Unidade 2 – O sentido da colonização portuguesa no
sul do Equador
Centro Universitário Claretiano – Licenciatura em
História História do Brasil I – Professor RODRIGO TOUSO DIAS LOPES
São Paulo – Santa Cecília 07/03/2009
Ao contrário da América do Norte, povoado e colonizado pela Inglaterra, O Brasil não teve a mesma sorte. Descoberto por Portugal que não tinha excesso de população (1 milhão de habitantes aproximadamente) e por isso tinha dificuldade de enviar colonos para os seus descobrimentos. Sua política de colonização era a de exploração. Retirava as riquezas e enviava para a Metrópole. O sentido da colonização era puramente predatório para enriquecer a Coroa e os burgueses lusitanos. Logo nos primeiros 30 anos após o Descobrimento do Brasil a riqueza retirada era o pau- brasil que era colhido, cortado e armazenado pelos tupis (brasileiros) que recebia em troca espelhinhos, apitos e bugigangas que hoje compramos na 25 de março. Em 1532 com medo de invasores foi tentada a colonização da costa brasileira dividindo em vários pedaços e distribuído para nobres administrarem. Mas não deu certo e só Pernambuco e São Vicente conseguiram produzir cana-de-açucar para a industria açucareira. Nos anos seguintes e durante toda colonização tudo que os portugueses encontravam e se tinha algum valor era enviado para Portugal. Além disso, a mão de obra, primeiramente dos índios e depois dos africanos, era escrava (e depois os portugueses afirmavam que os índios é que eram preguiçosos). Só para se ter uma idéia das riquezas retiradas do Brasil, em 4 anos(1740-1744) foram levados embora (17.147) dezessete mil e cento e quarenta e sete quilos de ouro. Isso sem a Coroa Portuguesa investir um único centavo em infraestrutra para os colonos que trabalhavam na retirada dessa riqueza. Conforme Caio Prado Junior, o transporte dos produtos eram transportados por escravos ou mulas por dentro de rios, serras e mata fechada, pois não havia pontes, estradas ou barcos de grande porte. Os índios, exímios canoeiros colaboraram muito nos transportes e desbravamento da selva. Mesmo, com a presença da Família Real no Brasil mudou pouca coisa. As riquezas continuaram sendo vendidas para fora e o pouco investimento que ocorreram ficou restrito ao Rio de Janeiro, onde a Família Real residia. Só houve alguma mudança com a Independência, mas mesmo assim ficamos atrelados a Portugal e a Inglaterra que ainda nos tratava como colônia. Somente com o Brasil moderno 1870-1910 é que notamos uma mudança substancial no perfil do país: o fim do Império, da escravidão, esforço da elite para melhorar a imagem do Brasil em termos raciais e culturais, modernização das cidades. Mas até os dias de hoje ainda sofremos com as más influências do nosso descobrimento e colonização. Temos esse perfil de povo “cordial” que aceita tudo e concorda com tudo, que tudo que vem de fora é melhor que o nosso. De trocar nosso suor por “quinquilharias” que vem da China ou dos EUA. De prestar atenção e aceitar sem refletir o que a mídia escreve, esquecendo que o proprietário desse jornal ou emissora é o morador da Casa-grande. De vivermos em guerra com grevistas, assalariados que nos tratam mal, com vizinhos, com pessoas de raça ou credo diferente da nossa, esquecendo que foi por isso que um punhado de portugueses dominaram 2 milhões de índios ou mais. As tribos viviam em constante guerra entre elas. O sentido da colonização era acabar com a América se fosse preciso para que a burguesia lusitana vivesse no luxo e ficasse cada vez mais rica. Mas isso aconteceu faz 500 anos. Está na hora de rompermos de uma vez com nosso passado e tornarmos uma nação de verdade.
Referencias Bibliográficas Skidmore, Thomas E. Uma História do Brasil, editora Paz na Terra 4º edição, 2003. Caio Prado Jr. Formação do Brasil Contemporâneo - editora Braziliense, 2008