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O documento discute como as mulheres foram representadas no cinema clássico de acordo com o olhar masculino, assumindo uma imagem "eterna" que se repete através das décadas. Também aborda como teóricas feministas redefiniram a história baseadas em Foucault para questionar as bases das histórias tradicionais que excluem as mulheres e construir uma história feminista paralela à história masculina.
O documento discute como as mulheres foram representadas no cinema clássico de acordo com o olhar masculino, assumindo uma imagem "eterna" que se repete através das décadas. Também aborda como teóricas feministas redefiniram a história baseadas em Foucault para questionar as bases das histórias tradicionais que excluem as mulheres e construir uma história feminista paralela à história masculina.
O documento discute como as mulheres foram representadas no cinema clássico de acordo com o olhar masculino, assumindo uma imagem "eterna" que se repete através das décadas. Também aborda como teóricas feministas redefiniram a história baseadas em Foucault para questionar as bases das histórias tradicionais que excluem as mulheres e construir uma história feminista paralela à história masculina.
KAPLAN, E. Ann. A mulher e o cinema: os dois lados da cmera. / E.
Ann Kaplan; traduo de Helen Marcia Potter Pessoa. Rio de
Janeiro: Rocco, 1995. Introduo De acordo com Laura Mulvey, discuto se o olhar masculino, ao definir e dominar a mulher como objeto ertico, consegue reprimir as relaes da mulher na sua posio de Me deixando um espao no colonizado pelo homem, atravs do qual esperamos que a mulher comece a criar um discurso, uma expresso, um lugar para si mesma enquanto sujeito. (p. 16) (...) me parece que enquanto certos modelos relativos s mulheres esto ligados a contextos histricos especficos, outros modelos, relacionados ao casamento, sexualidade e famlia os quais estou enfocando -, transcendem ausncia, ao silncio e marginalidade, elas tambm foram, at certo ponto, relegadas para a fmbria do discurso histrico, se no for para uma posio totalmente fora da histria (e da cultura), que tem sido definida com a histria do homem (via de regra de classe mdia) branco. No para negar que a mulher tenha uma histria prpria que pode, at certo ponto, ser redescoberta, mas para demonstrar que em termos da narrativa dominante no cinema, na sua forma clssica, as mulheres, do modo como tm sido representadas pelos homens nesses textos, assumem uma imagem de que tm um status eterno que se repete, em sua essncia, atravs das dcadas: superficialmente, a representao muda de acordo com a moda e o estilo mas se arranhamos a superfcie, l est o modelo conhecido. (p. 17) (...) as tericas feministas tm redefinido a histria baseadas em Foucault. A distino feita por Foucault em seu livro A arqueologia do saber entre a histria total e a histria geral foi til nesse sentido porque questionou as prprias bases das histrias tradicionais que excluem as mulheres. A histria total orientou todos os fenmenos para um nico centro o princpio, o significado, o esprito, a viso de mundo, a forma global de uma sociedade ou civilizao. Por outro lado, a histria geral fala de sries, segmentaes, limites, diferena de nvel, defasagens, sobrevivncias anacrnicas, tipos possveis de relao. Esse segundo tipo de histria parece adequar-se situao, pois ao construir uma histria feminista paralela histria tradicional masculina, cai-se numa frmula que serviu mente masculina em sua carncia de uma certa coerncia lgica. (p. 17) Concordo que talvez no haja uma histria especfica para as mulheres tal posio recende a um essencialismo perigoso. Mas o
importante aqui a omisso da experincia feminina nas formas de
arte dominantes, a ponto de haver modelos recorrentes que refletem o posicionamento da mulher dentro de um inconsciente patriarcal que, at certo ponto, trabalha independentemente do capitalismo. (p. 18)