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Pequenos vão sofrer mais com redução de

jornada, diz empresário

O presidente do Sindicato da Indústria Relojoeira do Amazonas,


Nelson Azevedo, disse ontem que a classe patronal está
preocupada com o impacto da eventual aprovação da redução da
jornada de trabalho sobre as empresas do Estado, principalmente
as micro e pequenas que, segundo ele, não terão como repassar o
aumento do custo do trabalho. A proposta de emenda constitucional
(PEC 231/95) que reduz a jornada semanal de 44 para 40 e
aumenta o valor da hora extra de 50% para 75% está pronta para ir
à votação na Câmara dos Deputados.
Azevedo, que é vice-presidente da Federação das Indústrias do
Estado do Amazonas (FIEAM) e membro do Conselho de
Integração Nacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI),
disse que, num mercado globalizado onde a concorrência é
acirrada, o aumento nos custos de produção pode excluir essas
empresas do mercado, extinguindo com isso muitos empregos.
“Para evitar a sua morte prematura, elas tenderão a adotar outras
opções que compensem o aumento dos custos, como a redução do
seu contingente de empregados e o investimento em mecanização
e automação”. No segmento, segundo ele, o trabalho participa com
parcela expressiva do custo de produção.
Para o empresário, trata-se de um grande equívoco dos dirigentes
das centrais sindicais lutarem pela aprovação da PEC com o intuito
de criar empregos. A medida, na opinião dele, contraria
completamente o bom senso que deve nortear as decisões que
visem alterar o relacionamento entre as classes patronal e
trabalhadora. “Todos sabemos que é impossível se adotar uma
jornada única para situações tão diferentes, conforme a região do
país e o tamanho dos empreendimentos”, diz.
O empresário diz que tem participado ativamente das discussões
sobre o tema dentro da CNI – “onde está o eco a indústria
brasileira” – e afirma que os empresários não são contrários à
redução da jornada de trabalho resultante de negociações coletivas
com os trabalhadores. “O que não concordamos é com a alteração
da jornada de trabalho de forma impositiva”.
Representante de um setor do Polo Industrial de Manaus (PIM) que
gera cerca de 1.500 empregos, como o relojoeiro, Nelson Azevedo
diz que o que gera emprego é o crescimento econômico, com
desenvolvimento em tecnologia, com políticas que favoreçam
investimentos na produção e a garantia de educação básica e
profissional de boa qualidade para o trabalhador. “A falta de
qualificação do trabalhador, exigência da força das transformações
necessárias à modernização, é o principal obstáculo ao
preenchimento de vagas”, diz ele. Para o empresário, em vez de
estimular a criação de novos empregos, a redução da jornada de
trabalho impositiva provocará o encarecimento da produção, a falta
de competitividade com os produtos importados, a perda de
mercados e o desestímulo a maiores e melhores investimentos
geradores de empregos.

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