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NOSSO RITMO aparetnos que nos programam so sincroniados. Por exemplo: o apareiho de transporte €sincroniaado com fo apareiho industrial, ¢ o aparclho administrative com © do divertimento. ‘Tl sincronizagto ¢ o ritmo que marce ‘s nonsa vida, Hate enaalo ne prope considerar 0 funcio- ‘tamento do ritmo nim exemplosignfiatvo, Na cidade elfssica cabia 8 bastion papel decsiv, 6 sob forma modificads, eontinsa clea funclonar na situasio ‘tun, embora raicalmente tanseodada, A basil & esp {9 ano coberto de cpu, O exemplo do Pantheon Roma fo luatra o eeu uso, No iniio serva de mercado, isto & {e espago public detinado& trea de bens ede las. De ‘eapago dalgico, Mais tarde fol transformada em templo, Ito €: em erpago destinado & contemplagto de dol, de ‘atlas imutavela Em eepaco teirico, Mais tarde alnda fol tranaformada em igre, isto ¢: em expago destinado & entemplagéo no significado eriatio do termo, A baslica ‘aha oie dian fungSes suceeivas: pole, ea teéren [Na situfo atual as duas fungées da basilica foram reeo- dadas, embora a sun eatruturs, a de espago eoberto de ‘pula, tena sido coneervado, ‘ratte do supermercedo, ‘© qual simula espago politico, ¢ do cinema, que simula espago teérico, e ambos siosincronizados. 6s © supermereado ¢ Ibirinto composto de mensagens codificadas em Imagens (conservas colordss, garrafas, ‘tuos, cartazes), e-em sons (ieradigds por allo-falane tes). 0 lnbirinto devora om receptores das mensagens. Dispée ele de entradas amplamente abertas, para era & ‘tusio de expago piblio, de “igors” em “pls”, Como se fo supermercado fosse lugar de toca, de dilogos, de tvaluagdes de valores, Na realidade todo dislogo ¢ impot- litado pelo bombardelo constante das menaagens colo- dua ¢ sonoras que preeschem o espaco discursivamente, (© supermereado & repblin fraudulent, Mas ¢ fraudulento sobretudo por ser cllada, io Aispde deride livre. Quem quser escape, € obrigedo = ‘aser fla nas aberturan eatritas que servem de anda, © pagar reagate, O supermereado & plato, o mals privado de todos oa espagos, Nao azrve a trocas daldgicas, mas Iimpbe dicursivamente, impeativamente, determinado comportamento de consumo aobre ow receptores das suas ‘mentagens, Ho método que uaa para tanto €o da seducio, método este caracteristico da objetivagdo do homem pelo parelho, O supermercado ¢ aparetho que simula a rept ‘ica para poder seduir on seus receplores pare sorem, ‘maniplados como objetos consumidoree. 0 cinema 6 Indo avesso do supermereado, Sun entra: da ¢aberturaestreita que obrign os que querem paticipar ‘do seus mlstérion 2 fanerem fll. Tala fins aio a contra- partida das que se formam nos supermercados, Eo dbulo ‘que 0 futuro receptor da mensagem flimica sacrifica na ftrada ¢ 0 aveato da mood que mcrifion on aaidn do spermereado. Bm compensasio 0 elneme abre ampla- ‘mente at suas ports, uma ver torminsdo o teu program. ‘Tals portas de ald aio a contrapartida das portan de entrada do supermercade. A massa agora programada dos ‘epetadores fii, morta, das aaldas, pars puverizarse em partculas individu (os homens de massa), e recrse talimrem forma de fila na sada dos supermercados, Batre ‘flan do supermereadoe do cinema bi tron canals, por fxemplo on Gaibus e 0 mets, que formam e informam ‘massa, Hm fais canals sneronizadoe pula nosse vide. (© einem ¢ basilica em janela, cavern. # ele 0 tero gro, a Grande Mie gersdora ¢ devorndara. Nee apare ‘om sombre, O mito patGnico da caverna o desereve, © Patio pode er tdo por primero extic de einema. Antes ‘uy sombras aparecerem a tela, © of sons comocarem {lar alto, rina escurit e slénco no cinema, De maneira que cinema cria a iuséo de ser expago contemplative, Gestinado & "toria” (de “theorela” — contemplar). © flnema ia 8 Husko de ser teatro. Maa ato 6 fraude, © ‘cinema ido & estruturn teatral: nfo hi melo paleo com ‘emiasor que enfrenta os reeepores, HA. nee aparelho que Drojeta mensagent de im emisaor ausent, Na relidade © ‘ema & um entre on tumeroso tranamiasores de um apt ‘lho anfiteatral, do de indistra cinemetografica. © um das antonas de um diseurso cujo centro se acha no além {i borizonte dos receploren ‘A lusdo de tratarae de teatro @ provocada na sn cntrada, LA slo emitidaa menaagens hsinoans © soncras ‘que sedusem ineattos para contemplarem programas. No fntanto: 6 caracteristico do cinema que tals mensagens Tuminonas picam. Eatio em conuio com o# futures expec tadorer, Quando estes penetram caverna, encontram-ce ‘em lugar geometricamente ardenado (pltroms, “coisas fextensas’, formando fas), ¢ aritmeticamente adequado (spol ao momeradas), Mas no ocuparem co epee tadores as peltrona, nfo oe trata do adequngio earteslana ‘de cola pensantes a conan extentas ole os eapectadores fentados se transformam, eles préprios, em cosas exten- aa, no permitvem as sombras gigantescas na tela ds vibragdes sonoras que enchem o espago a8 manipularem. ‘cinema perpetrao milagre da transubetanciesdo de coisas penaants em cols extenas, Em tal sentido continua endo efetivamente ire, Por clma das cabecas dos fds, ¢ por tris dus suas ‘costa, funciona 0 projetor do filme, aparelho peogra- ‘mado para projetar imagens ordenadas em fita sobre tela, deforma, a cela a lluaho de movimento, Os reoeptores fentio conacientes da fraude dtien dn qual ao vitinns, $6 ‘qe conbecem maia ou menos bem a fungho do apareto, Poeniem miniaturas em ens, Nio obetante, se viram a abepa em diregdo do projetor, ndo é para Ibertar-se da ‘Nu, mas ofazem zangados, seo aparelho fancionar mal, ‘a8 sombras saltarem em vez de ae movimentarem suave: ‘mente. stio zangados, se a llusio for desmascarada, ‘Tal comportamento, contrério ao dos prisioneirespla- {nios,¢surpreendente. Como podem colaborar os mani- ‘lados em grat (Ao alto com © sparcino que ce trae: forma em objetos? Como podem eolaborar em rau tho alto com seu préprio aniquilamento enquaato sujltoc? ‘ meema pergunts, embora mitignds, que se colo em ‘Avsehwite. , aqui como lé, respostas razodveis no faltam. Os espectadores sabem que 0 aparelho projetor ‘nfo é 0 emimor da mensegem fraudulent, mas apenas “timo elo da cadela que 0 une 0 emimor inacomive. Seria portantoirrazodvel, querer rebelar-secantra 0 peje tor, querer desir, Nem seria razovel querer queima au fits cinematogrétieas que nele se devearolam. Sto fpenas ciplas de protéuipos inaceaaiels, A mensagem fraudulenta no pode ser eliminada no cinema por no Importa que ago dor capectadores, Se 0 einema todo for estruido,e mersagem fraudulent continuaria vendo trans- ‘itida intoeada em numerosos cinemas do meatio tipo. Aparelho anfiteatral, do qual ee cinema agi € antena, slrin interamente indene, Os eapectadores sabem pois ‘que o cinema €expago que exclu toda acéo revelucionis ‘¢e comportam de acorda. Mas tal explicagio razotvel do comportamento sur- preendente no & bea. Nbo € verdade que or expectadores ‘bho se rebelam porque nfo podem, Verdade ¢ que no se rebelam pore nfo querem, O seu compartamento prova ‘que querom ser enganadon. Com efit: tal desejo de ser ‘engutndo & 0 consenao da sociedade de mane, Noo exis ‘nse tal consenso, nfo erin compreenive 0 totalitarimo sparelistico que est ae preparand, E isto implica que todo esforgo individual od coletivo em prol de emancipa- ‘lo da socledade do engano exercido pelos aparelion que & Drogramam, todo esfargo em prol du dee-mistifcagto do ‘mundo codificado pelos apareihos, sea ele empreendido ela “Kulturkritk, sea de manera diferent, esbarrara Deceauriamente cortra tal consenso. Paradoxalmente pois ta a vontade da vaste maori, Mas & preclao conslderar ta coneenso mais de perto, ‘A vontade de srmos enganados,o deseo de sermos vitimas 4e fraud, & 0 exato contro dh fe religiosa. Os expec ‘adores do cinema ocupam, quanto bs sombras que at ‘movimentars na tel, oni oposta & acupada pelos eqpec- tdores de teatro de sombresralno, Saber perfltamente {que a5 sombras sio lnséras, mat acctam tal iusio Aespeito do seu conheciments, Créem ans eombras de “ma {6% Deiberadamente, O sinema funciona, para els, como magia de segundo grau, magia artificial, deliberada. Ox mitos que 0 cinema projets ato mitoe deiberadamente ‘programadon,ereeebidoa na consesénin de tn deliberagio ‘iifleant, NBo @ pols correo afirmar-ae do elnema que inwtrumento allenante, O einem, como todos ob noedoe

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