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Distribuição Distribution
Espiras Turns
Transporte Transport
INTRODUÇÃO
É pratico (e útil) utilizar os “circuitos eléctricos em por unidade” equivalentes aos “circuitos
eléctricos em estudo”.
A. A. A. C. Barrias
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Para transmitir aos “Meus Leitores” as minhas “Ferramentas de Trabalho” no domínio dos
“circuitos eléctricos em por unidade” equivalentes aos “circuitos eléctricos em estudo” “Rebusquei”
nos “Meus Apontamentos” e decidi publicar no www.scribd.com os estudos seguintes:
Estudo II: O “Valores das bases das tensões (Bases Voltages)” a adoptar no estudo dos “circuitos
eléctricos em por unidade” equivalentes aos “circuitos eléctricos em estudo”.
Estudo III: Como tornear os “Conflitos de Bases (Troubles Bases)” para garantir que os “circuitos
eléctricos em por unidade” são equivalentes aos “circuitos eléctricos em estudo”.
Estudo IV: Como inserir o “Comutador de Tensão (Tap-Change)” nos “circuitos eléctricos em por
unidade” para que sejam equivalentes aos “circuitos eléctricos em estudo”.
Estudo VII: Recordamos a “Relação entre os valores das impedâncias de fugas (Leakage
Impedance) actual e estipulado dos Transformadores de Potência”.
Estudo VIII: Recordamos a “Relação entre os valores das impedâncias de curto-circuito (Short-
Circuit Impedances)estipuladas dos Transformadores de Potência”.
Estudo XII: Recordamos o resultado da modificação do número de espiras dos enrolamentos e das
bases de tensão dos Transformadores de Potência.
Estudo XIII: Recordamos como deve ser representado, em “por unidade” um Transformador (Real)
de Potência.
Faço votos para que este documento seja útil e agradeço, antecipadamente, os vossos comentários.
A. A. A. C. Barrias
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Estudo I
Por Unidade
O objectivo deste estudo é dar a conhecer as noções básicas necessárias à utilização dos “valores
em por unidade (pu) nos circuitos eléctricos.
t
A) O valor numérico, g , de uma qualquer grandeza, G , em "por unidade", g , numa dada base, g b ,
é dado pela relação:
t g
g=
gb
Exemplos
t U 60
U = 60 000 V U = 72,5 kV u= = = 0,83
b U b 72,5
t I 100
I = 100 A I b = 0,1 kA i= = =1
I b 100
t Z 115
Z = 115 Ω Zb = 100 Ω z= = = 1,15
Z b 100
t P 1
P = 1 000 kW Sb = 50 MVA p= = = 0,02
Sb 50
g
g % = 100 ⋅
gb
A. A. A. C. Barrias
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Exemplos
U 60
U = 60 000 V U b = 72,5 kV u % = 100 ⋅ = 100 ⋅ = 83 %
Ub 72,5
I 100
I = 100 A I b = 0,1 kA i % = 100 ⋅ = 100 ⋅ = 100 %
Ib 100
Z 115
Z = 115 Ω Zb = 100 Ω z % = 100 ⋅ = 100 ⋅ = 115 %
Zb 100
P 1
P = 1 000 kW Sb = 50 MVA p % = 100 ⋅ = 100 ⋅ = 2 %
Sb 50
Q 0,5
Q = 500 kvar Sb = 50 MVA q % = 100 ⋅ = 100 ⋅ =1%
Sb 50
t
C) Das definições anteriores resulta que, os valores em "por unidade", g , e em "percentagem",
g % , do valor numérico, g , numa dada base, g b , de uma qualquer grandeza, G , estão relacionados
pela relação:
t g% t
g= ⇔ g % = 100 ⋅ g
100
D) Os valores das bases, g b , devem ser escolhidas de tal forma que as leis dos circuitos eléctricos
que se verificam no circuito em estudo sejam, também, válidas nos circuitos equivalentes em "por
unidade" e em "percentagem".
Se estas leis forem respeitadas na obtenção dos circuitos equivalentes em "por unidade" e em
"percentagem", também, as leis de Kirchhoff, serão satisfeitas.
Ao impormos, como invariantes, na escolha das bases, as leis de Ohm e Joule e, portanto, as leis de
Kirchhoff, estamos a limitar a escolha (arbitrária) de duas bases, dentro das quatro possíveis.
Como:
Sb
Ib =
ξ Ub
A. A. A. C. Barrias
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U b ξ U 2b
Zb = =
Ib Sb
Com:
I , Corrente base.
b
Z , Impedância base.
b
Apenas nos é permitido fixar, arbitrariamente, duas das quatro bases possíveis já que, as duas
restantes ficam, univocamente, determinadas através das duas relações anteriores.
E) Os valores das bases, g b , a adoptar devem pertencer ao conjunto dos números reais positivos
por forma a que, as diferenças de fase existentes entre as grandezas, G , no circuito em estudo, se
mantenham nos circuitos equivalentes em "por unidade" e "em percentagem".
igual à tensão aplicada ao circuito em estudo e, a potência base, S , igual a um qualquer valor,
b
geralmente expresso em kVA.
Sb
Ib =
Ub
U b U 2b
Zb = =
Ib Sb
Nota: S (kVA) ⇔ P (kW).
b b
A. A. A. C. Barrias
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Exemplo
Fixando:
S = 20 MVA U = 10 kV
b b
Vem:
S 20 ⋅106 U 10 ⋅103
I =
b
= = 2 000 A Z =
b
= =5Ω
b U 10 ⋅103 b I 2 ⋅103
b b
G) No estudo dos sistemas trifásicos de energia ( ξ = 3 ), é usual fixarem-se a tensão base, U , igual
b
à tensão simples (real ou fictícia), U , aplicada ao circuito em estudo e, a potência base, S , igual a
s b
um qualquer valor, geralmente expresso em MVA, da potência total consumida em trifásico.
Sb Sb Sb
Ib = = = ,
3U b 3U s 3 ⋅ Uc
Ub Us 3 ⋅ Us Uc U c2 U c2 3U 2b
Zb = = = = = = =
Ib Ib 3 ⋅ Ib 3 ⋅ Ib 3 ⋅ Ib ⋅ Uc Sb Sb
Exemplo
Fixando:
S = 100 MVA U =
1 ⋅ 60 kV
b
b 3
Vem:
S 100 ⋅10 6 U2
b
= = 962 A (60 000) 2
I =
Z =
c
= = 36 Ω
b 3⋅U 3 ⋅ 6 ⋅10 4 b S 100 ⋅106
c b
A. A. A. C. Barrias
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H) Da expressão:
Sb
Ib =
3U b
Com: U ≡ U .
b s
I) Da expressão:
3 U 2b
Zb =
S
b
Com: U ≡ U .
b s
J) Da expressão:
t Z Sb
z= = Z⋅
Zb 3U 2b
t
Concluímos que o valor em "por unidade", z , de uma qualquer impedância, Z , é directamente
proporcional à "potência base", S , e inversamente proporcional ao quadrado da "tensão base", U ,
b b
fixadas.
As tensões representadas são as tensões simples (tensões entre o condutor de fase e o condutor
neutro), em “por unidade”.
M) Mudança de bases
Sejam:
t
z i , O valor em por unidade da impedância, Z , sendo, S e U a "potência base inicial" e a
bi bi
"tensão base inicial", respectivamente, fixadas:
A. A. A. C. Barrias
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t S
z i = Z ⋅ bi2
3U bi
t
z f , O valor em por unidade da impedância, Z , sendo, S e U a "potência base" e a "tensão
bf bf
base", respectivamente, agora (finalmente) fixadas:
t S
z f = Z ⋅ bf2
3U bf
Então:
S
Z⋅ bf
t 3U 2
zf bf
t =
zi S
Z⋅ bi
3U 2
bi
t S U2
zf bf bi
t = ⋅
zi S U 2
bi
bf
t S U bi
2
zf
⋅
bf
t =
zi S U
bi bf
Ou seja:
2
t t Sbf U bi
zf = zi ⋅ ⋅
S U
bi bf
N) Exercícios
N.1) Seja um alternador de potência aparente S = 10 MVA e reactância 15%. Qual o valor desta
reactância para a potência base Sb = 20 MVA ?
Resolução:
2
t t Sbf U bi
zf = zi ⋅ ⋅
S U
bi bf
t
z i = 0,15.
A. A. A. C. Barrias
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S bi = 10MVA
S = 20MVA
bf
U =U
bi bf
t 20 t
Logo: z f = 0,15 ⋅ ⋅ (1) 2 ⇔ z f = 0,30
10
N.2) Dada uma linha, U c = 33kV , com a impedância de Z L = 3 + j 6 Ω , calcular o seu valor em
L
6,6
“pu” para U = kV e S = 30MVA .
b 3 b
Resolução
Por isso, se uma linha com a impedância Z L = 3 + j 6 Ω está prevista para trabalhar à tensão
6,6
composta U c = 33kV e se escolhemos a potência base S = 30MVA e a tensão base U = kV ,
L b b 3
temos:
6,6
Em primeiro lugar, há que reduzir a impedância da linha Z L = 3 + j 6 Ω à tensão base U = kV :
b 3
3 ⋅ Ub
Z = m 2 ⋅ Z L , com m u = .
u U cL
6,6
mu = = 0,2
33
Em segundo lugar, calcular o valor em “pu” da impedância Z = 0,12 + j 0,24 para a potência base
6,6
S = 30MVA e a tensão base U = kV , através da fórmula:
b b 3
t Z S
z= = Z ⋅ b2
Zb 3U b
t 30
z = (0,12 + j0,24) ⋅ = 0,08 + j0,16
6,6 2
A. A. A. C. Barrias
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Estudo II
O objectivo deste estudo é mostrar que, sempre que possível, as bases das tensões devem ser
proporcionais às relações de transformação estipuladas dos transformadores de potência.
A C
U BP kV U BT U BT kV U BD
B D
G R
A. A. A. C. Barrias
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U BT A
=
U BP B
A
U BT = U BP ⋅
B
U BT C
=
U BD D
D
U BD = U BT ⋅
C
A. A. A. C. Barrias
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Exemplo 1
U BP = 10 kV
A
2º Seja um transformador elevador com a relação de transformação estipulada, .
B
Sendo:
A 165
= kV
B 11
A
Então, a base da tensão, U BT , do circuito Transporte, deverá ser: U BT = U BP ⋅ .
B
Ou seja:
165
U BT = 10 ⋅ ⇔ U BT = 150 kV
11
C
3º Seja um transformador abaixador com a relação de transformação estipulada, .
D
Sendo:
C 125
= kV
D 60
D
Então, a base da tensão, U BD , do circuito Distribuição, deverá ser: U BD = U BT ⋅ .
C
Ou seja:
60
U BD = 150 ⋅ kV ⇔ U BD = 72 kV .
125
A. A. A. C. Barrias
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Exemplo 2
U BP = 11,8 kV
A
2º Seja um transformador elevador com a relação de transformação estipulada, .
B
Sendo:
A 141
= kV
B 11,8
A
Então, a base da tensão, U BT , do circuito Transporte, deverá ser: U BT = U BP ⋅ .
B
Ou seja:
141
U BT = 11,8 ⋅ ⇔ U BT = 141 kV
11,8
C
3º Seja um transformador abaixador com a relação de transformação estipulada, .
D
Sendo:
C 136
= kV
D 11
D
Então, a base da tensão, U BD , do circuito Distribuição, deverá ser: U BD = U BT ⋅ .
C
Ou seja:
11
U BD = 141 ⋅ kV ⇔ U BD = 11,4 kV .
136
A. A. A. C. Barrias
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Exemplo 3
U BP = 12 kV
A
2º Seja um transformador elevador com a relação de transformação estipulada, .
B
Sendo:
A 230
= kV
B 13,8
A
Então, a base da tensão, U BT , do circuito Transporte, deverá ser: U BT = U BP ⋅ .
B
Ou seja:
230
U BT = 12 ⋅ ⇔ U BT = 200 kV
13,8
C
3º Seja um transformador abaixador com a relação de transformação estipulada, .
D
Sendo:
C 220
= kV
D 88
D
Então, a base da tensão, U BD , do circuito Distribuição, deverá ser: U BD = U BT ⋅ .
C
Ou seja:
88
U BD = 200 ⋅ kV ⇔ U BD = 80 kV .
220
A. A. A. C. Barrias
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Estudo III
O objectivo deste estudo é mostrar como se resolvem os “Conflitos de Bases das Tensões” sempre
que optamos pelos circuitos em “por unidade” no estudo dos circuitos eléctricos. Com efeito, nem
sempre é possível escolher as bases das tensões proporcionais às relações de transformação
estipuladas dos transformadores de potência, como vimos no Estudo II.
Exemplo 1
Na fig. 1 seguinte apresentamos o circuito eléctrico de alimentação a um receptor, R.
150 150
kV kV
11 11,5
11 kV 150 kV 150 kV 11,5 kV
U AE U A U AD
Para representarmos em “por unidade” o circuito equivalente escolhemos a tensão base U BE = 11kV
para a região a montante do transformador T1, a tensão base de 150 kV para a linha L1 e a tensão
base U BD = 11,5kV para a região a jusante do transformador T2.
Assim sendo, para um qualquer ponto A, da linha L2, temos duas tensões base distintas: à esquerda
U BE = 11kV e à direita U BD = 11,5kV .
t t
É evidente que U A = U AE = U AD , mas, no circuito equivalente em “por unidade”, u AE ≠ u AD , tal
como está consignado na fig. 2 seguinte:
t t t
z T1e z L1 zT 2e
t
zL2
t t
u AE u AD
U BE = 11kV U BD = 11,5kV
A. A. A. C. Barrias
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Para podermos conciliar esta desigualdade de valores da tensão, em “por unidade”, devemos inserir
um transformador ideal, com uma relação entre espiras inversa da relação entre as bases da tensão
U N
escolhidas para a esquerda, U BE , e para a direita, U BD , do ponto A, m b = BD = E como mostra
U BE N D
a fig. 3 seguinte.
t t t
z T1e z L1 zT 2e
11,5
kV
11
t NE ND
t
u AE u AD
U BD = 11,5kV
U BE = 11kV N = 115 N = 110
E D
Com efeito:
U AE = U AD ≡ U A
U AE U AD
=
U BE U BE
U AE U AD U BD U U U
= ⋅ ⇔ AE = AD ⋅ BD
U BE U BE U BD U BE U BD U BE
Ora,
t U
u AE = AE
U BE
A. A. A. C. Barrias
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E,
t U
u AD = AD
U BD
Esta equação, traduz o facto de termos de elevar (to boost) o valor em por unidade da tensão à
t U U
direita, u AD = AD , através do factor multiplicador, BD , para obtermos o valor em por unidade
U BD U BE
t U
da tensão à esquerda, u AE = AE .
U BE
t U
Com efeito, o valor em por unidade da tensão à esquerda, u AE = AE , é maior do que valor em por
U BE
t U
unidade da tensão à direita, u AD = AD , porque, sendo U AE = U AD ≡ U A , o valor da tensão base à
U BD
esquerda, U BE = 11 kV , é menor do que o valor da tensão base à direita, U BD = 11,5 kV .
A. A. A. C. Barrias
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Exemplo 2
150
kV
10 kV 10 150 kV
150 kV
165
kV
10 165 kV
U AE U A U AD
Para representarmos em “por unidade” o circuito equivalente escolhemos a tensão base de 10kV
para a região a montante dos transformadores T1 e T2, a tensão base de 150 kV para a linha L1 e a
tensão base de 165 kV para linha L2.
Assim sendo, para um qualquer ponto A da linha L2 temos duas tensões base distintas: à esquerda
U BE = 165 kV e à direita U BD = 150kV .
t t
É evidente que U A = U AE = U AD , mas, no circuito equivalente em “por unidade”, u AE ≠ u AD , como
está consignado na fig. 2 seguinte:
10 kV 150 kV 150 kV
T1 L1
t t
z T1e z L1
G R
165 kV
T2 L2
t t AE AD
zT 2e zL2
t t
u AE u AD
U BE = 165 kV U BD = 150 kV
Fig. 2
A. A. A. C. Barrias
19 / 45
Para podermos conciliar esta desigualdade de valores da tensão, em “por unidade”, devemos inserir
um transformador ideal com uma relação entre espiras inversa da relação entre as bases da tensão
escolhidas para a esquerda, U BE = 165 kV , e para a direita, U BD = 150kV , do ponto A,
U N
m b = BE = D , como mostra a fig. 3 seguinte.
U BD N E
10 kV 150 kV 150 kV
T1 L1
t t
z T1e z L1
G R
165 kV 165
T2 L2 kV
150
t t AE AD
zT 2e zL2
t t
u AE NE N D u AD
Fig. 3
Com efeito, U AD = U AE ≡ U A
Dividindo ambos os membros da igualdade anterior pela tensão base, U BD , temos:
U AD U AE
=
U BD U BD
U AD U AE U BE U U U
= ⋅ ⇔ AD = AE ⋅ BE
U BD U BD U BE U BD U BE U BD
Ora,
t U
u AD = AD , É o valor em por unidade da tensão U AD ≡ U A na base U BD .
U BD
A. A. A. C. Barrias
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t U
u AE = AE
U BE
t t U
u AD = u AE ⋅ BE
U BD
Esta equação, traduz o facto de termos de elevar (to boost) o valor em por unidade da tensão à
t U U
esquerda, u AE = AE , através do factor multiplicador, BE , para obtermos o valor em por unidade
U BE U BD
t U
da tensão à direita, u AD = AD .
U BD
t U
Com efeito, o valor em por unidade da tensão à direita, u AD = AD , é maior do que valor em por
U BD
t U
unidade da tensão à esquerda, u AE = AE , porque, sendo U AD = U AE ≡ U A , o valor da tensão base
U BE
à direita, U BD = 150 kV , é menor do que o valor da tensão base à esquerda, U BE = 165 kV .
A. A. A. C. Barrias
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Exemplo 3
34,5 34,5
kV kV
13,2 13,8
34,5 kV 34,5 kV
13,2 kV 13,8 kV
U AE U A U AD
Para representarmos em “por unidade” o circuito equivalente escolhemos a tensão base de 13,2kV
para a região a montante do transformador T1, a tensão base de 34,5 kV para a linha L1 e a tensão
base de 13,8 kV para a região a jusante do transformador T2.
Assim sendo, para um qualquer ponto A, da linha L2, temos duas tensões base distintas: à esquerda
U BE = 13,2 kV e à direita U BD = 13,8 kV .
t t
É evidente que U A = U AE = U AD , mas, no circuito equivalente em “por unidade”, u AE ≠ u AD , tal
como está consignado na fig. 2 seguinte:
t
zL2
t t
u AE u AD
U BE = 13,2kV U BD = 13,8kV
A. A. A. C. Barrias
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Para podermos conciliar esta desigualdade de valores da tensão, em “por unidade”, devemos inserir
um transformador ideal, com uma relação entre espiras inversa da relação entre as bases da tensão
escolhidas para a esquerda, U BE = 13,2 kV , e para a direita, U BD = 13,8 kV , do ponto A,
U N
m b = BD = E como mostra a fig. 3 seguinte:
U BE N D
G L2 R
t AE 13,8 AD
zL2 kV
13,2
t t
u AE NE ND u AD
N = 13,8 N = 13,2
U BE = 13,2kV E D U BD = 13,8kV
Fig. 3
Com efeito: U AE = U AD ≡ U A
U AE U AD
=
U BE U BE
U AE U AD U BD U U U
= ⋅ ⇔ AE = AD ⋅ BD
U BE U BE U BD U BE U BD U BE
Ora,
t U
u AE = AE , É o valor em por unidade da tensão U AE ≡ U A na base U BE .
U BE
t U
u AD = AD , É o valor em por unidade da tensão U AD ≡ U A na base U BD .
U BD
A. A. A. C. Barrias
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t t U
u AE = u AD ⋅ BD
U BE
Esta equação, traduz o facto de termos de elevar (to boost) o valor em por unidade da tensão à
t U U
direita, u AD = AD , através do factor multiplicador, BD , para obtermos o valor em por unidade
U BD U BE
t U
da tensão à esquerda, u AE = AE .
U BE
t U
Com efeito, o valor em por unidade da tensão à esquerda, u AE = AE , é maior do que valor em por
U BE
t U
unidade da tensão à direita, u AD = AD , porque, sendo U AE = U AD ≡ U A , o valor da tensão base à
U BD
esquerda, U BE = 13,2 kV , é menor do que o valor da tensão base à direita, U BD = 13,8 kV .
(Este exemplo é uma adaptação do que contem o livro “An Introduction to Power System
Analysis”, de Frederick S. Rothe, páginas 14-16, edited by John Wiley & Sons, Inc., New York and
by Chapman & Hall, Ltd., London, 1953).
Nas aplicações em computadores digitais, não nos interessa utilizar o “transformador ideal”, pelo
que recorremos ao “Quadripolo Linear e Passivo” equivalente.
A. A. A. C. Barrias
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Estudo IV
O objectivo deste estudo é mostrar como se deve proceder para tomar em consideração as
variações de tensão provocadas pela manobra dos comutadores de tensões disponíveis num
transformador de potência.
U1Bi 100
A relação inicial entre as bases de tensão é, portanto, m Bi = = kV .
U 2Bi 10
Este TP tem um circuito equivalente em “por unidade” como se indica na figura seguinte:
100
me = kV
10
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
Se actuarmos no comutador de tensão, inserido no enrolamento 1 (AT), de tal forma que a relação
N U 110
de transformação actual seja m a = 1a = 1a = kV , a impedância do TP em por unidade não
N 2e U 2e 10
se altera desde que alteremos U1Bi = 100 kV para U1Ba = 110 kV e mantenhamos U 2 Bi = 10 kV .
110
Isto é, se m a = kV continuar a ser igual à relação actual entre as bases de tensão (agora)
10
U 110
fixadas m Ba = 1Ba = kV , a impedância em por unidade do TP mantém o mesmo valor:
U 2Bi 10
t
z Te = 0,08 .
A. A. A. C. Barrias
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Este TP tem um circuito equivalente em “por unidade” como se indica na figura seguinte:
110
ma = kV
10
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
Todavia, este procedimento, não é recomendável uma vez que mantendo U 2 Bi = 10 kV e mudando
U1Bi = 100 kV para U1Ba = 110 kV vamos ter, também, que mudar a base de tensão de todos os
elementos da rede ligados do lado da alta tensão do transformador.
Porém, podemos evitar ter que mudar a base de tensão de todos os elementos da rede ligados do
lado da alta tensão do transformador, inserindo um TP ideal, no lado da AT (lado onde fizemos
variar a tensão) do circuito equivalente em por unidade do TP, como mostra a figura seguinte.
110
N ma = kV
E 110
= kV 10
N 100
D
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
U 2Bi = 10 kV
U 1Bi = 100 kV
N E = 110 N D = 100
I 2Bi = 2866,751 A
I1Bi = 288,675 A
Z 2Bi = 2Ω
Z1Bi = 200Ω U 2Bi = 10 kV
U 1Bi = 100 kV U1Ba = 110 kV
Nas aplicações em computadores digitais, não nos interessa utilizar o “transformador ideal”, pelo
que recorremos ao “Quadripolo Linear e Passivo” equivalente.
A. A. A. C. Barrias
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110
ma = kV
10 NE 10
= kV
N D 9,0909
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
0.0968
t
Com efeito, a impedância, em por unidade, valeria z Te = 0,08 se a relação entre as bases de tensão
110
fosse igual a relação de transformação actual m a = kV .
10
Como queremos manter a base de tensão inicial U1Bi = 100 kV temos de calcular o valor, em por
unidade, desta impedância referida à base inicial U1Bi = 100 kV , através da seguinte fórmula:
t t U
z Ta = z Te ⋅ ( 1Ba ) 2
U1Bi
Ou seja:
t 110 2
z Ta = 0,08 ⋅ ( ) = 0,0968 .
100
Também:
1
U1Bi = m a ⋅ U 2 Ba ⇔ U 2 Ba = ⋅ U1Bi
ma
Ou seja:
1
U 2Ba = ⋅ 100 = 9,0909 kV
110
10
N E U 2Bi 10
= = kV
N D U 2Ba 9,0909
Se, agora, actuarmos no comutador de tensão, inserido no enrolamento 2 (BT), de tal forma que a
N U 110
relação de transformação actual seja m a = 1a = 1a = kV , a impedância em por unidade do
N 2a U 2a 9
TP não se altera desde que mantenhamos U1Ba = 110 kV e alteremos U 2Bi = 10 kV para
U 2Ba = 9 kV .
A. A. A. C. Barrias
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110
Isto é, se m a = kV continuar a ser igual à relação actual entre as bases de tensão (agora)
9
U 110
fixadas m Ba = 1Ba = kV , a impedância em por unidade do TP mantém o mesmo valor:
U 2Ba 9
t
z Te = 0,08 .
Este TP tem um circuito equivalente em “por unidade” como se indica na figura seguinte:
110
ma = kV
10
S B = 50 MVA
U1Bi = 110 kV
I1Bi = 262,432 A
Z1Bi = 242Ω
Todavia, este procedimento, não é recomendável uma vez que ao mudarmos U 2Bi = 10 kV para
U 2Ba = 9 kV e mantendo U1Ba = 110 kV vamos ter, também, que mudar a base de tensão de todos
os elementos da rede ligados do lado da baixa tensão do transformador.
Porém, podemos evitar ter de mudar a base de tensão de todos os elementos da rede ligados do lado
da baixa tensão do transformador, inserindo um TP ideal, no lado da BT (lado onde fizemos variar
a tensão) do circuito equivalente em por unidade do TP, como mostra a figura seguinte.
110 NE 10
ma = kV kV
ND 9
10
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
0,08
NE = 10 N
D
=9
I1Bi = 262,432 A I 2Bi = 2866,751 A
Z 2Bi = 2Ω
Z1Bi = 242Ω
U1Ba = 110 kV U 2Ba = 9 kV U 2Bi = 10 kV
Nas aplicações em computadores digitais, não nos interessa utilizar o “transformador ideal”, pelo
que recorremos ao “Quadripolo Linear e Passivo” equivalente.
A. A. A. C. Barrias
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110
N
E 122, 2 ma = kV
= kV 9
N 100
D
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
Z 2Bi = 2Ω
Z1Bi = 200Ω
t
Com efeito, a impedância, em por unidade, valeria z Te = 0,08 se a base de tensão do lado da BT
fosse U 2Ba = 9 kV .
Como queremos manter a base de tensão inicial U 2Bi = 10 kV temos de calcular o valor, em por
unidade, desta impedância referida à base inicial U 2Bi = 10 kV , através da seguinte fórmula:
t t U
z a = z e ⋅ ( 2 Ba ) 2
U 2 Bi
Ou seja:
t 9
z a = 0,08 ⋅ ( ) 2 = 0,0648 .
10
Também:
U1Ba = m a ⋅ U 2 Bi
Ou seja:
110
U 1Ba = ⋅ 10 = 122,2 V
9
E, a relação de transformação do transformador ideal deverá ser:
N E U1Ba 122,2
= = kV
N D U1Bi 100
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Do que foi dito anteriormente, torna-se evidente que um TP com uma relação de transformação
N U 100
estipulada m e = 1e = 1e = kV , e com dois comutadores de tensões, um, inserido no
N 2e U 2e 10
enrolamento 1 (AT) e, o outro, inserido no enrolamento 2 (BT) e com uma impedância de curto-
t
circuito estipulada, em por unidade, z Te = 0,08 , referida a uma qualquer das bases de tensão
U1Bi = 100 kV do lado do enrolamento 1 (AT) ou U 2Bi = 10 kV do lado do enrolamento 2 (BT) e a
uma base de potência S B = 50 MVA , pode ser representado por um TP com uma relação de
N U 110
transformação actual, m a = 1a = 1a = kV , e dois transformadores ideais, como se mostra
N 2a U 2a 9
na figura seguinte, o que permite conservar o valor original da impedância de curto circuito
t
estipulada, em por unidade, z Te = 0,08 e não ter que mudar as bases de tensão dos elementos das
redes de AT e BT.
110
N E 110
= ma = N 'E 10
=
kV
kV kV
N D 100 9
N 'D 9
S B = 50 MVA S B = 50 MVA
Z 2Bi = 2Ω
Z1Bi = 200Ω
U 2Ba = 9 kV
U1Ba = 110 kV
U1Bi = 100 kV U 2Bi = 10 kV
Nas aplicações em computadores digitais, não nos interessa utilizar o “transformador ideal”, pelo
que recorremos ao “Quadripolo Linear e Passivo” equivalente.
Seja, agora, um TP com uma potência aparente estipulada de 60 MVA , YNd, com o neutro ligado
132
directo e efectivamente à terra, com uma relação de transformação estipulada m e = kV e uma
33
impedância estipulada de j 0,125 por unidade e com um comutador de tensão inserido no
enrolamento 1 (AT).
A. A. A. C. Barrias
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132
me = kV
33
N 1a U 1a 118,8
Se actuarmos no comutador de tensão de tal forma que, m a = = = kV = 3,60 e
N 2e U 2e 33
desejarmos manter as bases iniciais das tensões: U1Bi = 132 kV e U 2Bi = 33 kV , utilizando um
transformador ideal, colocado do lado da BT (lado onde a tensão permanece constante), teremos
apenas de modificar o valor da impedância de curto-circuito em por unidade e a relação de
transformação do transformador ideal, como se mostra na figura seguinte.
118,8 N U
ma = E 2 Bi 0, 9
kV = =
33 N U 1
D 2 Ba
N E = 0 ,9 ND = 1
Com efeito, a impedância em por unidade do transformador de potência, manteria o seu valor
t
inicial, z e = j 0,125 , se a base de tensão do lado da AT mudasse de U1Bi = 132 kV para
U 1Ba = 118,8 kV , e se mantivesse a base inicial do lado da BT, U2Bi = 33kV.
Como queremos manter a base de tensão inicial U1Bi = 132 kV da AT temos de calcular o valor, em
por unidade, desta impedância referida à base actual U 1Ba = 118,8 kV , através da seguinte fórmula:
t t U
z a = z e ⋅ ( 1Ba ) 2
U1Bi
Ou seja:
t 118,8 2
z a = j 0,125 ⋅ ( ) = j 0,10125 .
132
Também:
N U 118,8
m a = 1a = 1a = kV = 3,60
N 2e U 2e 33
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E:
U1Bi U
= m a ⇔ U 2 Ba = 1Bi
U 2 Ba ma
Ou seja:
132
U 2 Ba = = 36,667 kV
3,6
N D U 2Ba 36,667 1
= = =
N E U 2Bi 33 0,9
N 1a U 1a 145,2
Se actuarmos no comutador de tensão de tal forma que, m a = = = kV = 4,40 e
N 2e U 2e 33
desejarmos manter as bases iniciais das tensões: U1Bi = 132 kV e U 2Bi = 33 kV , utilizando um
transformador ideal, colocado do lado da BT (lado onde a tensão permanece constante), o TP é
representado por um circuito equivalente em “por unidade” como se indica na figura seguinte:
145,2
ma = kV N U
33 E 2Bi 1,1
= =
N U 1
D 2Ba
N E = 1,1 ND = 1
U 2Ba = 30 kV U 2Bi = 33 kV
U =132 kV
1Bi
Com efeito:
U1Bi 1
= m a ⇔ U 2 Ba = U1Bi ⋅
U 2 Ba ma
Ou seja:
1
U 2 Ba = 132 ⋅ ⇔ U 2 Ba = 30kV
4,4
E,
N E U 2 Bi
=
N D U 2 Ba
Ou seja:
N E 33 11 1,1
= = =
N D 30 10 1
Exemplo Adaptado do Livro:
POWER SYSTEM PROTECTION, Volume 1, páginas 212-214,Edited by The Electricity Council
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Estudo IV
A Ie A′ a Is a A Ie Iπ Is a
ZT Zπ
I1 I2
Ue U A' N N1 N2 Us Us ⇔ Ue Ze Zs Us
Ie Is Ie Iπ Is
N N n n N n
U e = U A 'N + Z T ⋅ I e
N1
m=
N2
U A 'N = m ⋅ U s
1
Ie = ⋅ Is
m
As equações que regem o circuito equivalente a um transformador podem ser escritas de forma
análoga à utilizada no estudo dos quadrípolos, a saber:
ZT
(1ª) Ue = m ⋅ Us + ⋅ Is
m
1
(2ª) Ie = 0 ⋅ Us + ⋅ Is
m
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Z
(1ª) U e = (1 + ) ⋅ U s + Z ⋅ Is
Zs
1 1 Z Z
(2ª) Ie = ( + + ) ⋅ U s + (1 + ) ⋅ I s
Ze Zs Ze ⋅ Zs Ze
Fazendo a identificação dos coeficientes das variáveis U s e I s das equações que regem o circuito
equivalente a um transformador escritas de forma análoga à utilizada no estudo dos quadrípolos e
das equações que regem o circuito de um quadripolo linear e passivo em π, temos:
Z
(1º) m = 1+
Zs
ZT
(2º) =Z
m
1 1 Z
(3º) 0= + +
Z e Zs Z e ⋅ Zs
1 Z
(4º) = 1+
m Ze
ZT
Substituindo o valor de Z = dado por (2º) em (1º) calculamos o valor de Zs :
m
ZT
ZT ZT
m = 1 + m ⇔ (m − 1) = ⇔ Zs =
Zs m ⋅ Zs m ⋅ (m − 1)
ZT
Substituindo o valor de Z = dado por (2º) em (4º) calculamos o valor de Z1 :
m
ZT
1 1 ZT 1− m ZT Z
= 1 + m ⇔ ( − 1) = ⇔ = ⇔ Ze = T
m Ze m m ⋅ Ze m m ⋅ Ze 1− m
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1 1 Z
0= + +
Z e Zs Z e ⋅ Zs
ZT ZT Z
Ze = , Zs = e Z= T
1− m m ⋅ (m − 1) m
ZT
1 1 m 1 − m m ⋅ (m − 1) (1 − m) ⋅ m ⋅ (m − 1) ⋅ Z T
0= + + ⇔ 0= + + ⇔
ZT ZT ZT
⋅
ZT Z T Z T m ⋅ Z T ⋅ Z T
1 − m m ⋅ (m − 1) 1 − m m ⋅ (m − 1)
1 − m m ⋅ (m − 1) − (1 − m)2 1 − m + m ⋅ (m − 1) − (1 − m) 2
⇔0= + + ⇔ 0= ⇔
ZT ZT ZT ZT
1 − m + m 2 − m − (1 − 2m + m 2 ) 1 − 2 ⋅ m + m 2 − 1 + 2m − m 2
⇔0= ⇔0= .
ZT ZT
0
0=
ZT
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Estudo VI
O objectivo deste estudo é mostrar como calcular a Impedância Aparente do Circuito de AT, Z1 ,
de um Transformador de Potência correspondente à Impedância de Carga Secundária Z 2 .
Seja o transformador:
U 2 = Z2 ⋅ I2
U1 = Z1 ⋅ I1
U1 = m ⋅ U 2
I 2 = m ⋅ I1
Então:
U1 = m ⋅ ( Z 2 ⋅ I 2 )
U1 = m ⋅ [Z 2 ⋅ (m ⋅ I1 )]
U1 = m 2 ⋅ Z 2 ⋅ I1
U1
= m 2 ⋅ Z2
I1
Z1 = m 2 ⋅ Z 2
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Estudo VII
Relação entre os valores das impedâncias de fugas actual e estipulado dos TPs
O objectivo deste estudo é mostrar que quando o comutador de tensão está inserido no
enrolamento 1 (AT) do transformador de potência, a relação entre o valor actual da impedância de
fugas, Z 1a (Ω) , e o valor estipulado da impedância de fugas, Z 1e (Ω) , é: Z 1a = ν1a ⋅ Z 1e , sendo,
2
N 1a
ν1a = , a relação entre o número de espiras actual, N1a , e o número de espiras estipulado, N1e
N 1e
do enrolamento de Alta Tensão (enrolamento 1).
Como sabemos:
Z1e ≅ jωL1e e Z1a ≅ jωL1a
E:
2 2
N1e N1a
L1e ≅ e L1a ≅
ℜ ℜ
Logo:
ω 2 ω 2
Z1e ≅ j ⋅ N1e e Z1a ≅ j ⋅ N1a
ℜ ℜ
Pelo que:
ω
⋅ N1a
2
j 2
Z1a
= ℜ ⇔
Z1a
=
N1a
⇔
Z1a
= ν1a2
2
Z1e ω 2 Z1e N1e Z1e
j ⋅ N1e
ℜ
Ou seja:
De igual modo podíamos mostrar que, quando o comutador de tensão está inserido no enrolamento
2 (BT) do transformador de potência, a relação entre o valor actual da impedância de fugas,
N 2a
Z2a (Ω) , e o valor estipulado da impedância de fugas, Z2e (Ω) , é: Z 2a = ν2a ⋅ Z 2e , sendo, ν2a =
2
,a
N 2e
relação entre o número de espiras actual, N 2a , e o número de espiras estipulado, N 2e do
enrolamento de Baixa Tensão (enrolamento 2).
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Estudo VIII
Relação entre os valores das impedâncias de curto-circuito estipuladas dos TPs: Z T1e e Z T2e .
O objectivo deste estudo é mostrar que a relação entre o valor da impedância de curto-circuito
estipulada referida ao enrolamento 1 (AT) do transformador de potência, Z T1e , e o valor da
impedância de curto-circuito estipulada referida ao enrolamento 2 (BT) Z T2e , é: Z T1e = me2 ⋅ Z T2e
sendo, me , a relação de transformação estipulada.
Como:
ZT1e = Z1e + m 2 ⋅ Z 2e
e
E:
1
ZT2e = ⋅ Z1e + Z2e
m2
e
Então:
ZT1e Z1e + m e2 ⋅ Z 2 e
=
ZT 2 e Z1e + m e2 ⋅ Z 2 e
m e2
ZT1e
= m e2
ZT 2 e
Ou seja:
ZT1e = m e2 ⋅ ZT 2 e
De igual modo podíamos mostrar que a relação entre o valor da impedância de curto-circuito
actual referida ao enrolamento 1 (AT) do transformador de potência, Z T1a , e o valor da
impedância de curto-circuito actual referida ao enrolamento 2 (BT), Z T2a , é: Z T1a = ma2 ⋅ Z T2a
sendo, ma , a relação de transformação actual.
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Estudo IX
O objectivo deste estudo é mostrar que o valor da impedância de curto-circuito de um TP, em ohm,
referida ao enrolamento em que permanece constante o número de espiras, não se altera quando se
modifica o número de espiras do outro enrolamento.
Vejamos que assim é para o enrolamento2:
N1a
ν1a =
N1e
Com efeito, substituindo:
m a = ν1a ⋅ m e e Z1a = ν1a2 ⋅ Z1e
Em:
1
ZT2a = ⋅ Z1a + Z 2e
m2
a
Vem:
1 2
ZT2a = ⋅ (ν ⋅ Z1e ) + Z 2e
1a
(ν ⋅ m ) 2
1a e
1
ZT2a = ⋅ Z1e + Z 2e
m2
e
Z T2a = Z T2e
Vem:
m
Z T1a = Z1e + ( e )2 ⋅ ν2 ⋅ Z
ν 2a 2e
2a
2
Z T1a = Z1e + m ⋅ Z 2e
e
Z T1a = Z T1e
A. A. A. C. Barrias
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Estudo X
Relação entre os valores das impedâncias de curto-circuito actual e estipulado dos TPs
O objectivo deste estudo é mostrar que quando o comutador de tensão está inserido no
enrolamento 1 (AT) do transformador de potência, a relação entre o valor actual da impedância de
curto-circuito referida ao enrolamento 1 (AT), Z T1a , e o valor estipulado da impedância de curto-
N 1a
circuito referida ao enrolamento 1 (AT), Z T1e , é: Z T1a = ν1a
2
⋅ Z T1e , sendo, ν1a = , a relação entre o
N 1e
número de espiras actual, N1a , e o número de espiras estipulado, N 1e .
Como sabemos:
2 2
ZT1e = Z1e + m Z 2e e ZT1a = Z1a + m Z 2a
e a
Logo:
ZT1a Z1a + m a2 ⋅ Z 2a
=
ZT1e Z1e + m e2 ⋅ Z 2e
ν1a 2
2
ν1a ⋅ Z1e + ( ) ⋅ m e2 ⋅ ν 22a ⋅ Z 2e
Z T1a ν 2a
=
Z T1e Z1e + m e2 ⋅ Z 2e
2
Z T1a ν1a ⋅ ( Z1e + m e2 ⋅ Z 2e )
=
Z T1e Z1e + m e2 ⋅ Z 2e
Z T1a
= ν1a
2
Z T1e
Ou seja:
De igual modo podíamos mostrar que, quando o comutador de tensão está inserido no enrolamento
2 (BT) do transformador de potência, a relação entre o valor actual da impedância de curto-
circuito referida ao enrolamento 2 (BT), Z T2a , e o valor estipulado da impedância de curto-circuito
N
referida ao enrolamento 2 (BT), Z T2e , é: Z T2a = ν2a ⋅ Z T2e , sendo, ν2a = 2a , a relação entre o
2
N 2e
número de espiras actual, N 2a , e o número de espiras estipulado, N 2e .
A. A. A. C. Barrias
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Estudo XI
Nas figuras seguintes, representamos os circuitos eléctricos (de AT e de BT) equivalentes a um TP,
N me 1
desprezando o ramo da excitação, com uma relação entre espiras igual a 1e , , ou, ,
N 2e 1 1
me
respectivamente:
A A' N 1e a
I1e I 2e
N 2e
Z T1e
U1 U1e N1e N 2e U 2e U 2e
I1e I 2e
N N n
me a
A A'
I1e 1 I 2e
Z T1e
U1 U1e U 2e U 2e
me 1
I1e
I 2e
N N n
1 a
A A'
I1e 1 I 2e
Z T1e me
U1 U1e 1 U 2e U 2e
1
me
I1e I 2e
N N n
A. A. A. C. Barrias
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U1e = m e ⋅ U 2e
Dividindo ambos os membros da igualdade anterior pela tensão base, U1B , temos:
U1e U
= me ⋅ 2e
U 1B U 1B
U1e U U U U U
= m e ⋅ 2 e ⋅ 2 B ⇔ 1e = m e ⋅ 2 e ⋅ 2 B
U1B U1B U 2 B U1B U 2 B U1B
t U t U
Ora, u1e = 1e , é o valor em “por unidade” da tensão U1e na base U1B e u 2 e = 2 e , é o valor em
U 1B U 2B
U
“por unidade” da tensão U 2e , na base U 2 B . Também, m b = 1B .
U 2B
t t m
u1e = u 2 e ⋅ e
mb
Ou, então:
me
t t t
u1e m e u1e m b u1e 1
t = ⇔ t = ⇔ t = m
u 2e m b u 2e 1 u 2e b
me
O TP em estudo pode, então, ser representado num circuito em “por unidade” pela sua impedância
t
de curto-circuito, expressa em “por unidade”, z Te , em série com um transformador ideal com uma
me
m m 1
relação entre espiras igual a e , b ou, , respectivamente:
mb 1 mb
me
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t t
SB i 1e i 2e SB
t
z Te
U1B t U 2B
u1 t t t
u1e u 2e u 2e
t t
I1B i 2e I 2B
i 1e
Z1B Z2B
t t
SB A i 1e A' a i 2e SB
t
z Te
U1B U 2B
t t me t t
u1 u1e 1 u 2e u 2e
I1B t mb t I 2B
i 1e i 2e
Z1B Z2B
N N n
t t
SB i 1e i 2e SB
t
z Te
U1B U 2B
t t t t
u1 u1e u 2e u 2e
I1B t t I 2B
i 1e i 2e
Z1B Z2B
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Estudo XII
Modificação do número de espiras dos enrolamentos e das bases de tensão dos TPs
O objectivo deste estudo é mostrar que o valor da impedância de curto-circuito, em “por unidade”,
de um TP se mantém constante sempre que se modifica o número de espiras (de um qualquer dos
dois enrolamentos) desde que se modifiquem também as bases das tensões de tal forma que, a nova
relação entre as bases das tensões, seja igual à nova relação entre espiras e sempre que se possa
considerar, sem cometer um erro apreciável, que a distribuição do fluxo no circuito magnético não
se altera com a modificação do número de espiras de qualquer um dos dois enrolamentos.
N1a
ν1a =
N1e
t Z t Z
z Ta = T1a e z Te = T1e
Z1Ba Z1Be
t t
z Ta = z Te
N 2a
ν 2a =
N 2e
Z T 2a = ν 22a ⋅ Z T 2 e e Z 2 Ba = ν 22a ⋅ Z 2 Be
ZT 2a ν 22a Z T 2e
= ⋅
Z 2 Ba ν 22a Z 2 Be
t Z t Z
z Ta = T2a e z Te = T2e
Z2Ba Z 2Be
t t
z Ta = z Te
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Estudo XIII
O objectivo deste estudo é mostrar como deve ser representado, em “por unidade”, um
Transformador (Real) de Potência.
I1e I2e
SB SB
U1B U 2B
U1e U 2e
I1B I2B
I1e I2e
Z1B Z2 B
S1e = S 2e
U 1e = m e ⋅ U 2e
I 2e = m e ⋅ I 1e
Z T1e = m e2 ⋅ Z T2e
Se escolhermos as bases de um e do outro lado de tal forma que se verifiquem as seguintes relações:
S B = S1e = S 2e
U 1B = m e ⋅ U 2B
I 2B = m e ⋅ I1B
Z T1B = m e2 ⋅ Z T2B
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U 1e m e ⋅ U 2e U 2e t t
= = ⇔ u 1e = u 2 e
U 1B m e ⋅ U 2B U 2B
I 2e m e ⋅ I 1e I 1e t t
= = ⇔ i 2 e = i 1e
I 2B m e ⋅ I 1B I 1B
Z T1e m e2 ⋅ Z T 2e Z T 2e t t t
= = ⇔ z T1e = z T 2 e ≡ z Te
Z T1B m e2 ⋅ Z T 2B Z T 2B
t t
i 1e i 2e
SB SB
t
z Te
U 1B U2B
t t t t
u1 u1e u 2e t u 2e
t
I1 B i 1e i 2e I 2B
Z1B Z2 B
E, como já dissemos, o transformador ideal, com uma relação entre espiras igual a 1:1, pode (e,
deve) ser omitido, tal como mostra a figura seguinte:
t t
i 1e i 2e
SB SB
t
z Te
U 1B U2B
t t t t
u1 u1e u 2e t u 2e
t
I1 B i 1e i 2e I 2B
Z1B Z2 B
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