acontece). ‘Minha conduta com os meus amigos & motivada: cada ser creo, incapaz de ir sozinho ao término do ser. Se ele tents, te se sfoga em um “particular” que somente tem sentido para fle. Ora, 40 ha sentido para um 86: 0 ser 36 rejeitaia por st mesmo 0 “particular” ee ele o vsse como tal (se eu quiser que ‘inka vida tenka um sentido para mim, é preciso que ela otenka (para entre: singuém oasara da vida um sentido que somente fle perceberia, a0 qual a vida inteira, salvo nele mesmo, escapa- |'No extremo do possvel, 6 verdade, existe o contrasenso. Somente daquilo que até enf0 tinha um sentido, pois a en — nascendo da auséncia de sentido — fixa, no fim das tam sentido, um sentido dltimo: € fulguragao, e mesmo , do contrasenso, Mas nao atinjo extremo sorinho, ‘nfo posso crer no extremo atingido, porque nunca i, Se eu fosse 0 nico a teo atingido (ama hipote A experi interior —49- ‘uma satisfagao, Wo pequena quanto eu possa imaginar, ela me tistancaria do extreme. Nao posso, durante um 86 momento, ‘easar de me provocar ao extremo e nao posso diferenciar ent feu mesmo e aqueles outros com 08 as desejo comunicars. 6 posso, suponho, ating o extremo na repeticdo, no fat0 ‘de que nunca estou e estare seguro de telo atingido. E mesmo ‘supondo o extremo atingido, isto ainda ndo seria 0 extremo, se fet adormecesse. O extremo implica nfo se pode dormir durante fesse tempo" (até 9 momento de morrer), mas Pascal aceitava ‘nto dormir com vistas & beatitude vindoura (assim pelo menos le se justifcava). Eu recuso ser felis (ser salvo). (0 que significa 0 deseo de ser felis: 0 sofrimento e odesejo {de escapar. Quando sofro (por exemplo: ontem, reumatismo,frio fe sobretudo angustia, tendo ldo algumas passagens de Cento ¢ ‘inte das), agarro-me a certs, equenas felicidades. A nostalgia {da salvagio respondeu {alver 20 crescimento do soirimento (ou lates, a ineapacidade de suporttlo. A iia de salvaczo, creo, ‘vem Aquele que 0 sofrimento desagrega. Aquele que 0 domins, ‘0 contrrio, tem necessidade de ser quebrado, de embreahar- ‘sna dilaceraso. Pequena recapitulagio cémica — Hegel, imagino, tocou 0 ‘extremo, Ble era ainda jovem e pensou que éstava ficando lou ‘co, Imagino até que ele elaborava o sistema para escapar (oda ‘especie de conguista, sem divide, € o resultado de um homem fagindo de uma ameaca). Para terminar, Hegel atinge a sti ‘lo, vira as costas a0 extreme. A. splica morreu nel. Se busca: ‘mob a salvacdo, ainda passa, continuames a vivere no podemos estar certos, € preciso continuar a supicar, Hegel ganhot, vivo, ‘2 salvagio, matou a siplica, mutilow se, Soniente sobrow dele tum cabo de"pé, um homem moderno. Mas antes de mutila-se, sem divida, tocol 0 extreme, conkeceu a silica: sua memeria © conduz de volta a0 abismo entrevisto, para anuli-! O sistema 6 a anulaéo. ‘Continuagio da recaptulagao. — O liomem modem, o am lado (mas sem custos),usuiru da salvagio sobre a tera. Kirke- ‘ard 6 0 extremo do cristo. Dostoievsi (no Sudsob)€ extremo 4a vergonha. Nos Cento ¢ vite dias, atingimos o cimo do pavor voluptuoso. : Em Dostoiévski, 0 extremo ¢ 0 efeito da desagregacao; ‘mas 6 uma desagregagio como a enchente de inverno ela trans Naila € mais dolor, doentio, plida complicagdo rei ‘0 Subsolo coloca 0 extremo por conta da miséria, Tapea- ‘como em Hegel, mas Dostoiévski se liv disso de outro 1-No cistanismo, pode nfo ser importante aviltar 2 sipli> 1a, atolar 0 homem inteiramente na vergonha. Di-se: “‘Nio seja jgso", mas no, pois tratase (salvo ambigtidades) de humi- de desvalarizar. De resto, eu no gemi: que o extremo passe ‘pela vergonha, nao € mal, mas limitélo & vergonhal Ofuscado ‘ho fundo,rejeiiar o extremo no interior do demoniaco — a qual ‘quer prego ~ € tai. ‘Meus meios: a expressto, minha falta de jeito. A condicao “ondindria da vida: rivalidade entre diversos serés, para ver quem ‘ser 0 maior. César: “melhor do que 0 segundo em Roma”. Os homens ig assin, io pobres cu tudo parece us por inca [cidade de ultrapascar. As vezes, estou to triste que medir a ‘nsuficizncia dos meus meios, sem me desesperar, cansa-me. (Os problemas que merecem ser examinados £6 tém éeatido com ‘a condicio de que consigamos chegar ao cimo ao colocé4os: louco ‘ongulho neceserio para ser dlacerado.E, 8s vezes — nossa natu ‘era chega & dssolucio & toa —, dlaceramonos com otnic fim de satisiazer este orgulho: tudo se estraga numa vaidade pegs josa, Melhor seria ser somente uma merccia de aldela,olhar 0 0] com um olhar macilento, do que. 0 retorno do extremo & vaidade e, em seguida, da vaidade ‘0 extremo. A infantidade, sabendo-se tal 6a libetacio, mas, Tevando-e a serio, €0 atolamento. A busca do extremo, por sua ‘vez, pode tornar-se um hibito, do dominio da infantilidade: € pre iso rr disso, a menos que, por acaso, tenhamos o coragao aper- ado: ento, af, 0 éxtasee a loucura esto préximos. Mais uma vez, a infantiidade, reconhecida como tal, € a ‘livia, nto € a vergoaha do homem. Ao contri, se se diz, {Camo Hobbes, que o riso degrada, atinge-se ofundo da decadén: tia: nada & mais pueri, nem mais longe de saber-se tal. Todo 0 ‘que evita o-extremo & a decadencia do homem: com iss0, ynatureza de excravo tornase sensvel. Mais uma vez, apelo dade, gloria; 0 extremo esténo fim, $6 est no fim, (Os mais sérios parecem-me crangaa, que nfo saber ‘A experi intrie 51 «que 0 sfo: eles me separam das verdadiraseriangas, que o saber tiem de sélo. Mas, para ser crianga, € necessro saber que 0 sério existe — alhures e pouco importa — senio a cranga no Poderia rir nem conhecer a angst. £ do extremo, da tragédia louca, e ndo do séri de estatsti- cas, que as criancas precisam para brincar e para assustar-se 0 extremo é a janel: o temor do extrem leva 8 escuridao de uma prio, com & Vntade vazia de “aminstracao penitencéia”. Vv. [No horror infnito da guerra o homem acede, em massa, ‘a0 ponto extremo que 0 apavora. Mas o homem esta longe de ‘Guerer o horror (e 0 extremo): 0 seu destino é, por um lado, 0 de tentar evita oinevitavel. Os seus olhos, ainda que évidos de I, evitam obstinadamente o sol, e a dogura do seu olhar,ante- cipadamente, tra as trevas, to logo vindas, do sono: se encaro ‘a massa humana, na sua consistencia opaca, ela jé est como ‘adormecida, fugitva e reirada no estupor. A fatalidade de um ‘movimento cego rejeitaa contudo ao extremo, onde eka chega ‘um dia com preciptacdo. 0 horror da guerra é maior do que o da experignca inte- rior, A. desolagio de um campo de batalha, em principio, tem ‘qualquer coisa de mais pesado do que a “noite obscura”. Mas, ‘a batalha,abordamos o horror com um movimento que o ura: passa: a agdo, o projeto ligado & acto permitindo superar o hor- For, Bate ultrapassamento dé aco, 20 projeto, uma grandeza ‘ativante, mas o horror em si mesmo € negado. Compreendi que evitava 0 projto de uma expericiainte- rior e me contentava de estar'a sua mereé, Teno disto um desejo sedent, a sua necessdade impde-se a mim, sem que tena ‘dciddo nada. Na verdade, ninguém o pode, a naureza da expe- ‘éncia ¢, salvo zombaria, de no poder exstr como proeto. Bu vivo, tudo tora-se como sea vida, sem extreme, fosse concebivel. E bem mais, 0 desejo obstna-se em mim, mas ele € fraco. Mais ainda, as sombrias perspectivas do extremo est30 ‘nseritas na minha meméris, mas nio tenho mais horror delas € taille imbeci, ansioso diante de risiveis miséras, do fro, a escrever, dos meus projetos: a “noite”, em que me “se jorado, onde durante este tempo caio, e comigo tudo o que esta verdade que conhero, da qual no posso duvidar, sou ‘como uma criaaiga frente a ela, ela me escapae permaneco cego. Pertenco momentaneamente ao dominio dos objets que utilizo fe permaneco alheio ao que escrevo. Estar na note, sogobrar na noite, sem ter sequer bastante forca para nél, saberse nesta ‘scuridio fechad, e, apesar dela ver claro, ainda posso supartar festa prova rindo, de ellos fechados, da mika “infaniidade”. CChego a esta posiio: a experiéncia interior & 0 contratio 4a acio. Nada mais. ‘A “agio” eatd inteiramente na dependéncia do projet. E, ‘o que & niais pesado, até o pensamento discursivo est empe- ‘thado no modo de existéncia do projeto. O pensamento discur Sivo deve-se a um ser empenbado na arao, realzase nee a par fir dos seus projetos, no plano da reflexio dos projets. O pro {eto nto é somente 0 modo de existéncia implicado pela ago, Aecessiro 8 aco, € uma manera de ser no tempo, paradoxal: € Iposigio da exsténcia para mais tarde. "Aquele que, agora, descobre a piedade de multiddes per- endo a vida (na medida em que projetos as dominem) poderia tera simplicidade do Bvangelho: a beleza des igrimas, @ anis- tia introdusiriam nas suas palavas a transparéncia. Digoo, tao Simplesmente quanto posto (sinda que uma dura ironia me agi- to: impossvel, para mim, ir ao encontro dos otros. Ali, a not ia no € uma “noticia”; num certo sentido, um segredo. Logo, falar, pensar, a menos que bringuem ou. € escamo- tear a existénci: no & morrer, mas estar morto. £ sair pelo ‘mundo apagado e calm onde geralmente vagueamos: ali tado ‘esd suspenso, a vida é adiada para mais tarde, de adiamento ‘em adiamento...O pequeno deslocamento” dos projetos & sui- a chana apaga-se, a tempestade de paixtes sucede uma (O niais estranha € que basta o exerecio do pensamento ntroduzir no espirto a mesma suspensio, a mesma paz que jlade no Iugar do trabalho. A pequena afrmacio de Des- ‘amas sutil das fugas. (A divisa de Descartes: “Lara ‘A experitncia interior 53, ‘us prodes”; 0 que avanca mascarado: estou na angrstia © penso, ‘ pensamento em mim susjende o proprio see. Segundo Descar’ tes 0 mundo do "progresso”, em outros termos, do projto, & 0 mundo onde estamos. A guera o atrapalha, € verdade: 0 mundo do pojeto permanece, mas na vida e na angustia.) "A experiéncia interior &a dentincia da trégua, &0 ser sem ‘prazo,_— Principio da_experiéncia interior: sar através de um pro- jeto do dominio do projet ‘A experitncia interior € conduzida pela rardo discursiva, $6 razto tem o poder de desfazera sua obra, de destruir 0 que ela edificara. A loucura nao tem efeito, deixando substtuir os ‘destrgos, atrapalhando, com a razio, a faculdade de comunicar (talver ela eej, antes de tudo, ruptura da comunicecao interior) ‘A exaltago natural ou o embriagamento tém a virtude dos fogos de patha. Sem o apoio da razto, ns nto atingimos 2 *incandes- céncia sombria’ Quase toda a experiéncia interior dependeu até aqui. da cobseesto da salvacao. A salvagio € o cimo de qualquer projeto possivel, esate, em matéia de projto. Devido a0 préprio fato fe que « salvagio € um cimulo, la €, alts, negacdo de projetos de interease momentineo, No extremo, 0 deseo de salvacio vira ‘64io de trio projeto (do adiamento da existéncia para mais tae) da prépriasalvagd, suspita de ter um motivo vulgar. Se esgot0, na angistia, as perepectivas longinquas e a profundeza intima, ‘veio ist: a ‘salvagto foro Unico meio de dissociar o erismo (@ ‘onsumagae bsguca dos corpos) e& nostalgia de exstir sem prazo. ‘Sem divida um melo vulgar, mas 0 erotismo.. Contra o orgulbo. O meu privilégio ¢ fiearhumillado com ‘a minha profunda estupidexe, sem divide, através dos outros, percebo uma estupidez maior. A este grau de espessura, € intl ‘eters nas diferencas. O que tenho a mais ques outros; olhar fem mim imensas silas de 1x0, de magullagem; nao sucumbi a0 pavor que nomalmente desvia os ollates, no sentimento que tinha de uma faléncia interior, nao fig, $6 tentel fracamente ‘enganar-me e,sobretudo, no cansegni. O que percebo éainteira privaci do homem, a sa espessura, no final das eontas, cond ‘glo da sua fatudade. A imitagio de Jesus: segundo Sto Joao da Cruz, devemos imitar em Deus (Jesus) a decadéncia, a’agonia, o momento do 54 Georges Bataie ‘to saber, do “lemma sabachtoni”; bebido até a orra,o cris: ‘tiaiomo & auséncia de salvacio, desespero de Deus. Ble desta Tece na medida em que chega 20s seus objetivos sem folego. A. ‘agonia de Deus, na pessoa do homem, é fatal, 6 o abismo onde ‘avertigem soficitave-o acai. A agonia de um Deus nao se inte- essa pela explicacao do pecado. Ea justifia nao somente o céu (a incandescencia sombria do coragae), mas 0 inferno (a infantil dade, a8 flores, Afrdite 0 rs0). Apesar das aparéncias contrérias, a preocupacio com as tnisérins € a parte morta do cristanismo. & a angustiaredutivel fem projete: f6rmula indefinidamente visvel, cada dia um pouco Imai de espessura, um estado de morte exacerbado. A existén- cia e a angistia perdendose, na escala das massas humanas, no projeto, a rida € prorrogada 20 infinit. B claro que a ambigt- fade participa distor no cristiaiamo, 2 vida € condenada, e as pessoas do progresso santifican-na; 6s cristios limitaram-na a0 xtase e a0 pecado (era uma atitude posiiva, 0 progresso nega ' éxiate, o pecado, confunde a vida e o projet, e sanificao pro- jeto (0 trabatho): no mundo do progresso, a vida & somente a fnfantilidade Vita, quando o projeto & reconhecido como o sério da existéncia(e angustia, que @ miséra sustém, 6 necesséria & autoridade, mas 0 projeto ocupa oespirit) Onde ocarétr ftimo do projeto se revela. 0 modo de exis- tencia do projeto transposto para a ociosidade das mulheres ricas f, em geral, dos mundanos. Se as maneiras poidas,tranailas, €€ vazio do projeto predominam, a vida nao suporta mais a ocio- Ssidade. Assim como 28 avenidas num domingo de tarde. A vida ‘undana e os domingos burgueses ressltam o cardter da festa antiga, esquecimento de qualquer projeto, consumario desmedida, EE sobretudo “nada', ndo sei “nada”, gemoo como uma ‘rianga doente, cuja mae stenta segura a testa (boca aberta sobre Thais). Maso tenho mae, o homem no tem mie, a bacia é (6% estrelado (é assim, na minha pobre nfusea), “Algumas inhas idas risa brochura recente i Freqientemente pensei no dia em que seria enfim con- fo nascimento de tm homem que teria muito sincera tolhos voltados pera deni. A sua vida seria um longo be tte de Phen, FCs A ceseritcia interior 55, tinelforrado de pels fosforescentes,« clea teria de se deitar para mergulkar em tudo o que tem de comum com 0 resto do mundo e que nos € atrozmente incomunicivel. Quereria que ‘ada tum, pensando que o nascimento de tl homem devesse ser toma possivel, aman, através de um comum acordo com os feu semelhantes © com o mundo, pudesse, como eu, derramar lagrimas de alegria". Toto € acompanhado de quatro psiginas onde se exprime uma inteneao principalmente voltada para fora. [A ideia da possbiidade do nascimento deixa-me, que penal, com 108 olhos secos, tenho febre,e nao mis ligrimas (0 que significa essa “Bpoca de Ouro”, esta vi preocupa- to das "melhores condigbes possiveis", e a vontade doente de ‘im homem undnime? Para dizer a verdade, uma vontae de expe: ‘éncia evans comeca sempre na eufria,E impossivel apreen- {ler 2 que nos comprometemos, adiviahar 0 preco que pagare- ‘mos. Mas, mais tarde, payaremos, sem nas fartarmes de pagar, ‘inguém pressentu até que pontoficaria arrainado, nem a vergo- ‘ha que teria de nao o estar bastante. Dito isto, se vejo que io demos suportar rier, que sufocamos, que, de qualquer modo, fugimos da angistia e recorremos ao projeto, a minha angtstia acrescenta-se daquela que aturbuléncia evita, A cociosidade postice, a poesia colocada em projeto, 0 que ‘um André Breton nao podiatolerar nu, e que o abandano propo- sital das suas frases devia velar. E para mim, a angistia sem falda, osentimento de cumplicidade, de estar assediado,acuado. [No entanto, nunca mis inteire do que nesce momento! nfo padem prejudicarme: € 0 deserto que et queria, o lugar (a condicao) necessdro para uma morte clara einterminave 0 que vej: a faclidade poética, « manera difusa,o projeto ‘verbal, 2 ostentagao e a queda no pier: vulgaridad, literatura. ‘Anuncam em altos bradoe que vao renovar homemt; mas fazem: no entrar um pouco mais no velho trio. Vaidade! & mais com Dlicado do qve isto (a vaidade nao & o que parece, ela 86 € a con figto de um projeto, de um adiamento da existencia para mais tarde) SO temios setisfarao valdosa em projeto; a satisfacio escapa desde que 0 realizamos, retomamos depressa ao plano fo projeto; eaimos desta maneira na fuga, como um animal fume armadilha sem fim, e um dia ou outro, morrese idiot, Na angistia onde me fecho tao longe quanto possivel, @ min alegria justfca a vaidade humana, o imenso deserto das vaida- 86 Georges ataile es, o seu horizonte sombrio, onde a dor e a morte se escondem ma alegria morta e divina, E valdade em mim mesmo! Seguramente. “0 que escrevo: um apela!o mais ouco, o mais aproprado aoe surdos. Dirijo aos meus semelhantes uma prece (a alguns entre eles, pelo menos) vaidade deste grito de homem do desert! Voces sho fitos de tal maneira que, seo percebessem, ‘como eu 0 percebo, do poderiam mais so. Pos (aqui, caio no thio) tenham piedade de mim! Vio que vocts sao. © homem e seu possivel — 0 ser rd, besta(gritando no fro), colacou o seu passive! no chao. Sobrevém a gent ideia (isonjera: ele seguea, agarra-a, Mas, e este jositel colocado, or um instante, no solo? Ele o esquece! Com certeza, esquece! Pronto ele se fo Falando do extremo atingido, aqui ou If, falei de escrito- 108, até de um “literato” (Dostoiévski. Diante da possbilidade {de confusdes fAceis,explico melhor. Nao se pode saber nada do Thomem que nfo tenha tomado forma de frase, e o entusiasmo [la poesia, por outro lado, considera as intraduziveis seqién- tias de palavras como o cimo. O extremo esti alhures. Ele s6 € Inteiramente atingido quando communicado (o homem € milo, 4 soldio 6 0 vazio, a muldade, a mentira). Se qualquer expres: ‘so testemunta isso: o extremo 6 diferente. Ele ndo€ nunca lite Tatura. Se a poesia 0 exprime, ele € distinto disto: ao ponto de Into ser podtic, pois, se a poesia o tem por objeto, ela nio 0 ‘tinge, Quando’ ¢-extremo esta Ie, 0s meios que servem para 0 tiltimo poema conhecido de Rimbaud nto é o extremo. ‘Rimbaud atingiu o extremo, s0 atingiu a comunicagao dele do seu desespero: suprimiu a comunicacdo possivel, © rveu ais poemas. ‘eeusa de comunicar é um meio de comunicar mais hos: inal potente; se foi possive, € que Rimbaud desviow- ‘mio comunicar, ele renunciow, Sendo, € por ter ‘le cessou de comunicar. Ninguém saberd se 0 9). pidor comandou a rentncia de Rimbaud ‘A experieia interior 57 ode ser que os limites do horror tenham recuado (Deus 10 existe mais). Em todo caso, falar de fraqueza nd tem sentido: [Rimbaud manteve a sua vontade de extremo em outros planos (Gobretudo neste da renincia). Pode ser que ee tena renunciado or nao ter atingido — (0 extremo nao € desordem ot luxiria) ‘muito exigente para suportar, muito licido para nao ver. Pode Ser que depois deter atingido, mas duvidando que isto tena sen tido, oa mesmo acontecido — camo o estado daquele que alinge no dura — ele nfo tenha podido suportar a diva. Uma pro- ‘cura mais longa seria v8, quando a vontade de extremo nao para fem nada (realmente no podemos ating). 0 eu nto tem importincia nenhuma. Para um leitor, sou ‘um ser qualquer: nome, identidade, histrico no mudam nada. Ele (leitr) é alguém, eeu (autor) também o sou, Ele e eu somos ‘sem nome, safdos do. sem nome, para este. sem nome como sho para o deserto dois grios de area, ou para um mar duas fondas se perdendo nas ondas vizinhas. O.. sem nome a0 qual pertence & “personaliade canhecida” do mundo do etc, 30 ‘tal ela pertence to totalmente que ela oignora. O more infin tamente bendita sem a qual uma “personalidade” pertenceria ‘a0 mundo do ete. Miséria dos homens vivos, disputando a morte possibilidades de mundo do etc. Alegria do agonirante, onda entre as ondas, Alegria inerte de agonizante, de deserto, queda ‘no impossivl,grito em ressonancia, silencio de acdente mortal. O cristdo dramatia facilmente a vida: vive perante o Cristo ‘que, para ele, 6 mais do que ele proprio. O Cristo € a totalidade doer, eno entanto ele 6, como o “amante', pessoal, como 0 “a: ‘mante”, desejavel: e de repente o supiio, a agonia, a morte. O fel do Cristo € levado ao suplci, Levado cle préprio ao suplicio: rio a qualquer suplico insignificante, mas & agonia divina. Nao somente ele tem 0 meio de atingiro suplicio, mas ele nto pode- Fin evtél, ¢€ o suplcio do mais do que ele ¢, do proprio Deus, fae € contudo tao homem quanto ele, e igualmente sarificdvel [Nao basta reconhecer, isso apenas coloca em jogo 0 esp rito, € preciso também que 0 reconhecimento ocorra no coragto (@movimentos intimos, meio cegos.). Nao é mais a filosofia, ‘mas o sacrfiio (a comunicagdc). Coincidéneia estranhsa entre & ‘losofiaingénua do sacrificio (na India antiga) ea flosofia do ‘ndo-saber supicante: 0 sacrifieo, movimento do coracso, trans- “posto ao conhecimento (hd inversdo desde a origem até agora, {0 percurso antigo indo do coragao a inteigéncia, 0 atual, no sentido contri). (0 mais estrnho & que o nfosaer soja sancionado. Como se, de fora, nos fose dita ‘id o minis vari dos contrasensos. Eu podera dae "Tudo ‘ests terminado™ Nao. Pos spando que eu o dig, logo pereebo ‘omesmo horzoate fechado que hava no instante anterior Quanto thaisavaneo no sabe, fosse pela via do ndosaber, mais 0 ndo- fiber kino toma-e pesado, angustiante. De fato, me dou 20 ‘Mosaber ¢ comuricao, e como hi comtuniarao com o mundo ‘bscateido, tomado abil pelo nlo-siber, owo dizer Dew: ¢ {assim que hd novamentestber(nfstico, nas no osso parar {ao posso — mas tenho deter ‘lego “se Deas soubesce”. E long, sempre mas loge. Deus, como o camer sbstituido 4 Isaac. Isto nfo & mais o sarifcio. Mais adante,¢ osacrficio Cm sae. O sacrfiio€ a loweura, a rendnca ‘algo saber 4 queda no vaso, e nada, nem na queda nem to vazio, nada €revelad, porque arevelagio do vazio 6 somente tum meio de car mas profundamentena auseaci. (© NAO-SABER DESNUDA. [Esta proposigio € o cimo, mas deve ser entendida assim: “desnuda, entao ojo 0 que 0 saber escondia até ai, mas se veo, ‘9, De fato, sei, mas 0 que soube, 0 naosaber ainda o desnuda. Se o conira-senso € 0 sentido, o'sentido que € 0 contra-sens0 ‘perde-se, torna-se de novo contra-senso (sem parada possive). ‘Se a propasicio (0 ndesber desnuda) possui um sentido — aparecendo, e tio logo desaparecendo ~ é que cla quer dizer: (© NAOSABER COMUNICA 0 EXTASE. O maosaber ¢ antes ie tido ANGOSTIA. Na angésta aparece a nudes, que extasia Mas o proprio &xtase (a nudea, a comunicagao) se furta sea angi: ‘se furta. Assim o @xtase 86 permanece possivel na angistia xtase, no fato de que nio pode ser satistacto, saber ajreend- “Evidentemente, o éxtae é antes de tudo szher abreendido, par te na extrema privacdo que eu, a minha vida e a minha (icrta representamos (sto, eu 0 sei, ninguém levou o saber ringuém o pode, mas para min fi fécl — obrigatsrio 0 extremo do saber extd presente (e 0 extremo do ‘cabo de entender estd além do saber absoluto), a lacontece que no saber absolto, tudo se revirs. Mas, aiba ~ saa totalmente — que a privacio, no plano Acxperigaca interior 59 do saber (onde 0 saber me abandonal, revelase, @ a anstia recomecs. Mas a angistia & o horror da privagio, ehega 0 ‘momento em que me entrego & privacao: ela & entao, a nudez {que extasia, Depos,o saber volta, a stistagio, de novo a angtis- fia, recomego redobrando até ao esgotamento (assim como no ata- ‘que derrso, a angistia, nascendo do iso deslocado, redobra oso). 'No extese, podemos entregar-nos, & a satisfacao, a felici- Jade, a insipides, Sao Jodo da Cruz recusa a imagem sedutora fo arrebatamento, mas se acalma no estado teopatico. Segui 0 feu método de descecacto até o fim. 2 ‘Supressio do sujeitoe do objeto, nico meio de nfo chegar| A posseasdo do objeto pelo sujeto, quer dizer, de evitar a absurda corrida do ipse querendio tornar-se tudo. < Conversa com Blanchot. Bu Ihe digo: a experiéncia interior io tem objetivo, nem autoridade, que a justfique. Se retiro, se faco estourar a preocupacio de um objetivo, de uma autoridade, ‘elo menos subsiste um vazio. Blanchot lembra-me que objetivo, [utoridade, aio exigencias do pensamento discusivo; insisto, descrevendo a experiéncia sob a forma dada em sua itima texpressdo, perguntandothe como ele cré possvel isto, sem auto- Fidade, nein nada. Ele me diz que a prépra experiencia €a auto- Fidade, Acrescenta, a propésto desta autoridade, que ela deve ser expiad. =, ‘Quero dar ainda mais uma ver 0 exquema da experiéncia | ‘que chamo de experiéncia pura, Primeiro, atinjo o extremo do ‘Saber (por exenplo, imito 0 saber absolute, pouco importa a manera, mas isco supde um esforco infinito do esprto querendo|) | ‘O saber), Sei entlo que nfo sei nada. Ips, eu quis ser td (pelo) | Suber) e caio na angtstia: a ocasito desta angistia 6 0 meu nio- |) Saber, o contra-senso sem remédio (aqui, onao-saber nda suprime fs conhecimentos particulares, mas o sea sentido: ele retira he edo sentido), Posteriormente, posso saber 0 que & a angstia da qual flo. A angustia supde 0 desejo de comunicar, isto €, de ime perder, mas nao a resolucaointera: a angistia testemusha do meu medo de comunicar, de me perder. A angistia € dada fo tema do préprio saber: ise, através do saber, eu quereria ser fudo, fogo comunicar, perder me, entretanto permanecer bse. Para a comunicago, antes que ela acon, colocam-se 0 sueito (eu, ipso) 0 objeto (em parte indefinido, até que seja intra mente apreendido), O sujet quer apoderar-se do objeto para Georges Battle (esta vontade lige ao ser comprometido no jogo das ‘camposicées, vero Labrinio), mas ele s6 pode se perder: 0 contra senso da Yontade de saber sobrevém, contrasenso de tudo poss ‘el, fazencio com que ifse saba que ele vai se per, eo saber junto cam ele. Enquantooifse persevera na sua Vontae de saber, de ser ifsc, a angdstia dua, mas seo ise se abandona e o saber onsigo mesmo, se ela ved 20 nao-taber neste abandono, 0 ate balamento omega. No arrebatamento, minha existénciareencon- tra um sentido, mas o sentida se refere logo a0 ise, tore 0 ‘max arrebatamento um arebatamento que eu, se, poss, dando ‘satisfacdo 8 minha_vontadle de ser tudo, Desde que valto 2 este ont, af cessa a comiunicacio, a perda de mim mesmo; cesei de bandonar-me, fico li, mas com um saber novo. movimento recomeca a partir da; 0 saber nove, posso laboré-o(acabo de faz¢-Io). Chego a esta nogto: sujet, objeto, ‘io perspectivas do ser no momento da inéeia;o objeto visado Ea projecdo do sujeito ipse querendo tornarse 0 tudo, e toda Tepresentacio do objeto & fantasmagoria resultante desta von: fade ingénua e necesséria (se clocamos o objeto como coisa ou {Como existente, pouco importa) 6 preciso chegara falar de com nicacio, compreendendo que a comunicacao suprime tanto ‘objeto quanto o sujeto (€ 0 que se torna claro no auge da comi- nicecio, quando, na verdade, ha comunicagio entre sujeto objeto de mesma natureza, entre duas cflulss, entre dois ind duos). Posso elaborar esta representacdo do mundo e ola pr meito como solucio de qualquer enigma. De repente, percebo que este saber supremo deixa como, a noite, uma eianga nia dentro do mato. Desta vez, 0 que € mais grave, o sentido da ‘comunicacdo esté em jogo. Mas quando a prapria comunicacio, ‘num’ momento em que ela estava desaparecida, inacessvel, me parece como um contra-senso,atinjo o culo da angistia, num artojo desesperado, abandono-me, © a comunicacto de novo & dada a mim, o arrebatamento e a alegria. Neste momento, a elaboragio no & mais necessria, ela ‘std feta: ¢ imediatamente, ea parti do prdprio arrebatamento, ‘entro de novo nas trevas da erianca perdida, na angst, solar mais adiante ao arrebatamento,e isto 86 tem fim no do ha outra possibildade de parar que no seja iment, ja alegria supliciant loengas da experiéneia interior. — Nea, 0 mistico tem fanimar 0 que ele quser; a intensdade sufoca, elimina A expesingia interior 61 4 dvida e pereebemos o que esperdvamos. Como 8 dispusésse- tos ce um potente sopro de vida: cada pressuposto do espiito & snimado, O arrebatamento nao 6 uma janela dando para fora, para ‘além, mas um espelbo. Ea primeira doenca A sextunda € 0 pro- Jeto da experincia. Ninguém pode ter lucidamente uma experién- cia sem ter do 0 projeto dela. Esta doongs menos grave mio cevitével 0 projeto deve mesmo ser manta, Ora, a experiencia € ‘o contririo do projet: atinjo a experiencia a0 contario do pro- jeto que eu tinha de tela, Entre experiencia e projeto estabe- lecee arelaco da dor & voz da razio:arardo representa im Iildade de uma der moral (izendo: 0 tempo apagard a dor ‘quando & preciso remunciar ao ser amado). A ferida std af, presente, terivel e recusando a razdo, reconhecendo 0 ‘seu fundamento, mas 6 vendo nisto um horror a mais. Nao Sofro menos de uma feria, se pressnto que ela ser logo curada. E necessétio serir-se do projeto assim como da certeza de uma cera pr6xima. O projeto pode, tl como a certezs, serum criado ‘rozador, nao ignorando nada, cético e consciente de serum ‘riado, furtando-se logo que a experigncia, ocorrendo verdadei- ramenie, como a dor (um suplico), exe a soldao, egrita amat~ sgamente! "deine me”, criado, se tudo ocorre como ele quer, deve se faner esque cer, Mas ele pode trapacear. A primeira doenca, o espelbo, & devido a um criado groseeiro, que escapa a servo profunda & ‘qual esta Tigao. 0 criado da experiéncia é 0 pensamento discursive. Aqui, 1 nobreza do criado baseia-se no rigar da servidio. © nto-saber stingido, o saber absoluto mo passa de um conhecimento entre outros. v £ preciso. isto gemer? Nio sei mais. Aonde vou? Aonde se irige eta move de pensancntos, ipa, que magne femelbante ao sangue repentino numa garganta feria. Insfpido, de modo algum amargo (mesmo na confusio das mais baixas, permaneco alegre, aberto, generoso. E rico, muito rico, esta gocla rica de sant...)

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