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Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus
6. Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus; apenas entrará
aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. - Muitos, nesse dia, me dirão:
Senhor! Senhor! não profetizamos em teu nome? Não expulsamos em teu nome o demônio?
Não fizemos muitos milagres em teu nome? - Eu então lhes direi em altas vozes: Afastai-vos
de mim, vós que fazeis obras de iniqüidade. (S. MATEUS, cap. VII, vv. 21 a 23.)
7. Aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica, será comparado a um homem
prudente que construiu sobre a rocha a sua casa. - Quando caiu a chuva, os rios
transbordaram, sopraram os ventos sobre a casa; ela não ruiu, por estar edificada na rocha. -
Mas, aquele que ouve estas minhas palavras e não as pratica, se assemelha a um homem
insensato que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os
ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derrubada; grande foi a sua ruína. (S. MATEUS,
cap. VII, vv. 24 a 27. - S. LUCAS, cap. VI, vv. 46 a 49.)
8. Aquele que violar um destes menores mandamentos e que ensinar os homens a violá-los,
será considerado como último no reino dos céus; mas, será grande no reino dos céus aquele
que os cumprir e ensinar. - (S. MATEUS, cap. V, v.19.)
9. Todos os que reconhecem a missão de Jesus dizem: Senhor! Senhor! - Mas, de que serve lhe
chamarem Mestre ou Senhor, se não lhe seguem os preceitos? Serão cristãos os que o honram com
exteriores atos de devoção e, ao mesmo tempo, sacrificam ao orgulho, ao egoísmo, à cupidez e a
todas as suas paixões? Serão seus discípulos os que passam os dias em oração e não se mostram
nem melhores, nem mais caridosos, nem mais indulgentes para com seus semelhantes? Não,
porquanto, do mesmo modo que os fariseus, eles têm a prece nos lábios e não no coração. Pela
forma poderão impor-se aos homens; não, porém, a Deus. Em vão dirão eles a Jesus: "Senhor! não
profetizamos, isto é, não ensinamos em teu nome; não expulsamos em teu nome os demônios; não
comemos e bebemos contigo?" Ele lhes responderá: "Não sei quem sois; afastai-vos de mim, vós
que cometeis iniqüidades, vós que desmentis com os atos o que dizeis com os lábios, que caluniais
o vosso próximo, que espoliais as viúvas e cometeis adultério. Afastai-vos de mim, vós cujo coração
destila ódio e fel, que derramais o sangue dos vossos irmãos em meu nome, que fazeis corram
lágrimas, em vez de secá-las. Para vós, haverá prantos e ranger de dentes, porquanto o reino de
Deus é para os que são brandos, humildes e caridosos. Não espereis dobrar a justiça do Senhor
pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas genuflexões. O caminho único que vos está
aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei de amor e de caridade."
São eternas as palavras de Jesus, porque são a verdade. Constituem não só a salvaguarda da vida
celeste, mas também o penhor da paz, da tranqüilidade e da estabilidade nas coisas da vida
terrestre. Eis por que todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem
nessas palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha. Os homens as conservarão,
porque se sentirão felizes nelas. As que, porém, forem uma violação daquelas palavras, serão como
a casa edificada na areia. O vento das renovações e o rio do progresso as arrastarão.
FONTE BÁSICA
KARDEC, Allan O Evangelho Segundo o Espiritismo. Trad Guillon Ribeiro, 89. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 1984. Cap. XVIII, Itens 6 a 9. p. 304-5.
FONTES COMPLEMENTARES
1. XAVIER, Francisco C. Cada servidor em sua tarefa; mens. 56.
In: . Livro da Esperança. Pelo espírito Emmanuel. 7. ed. Uberaba: CEC. 1984. p. 156-8.
2 XAVIER, Francisco C. & VIEIRA, Waldo. Santidade de superfície;
mens. 33. In: . Opinião espírita. Pelos espíritos Emmanuel e
André Luiz. 5. ed. Uberaba: CEC, 1982. P 114-6
3.__. Em plena era nova; mens 12 In: . O Espírito da Verdade. Por
vários espíritos. 5. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1985. p. 38-9.
4. Op. cit, Quando voltares; mens. 101. p. 229-30.
OBJETIVO
Informar os participantes sobre a importância e o porquê de se reconhecer a missão de Jesus,
não somente através de palavras, mas de atos e vivência do seu Evangelho.
CONCLUSÃO
Conhecer a lei de Deus e reverenciá-lo por palavras é condição necessária, porém não suficiente
para a felicidade plena; é igualmente indispensável agir de acordo com os ditames da soberana lei,
tão bem expressa e exemplificada por Jesus, em seu Evangelho.
OBSERVAÇÕES
Recomenda-se, como leitura preparatória, a mens. n° 12, do livro O Espírito da Verdade.
O dirigente, ao ler o texto, deverá certificar-se do completo entendimento do vocabulário pelos
participantes.
Por que nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus?
Porque a entrada no reino dos céus só é facultada àqueles que cumprem a lei de Deus, segundo os
preceitos de Jesus. E nem sempre o balbuciar de palavras reverenciando o Senhor é acompanhado
de atos que caracterizam e dignificam o verdadeiro cristão
Os atos exteriores de devoção, as expressões bonitas, sem o sacrifício do nosso orgulho, egoísmo e
cupidez, nada valem aos olhos do Pai. A Ele interessa o que vai em nosso íntimo.
Onde buscar a lei de Deus, para conhecê-la?
No reduto da nossa própria consciência. Além disso, o Evangelho de Jesus é repositório inesgotável
de seus ensinamentos, sob a forma de lembrete e convite permanente à nossa reforma íntima.
Com a humildade de coração e a fé em Deus e no futuro, nos é permitido compreender melhor suas
leis.
Que lição a passagem nos ensina?
Que só teremos sucesso em nossas obras se, na sua elaboração, levarmos em conta os preceitos
divinos, que nos recomendam agir com prudência, coragem e boa vontade.
O espírito deve ser conhecido pelas suas obras, e estas devem estar sustentadas em bases sólidas.
O que é necessário o homem fazer para conquistar o reino dos céus?
Usar os recursos intelectuais, materiais e morais de que dispõe, para realizar, tão bem quanto
possível, a tarefa que lhe cabe como cristão, e todo o bem ao seu alcance, seguindo sempre o
roteiro traçado por Jesus.
Só chegaremos a bom termo, no cumprimento das tarefas que nos compete realizar, se tomarmos
por base os mandamentos divinos.
Quer dizer, então, que as orações que proferimos com palavras abundantes e enaltecedoras
ao Criador não são bem recebidas por Ele?
Não é bem assim. Toda oração, qualquer que seja a sua forma, é bem recebida por Deus, desde
que parta de um coração sincero e puro, e seja secundada por atos que a enobreçam e a
justifiquem.
"Não espereis dobrar a justiça do Senhor pela multiplicidade das vossas palavras e das vossas
genuflexões"
6 Qual é o papel da religião no relacionamento da criatura com o Criador?
Esclarecê-la quanto aos procedimentos a adotar em sua vida, objetivando sua ascensão até o Pai, já
que o processo de salvação é individual e em função das obras de cada um.
"O caminho único que vos está aberto, para achardes graça perante ele, é o da prática sincera da lei
de amor e caridade".
A que instituição, na Terra, se vincula o Evangelho?
A nenhuma. O Evangelho é roteiro de luz para toda as criaturas que, tendo-o à frente de todos os
seus atos, renovarão a sociedade humana para implantação do reino de Deus na Terra.
"Eis porque todas as instituições humanas, políticas, sociais e religiosas, que se apoiarem nessas
palavras, serão estáveis como a casa construída sobre a rocha."
Pelas suas obras é que se reconhece o cristão
16. "Nem todos os que me dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus, mas somente
aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos céus."
Será bastante trazer a libré do Senhor, para ser-se fiel servidor seu? Bastará dizer: "Sou cristão",
para que alguém seja um seguidor do Cristo? Procurai os verdadeiros cristãos e os reconhecereis
pelas suas obras. "Uma árvore boa não pode dar maus frutos, nem uma árvore má pode dar frutos
bons." - "Toda árvore que não dá bons frutos é cortada e lançada ao fogo." São do Mestre essas
palavras.
Esta parábola nos leva a uma profunda reflexão acerca das bases de sustentação da
nossa fé. Quantas vezes nos deparamos, perplexos, diante da estória de pessoas que
abandonam a Doutrina Espírita? Logo, ouvimos a explicação de praxe: Mas, também, nunca
foram efetivamente espíritas. É uma visão simplista do problema porém, sem dúvida, se
aproxima da verdade. Onde estamos construindo nossa casa? Qual a base utilizada para
assentarmos nossos alicerces? Jesus, como de hábito, aponta diretamente para a questão,
nos alertando.
Busca, esforço, trabalho para se alcançar o que se deseja. O cavar significa aprofundar-se nos
assuntos, conhecer-se internamente, enfim, assentar a sua Fé em bases sólidas.
Não basta a aparente confiança, a aparente segurança, tem que ser capaz de resistir às
intempéries. Só a prova testa o alicerce que não se vê.
Jesus demonstrou nesta passagem que não há preferência religiosa no mundo espiritual.
Novamente, de que nada adianta colocarmo-nos como religiosos, se no dia-a-dia somos
impacientes, orgulhosos, egoístas, avarentos, abusamos da sensualidade e da violência. Enfim, se
praticamos a iniqüidade.
Se somos adeptos de uma religião, falamos em nome dela, e a estudamos constantemente, Deus
esperará de nós atos melhores em comparação com os que não tiveram esta oportunidade de
aprendizado.
Mostre ao público que a vinda deles no centro, na igreja ou em qualquer templo estará lhes dando
uma enorme responsabilidade perante a vida, e que a partir de então precisarão medir suas atitudes
e buscar fazer ao próximo o que desejam para si mesmos.
Interaja com os presentes. Diga-lhes que, frente a tudo o que expôs, seria mais fácil e tranqüilo se
não tivéssemos o conhecimento da Lei. Assim, não seríamos tão cobrados, não é?
Não, não é!, diga-lhes. Isso porque se o conhecimento nos traz responsabilidade, a falta dele nos
deixará na ignorância. E a ignorância é a prisão do ser, que vive escravo de suas próprias
imperfeições.
Explique a razão de vivermos encarnados. Que quanto mais agirmos contra a Lei, mais sofreremos.
É a Lei de Ação e Reação, Plantio e Colheita. Se plantarmos o erro, colheremos angústia e
desilusão.
Somente este conhecimento, que nos traz a responsabilidade, evita com que nos equivoquemos e
conseqüentemente, iremos conseguir a verdadeira liberdade e a felicidade almejadas. Não
passageiras, mas eternas.
Daí, lembre que o mundo material prega exatamente o contrário, dando ao homem os prazeres
efêmeros, e então leia a passagem seguinte.
26 - EDIFICAÇÃO DA TORRE
“Quem de vós, com efeito, querendo construir uma torre, primeiro não se senta para calcular
as despesas e ponderar se tem com que terminar? Não aconteça que, tendo colocado o alicerce e
não for capaz de acabar, todos os que virem, comecem a caçoar dele, dizendo: Este homem
começou a construir e não pode acabar! Ou ainda, qual o rei que, partindo para guerrear com outro,
primeiro não se senta para examinar se, com dez mil homens, poderá confrontar-se com aquele que
vem contra ele com vinte mil? Do contrário, enquanto o outro ainda está longe, envia uma
embaixada para perguntar as condições de paz. Igualmente, portanto, qualquer de vós, que não
renunciar a tudo o que possui, não pode ser meu discípulo. O sal é bom. Porém, se ele se tornar
insosso, com que há de temperar? Não presta para a terra, nem é útil para estrume: jogam-no fora.
Quem tem ouvidos para ouvir, ouça!” Lucas, 14:28-35
Esta parábola aborda a questão do planejamento no processo de crescimento espiritual do
Ser Imortal, que somos todos nós. Apresenta, também, muitos pontos já analisados na Parábola
Candeia sob o Alqueire, como a questão do sal. Jesus busca, através de comparações com fatos do
cotidiano, como a construção de uma torre, ou a preparação para a guerra, mostrar a necessidade
de nos prepararmos adequadamente para as etapas que deveremos cumprir, até atingirmos o
objetivo tão esperado da vitória sobre nossas paixões, nesta luta pela construção do homem novo.
Fica clara, também, a necessidade de nos conhecermos melhor, de avaliarmos quais são
nossas deficiências e virtudes. Como uma pessoa pode calcular as despesas e ponderar se tem
com que terminar a construção da torre, se não souber o que falta fazer? Ou seja, como saber o que
precisamos conquistar, se não soubermos o que já conquistamos? Jesus ressalta a importância da
prudência para que não venhamos a tentar passos largos demais. Aliás, não podemos também
tentar passos menores do que os factíveis com o nosso potencial. Ele lembra que se errarmos na
medida para mais, estaremos sujeitos a ouvir: Este homem começou a construir e não pode acabar!
Principalmente depois de desencarnarmos...
Os exemplos escolhidos por Jesus são interessantes. A torre, crescendo para o alto,
simboliza a ascensão espiritual. A guerra contra forças superiores em número, retrata a situação
atual do nosso planeta, onde tantos ainda se dedicam ao mal, e buscam criar obstáculos para
aqueles que se decidem a caminhar.
Vale refletir: estamos cientes de que os atos presentes são as matrizes das situações que
viveremos no futuro? Estamos planejando nossos passos de modo a alcançar a Paz que tanto
buscamos em nossas palavras? Quais são nossos objetivos nesta encarnação? Depois, de nada
adiantará lamentarmo-nos!
Bibliografia:
1 - Rodhen, H. - Sabedoria das parábolas - pg.
2 - Godoy, Paulo A. - O Evangelho por dentro - pg.
3 - Calligaris, Rodolfo - Parábolas evangélicas - pg.
4 - Almeida, José S. - As Parábolas - pg.
“Assim, todo aquele que ouve estas minhas palavras e as põe em prática será comparado a um
homem sensato que construiu a sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enxurradas,
sopraram os ventos e deram contra a casa, mas ela não caiu, porque estava alicerçada na rocha.
Por outro lado, todo aquele que ouve estas minhas palavras, mas não as pratica, será comparado a
um insensato que construiu a sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enxurradas, sopraram
os ventos e deram contra a casa, e ela caiu. E foi grande a sua queda” Mateus, 7:24-27
“Por que me chamais Senhor! Senhor!, mas não fazeis o que eu digo? Vou mostrar-vos a quem é
comparável todo o que vem a mim, escuta as minhas palavras, e as põe em prática. Assemelha-se a
um homem que, ao construir uma casa, cavou, aprofundou e lançou o alicerce sobre a rocha. Veio a
enchente, a torrente deu contra essa casa, mas não a pode abalar, porque estava bem construída.
Aquele, porém, que escutou e não pôs em prática é semelhante a um homem que construiu sua
casa ao rés do chão. A torrente deu contra ela, e imediatamente desabou; e foi grande a sua ruína!”
Lucas, 6:47-49
Esta parábola nos leva a uma profunda reflexão acerca das bases de sustentação da
nossa fé. Quantas vezes nos deparamos, perplexos, diante da estória de pessoas que
abandonam a Doutrina Espírita? Logo, ouvimos a explicação de praxe: Mas, também, nunca
foram efetivamente espíritas. É uma visão simplista do problema porém, sem dúvida, se
aproxima da verdade. Onde estamos construindo nossa casa? Qual a base utilizada para
assentarmos nossos alicerces? Jesus, como de hábito, aponta diretamente para a questão,
nos alertando.
Na parábola duas situações são apresentadas. Jesus divide as pessoas em dois grupos,
conforme o tipo de construção adotada: casa sobre a rocha e casa sobre a areia. Enxergando no
casa, a nossa própria vida, podemos perceber no simbolismo da rocha, o embasamento da Fé (a Fé
da Razão e Amor, não a “Fé” da imprudência), na vivência dos princípios cristãos. Jesus acentua
que este homem sensato ouve e põe em prática. Em Lucas, destaca-se, ainda, um importante
aspecto. Ele conta que o homem cavou, aprofundou e lançou o alicerce sobre a rocha. O que
significa isso? Busca, esforço, trabalho para se alcançar o que se deseja. O cavar significa
aprofundar-se nos assuntos, conhecer-se internamente, enfim, assentar a sua Fé em bases sólidas.
Fé que pode já ter sido conquistada em outras vidas ou que tem que ser alcançada, com esforço,
nesta encarnação. Estes são os caminhos da Fé capaz de nos ajudar a superar quaisquer
problemas, de transportar qualquer montanha.
Outras pessoas optaram por construir sobre a areia, ou ao rés do chão, ou seja, não se
aprofundam. Quando, então, vem a enxurrada desabam. Mateus traça um quadro complexo: chuva,
enxurrada, ventos. Afinal, como dizem, um problema nunca vem sozinho. Começa com a chuva, um
pequeno problema, mas depois outros efeitos se conjugam. Aquele, porém, que construiu a casa
sobre a rocha mantém-se sereno, pois sua Fé, fruto da Razão, sabe que todos os problemas são
passageiros. A chuva, a enxurrada, o vento, enfim, vem para testar os alicerces que se mantêm
longe da nossa visão afinal estão enterrados, pois com a enorme responsabilidade de manter nossa
casa de pé. Não basta a aparente confiança, a aparente segurança, tem que ser capaz de resistir às
intempéries. Só a prova testa o alicerce que não se vê.
A questão que fica para nós se relaciona com os nossos alicerces, as nossas bases. Como as
construímos? Estão assentadas na rocha? Estamos preparados para enfrentar os problemas, ou nos
limitamos a orar pedido a Deus que os afastem de nós?
Bibliografia:
1- Rodhen, Huberto - Sabedoria das Parábolas - pg.
2- Godoy Paulo A. - Maravilhosas parábolas de Jesus - pg.
3- Almeida, José S. - As Parábolas - pg.
Jesus demonstrou nesta passagem que não há preferência religiosa no mundo espiritual.
Novamente, de que nada adianta colocarmo-nos como religiosos, se no dia-a-dia somos
impacientes, orgulhosos, egoístas, avarentos, abusamos da sensualidade e da violência. Enfim, se
praticamos a iniqüidade.
O conhecimento das Leis de Deus, ao contrário de nos proteger, poderá nos trazer mais condições
para sofrermos na vida. Isto porque Jesus sempre disse que a quem muito foi dado, muito será
pedido. Portanto, se somos adeptos de uma religião, falamos em nome dela, e a estudamos
constantemente, Deus esperará de nós atos melhores em comparação com os que não tiveram esta
oportunidade de aprendizado.
Mostre ao público que a vinda deles no centro, na igreja ou em qualquer templo estará lhes dando
uma enorme responsabilidade perante a vida, e que a partir de então precisarão medir suas atitudes
e buscar fazer ao próximo o que desejam para si mesmos.
Interaja com os presentes. Diga-lhes que, frente a tudo o que expôs, seria mais fácil e tranqüilo se
não tivéssemos o conhecimento da Lei. Assim, não seríamos tão cobrados, não é?
Não, não é!, diga-lhes. Isso porque se o conhecimento nos traz responsabilidade, a falta dele nos
deixará na ignorância. E a ignorância é a prisão do ser, que vive escravo de suas próprias
imperfeições.
Explique a razão de vivermos encarnados. Que quanto mais agirmos contra a Lei, mais sofreremos.
É a Lei de Ação e Reação, Plantio e Colheita. Se plantarmos o erro, colheremos angústia e
desilusão.
Somente este conhecimento, que nos traz a responsabilidade, evita com que nos equivoquemos e
conseqüentemente, iremos conseguir a verdadeira liberdade e a felicidade almejadas. Não
passageiras, mas eternas.
Daí, lembre que o mundo material prega exatamente o contrário, dando ao homem os prazeres
efêmeros, e então leia a passagem seguinte.
“... Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! entrarão no reino dos céus: mas somente
entrará aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus...”
(Capítulo 18, item 6.)
Os bons dicionários definem comunicação como ato ou efeito de transmitir e receber
mensagens e que envolve duas ou mais pessoas. É o processo de permutar conceitos, gestos,
ideais ou conhecimentos, falando, escrevendo ou através do simbolismo dos sinais e expressões.
Enquanto a conversação entre dois indivíduos tem um caráter mais restrito de comunicação, as
atitudes que acompanham os diálogos têm um poder de comunicação mais amplo, eloqüente e
determinante.
O mecanismo que envolve a comunicação divide-se em três propriedades básicas dos seres
humanos e se torna possível porque usamos nossa “percepção” ou “sensibilidade” para captar as
informações; depois avaliamos para poder interpretar e compreender a mensagem; e, finalmente,
“expressamo-nos” com palavras ou atitudes, baseadas nas reações emocionais provocadas pela
maneira como integramos aquela mesma mensagem.
As circunstâncias existenciais de nossa vida de relação são o resultado direto de nossas
atitudes interiores. Precisamos prestar atenção nos conteúdos de informação que recebemos, não
somente pelas mensagens diretas, mas também por aquelas que absorvemos entre conteúdos
simbólicos, inconscientes e subentendidos, na chamada comunicação “além da comunicação”
convencional.
Jesus Cristo considerou a importância da palavra aliada ao crer, quando disse: “não afeteis
orar muito em vossas preces, como fazem os gentios, que pensam ser pela multidão de palavras
que serão atendidos”. (1)
O Mestre disse que não seria pela “multidão de palavras” que nossas súplicas seriam
atendidas, mas que os sentimentos silenciosos seriam fatores essenciais, ou seja, a sinceridade
provida de vontade firme, intensidade e determinação, unidas pela “convicção”, seriam
conseqüentemente a forma ideal para os nossos pedidos e apelos à Divindade.
O simples pedido labial não tem a mesma potência do pedido estruturado em pensamentos
concretos e firmes atitudes interiores.
Dizer por dizer “Senhor! Senhor!” não nos dará permissão para ingressar no Reino dos Céus,
“mas somente entrarão aqueles que fazem a vontade de meu Pai”, quer dizer, os que usam o desejo
e o empenho como alavancas propulsoras em suas palavras e solicitações.
Os estudiosos do comportamento dizem que todos nós, desde a infância, recebemos através
da comunicação um maior ou menor desenvolvimento psicoemocional.
Afirmam que as informações recebidas através dos órgãos da linguagem - essencialmente
dentro de casa, dos pais e irmãos, ou fora da família, dos tios, primos, avós ou amigos - agem sobre
nós proporcionando recursos valiosos e determinantes sobre nosso modo de pensar, e atraem
pessoas e coisas ao nosso redor. Certas informações, porém, captadas pelas crianças e
adolescentes, explicam esses mesmos estudiosos, são transmitidas através da comunicação não-
verbal: expressões corporais, mímicas, trejeitos do rosto, tonalidades, suspiros, lágrimas, gestos de
contrariedade ou movimento das mãos. O comportamento, as expressões carinhosas e os
monólogos da mãe com o feto na vida intra-uterina são comunicações super influenciadoras na
estrutura emocional e espiritual das crianças em formação.
Todos nós recebemos e transmitimos mensagens articuladas constantemente, retendo ou
não essas mesmas informações. Realizamos somas ou subtrações mentais com palavras e atitudes
vivenciadas hoje e com outras recebidas ontem, para chegarmos a novos conceitos e conclusões da
realidade.
Reconstituímos ocorrências passadas, antevemos fatos futuros, iniciamos e alteramos
processos fisiológicos na intimidade de nosso organismo com nossas afirmações verbais negativas
e positivas. Assim, compreendemos que a palavra tem uma importância inegável: ela cria vínculos
de natureza mental, emocional e psicológica, altera o intercâmbio psíquico-espiritual e atua na
formação de nossa personalidade, por meio da interação palavras! atitudes.
Em síntese, o poder da palavra em nossa vida é fundamental, e, se observarmos a reação de
nossas afirmações e atos, descobriremos que eles não retornarão jamais vazios, mas repletos do
material emitido.
Segundo o apóstolo Mateus, “por nossas palavras seremos justificados, e por nossas
palavras seremos condenados”, (2) pois diálogos são pensamentos que se sonorizam e criam
campos de energia condensada dentro e fora de nós.
Reformulemos, se for o caso, as comunicações ou atitudes que recebemos na infância. Se
porventura foram de severidade e rispidez, se nos menosprezaram com mensagens negativas
constantes, repetitivas e depreciativas, poderão ser elas a razão de nossos sentimentos de
inferioridade, rejeição e agressividade compulsórias.
Não diga “que dia horrível!” porque simplesmente está chovendo. A dramaticidade é um dos
fatores traumáticos de nossa existência, pois muitas dessas expressões despretensiosas, repetidas
muitas vezes, podem-nos conduzir a verdadeiros turbilhões vivenciais.
Nossas palavras são filamentos sonoros revestidos de nossos sentimentos, e nossas atitudes
são o resultado de expressões assimiladas e determinadas pelo nosso comportamento mental.
APLIQUEMO-NOS
"E os nossos aprendam também a aplicar-se às boas obras, nas coisas necessárias,
para que não sejam infrutuosos."
- Paulo. (TITO, 3:14.)
É preciso crer na bondade, todavia, é indispensável movimentarmo-nos com ela, no serviço de
elevação.
É necessário guardar a fé, contudo, se não a testemunhamos, nos trabalhos de cada dia,
permaneceremos na velha superfície do palavrório.
Claro que todos devemos aprender o caminho da iluminação, entretanto, se nos não dispomos a
palmilhá-lo, não passaremos da atitude verbalista.
Há no Espiritismo cristão, palpitantes problemas para os discípulos de todas as situações.
É muito importante o conhecimento do bem, mas que não esqueçamos as boas obras; é justo se
nos dilate a esperança, diante do futuro, à frente da sublimidade dos outros mundos em glorioso
porvir, mas não olvidemos os pequeninos deveres da hora que passa.
De outro modo, seríamos legiões de servidores, incapazes de trabalhar, belas figuras na vitrina das
idéias, sem qualquer valor na vida prática.
A natureza costuma apresentar lindas árvores que se cobrem de flores e jamais frutificam; o céu,
por vezes, mostra nuvens que prometem chuva e se desfazem sem qualquer benefício à terra
sedenta.
As escolas religiosas, igualmente, revelam grande número de demonstrações dessa ordem.
São os crentes promissores e infrutuosos, que a todos iludem pelo aspecto brilhante.
Dia virá, porém, no qual se certificarão de que é sempre melhor fazer para ensinar depois, que
ensinar sempre sem fazer nunca.
De nada vale o que se diz se não vem acompanhado do exemplo. Porque muito é pedido a
quem muito foi dado. Porque pelas obras é que se reconhece o servidor do Cristo.
E continuou:
-O espírita que não reformular o seu modo de viver, que não jogar fora toda a inútil bagagem de
milênios, não vestiu a túnica da humildade. Presenciamos alguns espíritas distantes da real proposta
da Doutrina, que é tornar o homem melhor, cada vez melhor. Uns dizem que são espíritas só porque
buscam os passes, outros, porque são médiuns, ainda outros, porque pertencem à diretoria da
Casa. Mas a Doutrina não é só isso: é mudança, é tornar-se manso e pacífico, pobre de espírito,
misericordioso, é tornar o seu caminho um cântico de caridade.
Aos espíritas não é dado cair nos mesmos erros das antigas religiões, porque nelas existem a
idolatria e o temor a Deus.
O Cristo de Deus não é católico, crente ou espírita. O Cristo de Deus é o Mestre, irmão que veio ao
plano físico indicar o caminho para vivermos dentro dos preceitos divinos
Nem Deus nem Jesus podem livrar o homem dos erros cometidos; logo, não basta dizer "Senhor,
Senhor", para ser salvo. A Doutrina Espírita assusta os fracos, porque, ao chegar a ela, eles se
defrontam com a verdade, que mostra a todos nós as imperfeições da nossa alma. Muitos recuam,
amedrontados; outros vão seguindo a vida, enganando a si próprios, dizendo-se espíritas, nada
fazendo pela própria melhoria. Feliz o homem que ama o Cristo; que coloca os pés nas Suas
pegadas e junto a Ele reverencia a Deus como Pai amado que nos espera no fim do caminho para
que, juntos, desfrutemos da vida plena.
Jesus não fundou religião alguma, porque a Sua religião chama-se Amor. No dia em que o homem
amar verdadeiramente, ele pertencerá à religião do Cristo.
Enquanto a conversação entre dois indivíduos tem um caráter mais restrito de comunicação, as
atitudes que acompanham os diálogos têm um poder de comunicação mais amplo, eloqüente e
determinante.
O Mestre disse que não seria pela “multidão de palavras” que nossas súplicas seriam
atendidas, mas que os sentimentos silenciosos seriam fatores essenciais, ou seja, a sinceridade
provida de vontade firme, intensidade e determinação, unidas pela “convicção”, seriam
conseqüentemente a forma ideal para os nossos pedidos e apelos à Divindade.
O simples pedido labial não tem a mesma potência do pedido estruturado em pensamentos
concretos e firmes atitudes interiores.
Dizer por dizer “Senhor! Senhor!” não nos dará permissão para ingressar no Reino dos Céus,
“mas somente entrarão aqueles que fazem a vontade de meu Pai”, quer dizer, os que usam o desejo
e o empenho como alavancas propulsoras em suas palavras e solicitações.
antes de tudo busquemos realizar em nós próprios o padrão de aperfeiçoamento que desejamos
encontrar nos outros.
Todos os que têm a sincera intenção de trilhar os passos de nosso amado e divino Mestre, Jesus
Cristo, passam a enxergar com olhos de ver, não mais ignorando as leis de Justiça, Amor e
Caridade que emanam de Deus, nosso Pai misericordioso, sentindo-se, o viandeiro, fortalecido para
arrostar, com serenidade de espírito, todas as dificuldades que apareçam, tendo a certeza
inquebrantável de que se faz guiar pela Luz de Jesus.
nos trechos mais difíceis alguns viajores menos vigilantes sucumbem diante do maior inimigo
que encontra nessa via, e que são eles próprios e que, muitas vezes, trazem ainda consigo os
defeitos morais e vícios que foram adquiridos no passado tenebroso.
Deverá, assim, derrotar o velho homem que ainda habita em seu coração, onde o orgulho, o
egoísmo e a descaridade permanecem, tranqüilamente, incrustados no espírito,e que pela influência
da carne se tornam exacerbados.
Assim, o viajante passa a constatar que não basta conhecer o caminho da Verdade, se não
se dispuser à correção de rumo, já que em retorno à espiritualidade nada ficará oculto, onde nos
apresentaremos como realmente ainda somos.
De volta à verdadeira pátria, que é a espiritual, o viajor verá que não poderá utilizar de
subterfúgio para aparentar o que, de fato, ainda não é. Não haverá dissimulação, não conseguindo o
egresso da carne fingir, disfarçando o seu coração enodoado de orgulho, egoísmo, maledicência e
tantos outros defeitos, e vícios morais.
A propósito, não podemos olvidar do alerta feito por nosso Divino Mestre ao dizer que nem
todos os que dizem Senhor, Senhor, entrarão no reino dos céus , mas somente aqueles que
fizerem a vontade do Pai, demonstrando que não bastará ter o evangelho nos lábios, se o coração
não estiver impregnado desses princípios morais. É necessária a longanimidade, ou seja, a virtude
de suportar as contrariedades em benefício de outrem.
O Iluminado Espírito de Antonio Luiz Sayão, em Elucidações Evangélicas, esclarece que:
“Não esqueçamos, porém, que, principalmente, da pureza da nossa consciência é que
depende a intensidade da luz que tudo nos clareará, por isso que dessa pureza é que
depende o sermos bons Espíritos e, conseguintemente, assistidos, inspirados, protegidos e
guiados no conhecimento da verdade, como são os Espíritos bons.” Sic (g.n.)
De outro vértice, já nos ensinou Allan Kardec que o pensamento é tudo, e a forma não é
nada, quanto às comunicações com os irmãos desencarnados, evidenciando que no plano espiritual
um pensamento inferior será escutado por todos os espíritos de luz que verão, sem qualquer
esforço, todos os vícios e defeitos morais que estiverem escondidos nos escaninhos de nossos
espíritos.
Portanto, nessa abençoada estrada de Jesus temos muito que burilar em nossos espíritos,
promovendo diariamente a nossa reforma íntima fiscalizando, de início, os pensamentos, em
seguida as palavras e, por último, os nossos atos.
Os pensamentos, palavras e atos devem ser reflexos de nosso esclarecimento do evangelho
de Jesus, que como Mestre da Vida, legou à humanidade o único Código Moral capaz de promover,
através da fé raciocinada advinda com a Doutrina Espírita, reformas no velho espírito, limpando-o
das máculas adquiridas em sucessivas, e equivocadas, reencarnações.
Santo Evangelho, através de nossos exemplos, se constituirá no farol a iluminar
nossas existências, facilitando o nosso caminhar.
Confirmamos, assim, que para seguir os passos de nosso amado e divino Mestre,
Jesus, o Filho do Deus vivo, prescinde-se de títulos e poderes terrenos, nem de nada que seja
transitório, mas, somente, da vontade sincera de seguir o Mestre, relembrando as palavras de
Emmanuel, de que se ainda não nos santificamos, porém, já nos matriculamos na escola do bem.
Que Jesus Cristo, Mestre e Salvador, nos felicite a todos com a sua infinita PAZ.
César Luiz de Almeida Grupo Espírita Fraternidade de Mogi das Cr
ESPIRITISMO E EVANGELHO
Definição 1) EVANGELHO é a tradução portuguesa da palavra grega Euangelion que foi
notavelmente enriquecida de significados. Para os gregos mais antigos ela indicava a “gorjeta” que
era dada a quem trazia uma boa notícia. Mais tarde passou a significar uma “boa-nova”, segundo a
exata etimologia do termo...
...Ao termo estava unida a idéia de festa com cânticos, luzes e cerimônias festivas...
...Era, em suma, o anúncio da alegria, porque continha uma certeza de bem-estar, de paz e
salvação. (Battaglia, 1984, p. 19 e 20).
Definição 2) EVANGELHO é uma mensagem, geralmente de conteúdo religioso.
A expressão surgiu com o cristianismo e significava boas novas, ou boas notícias.
Desde Justino no ano 150 começou a ser dado o nome de Evangelhos aos livros que
contivessem a mensagem do EVANGELHO, ou ainda, que narrassem qualquer parte a vida de
Jesus Cristo ou elencassem seus ensinamentos.
No mundo atual a palavra é usada indistintamente se referindo a qualquer mensagem religiosa ou
que seja pregada como solução completa para algum problema...
Um Só Senhor
Nenhum servo pode servir a dois senhores." - Jesus. (LUCAS, 16:13.)
Se os cristãos de todos os tempos encontraram dolorosas situações de perplexidade nas estradas
do mundo, é que, depois dos apóstolos e dos mártires, a maioria tem cooperado na divulgação de
falsos sentimentos, com respeito ao Senhor a que devem servir.
Como o Reino do Cristo ainda não é da Terra, não se pode satisfazer a Jesus e ao mundo, a um só
tempo. O vício e o dever não se aliam na marcha diária.
Que dizer de um homem que pretenda dirigir dois centros de atividade antagônica, em simultâneo
esforço?
Cristo é a linha central de nossas cogitações.
Ele é o Senhor único, depois de Deus, para os filhos da Terra, com direitos inalienáveis, porquanto é
a nossa luz do primeiro dia evolutivo e adquiriu-nos para a redenção com os sacrifícios de seu amor.
Somos servos dEle. Precisamos atender-lhe aos interesses sublimes, com humildade. E, para isso,
é necessário não fugir do mundo, nem das responsabilidades que nos cercam, mas, sim,
transformar a parte de serviço confiada ao nosso esforço, nos círculos de luta, em célula de trabalho
do Cristo.
A tarefa primordial do discípulo é, portanto, compreender o caráter transitório da existência carnal,
consagrar-se ao Mestre como centro da vida e oferecer aos semelhantes os seus divinos benefícios.
***
Xavier, Francisco Cândido. Da obra: Caminho, Verdade e Vida.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
16a edição. Lição 142. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1996.
O julgamento de cada criatura se baseia no de suas obras. Ë este um princípio intuitivo, uma
verdade axiomática, a que só não se curvam os que ensinam e apregoam ser a Humanidade inteira
responsável pela falta do primeiro homem, ao qual chamam Adão.
Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! serão ouvidos. Quer dizer: não entrarão no reino de
Deus aqueles cujas palavras não corresponderem aos seus atos. As palavras desses se perderão
no espaço, sem chegarem ao Senhor.
Sempre e sempre devemos praticar o que ensinamos, apreciamos e encomiamos. Porque, não
basta nos extasiemos ante a lei de Jesus e digamos: é perfeita! Se nos não esforçarmos pelo nosso
aperfeiçoamento, obedecendo-lhe, vã se tornará a nossa admiração.
Inútil será que nos proclamemos cristãos, desde que procedamos em oposição ao que nos
ensinou e prescreveu o Cristo; que nos declaremos espíritas, se continuarmos quais éramos antes
de conhecermos o Espiritismo; que nos afirmemos médiuns e usemos das faculdades mediúnicas
que possuamos, se não pusermos em prática os ensinamentos que temos recebido, se não nos
utilizarmos dessas faculdades com a consciência do nosso dever cristão, com o propósito de servir à
causa da Verdade, que é a causa de Deus, e de concorrer para a melhora de nossos irmãos, dando-
lhes testemunho dos sérios e constantes esforços que empregamos por progredir.
Compromete-se, praticando um abuso, o médium que não pratica a humildade e o desinteresse,
que não usa das suas faculdades mediúnicas com o fim exclusivo de fazer, mediante o exercício
contínuo da caridade, uma propaganda séria, útil e eficaz da lei de Jesus, corroborada pela sublime
Doutrina dos Espíritos, seus mensageiros.
Para os espíritas, a prática da doutrina que professam é tudo, porquanto muito lhes será pedido,
visto que muito lhes é dado. Cumpre, pois, nos preparemos, todos os que nos dizemos tais, para
prestar contas exatas do que se nos confiou.
Pouco depois de haver escrito o que acabamos de resumir, a Sra. Collignon, médium pelo qual
foram transmitidas ao Sr. J. B. Roustaing as revelações que se encontram na obra que ele publicou
sob o título de “Revelação da Revelação”, passou a escrever, debaixo de nova influência mediúnica
e com letra diferente, o seguinte:
“Não basta se diga que certa moral é sublime; cumpre pô-la em prática. Não basta ser-se cristão
e mesmo cristão-espírita, se não pratica a moral por mim ensinada. Assim, pois, que os que queiram
entrar no reino de meu Pai sejam seus filhos pelo coração e não de lábios somente, obedeçam com
submissão, zelo e confiança às instruções que receberam e recebem hoje dos Espíritos, enviados
de acordo com as minhas promessas, para ensinar progressivamente aos homens todas as coisas,
para os conduzir à verdade e lembrar-lhes o que eu lhes disse.
“Digam: Senhor, Senhor! mas digam-no do fundo de seus corações, correspondam seus atos às
suas palavras e o reino dos céus lhes pertencerá.
Por aquele cuja mão protetora sustenta os humildes e os fracos e humilha os orgulhosos e os
poderosos. — ISABEL.
Em seguida, também de modo espontâneo, o médium escreveu, sob a influência anterior e com
letra igual à com que fora traçado o ensino que acabava de ser recebido, esta última comunicação:
“Bendizei do Senhor a graça que vos fez e pedi-lhe de coração o apoio daquele que se vos
manifestou hoje, por intermédio do seu enviado. Perseverai no caminho que trilhais, tende confiança
e fé, mas séria, e o Senhor estenderá suas mãos sobre vós, para afastar os obstáculos que vos
possam deter”. — JOÃO, MATEUS, LUCAS.
A PORTA E A CHAVE
Bernardino da Silva Moreira
Jesus é a porta e diante dela estão todos a clamar e alguns preferem reclamar, enquanto os
teólogos discutem acaloradamente as delicias do céu, que imaginam em suas mentes febris e os
ateus tecem loas ao acaso e os materialistas reduzem tudo ao átomo e suas subpartículas.
Todos querem abrir a porta, alguns dizem ter a chave e prometem o paraíso a muitos sem juízo,
outros dizem que aqueles que tiverem fé na Bíblia abrirão a porta com o milagre de Deus que
garantem conhecer. O tempo passa e a porta não abre, até mesmo para aqueles que dizem
“Senhor, Senhor” em desespero e a consciência pesada. Afinal! Quem irá abrir a porta?
Kardec tem a chave que não pode dar a todos, apenas aqueles que souberem conquistá-la. Se eu
quiser a chave para abrir a porta e seguir Jesus, tenho que compreendê-lo e por isso tenho que
entender da ciência espiritual que me explica as Leis de Deus e sua justiça soberana. Tenho que
deixar de lado a ressurreição e aceitar a reencarnação.
A porta é estreita de difícil passagem e não dá para entrar com bagagens, apenas com o coração
iluminado pela razão. Com os vícios só posso entrar pela porta larga que é de fácil acesso. Preciso
fazer a reforma íntima! Fora da Caridade não há salvação!
Alguns dizem que Jesus não é necessário e sim secundário, pregam a razão sem coração, dizem
que todos os religiosos são carolas, que a fé na religião caducou e só a ciência tem o caminho pra
verdade. Ora! Pra que Chave se não há Porta pra abrir!
E Agora?
Wagner Sampaio Coelho
Os pronunciamentos públicos do Papa João Paulo II realizados às quartas-feiras, na Praça São
Pedro, sempre ganharam os espaços da imprensa. Mais recentemente, suas últimas declarações
sacudiram o mundo católico, ao explicar para os fiéis o futuro que os espera na vida eterna. “O Céu
não é um paraíso entre nuvens de algodão, mas um estado de espírito. Assim como o Inferno, que
nem de longe é uma fornalha incandescente, mas um símbolo da condenação eterna”, disse o Santo
Padre.
Aos que receberam a educação católica desde o berço, tal qual a mim, iniciando-se pelo Batismo,
passando pela Crisma ainda em tenra idade, e que certamente também exercitaram a Confissão, a
Eucaristia, a Penitência e o Matrimônio, sacramentos que livravam o indivíduo do inferno,
descortinava-se um véu sobre o conhecimento.
Aprendíamos, entre os Maristas, que é pelo batismo que se entra para a Igreja Católica, tornando-se
filhos de Deus e herdeiros do Céu. Ensinavam-nos, também, que pelo “sacrifício” de realizar “as
nove primeiras sextas-feiras”, receberíamos por graça da Santíssima Trindade um lugar garantido no
Céu. E agora, padre?
É verdade que o conceito sobre o que seja o Céu tem evoluído muito pouco no decorrer dos
séculos. A palavra céu designa o espaço indefinido que circunda a Terra, e mais particularmente a
parte que está acima do nosso horizonte. Vem do latim coe lum, formada do grego coilos, côncavo,
porque o céu parece uma imensa concavidade. Desde a época imediatamente anterior a vinda de
Jesus Cristo até há pouco tempo, todas as religiões eram unânimes em acenar a seus fiéis com a
promessa de um lugar bem alto, acima de nossas cabeças, destinada a ser moradia de
contemplação beatífica, de inércia e estagnação.
Em passado remoto, acreditava-se na existência de céus superpostos, de matéria sólida e
transparente, formando esferas concêntricas, e tendo a Terra por centro. Foi para manter esta
orientação que o os franciscanos e dominicanos do temível tribunal de Inquisição exigiram a
retratação, em 1633, do italiano Galileu Galilei, que, aliás, lembramos de passagem, só
recentemente recebeu absolvição pelo próprio João Paulo II, com desculpas pelos excessos
praticados por sua Igreja.
Segundo a opinião mais comum, havia sete céus e daí a expressão – estar no sétimo céu – para
expressar a felicidade plena. Os muçulmanos admitem nove, progressivos em felicidade. O
astrônomo Ptolomeu contava onze, denominando o último de Empireu, onde julgava ser ali o lugar
da glória eterna.
Agora, às portas do novo milênio, João Paulo II adverte aos seus fiéis, com autoridade de
representante de Deus na Terra, que as coisas não são bem assim como haviam sido ensinadas. O
céu é tão somente um estado de espírito!.
Talvez o Santo Padre tenha meditado as palavras de Jesus anotadas por Lucas: “O Reino de Deus
não virá com aparato; nem se dirá: Ei-lo aqui ou ei-lo acolá. Porque eis que o reino de Deus está no
meio de vós” (17:20-21). Talvez tenha observado também, pelos relatos de Mateus, que para os
evangelistas não há distinção entre reino de Deus e reino dos Céus. Ou, ainda, tenha recorrido a um
dos que lhe inspirou o nome e tenha lembrado das palavras do convertido de Damasco em sua
Epístola aos Romanos: “Porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz e
alegria no Espírito” (14:17).
Certamente não esqueceu de repassar as várias comparações que Jesus utilizou a fim de
demonstrar o que seja o reino dos Céus. Na primeira, uma semente de mostarda foi usada como
paradigma. “É semelhante ao grão de mostarda, que um homem, tomando-o, lançou na sua horta; e
cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos aninharam-se as aves do céu.” (Mt.13:31-32).
Também comparou ao fermento que a tudo levedou, a um tesouro escondido num campo, a um
negociante que busca boas pérolas, a uma rede lançada ao mar em que se apanha o que é bom e
lança-se fora o que é ruim e, ainda, a uma festa de núpcias, onde tudo é alegria e felicidade.
E agora padre? A verdade foi mesmo restaurada?
Será, padre, que só agora os católicos estejam em condições de receber tais revelações? Já tenham
olhos para ver e ouvidos para ouvir as muitas coisas que Jesus tinha a dizer, mas que não poderiam
ser compreendidas, conforme João 16:12-14?
Se é assim, então os Espíritas estão mesmo com a razão! Porque talvez o que Vossa Santidade não
saiba, é que desde o surgimento do Espiritismo, com Allan Kardec em 1857, o Espírito de Verdade,
aquele a quem Jesus se referia em João 14:15-20, vem como o Consolador prometido, ensinando
todas as coisas e recordando tudo o que o Cristo tenha dito.
A propósito, a Doutrina Espírita explica que os gozos futuros, tais como as penas, são inerentes ao
grau de perfeição de cada um e não podem ser materiais, posto que a alma não é matéria, e esta
não lhe embota as sensações. Cada um tira de si mesmo o princípio de sua felicidade ou de sua
desgraça.
Explica que a suprema felicidade consiste numa satisfação íntima, no gozo de todos os esplendores
da Criação, no conhecimento de todas as coisas, na ausência de sofrimentos físicos e morais, na
serenidade imperturbável, no amor que envolve todos os seres e acima de tudo na contemplação de
Deus. Os que se acham no Reino de Deus não sentem ódio, nem ciúme, nem inveja, nem ambição
nem qualquer das paixões que ocasionam a desgraça dos homens. O amor que os une lhes é fonte
de felicidade. Não experimentam as necessidades, nem os sofrimentos, nem as angústias da vida
material. A felicidade também consiste nas tarefas cujo encargo lhes façam felizes, pela transmissão
ou execução das vontades de Deus. São felizes pelo bem que fazem.
Jesus nos legou uma Doutrina que deverá cumprir o seu vaticínio: “Tudo passará nos Céus e na
Terra, mas as minhas palavras não passarão”. Doutrina, na afirmação de Jesus é sinônimo de
fermento, daí ter recomendado aos seus discípulos tomarem cuidado com o fermento dos fariseus,
ou seja com a doutrina dos fariseus.
O grão de mostarda que o homem plantou representa a necessidade de cultivarmos a decisão de
reforma interior, com o máximo interesse que devemos despertar pelo nosso aprimoramento, tal qual
uma pérola de grande valor ou um tesouro escondido. A rede lançada ao mar será a resultante de
tudo – A cada um segundo as suas obras.
Mas, - Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus.
Privilegiados serão somente aqueles que tiverem perseverado em se despojar de todos os
preconceitos e viciações, mantendo a linha de conduta rumo à perfeição, abandonando a porta
larga. Não basta ser convidado; não basta dizer-se cristão; não basta trazer os sinais do Senhor
para ser um fiel servidor, nem sentar-se à mesa para fazer parte do banquete celestial. Acontece
que, dos muitos que ouvem a palavra divina, poucos são os que a guardam, colocando-a em prática
pela máxima: “Fora da caridade não há salvação”. Poucos se tornam dignos de estar no reino dos
Céus!. Foi por isso que Jesus asseverou: Muitos são chamados e poucos escolhidos.
Para alcançar o Reino de Deus – consta em Atos 14:22 – “é preciso passar por muitas tribulações.”
Não é pois, uma dádiva graciosa, um regime político mundano a ser implantado em breve, mas sim
a resultante da lenta e penosa montagem de um sistema íntimo de pureza, retidão e de amor. Ou
seja, é para ser construído, realizado, implantado no íntimo da criatura. A metodologia dessa
conquista é o exercício do amor universal, do perdão sem limites, da caridade desdobrada sob todas
as suas manifestações.
O tempo de sua realização depende de cada um, do esforço que fizer, das renúncias que aceitar,
das batalhas que vencer na sua própria intimidade. E isso não se faz no espaço de uma geração.
Aliás, é nesse sentido o ensinamento a Nicodemos, em João 3:3: “Em verdade, em verdade te digo:
Quem não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus”.
Enquanto isso, vamos nascendo de novo, até aprender, porque como Ele disse, “Quem não nascer
de novo, NÃO PODE ver o Reino de Deus”.
Bem claro: NÃO PODE ...