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JUVENTUDE POPULAR
PAREDES
6 DE MARÇO DE 2010
FACTOS
Nos mais de 500 mil desempregados em todo o país, encontram-se 100 mil
jovens até aos 25 anos de idade com formação superior ou técnica especializada.
Estima-se que quase mais de metade destes jovens sejam da região norte.
Winston Churchill
Todos os anos centenas de jovens saem das instituições de Ensino Superior com
a esperança de que a entrada no mercado de trabalho seja feita de forma rápida,
eficaz e, no mínimo, para funções que se identifiquem com a sua formação. Este
optimismo, muitas vezes vendido nas próprias instituições de ensino, cega
profundamente a realidade de mercado actual, as suas exigências, as suas
potencialidades. É de facto perceptível uma tendência para o Ensino Superior em
Portugal se desajustar da procura e da oferta do mercado de trabalho. A ferida aberta,
cada vez maior, que são as vagas de acesso ao Ensino Superior para formações teóricas
ou praticamente saturadas no mercado de trabalho, atiram os jovens portugueses para
uma situação óbvia de desemprego.
Ou seja, se por um lado temos um Estado que recorre com estas medidas a
uma maquilhagem quase perfeita para esconder as suas pretensões eleitoralistas, por
outro temos um tecido empresarial que desconfia e na altura de ceder a mais controlo
financeiro e custos acrescidos, diz não. Um pacote de incentivos errado, desajustado
para as empresas e que asfixia e trai os próprios jovens sedentos de iniciar a sua vida
profissional.
Uma das soluções para esta aparente estagnação entre a oferta de mão-de-
obra e a receptividade das empresas poderá passar por aquilo que é do mais
elementar no nosso dia-a-dia, mas aparentemente tão complicado se for antecipado:
empreender. As empresas que heroicamente ainda sobrevivem no nosso país,
nasceram do impulso, do desejo e da (in)consciência do risco de alguém. Todas as
micro, pequenas e médio empresas, que suportam mais de 65% da população
empregada, foram no início o projecto de alguém que não esperou mais para criar o
seu próprio emprego. São estas empresas que criam riqueza e valor, contribuem para
uma economia mais forte e aguentam com um Estado gordo e penalizador. Tanto o
CDS como a Juventude Popular têm defendido largamente medidas que são essenciais
para que condições de criação e manutenção de empresas sejam uma realidade em
Portugal. Penso que todos concordamos com um acesso mais facilitado a linhas de
crédito, uma redução da carga fiscal, um código do trabalho mais flexível para todos os
agentes sociais e todo um leque de incentivos à internacionalização, à inovação e ao
desenvolvimento.
Pela triste realidade que é hoje a região norte em termos de acesso ao mercado
de trabalho e pelo seu número crescente de jovens qualificados que se vêm
confrontados com fracas opções, sinto que seria importantíssimo que o próximo
mandato da Distrital do Porto da Juventude Popular se debruçasse neste tema tão
importante que é o Empreendedorismo como solução de combate ao desemprego
jovem na região mais pobre da União Europeia. Infelizmente, a nossa região.