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AEL

ARRANJOS EDUCATIVOS LOCAIS

Não é novidade para ninguém que, no mundo atual, qualquer pessoa


que saiba ler e escrever e tenha acesso à Internet pode aprender muito
mais do que podia há dez anos. Sim, isso é fato. Uma criança com
noções rudimentares de um ou dois idiomas falados por grandes
contingentes populacionais (como o inglês ou o espanhol, por exemplo),
já é capaz de aprender muito mais – e com mais velocidade – do que
um jovem com o dobro da sua idade que, há dez anos, estivesse
matriculado em uma instituição de ensino altamente conceituada. Diz-se
agora que, se souber ler (e interpretar o que leu), escrever, aplicar
conhecimentos básicos de matemática na solução de problemas
cotidianos e… banda larga, qualquer um vai sozinho.

A novidade é que isso não depende, nem apenas, nem principalmente,


da tecnologia stricto sensu e sim de novos padrões de organização
social que estão se configurando na contemporaneidade. Uma sociedade
em rede está emergindo e, progressivamente, tornando obsoletos as
instituições e os processos hierárquicos da velha sociedade de massa,
inclusive as instituições e processos educacionais. Novas tecnologias de
informação e comunicação – que permitem a interação horizontal ou
entre pares (pessoa-com-pessoa) em tempo real – estão acelerando
esse processo. Mas novas tecnologias sociais, tão ou mais importantes
do que essas (chamadas TICs), também estão contribuindo para mudar
radicalmente as condições de vida e convivência social neste dealbar do
século 21.

Tudo isso vai mudar, em parte já está mudando, a maneira como


executamos as nossas atividades empresariais, governamentais e
sociais. Vai mudar a maneira como nos organizamos para produzir e
comercializar, governar e legislar e conviver com as outras pessoas na
sociedade. E – como não poderia deixar de ser – isso também está
mudando a forma como aprendemos.

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O problema é que as instituições e os processos educativos que foram
pensados para um tipo de sociedade que está deixando de existir (à
medida que emerge uma nova sociedade cuja morfologia e dinâmica já
são, em grande parte, as de uma rede distribuída) ainda remanescem e
continuam aplicando seus velhos métodos. Em que pese o papel
fundamental que cumpriram nos últimos séculos, essas instituições e
processos já começam hoje a ser obstáculos à criatividade e à inovação.

O que tivemos, pelo menos nos dois últimos séculos, foi, em grande
parte, uma educação massiva e repetitiva, voltada para enquadrar as
pessoas em um tipo insustentável de sociedade (instalando nas suas
mentes programas maliciosos, elaborados para infundir noções de
ordem, hierarquia, disciplina e obediência) e para adestrar a força de
trabalho, para que os indivíduos pudessem reproduzir habilidades
requeridas pelos velhos processos produtivos e administrativos e
executar rotinas determinadas.

Agora estamos, porém, vivendo a transição para outra época, para uma
nova era da informação e do conhecimento, na qual as capacidades
exigidas são outras também. Nesta nova sociedade do conhecimento, o
que se requer é que as pessoas sejam capazes de criar e de inovar,
mudando continuamente os processos de produção e de gestão para
descobrir maneiras melhores de fazer e organizar as coisas. E isso elas
só conseguirão na medida em que tiverem autonomia para aprender o
que quiserem, da forma como quiserem e quando quiserem e para se
relacionar produtivamente com outras pessoas de sua escolha, gerando
cada vez mais conhecimento – o principal bem, conquanto intangível,
deste novo mundo que já está se configurando.

Faz-se necessário, pois, libertar o processo educativo das amarras que


tentam normatizá-lo de cima para baixo, em instituições organizadas
igualmente de cima para baixo, hierarquizadas, burocratizadas e
fechadas, desenhadas para guardar em caixinhas o suposto
conhecimento a ser transferido, de uma maneira pré-determinada, para
indivíduos que preencherem determinadas condições (e, não raro, à
revelia do que eles próprios desejariam de fato aprender). Ora, já se viu
que o conhecimento é uma relação social e não um objeto que possa ser
estocado, transportado, transferido ou transfundido de um emissor para
um receptor. O processo de geração e compartilhamento do
conhecimento ocorre na sociedade e torna-se cada vez mais difícil,
custoso e improdutivo quando tentamos parti-lo em pedaços para
arquivá-lo nos escaninhos de uma organização separada da sociedade
por paredes opacas e impermeáveis.

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O que de tão importante se descobriu nos últimos anos é que, em última
instância, quem é educadora é a sociedade, a cidade, a localidade onde
as pessoas vivem e se relacionam. Na verdade, foi uma redescoberta
democrática: Péricles, no século 5 a. E. C., já havia percebido este papel
educador da polis enquanto comunidade política, quando declarou –
segundo Tucídides – na oração fúnebre proferida no final do primeiro
ano da guerra do Peloponeso, “que a cidade inteira é a escola da Grécia
e creio que qualquer ateniense pode formar uma personalidade
completa nos mais distintos aspectos, dotada da maior flexibilidade e,
ao mesmo tempo, de encanto pessoal”.

Portanto, sistemas educativos devem ser, sempre, sistemas sócio-


educativos configurados em localidades, em sócio-territorialidades, quer
dizer, em redes sociais que se conformam como comunidades
compartilhando agendas de aprendizagem.

Foi com base nessas considerações que surgiu a idéia de induzir a


formação de comunidades de aprendizagem – estruturadas em rede –
que receberam, então, por analogia com os Arranjos Produtivos Locais
(APL), o nome de Arranjos Educativos Locais (AEL). A analogia tem um
fundamento. Assim como os APL pretendem aproveitar o capital social
de uma localidade como alavanca para induzir a formação do capital
econômico, os AEL tentam fazer a mesma coisa para induzir a formação
do capital humano.

I - O QUE É AEL

AEL – Arranjo Educativo Local, são pessoas que se conectam em rede,


em uma localidade, para aprender juntas.

São locais, mas entendendo-se local como cluster, como sócio-


territorialidade: pessoas conectadas com uma certa configuração – ou
arranjadas de determinada maneira – criando um ambiente capaz de
favorecer o processo educativo.

Esse ambiente não é conformado pelas instituições hierárquicas já


estabelecidas na localidade e nem pelos recursos materiais disponíveis
(salas, prédios e por outros equipamentos) e sim pela rede social
composta por pessoas interagindo. Quanto mais distribuída e conectada
for essa rede, mais o ambiente será favorável ao aprendizado individual
e coletivo.

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Os AEL estão baseados na idéia de que, para aprender, uma pessoa
deve aprender a buscar com autonomia o que lhe interessa da sua
própria maneira (tornando-se um buscador) e aprender a compartilhar o
que buscou com outras pessoas gerando conhecimento a partir dessa
interação (tornando-se um polinizador).

Os AEL não são sistemas educativos (como as escolas) e sim sistemas


sócio-educativos. Eles envolvem sempre, necessariamente, uma parcela
da sociedade local onde se situam e estão voltados para o
desenvolvimento humano e social sustentável (das pessoas e das
comunidades) dessa localidade.

Qualquer pessoa que tomar a decisão de catalisar um processo


educativo será capaz de fazê-lo em relação àqueles temas com que
tenha alguma intimidade. Desde que queira fazer isso. Desde que goste
de compartilhar.

Começando pelo mais básico: quem aprendeu a ler, escrever e contar –


mesmo que só um pouquinho – pode ajudar outras pessoas a
aprenderem isso também; e o melhor é que, assim procedendo, pode
aprender ainda mais.

Um jovem que adquiriu habilidades de navegar e publicar na Internet


pode ajudar outras pessoas a também adquirir, pelo menos, parte
dessas habilidades. Uma pessoa idosa que desenvolveu, ao longo de
anos e anos de experimentação, suas próprias práticas de permacultura,
pode refazer seu itinerário de aprendizagem com outras pessoas, jovens
ou adultas. Fazendo isso não só terá oportunidade de compartilhar o
que sabe, mas também de reaprender o que já esqueceu que sabe. E
criará conhecimento novo sobre o assunto.

Esta é a essência do AEL.

II – COMO SE ORGANIZA E FUNCIONA NA PRÁTICA UM AEL

Para a presente iniciativa, os Arranjos Educativos Locais podem surgir a


partir de um estímulo organizado com o propósito de induzir a sua
formação.

Qualquer grupo de pessoas ou de instituições pode tomar iniciativas


semelhantes. Basicamente o processo é o seguinte:

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São convidadas e capacitadas pessoas que queiram ser catalisadoras do
processo de aprendizagem em comunidades: redes que serão
articuladas a partir de agendas de aprendizagem (são os chamados ACE
- Agentes Comunitários de Educação, strito sensu).

Essas agendas de aprendizagem podem ser constituídas com base em


qualquer tema que interesse as pessoas, mas devem ser priorizados
aqueles temas que possibilitem que as pessoas aprendam a aprender
(como alfabetização na língua natal ou em línguas estrangeiras,
matemática, lógica, alfabetização digital) e aprendam a conviver com
o meio natural e social (como educação na sustentabilidade e a
educação para a democracia).

O AEL não dá cursos, não tem aula (nem mesmo disfarçadas como
oficinas) e não forma turmas seqüenciais. Todos os que participam
diretamente do AEL são considerados agentes comunitários de educação
(tanto os catalizadores do processo de aprendizagem – os ACE stricto
sensu – quanto os demais aprendentes). Não há professores nem
alunos: no AEL todos são considerados aprendentes e o papel dos
catalisadores é construir um itinerário coletivo de aprendizagem, junto
com o grupo que foi formado em torno de uma determinada agenda.

É fundamental que os aprendentes disponham de meios interativos de


comunicação, sobretudo dispositivos móveis (como notebook, netbook
ou celular) capazes de navegar na internet e tenham acesso banda larga
à rede (de preferência wireless) nos locais onde vão realizar suas
atividades. Tais atividades podem ser realizadas em qualquer lugar e
não apenas em uma antiga sala de aula.

Pode-se estruturar uma espécie de metodologia de implantação do AEL


– um conjunto de passos necessários para instalar o programa em uma
localidade – que não deve ser confundida com os métodos
(pedagógicos) que serão utilizados na catalisação das agendas de
aprendizagem.

Um conjunto possível de passos dessa metodologia de implantação seria


o seguinte:

Passo 1 | Entendimento institucional dos protagonistas da iniciativa


com pessoas que cumprem papéis relevantes nos diversos setores
(empresariais, governamentais e sociais) – incluindo os aparatos de
ensino – da localidade escolhida, buscando sua adesão como parceiros
(apoiadores ou participantes) do programa. Esse primeiro passo exige
mapeamento prévio e sensibilização dos potenciais parceiros.

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Passo 2 | Convocação, seleção e capacitação dos Agentes Comunitários
de Educação. Os ACE devem ser convidados, selecionados e capacitados
na própria localidade.

Passo 3 | Preparação do espaço de referência para o início das


atividades. A preparação desse local já deve contar com a participação
dos Agentes Comunitários de Educação em formação e com a
cooperação ativa dos parceiros do programa. Este passo pode ser
executado simultaneamente com o Passo 2.

Passo 4 | Convites pessoais – feito pelos Agentes Comunitários de


Educação, a partir das instituições e grupos parceiros e, de preferência,
de casa em casa – aos potenciais participantes (aprendentes) e outros
membros que vão se conectar à rede para acompanhar as atividades
AEL. O número de participantes do AEL depende das agendas de
aprendizagem que serão realizadas (mas não deve ultrapassar a
capacidade de atendimento do número de ACE e, pelo menos no início,
do espaço de referência). O número de conectados à rede, além dos
próprios participantes (aprendentes) não deve ser inferior à 1% da
população da localidade (caso contrário a iniciativa não alcançará a
capilaridade necessária para importar o capital social que já existe no
local).

Passo 5 | Definição das agendas de aprendizagem que serão realizadas


e publicação da plataforma interativa utilizada no netweaving do AEL.
Essa definição será feita pelos ACE em conjunto com os demais
participantes (aprendentes). Recomenda-se não começar um AEL sem
ter, pelo menos, três agendas de aprendizagem compartilhadas. Esse
passo compreende também a constituição dos grupos de participantes
(aprendentes) em torno das agendas de aprendizagem que serão
realizadas.

Passo 6 | Definição dos métodos (pedagógicos) que serão utilizados na


catalisação das diferentes agendas de aprendizagem e
compartilhamento desses métodos com cada grupo.

Passo 7 | Início das atividades (das agendas) e início simultâneo do


processo de monitoramento e avaliação e do netweaving da rede AEL
local.

Passo 8 | Engajamento da rede AEL local no desenvolvimento humano


e social sustentável da localidade. Este é um trabalho prático de
investimento no capital social da localidade, que será feito pelos
participantes (aprendentes), pelos parceiros e pelos demais

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stakeholders sociais do programa que quiserem se engajar. Já existem
metodologias amplamente testadas – no Brasil e em várias partes do
mundo – para o desdobramento desse passo.

III - QUEM TOMOU A PRESENTE INICIATIVA E POR QUE

A presente iniciativa foi tomada pelo SESI e pelo SENAI, integrantes do


Sistema FIEP – Federação das Indústrias do Estado do Paraná, a partir
da constatação de que torna-se necessário, no momento atual,
contribuir para desamarrar as forças criativas e empreendedoras que
estão presentes (muitas vezes ainda em estado latente) nas pessoas e
comunidades para que elas possam promover o seu próprio
desenvolvimento sustentável.

A concepção básica associada a tal constatação é a de que o processo


de aprendizagem espelha o processo de desenvolvimento (que, em
qualquer circunstância, é sempre desenvolvimento humano e social). E
a de que, na verdade, de um ponto de vista sistêmico, eles são dois
aspectos de um mesmo processo. Uma pessoa ou um coletivo de
pessoas aprende quando – e a não ser enquanto – se desenvolve e vice-
versa.

Com base nessa visão foi elaborado e está sendo aplicado um programa
inicialmente chamado de Projeto Arranjos Educativos Locais (Sesi-
Senai/PR 2009). Começando por dois pilotos no bairro Portão (em
Curitiba) e no município Campo Largo (Paraná), esse programa está na
sua fase inicial de implantação.

IV - COMO PARTICIPAR DO PROJETO ORIGINAL QUE ESTÁ


SENDO IMPLANTADO

Qualquer pessoa ou instituição pode participar do Projeto Arranjos


Educativos Locais – PAEL (Sesi-Senai/PR 2009) – quer como co-
promotor, quer como parceiro estratégico da iniciativa, apoiador ou
patrocinador.

Co-promotores do PAEL (Sesi-Senai/PR 2009) poderão ser os grupos ou


instituições locais (por enquanto, apenas nos locais onde os projetos
piloto estão sendo implantados).

Parceiros estratégicos poderão ser quaisquer grupos ou instituições – de


qualquer lugar do país ou do exterior – que contribuírem de forma

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decisiva para a implantação do projeto, comprometendo-se com a sua
execução, monitoramento e avaliação e divulgação e aportando recursos
de qualquer ordem (inclusive tecnológicos) para o êxito da iniciativa.
Cada parceiro estratégico deve indicar uma pessoa para compor o
Conselho de Especialistas do Projeto.

Apoiadores poderão ser quaisquer pessoas, grupos ou instituições – de


qualquer lugar – que contribuírem pontualmente para a iniciativa,
divulgando-a em suas atividades e meios de comunicação.

Patrocinadores poderão ser quaisquer pessoas, grupos ou instituições –


de qualquer lugar – que contribuírem para financiar o projeto, total ou
parcialmente, na sua fase piloto e na sua expansão.

V - COMO CONTRIBUIR PARA A DISSEMINAÇÃO MAIS GERAL


DA IDÉIA

Desde que reconhecido e declarado o protagonismo inicial do Sesi-Senai


/ PR, vale dizer, resguardado o seu direito autoral moral pelo Projeto
PAEL Sesi-Senai/PR 2009, qualquer pessoa, grupo de pessoas ou
instituição pode contribuir para disseminar a idéia, quer divulgando a
iniciativa original, quer participando do debate teórico sobre suas
concepções e aprendizados, quer, do ponto de vista prático, ensaiando
novas experiências de implantação.

VI - COMO REINVENTAR A APLICAR A IDÉIA DO SEU


PRÓPRIO JEITO

Qualquer pessoa, grupo de pessoas ou instituição pode – desde que


reconheça e declare o direito autoral do Sesi-Senai/PR – reinventar e
aplicar do seu próprio jeito a idéia dos Arranjos Educativos Locais. Ou
seja, pode criar seu próprio projeto, seu próprio programa e suas
metodologias de implantação, monitoramento e avaliação e execução.

Entretanto, para ser reconhecido como AEL pelos promotores originais


da iniciativa, tal reinvenção deve manter o essencial da idéia e não pode
desfigurá-la ou deturpá-la com a introdução de concepções e práticas
que violam a sua essência.

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A - O que é essencial e deve ser mantido
1. A natureza dos AEL como clusters de aprendizagem:
aglomerados locais de pessoas e organizações (presentes sempre por
meio de pessoas) – conectadas em redes distribuídas – que se formam
criando ambientes favoráveis às interações educativas.

2 – O caráter dos AEL de sistemas sócio-educativos (e não apenas


sistemas educativos – como as escolas e outros aparatos burocráticos,
hierárquicos, voltados ao ensino). Os AEL são uma forma de
communityschooling, porém na linha do unschooling; quer dizer, de
educação comunitária desescolarizada e viabilizada por meio da
conformação de comunidades de aprendizagem (e não de “ensinagem”).

3 – A estratégia dos AEL de aproveitar o capital social existente


em uma dada localidade para impulsionar ou alavancar o
desenvolvimento do capital humano e incrementar, por realimentação
(feedback positivo), o próprio capital social da localidade.

4 – A abertura dos AEL para todos que a eles quiserem se


conectar desde que observando suas regras, sem qualquer critério de
idade, escolaridade, condição sócio-econômica ou outra condição
qualquer que não seja a do interesse em aprender.

5 – O referencial conceitual dos AEL que parte do conectivismo como


teoria da aprendizagem e combina métodos de auto-didatismo
(incluindo alguns processos já consagrados no homeschooling) com
métodos de comum-didatismo (communityschooling), mas sem
qualquer ortodoxia metodológica ou pedagógica.

6 – A composição dos AEL: um AEL é composto por agentes


comunitários de educação lato sensu. Todas as pessoas que interagem
em um Arranjo Educativo Local, individualmente ou representando uma
organização social, empresarial ou governamental, são – no sentido
mais geral da expressão – agentes comunitários de educação, inclusive
os que os sistemas educativos chamam de “alunos”.

7 – O padrão de organização dos AEL, que se estruturam e


funcionam sempre como redes distribuídas de pessoas, ou seja, como
redes sociais, articuladas e animadas presencialmente e à distância.
Essas redes devem buscar alcançar o grau máximo de distribuição e
conectividade (todos-com-todos) de sorte a ensejar a geração de
verdadeiras comunidades (de aprendizagem). Delas participam os
agentes (stricto sensu, os ACE – Agentes Comunitários de Educação), os

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educadores-educandos (aprendentes), as pessoas que representam os
parceiros institucionais e outros stakeholders sociais da iniciativa.

8 – Os Agentes Comunitários de Educação (ACE, stricto sensu), que


são os catalisadores de processos de aprendizagem, especialmente
preparados e voltados (motivados e capacitados) para essa função.
Além de catalisarem o processo de aprendizagem, cabe também aos
ACE visitar regularmente as pessoas da localidade, de preferência de
casa em casa (tal como fazem os Agentes Comunitários de Saúde) no
início para explicar o projeto e, depois, para relatar os avanços obtidos e
as dificuldades encontradas, mantendo as pessoas informadas. Cabe
ainda aos ACE fazer o netweaving da rede virtual que se organizará em
cada AEL, administrando a plataforma interativa utilizada.

9 – As agendas de aprendizagem em torno das quais se formam as


comunidades de aprendizagem em rede. Essas agendas podem ser
variadas (por exemplo, alfabetização na língua natal ou em línguas
estrangeiras, matemática, lógica, alfabetização digital, educação
científica, artes, esportes e cultura, educação na sustentabilidade,
educação para a democracia etc.), mas devem sempre ensejar
oportunidades aos educandos de “andar com as próprias pernas”,
transformando-se em buscadores cada vez mais autônomos e
polinizadores (ou construtores coletivos de conhecimentos) cada vez
mais interdependentes.

10 – A rede social mais ampla que deve ser articulada e animada


conectando (pelo menos 1%) das pessoas da localidade, dos
promotores, parceiros e apoiadores da iniciativa que estejam dispostas a
acompanhar e interagir com o programa, mesmo que não participem
diretamente como aprendentes (educadores-educandos) das atividades
dos AEL. Essa ligação com a sociedade são as raízes sociais do
programa, o seu lastro de capilaridade social. É por meio desses “dutos”
que o capital social da localidade será “importado” como um recurso
capaz de fazer a diferença no processo sócio-educativo.

11 – O engajamento da rede AEL na indução do desenvolvimento


humano e social sustentável da localidade. Este é um trabalho prático –
voluntário – de investimento no capital social da localidade.

B - O que não pode ser feito


1 – Reeditar, sob qualquer forma ou a qualquer pretexto, a relação
professor-aluno.

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2 – Definir currículos top down.

3 – Separar os grupos (comunidades de aprendizagem) por idade,


escolaridade ou por qualquer outro critério que não seja o interesse.

4 – Tratar o conhecimento como objeto (que possa ser transferido


segundo o padrão emissor-receptor) e não como relação (o
conhecimento se reinventa toda vez que uma interação entre sujeitos do
processo educativo se realiza).

5 – Estabelecer um padrão de ensino no lugar de aprendizagem: os AEL


não dão cursos, nem têm classes ou turmas, mas somente comunidades
de aprendizagem, clusters conformados a partir de agendas
compartilhadas de aprendizagem.

6 – Focalizar o trabalho na melhoria da escola, tentar complementá-la


ou suplementá-la, ou montar uma escola ou para-escola dita
“alternativa” ou “nova”.

7 – Estabelecer uma hierarquia, mesmo que meritocrática, encarando os


Agentes Comunitários de Educação (stricto sensu, os catalisadores,
facilitadores ou mediadores do processo de aprendizagem) como
superiores, em algum sentido, aos demais agentes comunitários de
educação (lato sensu, as pessoas que interagem nas comunidades – em
rede – de aprendizagem): no AEL todos são aprendentes.

VII - O QUE É A REDE SOCIAL GERAL AEL E COMO SE


CONECTAR À ELA

Iniciada pelos promotores do PAEL Sesi-Senai/PR 2009, a Rede Social


Geral AEL é uma rede aberta, que aceita a conexão de qualquer pessoa
interessada em discutir a idéia e promover o intercâmbio de opiniões e
experiências entre pessoas que estão promovendo, apoiando,
patrocinando, estudando, acompanhando ou implantando projetos e
programas AEL.

Todos os co-promotores, parceiros estratégicos, apoiadores e


patrocinadores do Projeto Arranjos Educativos Locais (PAEL Sesi-Senai /
PR 2009) bem como os seus disseminadores e os que resolverem
reinventar e aplicar do seu próprio jeito a idéia materializando-a como
um novo projeto ou programa, são chamados a se conectar à Rede
Social Geral AEL e para contribuir para articulá-la e animá-la.

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A Rede Social Geral AEL pretende iniciar um movimento de idéias, um
movimento cultural em prol da disseminação das práticas de AEL e das
concepções que as embasam.

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