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IV CONGRESSO DISTRITAL DO PORTO

JUVENTUDE POPULAR

MOÇÃO DE ESTRATÉGIA SECTORIAL

EMPREENDEDORISMO: UMA SOLUÇÃO!


SUBSCRITOR

MANUEL OLIVEIRA – JUVENTUDE POPULAR DA MAIA

PAREDES

6 DE MARÇO DE 2010
FACTOS

Foi noticiado recentemente a evolução do desemprego na região norte no ano


de 2009. Como era previsto, foram atingidos todos os recordes. Segundo o Instituto
Nacional de Estatítica (INE), no último trimestre do ano passado, a taxa de desemprego
passava dos 10% colocando assim mais de 44% do total dos desempregados nesta
região.

Ainda o INE, indica que em 2009 mais de 65% da população empregada se


encontrava em micro, pequenas e médias empresas revelando-se assim a clara
tendência destas na constituição do tecido empresarial português.

Nos mais de 500 mil desempregados em todo o país, encontram-se 100 mil
jovens até aos 25 anos de idade com formação superior ou técnica especializada.
Estima-se que quase mais de metade destes jovens sejam da região norte.

Segundo o Coordenador do Observatório da Emigração, a emigração


portuguesa ascende quase às 100 mil pessoas por ano, números muito próximos da
década de sessenta do século passado. Segundo o semanário Expresso, presume-se
que emigrem de Portugal todos os meses uma centena de jovens qualificados, com
ensino superior.

The pessimist sees difficulty in every opportunity.

The optimist sees the opportunity in every difficulty.

Winston Churchill

IV Congresso Distrital do Porto – Juventude Popular | 2


OS PROBLEMAS

Todos os anos centenas de jovens saem das instituições de Ensino Superior com
a esperança de que a entrada no mercado de trabalho seja feita de forma rápida,
eficaz e, no mínimo, para funções que se identifiquem com a sua formação. Este
optimismo, muitas vezes vendido nas próprias instituições de ensino, cega
profundamente a realidade de mercado actual, as suas exigências, as suas
potencialidades. É de facto perceptível uma tendência para o Ensino Superior em
Portugal se desajustar da procura e da oferta do mercado de trabalho. A ferida aberta,
cada vez maior, que são as vagas de acesso ao Ensino Superior para formações teóricas
ou praticamente saturadas no mercado de trabalho, atiram os jovens portugueses para
uma situação óbvia de desemprego.

É também indesmentível que ao longo destes infernais anos de governação


socialista e de claro centralismo, a região norte, mais do que todas as outras, tem sido
fortemente prejudicada no que diz respeito à sua capacidade de resposta em termos
económicos e empresariais. Muito embora o problema do desemprego e da falta de
oportunidades de carreira sejam transversais a todo o território, é sentida na região
norte uma forte tendência de incapacidade do mercado para absorver mão-de-obra
qualificada, com as mais recentes ferramentas teórico-práticas, assim como a clara
apetência pelas novas empresas se instalarem na região de Lisboa e Vale do Tejo pelo
evidente leque de serviços que lá encontram e pela proximidade ao asfixiante centro
de decisão.

São conhecidas e entusiasticamente defendidas todas as medidas que o


Governo português promove ao emprego jovem por conta de outrem. Algumas delas
denunciam já um certo grau de nervosismo. Temos os estágios profissionais na
administração pública – suportadas por concursos públicos rocambolescos ao melhor
nível da burocracia portuguesa, pelo período de um ano e sem perspectivas de
posterior integração; os estágios profissionais em empresas privadas – pelo período de
nove meses, com obrigação de integração posterior pelo mínimo seis meses, com
anterior análise intensiva à situação financeira da entidade receptora e com
pagamentos da comparticipação do Estado a três meses ou mais; concursos de
admissão à academia militar – assentes num rigoroso processo de selecção; ausência
de pagamentos à Segurança Social por parte da empresa – isto só se verificando em
situação de primeiro emprego, sendo que o trabalhador não usufrui desta medida e
terá assim desde logo que começar a descontar, no início da sua vida profissional, para
um sistema que pode nem desejar!

Ou seja, se por um lado temos um Estado que recorre com estas medidas a
uma maquilhagem quase perfeita para esconder as suas pretensões eleitoralistas, por
outro temos um tecido empresarial que desconfia e na altura de ceder a mais controlo
financeiro e custos acrescidos, diz não. Um pacote de incentivos errado, desajustado
para as empresas e que asfixia e trai os próprios jovens sedentos de iniciar a sua vida
profissional.

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EMPREENDEDORISMO: UMA SOLUÇÃO!

Uma das soluções para esta aparente estagnação entre a oferta de mão-de-
obra e a receptividade das empresas poderá passar por aquilo que é do mais
elementar no nosso dia-a-dia, mas aparentemente tão complicado se for antecipado:
empreender. As empresas que heroicamente ainda sobrevivem no nosso país,
nasceram do impulso, do desejo e da (in)consciência do risco de alguém. Todas as
micro, pequenas e médio empresas, que suportam mais de 65% da população
empregada, foram no início o projecto de alguém que não esperou mais para criar o
seu próprio emprego. São estas empresas que criam riqueza e valor, contribuem para
uma economia mais forte e aguentam com um Estado gordo e penalizador. Tanto o
CDS como a Juventude Popular têm defendido largamente medidas que são essenciais
para que condições de criação e manutenção de empresas sejam uma realidade em
Portugal. Penso que todos concordamos com um acesso mais facilitado a linhas de
crédito, uma redução da carga fiscal, um código do trabalho mais flexível para todos os
agentes sociais e todo um leque de incentivos à internacionalização, à inovação e ao
desenvolvimento.

Acredito piamente que a arte de empreender nasce de características muito


próprias e que cada um de nós tem a capacidade para as desenvolver. A par da
contínua exigência de políticas que protejam quem quer trabalhar, quem trabalha e
quem emprega, é toda esta cultura de mérito, de risco, de desenvolvimento e
progresso que é preciso incutir nas gerações mais jovens. A transversalidade deste
tema na região, poderia ser suportado pela criação de Jornadas do Empreendedorismo
junto das Escolas Secundárias e das Universidades sempre com o apoio de entidades
que se dedicam desde sempre a incentivar estas boas práticas. A criação de Fóruns
públicos que possibilitem o contacto dos jovens com profissionais que empreenderam,
criaram as suas empresas e criaram valor. A ideia base será sempre aproximar aqueles
que a concluir as suas formações técnicas e superiores possam contactar
continuamente com indivíduos e entidades recém-criadas com produtos inovadores,
claramente ajustados às leis básicas da procura e da oferta do mercado, com margens
de crescimento e expansão optimistas. É essencial aproximar os jovens desta cultura
de mérito e desenvolvimento pessoal!

Pela triste realidade que é hoje a região norte em termos de acesso ao mercado
de trabalho e pelo seu número crescente de jovens qualificados que se vêm
confrontados com fracas opções, sinto que seria importantíssimo que o próximo
mandato da Distrital do Porto da Juventude Popular se debruçasse neste tema tão
importante que é o Empreendedorismo como solução de combate ao desemprego
jovem na região mais pobre da União Europeia. Infelizmente, a nossa região.

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