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O problema é que as instituições e os processos educativos que foram
pensados para um tipo de sociedade que está deixando de existir (à
medida que emerge uma nova sociedade cuja morfologia e dinâmica já
são, em grande parte, as de uma rede distribuída) ainda remanescem e
continuam aplicando seus velhos métodos. Em que pese o papel
fundamental que cumpriram nos últimos séculos, essas instituições e
processos já começam hoje a ser obstáculos à criatividade e à inovação.
O que tivemos, pelo menos nos dois últimos séculos, foi, em grande
parte, uma educação massiva e repetitiva, voltada para enquadrar as
pessoas em um tipo insustentável de sociedade (instalando nas suas
mentes programas maliciosos, elaborados para infundir noções de
ordem, hierarquia, disciplina e obediência) e para adestrar a força de
trabalho, para que os indivíduos pudessem reproduzir habilidades
requeridas pelos velhos processos produtivos e administrativos e
executar rotinas determinadas.
Agora estamos, porém, vivendo a transição para outra época, para uma
nova era da informação e do conhecimento, na qual as capacidades
exigidas são outras também. Nesta nova sociedade do conhecimento, o
que se requer é que as pessoas sejam capazes de criar e de inovar,
mudando continuamente os processos de produção e de gestão para
descobrir maneiras melhores de fazer e organizar as coisas. E isso elas
só conseguirão na medida em que tiverem autonomia para aprender o
que quiserem, da forma como quiserem e quando quiserem e para se
relacionar produtivamente com outras pessoas de sua escolha, gerando
cada vez mais conhecimento – o principal bem, conquanto intangível,
deste novo mundo que já está se configurando.
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O que de tão importante se descobriu nos últimos anos é que, em última
instância, quem é educadora é a sociedade, a cidade, a localidade onde
as pessoas vivem e se relacionam. Na verdade, foi uma redescoberta
democrática: Péricles, no século 5 a. E. C., já havia percebido este papel
educador da polis enquanto comunidade política, quando declarou –
segundo Tucídides – na oração fúnebre proferida no final do primeiro
ano da guerra do Peloponeso, “que a cidade inteira é a escola da Grécia
e creio que qualquer ateniense pode formar uma personalidade
completa nos mais distintos aspectos, dotada da maior flexibilidade e,
ao mesmo tempo, de encanto pessoal”.
I - O QUE É AEL
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Os AEL estão baseados na idéia de que, para aprender, uma pessoa
deve aprender a buscar com autonomia o que lhe interessa da sua
própria maneira (tornando-se um buscador) e aprender a compartilhar o
que buscou com outras pessoas gerando conhecimento a partir dessa
interação (tornando-se um polinizador).
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São convidadas e capacitadas pessoas que queiram ser catalisadoras do
processo de aprendizagem em comunidades: redes que serão
articuladas a partir de agendas de aprendizagem (são os chamados ACE
- Agentes Comunitários de Educação, strito sensu).
O AEL não dá cursos, não tem aula (nem mesmo disfarçadas como
oficinas) e não forma turmas seqüenciais. Todos os que participam
diretamente do AEL são considerados agentes comunitários de educação
(tanto os catalizadores do processo de aprendizagem – os ACE stricto
sensu – quanto os demais aprendentes). Não há professores nem
alunos: no AEL todos são considerados aprendentes e o papel dos
catalisadores é construir um itinerário coletivo de aprendizagem, junto
com o grupo que foi formado em torno de uma determinada agenda.
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Passo 2 | Convocação, seleção e capacitação dos Agentes Comunitários
de Educação. Os ACE devem ser convidados, selecionados e capacitados
na própria localidade.
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stakeholders sociais do programa que quiserem se engajar. Já existem
metodologias amplamente testadas – no Brasil e em várias partes do
mundo – para o desdobramento desse passo.
Com base nessa visão foi elaborado e está sendo aplicado um programa
inicialmente chamado de Projeto Arranjos Educativos Locais (Sesi-
Senai/PR 2009). Começando por dois pilotos no bairro Portão (em
Curitiba) e no município Campo Largo (Paraná), esse programa está na
sua fase inicial de implantação.
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decisiva para a implantação do projeto, comprometendo-se com a sua
execução, monitoramento e avaliação e divulgação e aportando recursos
de qualquer ordem (inclusive tecnológicos) para o êxito da iniciativa.
Cada parceiro estratégico deve indicar uma pessoa para compor o
Conselho de Especialistas do Projeto.
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A - O que é essencial e deve ser mantido
1. A natureza dos AEL como clusters de aprendizagem:
aglomerados locais de pessoas e organizações (presentes sempre por
meio de pessoas) – conectadas em redes distribuídas – que se formam
criando ambientes favoráveis às interações educativas.
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educadores-educandos (aprendentes), as pessoas que representam os
parceiros institucionais e outros stakeholders sociais da iniciativa.
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2 – Definir currículos top down.
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A Rede Social Geral AEL pretende iniciar um movimento de idéias, um
movimento cultural em prol da disseminação das práticas de AEL e das
concepções que as embasam.
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