1983

Palácio da Luz – Rua do Rosário, Nº 1

JANEIRO/FEVEREIRO-2010 CIRCULAÇÃO DIRIGIDA

EDITORIAL PALAVRA DO PRESIDENTE

“Ano Novo – Vida Nova!” É sempre O ano de 2009 foi pródigo escolhas. No dia 20, próxima
este o pensamento dos que abraçam o ano para a ALMECE. Esta entidade reunião, o Presidente pretende
iniciante. Bons augúrios surgem com o seu
despontar em quaisquer segmentos da através do mister fecundo de sua conversar com os candidatos a
sociedade, mas parece-nos que brotam mais diretoria, que manteve um ritmo candidatos a cadeiras nesta
intensamente da sensibilidade poética do
escritor, este “modelador de ilusões”. de trabalho operoso, Arcádia, para sabatiná-los e sentir
Perceptíveis na confraria almeceana, proporcionou condições para nos de perto seu real interesse e
quando se avizinha um novo ano, são cultores do
verso e da prosa, plenos de sensibilidade
mantermos na vanguarda dos disponibilidade para participar do
artística, preconizando o sucesso da Arcádia movimentos literários em grupo de imortais que, com
pela qual todos nutrem amor e respeito. Fortaleza. denodo, assessoram o Presidente.
O 2010 embora o tenhamos desejado
promissor, surpreendeu-nos com Ao retomarmos as Com garra tomaremos
acontecimentos catastróficos, tristes, pesarosos atividades neste ano corrente iniciativas benéficas,
até então vividos pelos haitianos, pelos irmãos
brasileiros, especificamente das Regiões Sul e realizaremos nossa primeira responsáveis pela corrida
Sudeste e por outros povos do mundo. A Reunião Ordinária e o ascencionista da nossa valorosa
natureza se rebela contra o homem. Que Deus
nos perdoe! Reconforta-nos porém, os
lançamento da primeira edição do Academia Municipalista.
acontecimentos festivos, memoráveis, a citar: os paladino, o informativo Estamos confiantes no
quarenta anos de profícua existência da almeceano: “Academus”. porvir e convocamos os
Televisão Verdes Mares; o aniversário de
Fortaleza, a Bienal do Livro, ambos em abril É propósito nosso “Guerreiros almecanos” para em
próximo, o Centenário do Teatro José de sequenciarmos com muito 2010, juntos mantermos
Alencar, o Centenário de Nascimento da
saudosa escritora Rachel de Queiroz, Sócia empenho nossas produções tremulando garbosa a bandeira da
Honorária da ALMECE, razão, portanto, de literárias e a posse de noveis ALMECE, símbolo de sua
inúmeras homenagens assinaladas na acadêmicos, obedecendo a resplandecente grandeza.
programação anual do nosso Silogeu.
Ressalte-se também, a realização de critérios rígidos nas suas
uma Assembleia Geral que elegerá a nova
Diretoria – biênio 2010/2012 ( auguramos a
permanência do atual presidente – Francisco
Lima Freitas).
Outrossim, nomes de grande
notoriedade no cenário da cultura alencarina
irão fortalecer ainda mais o nosso Quadro Social
nos próximos meses. Outros eventos culturais
são destaques no calendário de atividades
almeceanas, cujo sucesso já evidenciamos,
graças ao convívio fraterno e solidário do
colégio acadêmico.
Nesta edição, caro leitor, registramos o
melhor da inspiração almeceana. Boa leitura!

Aniversariantes

JAN: 16-Raimunda Silva; 30-

Oneida Pinheiro.

FEV: 10-Bernivaldo Carneiro;

16-Franco Barreto; 21-Ernani
Machado; 22-José Bezerra; 25-
Vicente Alencar. Grupo de Acadêmicos presente a festa de congraçamento da ALMECE.
 FUNDIÇÃO CAPISTRANO BRILHANTE APRESENTAÇÃO, DO ACADÊMICO JOSÉ
Av. da Universidade, 2284 – Benfica
CEP 60020-180 – Fortaleza – Ceará
MOACIR GADELHA DE LIMA, DA 5ª REVISTA
Fone: (85) 3221.6086 – Fax: (85) 3226.2085
Loja Centro: Rua Pedro I, 825
ACADEMICA DA ALMECE,
Fone: (85) 3253.7345
PLAQUETAS:
EM 22/12/09.
PATRIMÔNIO, SINALIZAÇÃO, José Moacir Gadelha de Lima, Presidente de Honra da ALMECE.
INDICATIVAS E HOMENAGENS.
PLACAS DE INAUGURAÇÃO:
AÇO INOX, LATÃO, VIDRO, ACRÍLICO,
A Academia de Letras dos
BRONZE E ALUMÍNIO. Municípios do Ceará trouxe a lume
LETRAS (VOCÊ ESCOLHE O MODELO): mais uma obra. Trata-se da presente
AÇO INOX, LATÃO, CHAPA GALVANIZADA
(PINTADA), BRONZE E ALUMÍNIO. Coletânea, a sétima, relicário de
ESCULTURAS: importantes escritos de temas
BUSTOS, EFÍGIES, IMAGENS DE diversos, levados a efeitos, tanto nos
SANTOS E ESCULTURAS EM GERAL.
PLACAS DE RUA
parâmetros da prosa atrativa, com
TARTARUGAS PARA ASFALTO exposição de bons conteúdos bem
E RUAS argumentados, quanto de poemas
TAMPÕES: retratando elevadas inspirações.
CAGECE, TELEMAR, COELCE,
INCÊNDIO E OUTRAS Além do jornal Academus, de
DIPLOMAS EM AÇO INOX tiragem bimestral, a ALMECE já
SINOS: contabiliza produção das referidas
IGREJA, CAPELA, GÁS BUTANO
sete Coletâneas, de cinco
Fones: 3221.6086 / 3226.2085 Antologias e de cinco números de
Revistas, todas de apreciáveis
valores.
RECOMEÇO Os integrantes da Arcádia,
isto é, Tribunos, Poetas, Jornalistas,
Radialistas e Escritores,
Chega o dia permanecem incansáveis nos
Recomeço de labores culturais, servindo, assim,
saudades de paradigmas aos lutadores pela
Afazeres tomam espaço mesma nobre causa.
Iludindo o meu Envoltos de idealismo, esses
coração. letrados vêm proporcionando ao
Silogeu a conquista de espaços,
Chega a noite cada vez mais significativos, nas
Retorno a cama alamedas da literatura, tanto na
vazia Terra de Iracema, quanto em glebas
Sentimentos circundam confusos interioranas, celeiro de Municípios
Os porquês patronos dos almeceanos.
querem espaços. Cada acadêmico representa,
portanto um deles.
Dia e noite Enriquecida com essa plêiade
enlaçam os tormentos de literatos, capitaneados pelo
Lágrimas escorrem dinamismo do pilar-mor, Lima
dolentes Freitas, a Academia de Letras dos
Esperanças emanam Municípios do Estado do Ceará
agasalhando dores. prossegue em sua trajetória
ascensional, armazenando sucessos
na consubstanciação dos objetivos
colimados, além de elogios e mais
Por Fátima Lemos elogios, oriundos dos amantes das
Diretora Pedagógica do Colégio Maria Ester produções literária.
Integrante da Academia de Letras dos Destaquemos que o referido
Municípios do Estado do Ceará, batalhador continua empunhando,
da Academia Lavrense de Letras com firmeza, a tremulante e
e Academia Feminina de Letras. imponente bandeira da ALMECE.
Isso, ocorre desde o ano de 1996,
quando lhe assumiu a presidência,
posto em que ainda se encontra, por
vontade dos componentes, expressa
em sucessivas reeleições.
Parabéns à ALMECE, por
tanta proeza!
Parabéns participantes desta
Coletânea, relacionados em ordem
alfabética, num total de 44:
ACADÊMICOS
- Ana Maria Nascimento; Ângelo
Osmiro Barreto; Alvarus Moreno;
Aluisio Matias de Paula; Antônio
Vicente de Alencar; Antônio Mario
de Brito Nogueira; Benildes Batista;
Celina Corte Pinheiro; Cléa Martins
Campelo Vieira; Fátima Lemos;
Francinete Azevedo; Francisco
Benivaldo Francisco Alves de
Alencar; Gilson Pontes; Haroldo
Felinto; Ione Arruda; José Dionísio
Lopes; José Luis Lira; José Moacir
Gadelha de Lima; João Gonçalves
Lemos; Maria José Bandeira; Maria
Vilma Matos Peixoto; Maria Linda
Lemos Bezerra; Meton Maia e
Silva; Neuzemar Gomes de Moraes;
Nicodemus Napoleão; Oneida
Pontes Pinheiro Milhomen; Rosa
Virginia Carneiro de Castro;
Waleska Capistrano
COLABORADORES.
Aline Martins Pontes; Aracy
da Silveira Cavalcante; Alexandre
Fonseca de Paula; Auzeneide
Cândido; Claiton Ferreira Maia;
Iraci Alves Coelho; Jean França;
José Wagner de Paiva Queiroz
Lima; Maria de Fátima Gomes;
Margarida Alencar; Maria
Carmosa Soares; Maria Luísa
Bonfim; Maryann Soares de Moura
Nóbrega; Rogério Juventino
P i t o m b o ; Wa n e s s a M a t o s ;
Merandulina Barros.

2 ACADEMUS JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010

 CASOS E CAUSOS QUE SE TRANSFORMAM EM VERSOS
Nicodemos G. Napoleão, Sócio Efetivo e Emérito da ALMECE - Membro da Associação Cearense dos Escritores

Luiz Berto, escritor pernambucano, autor A história poderia ser dividida em dois I
dos livros “A prisão de São Benedito”, “Nunca atos: I Ato – antes do empréstimo; II Ato – depois Eu vou contar pra vocês
houve guerrilha em Palmares”, “O romance da do empréstimo. No segundo ato, ainda de acordo Um caso que aconteceu
Besta Fubana” e outros, teve o privilégio de ser com o Luiz Berto, Orlando Tejo escreveu outras E tornou-se engraçado
amigo de Orlando Tejo. Desse extraordinário poeta estrofes completamente distintas do inicial. Da forma que ele se deu
ele enaltece a capacidade literária e criativa que se Com um “cabra” muito valente
contrapunha a uma monumental e incorrigível Que ficou quase doente
Um sujeito despeitado, De um susto quase morreu.
inabilidade para lidar com números, aí se incluindo
Desses de baixa maré, II
o “vil metal” da sobrevivência.
Inventou que Canindé Lalau é um amigo meu
Conta Luiz Berto que um dia Orlando Tejo
Que mora na minha rua,
invadiu sua sala na Câmara Federal, “num aperreio É um canalha safado.
Mas o que chama a atenção
daqueles que não era de seu costume”1 e lhe Eu fiquei preocupado É a impaciência sua;
confidenciou uma “desgraça”: o Gerente da Caixa Com a informação ralé, Ele até é gente boa
havia concedido a Orlando um cheque especial que Porém não perdi a fé Mas “facinho” se enjoa
o mesmo gastou num único final de semana, sem se Em quem merece louvores… E briga até com a lua.
dar conta de que muitos cheques “voadores” E haja palmas e haja flores III
estariam para “pousar” em sua conta na segunda- Na fronte de Canindé. Outro dia estava na rua
feira seguinte. Luiz Berto disse então que não podia Onde meus irmãos estavam
colaborar com o amigo, pois não tinha dinheiro, Tenho dito e sustentado Conversando na calçada
entretanto, informou que havia na Câmara um (Todo mundo sabe disso) E todos observavam
servidor que “ajudava” todos que se encontravam Que na Câmara, esse cortiço, Uns meninos ali brincando
em situação vexatória, conseguindo empréstimos Há um cidadão honrado, Eles “tavam” combinando
junto a um agiota. Tratava-se de João Canindé Pai de família extremado, E um objeto ajeitavam.
Tolentino Ribeiro. Luiz percebera que naquela Homem de bem e de fé! IV
manhã de segunda-feira “o homem estava mais O Papa já disse até Um deles ali gritava,
agoniado do que bacorinho em caçuá”2, ante a Que há no torrão brasileiro Esse era bem gaiato
iminência do estourar da conta do pobre poeta, que Padre Cícero em Juazeiro Que trazia em suas mãos
faria ruir a amizade e a admiração que o gerente lhe E em Brasília, Canindé... Um pobrezinho de um gato
devotava, à medida que Canindé não dava o ar de E amarraram então
sua graça ou adiava o famigerado empréstimo para Canindé - nome decente! Na ponta de um cordão
Tolentino - ô nome macho! Uma bomba com muito trato.
as próximas horas ou para o dia seguinte.
Ribeiro - lindo riacho V
Orlando Tejo, num determinado
Que mata a sede da gente! E foi no rabo do gato
momento, deixou de lado a sua aflição, pegou um Que fizeram a amarração,
papel e começou a escrever uns versos intitulados Honrado, amigo e valente,
Subiu da glória o sopé… Quando acenderam a bomba
“Louvação a Canindé”, dos quais eu peço Dali riscaram o chão;
permissão ao laureado autor para transcrever A Virgem de Nazaré
Já lhe envolveu com seu manto, O bicho então correu
algumas das hilariantes estrofes: Sabe onde se meteu?
Por isso um caminho santo
Digo de primeira mão.
Estando sem um tostão Vai trilhando Canindé... VI
E me encontrando bem perto, E não é mentira não
Fui procurar Luiz Berto Você pode acreditar,
Para alguma solução. Todos os dias em diversos rincões do Foi na casa de Lalau
Berto disse: “Meu irmão, torrão pátrio ocorrem fatos pitorescos que os Que o bichano foi entrar;
Eu também queria até abnegados cultuadores dos repentes transformam Lalau tava descansando
Fazer um querrequequé em obras-primas da cultura e sempre externam o E o felino foi entrando,
Daquele que o diabo pinta lado jocoso ou espiritualista do nosso povo. Em Ele não pôde notar.
Para ver se arranco trinta Alto Santo existe um cidadão chamado Sinval VII
Do bolso de Canindé... Pereira de Oliveira que atende sem mágoa pelo A bomba foi estourar
apelido de Lalau, mesmo sendo um homem Mesmo debaixo do bruto;
E eu que necessitava honrado, honesto e trabalhador. Tem a fama de “ser Lalau quase que morria
Também da mesma quantia mais grosso que papel de enrolar prego” e nos Por causa de um “puta” susto
Me fiei nessa franquia momentos em que externa suas “delicadezas” Pela mulher foi gritando:
Que Canindé propalava demonstra ser “mais macho que preá de balseiro” A casa tá desabando,
Quando eu menos esperava como dizem os sertanejos. Como todo bom Isso é coisa do “futo”.
O safado, de má fé, interiorano, gosta de curtir uma sesta (descanso VIII
Filho de p... ralé, após o almoço). Numa manhã ensolarada uns No outro dia “tava” puto
Disse que hoje não tem nada… meninos “levados da breca” amarraram uma Disse até que passou mal
bomba no rabo de um gato e o soltaram nas E que tinha a certeza
Ah! uma foice amolada
proximidades de sua residência. Ao ouvir o barulho Que o gato marginal,
No chifre de Canindé...
indesejado, Lalau afirmou alto e bom som para sua Quando foram amarrando
esposa: “Mulher, a casa tá desabando”. Entretanto, O bicho “véi” foi pensando:
Por capricho do destino “Eu vou pra casa de Lalau”.
De Satanás ou Deus Brama, ao notar a verdadeira cena acrescentou: “Eu tenho
certeza que, quando estavam amarrando a bomba, o Embora tenha causado um medo repentino
O bicho também se chama aos protagonistas da história, felizmente a bomba
Coisa e tal e Tolentino, gato pensou: eu vou direto pra casa do Lalau”.
Tudo teria parado aí se a cena não tivesse não era mortífera, mas apenas assustadora. O
Doido, avarento e mofino, felino, apesar do susto e de ser chamado de
Não conhece a Santa Sé, contado com o testemunho do poeta alto-santense
Carlos Oliveira Reis, que não tem nenhum marginal, continuou sua missão de encher o mundo
Faz da cola o seu rapé, de graciosidade. Enquanto os insensatos
Vive da desgraça alheia, constrangimento em se autodenominar Carlin
Gordo (cento e trinta quilos de talento). Este, com transformam bombas em tragédias, os poetas e os
Devia estar na cadeia humoristas as transfiguram em explosões de
Esse tal de Canindé... sua inspiração peculiar escreveu: Lalau e o gato3
alegria e irreverência. E assim tornam mais feliz a
humanidade.
________________________
1e2
BERTO, Luiz. Orlando Tejo e o agiota. In: http://www.luizberto.com/?p=8881 [acesso 27 jan 2010]
3
Cedido gentilmente pelo autor Carlos Oliveira Reis, o Carlin Gordo.

ACADEMUS JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010 3

 Pronunciamento do Acadêmico Bernivaldo Carneiro
na Confraternização da ALMECE – 22.12.2009.

Saudação aos Presentes... veio Antônio Haroldo Felinto pelo município CEVALA – Cedro, Várzea Alegre e Lavras da
de Catarina com assento na Cadeira número 9, Mangabeira. Nesta ordem, os patronos deste
Consuma-se esta noite aqui no Palácio
cuja saudação coube a mim fazê-la com aplaudido trio Almeceano. Assim como destaco
da Luz, templo do testemunho das mais
indescritível júbilo. Na sequência juntaram-se a o “Meu padrinho literário”. Sem contar que
importantes decisões políticas do Estado do
nós: Antônia Regina Pinheiro da Costa para somente nos últimos meses prefaciou três livros,
Ceará em tempos idos e que nos últimos anos
ocupar a Cadeira 06 representando Senador Nicodemos Napoleão vem de concluir mais um
empresta suas instalações às letras cearenses;
Pompeu; Maria Linda Lemos Bezerra na título, que também será lançado em 2010. Sobre
mais uma portentosa solenidade. Posto que
Cadeira 63 por Várzea Alegre, na vacância da o qual não tenho dúvida: trata-se de uma obra de
portentosa é a ALMECE.
saudosa Maria Hilma Correia Montenegro e, por grande qualidade, como de grande conteúdo são
[...]Até parece que foi ontem, quando,
fim, Sílvio dos Santos Filho na Cadeira 13 os seus três primeiros livros: Alto Santo de
com o título 2008: UM ANO AUSPICIOSO
pertencente ao município de Chorozinho. De Ontem de Hoje, Sonhos e Emoções e Obstinação
PARA ALMECE, escrevi o Editorial do último
forma que já somos 69. Ou seja: quase 40% dos Sertaneja. E por fim friso a confreira Benildes
Academus do ano passado. E lá já se vão doze
184 municípios do Estado do Ceará habitam esta Batista que sempre teve participação atuante em
meses. Como o tempo corre! Como o tempo
luminosa estrela cujo brilho rutila no nosso Silogeu. Mais que isto, sempre inovando e
voa! E o tempo... Austero tempo, em que pese
firmamento literário cearense. colocando sua arte nas Produções Literárias de
democrático, voa principalmente para quem não
E tudo isso – repito – graças a quem todas as entidades a que pertence. No presente
vivencia a própria infância, para quem não tem a
entende dos “como e porquês” do bem gerenciar ano, em parceria com Gilson Pontes, outro
adolescência em perspectiva (tempo em que não
um Grêmio Literário sem patrocínio e sem os competente e dedicado companheiro, atuou
se tem a sensação do tempo), e, sobretudo, para
necessários recursos para fazer face aos seus como designer da VII Coletânea da ALMECE e,
quem só recorda seus verdes anos quando tem os
custos. Mas o incansável Lima Freitas, sem se também se deu à edição do 6º Volume de
olhos no retrovisor da vida. Mas não é de bom-
importar com quanto já lhe pesa a vida, dar-se de Mulheres do Brasil – livro patrocinado pela
alvitre lamentar. Enquanto o presente se ocupa
corpo e alma à cultura cearense. E movido por ALA Feminina da Casa de Juvenal Galeno.
do passado, perde o futuro. Nem tampouco é de
admirável competência e pragmatismo, por uma Ah! Quanto a mim... Bem, quanto a
bom-tom reclamar porque temos muito a
inquestionável habilidade e reconhecida mim... Confesso: se não fora a insistência do
comemorar. Devemos sim, levantar as mãos aos
experiência que só os anos dão; faz verdadeiros Presidente Lima Freitas as revelações a seguir,
céus em agradecimento a Deus por nossa saúde,
milagres. Uma dedicação, um zelo, um esmero aqui passariam em brancas nuvens. Posto que
por nossa capacidade produtiva e tantos feitos
que há muito conquistou a consagração do tudo em mim convidava ao silêncio. Todavia
realizados.
reconhecimento. Aos nove dias de julho encorajado por ele considerei que muito embora
E se o assunto são as realizações
próximo passado, por exemplo, por absoluto possa – aos ouvidos de alguns – soar
Almeceanas, quem mais conta? Obviamente, o
merecimento, foi outorgado com a MEDALHA autopromoção; abster-me de tais citações seria
Comandante deste “Bólido Supersônico” que é a
DE RETOR PADRÃO da Academia de Retórica mais que esconder informações aos que torcem
Academia de Letras dos Municípios do Estado
do Ceará. Arcádia da qual também é membro. por nosso sucesso; um ato de falsa modéstia da
do Ceará. Falo do jornalista e escritor Francisco
E se o que não falta no quadro social da minha parte. Tais foram a satisfação e o orgulho
Lima Freitas que – há quase 14 anos – pilota,
ALMECE é repertório para os mais distintos meus diante das gratas surpresas que declinarei a
com inquestionável competência, esta
cenários culturais, mesmo tendo em mente que seguir. No entanto, que não vá o sapateiro além
admirável Nave da Cultura Alencarina.
devo limitar esta fala a um tempo que não a torne das sandálias.
Ninguém entre nós, melhor farejaria talentos e
enfadonha, eu não poderia deixar de destacar Pois bem, e em meio aos argumentos do
garimparia virtudes, promoveria a amizade e
aqui as principais vitórias intelectuais de nossos Presidente para me demover do planejado
instalaria o cooperativismo, administraria
co-irmãos, durante este ano que se finda. De silêncio, encontra-se esta frase que aqui
produções literárias e promoveria cultura. E por
modo que saúdo Francinete Azevedo que viu um transcrevo textualmente: “A ALMECE se sente
falar em produção literária, um levantamento de
de seus admiráveis livros transformado em envaidecida pelo galardão conquistado por um
nosso brilhante confrade José Luis Araújo Lira,
Filme; aplaudo Oneida Pinheiro que estreou e dos seus mais eminentes imortais que, com
que tem a aprazível Guaraciaba do Norte como
estrelou como atriz na película o Auto da muito talento, representa o município de
Patrono, revela que nos últimos 14 anos
Camisinha; parabenizo Vilma Matos pela Jaguaretama”. Um exagero que muito me
nenhuma uma outra Academia do Estado do
publicação de seu belíssimo Odisséia em envaidece e massageia o ego. Câmara Cascudo,
Ceará publicou tanto quanto a ALMECE.
Ulisséia – livro sobre o qual versa o meu artigo por exemplo, diante de elogios assim não
De modo que repetindo os anos
do último Academus 2009; bem como a Moacir tergiversava em afirmar: “É mentira, mas é
anteriores, neste, 2009 foram seis edições de mil
Gadelha pelo romance Morreu e Não Sabia; gostoso de ouvir”.
exemplares do Jornal Academus, a Coletânea
Maria Carmosa pela a obra Carmosa Canta Mas a propósito do que saíram essas
DI(VERSOS) lançada aos vinte e seis dias de
Lavras da Mangabeira e Outros Poemas e palavras de Lima Freitas? É que de quando em
setembro último por ocasião da inesquecível
Haroldo Felinto pelo recém-lançado Contos quando uma ou outra pessoa (às vezes próxima,
festa comemorativa dos vinte e seis anos de
Matutos. por vezes mais distante), traz-me notícias de que
existência desta Arcádia, e a Revista que ora
Assim como não foge à minha assistiu, ouviu ou leu algo sobre meus escritos.
trazemos ao público.
lembrança, o Professor João Gonçalves de Entretanto as mais alvissareiras, consistentes e
Além do que, nas onze Reuniões
Lemos, quem, a despeito da dor que lhe oprime o documentadas “Boas Novas” do gênero,
Ordinárias do ano, onde sempre transborda
peito (sua perda ainda é lamentada e sentida por vieram-me ao conhecimento já nestes últimos
cultura e se levantam os mais legítimos temas da
todos nós Almeceanos), teve um ano muito meses, por pessoas afeitas aos assuntos da
literatura e das artes em geral, várias palestras
produtivo. Organizou e publicou a Revista do literatura, porém não tão presentes assim em
foram proferidas. Destaque-se: A Mulher e o
Instituto dos Advogados do Ceará (Edição meu convívio. A primeira dava conta de que ao
Centenário de Nascimento de Patativa do
comemorativa dos 77 anos do IAC) e dela é co- ser indicado em 2008 por uma Biblioteca
Assaré – por Nicodemos Napoleão; Os 180 anos
autor com o artigo Ensino Jurídico – um Ambulante do Estado de São Paulo, meu
do Natalício de José de Alencar – por nosso
verdadeiro tratado de 48 páginas, e ainda está Satirizando o Cotidiano, com a preferência de
Vice-presidente Vicente Alencar e O Cangaço –
concluindo os livros: Notas para a História do 20 dos 85 jurados credenciados pelo certame,
pelo confrade Ângelo Osmiro
Cedro e São José das Mangabeiras que deverão saíra vencedor em um concurso da internet
E neste ano que praticamente já se foi
ser lançados em 2010; ajudou a fundar a sobre livros de Sátira. E entre os 13 autores
(só mais dois dias e o Menino nascerá) cinco
Academia Cedrense de Letras e dela é o Vice- concorrentes estavam nada mais nada menos
novos companheiros passaram a integrar nossa
presidente e, juntamente com as confreiras que Leonardo da Vinci, com a obra, Sátiras,
galeria. O primeiro foi Francisco Alencar
Linda Lemos e Fátima Lemos articula uma Fábulas, Aforismos e Profecias; Mário Martins,
Alves empossado na Cadeira número 51 que tem
pesquisa sobre os literatos da chamada região da com Sátiras da Literatura Medieval; Gregório
como patrono o município de Tarrafas; depois

4 ACADEMUS JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010

de Matos, com o livro Poemas Satíricos; Chico
Anísio, com Curva de Colombo; G. K.
Chersterton, com O Homem que Era Quinta-
Feira; Horácio, com Sátiras: Epístolas: Artes
Poéticas e Gil Vicente, com Sátiras Sociais. A
segunda “Boa Nova” está na Agenda Cultural de
Nov./ 2009 do BNB, que em sua página
Literatura/ Novas Aquisições da Biblioteca não
poupou elogios ao meu romance Fofocas,
Futricas e Folclore.
Senhor Presidente, senhoras e senhores,
em breves palavras esta é a nossa ALMECE que,
exercitando sua política de reconhecer
qualidades e enaltecer virtudes e méritos
pessoais, e, consequentemente, conquistar mais
João Gonçalves de Lemos, Acadêmico, Cadeira 01, Patrono Cedro, membro de outras instituições culturais.
... a que me refiro neste artigo
não tem sentido material, não se trata do
vazio, por exemplo, de algum
recipiente seja de que natureza for que,
no linguajar interiorano, chamam-no
impropriamente de “seco”, não
significa que alguém chegue a algum
lugar “com as mãos abanando”, isto é,
“com as mãos vazias”.
Por outro lado, falando sobre a
complexidade da mente humana,
quando ela se acha vazia pode ser uma
boa coisa que, desse modo, a gente
pode preenchê-la de coisas saudáveis.
A mente vazia, nesse sentido, é uma
mente descontraída e que dá a sensação
de bem-estar.
Encontrar um assunto, escrever
sobre ele para circular pelo
ACADEMUS não foi tarefa fácil...,
tive que voltear e refletir sobre as idéias
que me vinham à mente e que me
tocaram ao coração... Idéias que
lembram acontecimentos na vida da
gente e na vida da família;
acontecimentos que estão na vida das
cidades, na vida do País e na do mundo
que o racional e o emocional quase se
confundem, quase não se entendem o
que, no presente caso, até quis desistir
de trazer às páginas deste jornal a
minha contribuição.
Procurava alguma coisa e não
achava e nem me achava, estava um
tanto perdido na escolha de um assunto
a tratar..., as idéias eram difusas ou eu
me sentia num vazio? E foi assim que
resolvi eleger “o vazio” como assunto
deste artigo para o nosso jornal.
Mas eu gostaria de dizer, de
proclamar por estas modestas linhas, na
ordem das idéias que afinal me vieram
para referir-me a dois aspectos do
vazio: um, já descartado, o vazio de
amigos e frequentadores, robustecer seu quadro
com novos intelectuais; agraciará nesta noite –
com diferentes comendas – alguns dos
presentes. Mas desta história me ocuparei daqui
a pouco.
Resta-me, pois, dizer que a ALMECE se
sente, antes de tudo, sobremaneira honrada e
agradecida com a presença de todos os presentes
a este congraçamento e que juntos, em oração,
ergamos as mãos ao Altíssimo para que ilumine
as mentes que detêm as decisões mundiais.
Necessitamos paz. Não a paz promovida pelo
último Nobel da Paz. Decididamente esta paz
não nos apraz. Afinal de contas, por este tempo
que é agraciado com o maior prêmio que se
O VAZIO
quando se precisa de um recipiente para
conduzir nele algo, um bem material
qualquer e, uma vez encontrado
recipiente vazio..., a gente dá graças a
Deus pelo achado; experiência que
observei no Engenho de cana-de-
açúcar de meus pais em Lages, quando
alguém precisava levar um pouco de
mel (melado) e ficava feliz quando
encontrava uma garrafa vazia e o seu
problema, num instante, estava
resolvido; o outro aspecto do vazio,
mais difícil, complexo, é o vazio
existencial..., precisa enchê-lo do
conteúdo que se acha na mente e no
coração e, se nele está reunido elevado
grau de subjetividade, a coragem para
transcender e sublimar, na realização
dessa ingente tarefa, é a força que se
pode buscar na graça de Deus.
Acho que todo mundo sabe e
nem todas as pessoas respeitam, o bem
maior, o mais inestimável bem dado por
Deus a todos nós, suas criaturas – a
vida.
Eu, de algum tempo a esta parte,
mais do que em toda a minha trajetória
de vida, já octogenário, venho
experimentando a importância da vida.
A gente fala tanto em tantos presentes
que se espera receber ou ofertar,
presentes materiais, e se esquece que
Deus Pai nos presenteou com algo
caríssimo, mais do que qualquer
presente trocado no cotidiano humano:
a vida.
E a minha filha Rosemary, hoje
noutra dimensão de vida, foi quem
melhor ensinou-me lições de vida.
Apesar de seu sofrimento pela perda da
mãe, o vazio que ela sentia - “mamãe,
com um ano de sua ida (15.07.2002),
tenho certeza de que você não volta
mais..., fico aqui com muitas saudades
ACADEMUS
confere a um promotor da paz, o homem mais
poderoso do mundo comanda duas Guerras e
manda 30.000 soldados para o Afeganistão. É
como dizia Alberto Einstein: “Só há duas coisas
infinitas: O universo e a estupidez humana, mas
não estou muito seguro da primeira. Da
segunda, pode-se observar como nos
destruímos só para demonstrar quem pode
mais”.
Feliz Natal e Próspero 2010 para todos.
Muito Obrigado.
de você, nada é mais igual como
antes..., nada é mais igual sem você” –
e, em seguida, ela procura preenchê-lo
com a esperança – “mamãe, sei que
você está em um lugar bom e que não
está mais sofrendo na cadeira de
rodas..., e o que me faz ter coragem de
vencer e de viver é o meu pai” – e
Rosemary continuou fazendo-me
compreender que a vida continuava e
precisava continuar, tínhamos (e
temos) uma família e o amor habitava o
seu coração.
A lição que Rosemary me
ensinou, preparou-me, sem saber, para
a sua própria partida (22.02.2009) e
fora, assim, a antevisão de outro
sofrimento que, felizmente, assim
como ela, Ercilia e Izabel
compartilham comigo. Buscamos na
fé, esse dom não ensinado, com certeza
vinda do Pai Eterno que, como explica
Rosemary, “é preciso força para não
desanimar e continuar essa grande
caminhada que é a vida”.
E a Rosemary conclui trazendo
conteúdo para o vazio que sua mãe
deixou e, hoje, ela nos deixou com sua
ausência, dizendo para sua mãe a mais
pura e emocionante verdade filial:
“amo muito você..., jamais esquecerei a
grande mãe que você foi e continua
sendo em meu coração”.
Encerro esta modesta escritura
com as mesmas palavras que Rosemary
as registrou em relação a sua mãe,
aplicando-lhe como a mais pura
verdade paternal: amo muito você,
minha filha..., jamais esquecerei a
grande filha que você foi e continua
sendo na sua imagem projetada nas
suas irmãs Ercilia e Izabel. Que
saudade! Que Deus seja louvado!
JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010 5

Mesa diretora na solenidade do dia 22.12.2009.
Comum(unidade)
O homem é diferente dos animais, pois, os
animais são levados pela vida e pelo seu dinamismo
biológico e não podem ser mais do que já são.
O homem não nasce pronto, é um ser por fazer-se,
um ser que é projeto, que constrói sua própria vida.
A existência humana é uma vontade assumida,
alimentada, desenvolvida. É propor ideais, objetivos, metas;
é ir em busca de sua realização de sua concretização.
O homem é um ser de relações e que se projeta no
mundo realizando seus ideais, mas para isso é submetido às
leis, e vai enfrentando os obstáculos que o mundo lhe
apresenta, vai construindo sua própria vida, criando o
mundo propriamente humano. Esse mundo humano é o
mundo cultural, é diferente dos animais porque situado face
ao mundo é o único ser capaz de compreender a si mesmo. É
capaz de compreender o contexto em que vive, e, a partir
disso, escolher o que quer ser, como deve agir, como vai
realizar sua vida como projeto e tarefa sua. E assim o homem
vai realizando suas potencialidades, capacidades e
constituindo sua vida como projeto. E neste sentido a práxis
é simplesmente estar sendo homem.
DECLARAÇÃO
Ando atrás do teu sorriso
Pra poder me acalmar
Pra sair do prejuízo
E sentir o amor chegar
Amo a paz dessa canção
Sinto o cheiro desse amor
Invadir meu coração
Coração de sonhador
6 ACADEMUS JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010
de Sócio Honorário a um homenageado.
Gilson Pontes
Há fundamentalmente dois níveis distintos de
relações: a relação do homem com o mundo das coisas e a
relação do homem com outros e consigo mesmo (natureza)
A relação com as coisas é uma manipulação de
utilização, de apropriação. Porque essas coisas lhes são
úteis, na qual o homem conta para construir sua vida.
Com efeito, o homem é um ser de necessidades e
carências.
A necessidade, a carência é a falta do necessário
para a vida.
Exemplo: a casa, o alimento, a roupa... E para isso
o homem abre um leque de necessidades.
Porém o mais importante é a relação do homem
com o outro. Essa relação exige reconhecimento, é apelo
constante ao diálogo, a convivência, à comum união. Isso
exige uma atividade de respeito (deixa o outro, ser ele
mesmo), saber ouvir, ter confiança (fé no outro), atividade
(atitude serviçal).
Só assim é possível a vida em comum unidade. E o
homem só consegue realizar sua vida em comunidade.
Dionísio Lopes
E vou além
Além do mar
Além do sol
Pra te encontrar
Meu amor
Quero acordar
Quero viver
E te amar em paz
O Presidente Lima Freitas, entrega o diploma
O Acadêmico Bernivaldo Carneiro
saúda os Acadêmicos da ALMECE.
EXPEDIENTE
O JORNAL ACADEMUS é um
informativo bimestral da Academia de
Letras dos Municípios do Estado do
Ceará - ALMECE. Sede provisória: Rua
do Rosário, Nº 1 - Fortaleza – Ceará –
Fones: (85) 3294.5495 / 3224.5318 /
9104.7122 (falar com Lima Freitas ou
Gilson Pontes). As matérias inseridas
neste informativo são de inteira
responsabilidade dos seus autores.
Presidente: Francisco Lima Freitas -
Diretor-Editor: Vicente Alencar -
Coordenadora: Maria de Fátima Lemos
Conselho Editorial: Eliane Arruda,
Francinete Azevedo, Gilson
Albuquerque e Fátima Lemos. -
Colaboradores: Mario Nogueira,
Angelo Osmiro, Nicodemos Napoleão,
Oneida Pinheiro, Moacir Gadelha,
Haydée Campelo, João Gonçalves de
Lemos, Ione Arruda, Dionisio Torres,
Ana Nascimento, Arleni Portelada,
Valeska Capistrano e Bernivaldo
Carneiro.
Concepção Gráfica:
Jean França (francajean@yahoo.fr)
Impressão: LC Gráfica e Editora Ltda.
Fone/Fax: (85) 3226.3854
E-mail:lc_grafica@yahoo.com.br
Tiragem: 1.000 exemplares.
 INFORMES
2 0 7 A N O S D O PA D R E
VERDEIXA
O dia 3 de janeiro de 2010
assinala o aniversário do Padre
Francisco Verdeixa que nasceu no
Crato em 3 de janeiro de 1803
falecendo na Santa Casa de
Misericórdia (onde foi Capelão) em
17 de outubro de 1872 depois de
muitos padecimentos em Aracati
onde viveu seus últimos dias. O
Padre Verdeixa foi um homem,
polemico, elogiado por uns e odiado
por outros. Atuando como jornalista
de escol, criou os Jornais “7 de
Setembro”, “8 de Outubro”, “Juiz
do Povo” e “O Coelho”, com os
quais combateu e lutou contra seus
adversários.
******
PRESIDENTE EM GRANDE
ESTILO
O Presidente da Sociedade
Cearense de Geografia e História,
Elmo Vasconcelos depois da
cansativa jornada de 2009, começou
com muito dinamismo, dentro do
seu estilo de administração,
contando agora com a colaboração
direta de Vicente Alencar e Ângelo
Barreto.
******
B AT I S TA D E L I M A N O
CONSELHO DE EDUCAÇÃO
Escritor e ex-Presidente da
Academia Cearense da Língua
Portuguesa, o professor Batista de
Lima, que também dirigiu o Centro
de Ciências Humanas – CCH da
UNIFOR é desde o mês de outubro
próximo passado membro do
Conselho Estadual de Educação que
é dirigido pelo professor Edgar
Linhares.
Vicente Alencar
******
RÁDIO CEARENSE PERDEU
NOTICIARISTA
O veterano noticiarista de
rádio Aldenor Maia, que durante
muitos anos foi um dos locutores
titulares do “Matutino Prenove”
pela Ceará Radio Clube ao lado de
Aderson Braz faleceu em dezembro
último. Aldenor nos últimos 15 anos
assinava a coluna dominical “A
Mayar” no Jornal O Estado.
******
JULIETA FAHEINA
COMPLETA 91 ANOS
Em 1º de janeiro completando
91 anos de idade a escritora cearense
– radicada em Pacajus – Julieta
Faheina Chaves (Jufacha) que é
mais antiga beletrista da casa de
Juvenal Galeno. Mãe de 17 filhos e
viúva de José Guerreiro Chaves,
Julieta Faheina embora evite
viagens, continua produzindo e se
constitui um dos grandes nomes das
letras cearenses.
******
GISELDA MEDEIROS
ANUNCIA ELEIÇÕES NA AJEB
Dirigente maior da AJEB por
cinco mandatos a escritora Giselda
Medeiros (Princesa dos Poetas
Cearenses) informa que a
Associação de Jornalistas e
Escritoras do Brasil realizará
eleições em março, com posse em
abril da nova diretoria. A atual
presidente da AJEB é a Poetisa
Zenaide Marçal que cumpre grande
mandato ao lado de suas colegas de
diretoria.
******
ACADEMUS
LEMBRANDO RUBEM
BRAGA
Em 12 de janeiro de 1913
nascia em Cachoeiro do Itapemirim
aquele que foi um dos maiores
colunistas do Brasil.
Rubem Braga se estivesse
ainda conosco completaria 96 anos.
Ele fez sua ultima viagem em 19 de
dezembro de 1990, portanto há 19
anos.
******
MEDALHA WILSON DIAS
O professor José Mário
Mamede foi homenageado pela
Academia Cearense de Odontologia
com a Medalha Wilson Dias. A
proposição foi do professor Joarez
Porto. O evento fez parte das
comemorações do Jubileu de Prata
da Academia.
******
I C Ó R E C E B E Á LVA R U S
MORENO E AUZENEIDE
A dupla de cantores líricos
Alvarus Moreno e Auzeneide
Cândido esteve na cidade de Icó, por
ocasião das festividades de Ano
Novo. Em 31 de dezembro a
tradicional missa da meia noite e no
dia 1º de janeiro às 16 horas
terminando por volta das 20 horas a
procissão de Senhor do Bomfim,
padroeiro da cidade. Álvarus e
Auzeneide apresentaram-se nos
dois eventos religiosos.
******
D E B AT E S N A R Á D I O
PITAGUARY
No mês de fevereiro
recomeçarão os debates na Rádio
Pitaguary AM – 1340 às tardes de
sábado das 15 às 17 horas.
Participam Tarcísio Leitão, Gilvan
Rocha Cândido Feitosa, Nati
Rocha, Louralber Monteiro com
moderação de Vicente Alencar.
JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010 7
 A palavra escrita
pode ser efêmera,
mas o rastro que
ela deixa no
espírito permanece
indelével.
Missa da Saudade
Realizou-se no dia 22 pp. a celebração
da missa de 1 ano de saudade de
Rosemary Amorim Gonçalves de Lemos. O
ato deu-se na Igreja de Cristo Rei, sendo
celebrado pelos padres: Manoel de Lemos
Amorim e Mons. Manfredo Thomaz
Ramos.
Desde já, agradecemos a todos que se
fizeram presentes nesse ato de carinho e
apreço a família de nosso dileto
Acadêmico João Gonçalves de Lemos.
POEMA SERIEDADE
Mário Nogueira,
Sócio-Efetivo da ALMECE, representante
do Município de Viçosa do Ceará.
Já é tempo de escrever um poema
Que retrate o nosso tempo
Um poema descontraído
Falando palavras traduzíveis
Através de sons perceptíveis
Um poema sem ais nem A-I's
Um poema descontraído – mas
que não seja traído
Um poema que fale de luzes de
mercúrio
E de postes verticais
De noites distantes
E de gritos transparentes
De paredes opacas
E de pensamentos congelados
Guardados na “frigidaire” último
modelo
Enfim já é tempo.
8 ACADEMUS JANEIRO/FEVEREIRO DE 2010
HOMENAGEM A VITÓRIA
Autora: Maria Linda Lemos Bezerra é natural de Várzea Alegre - CE, membro efetivo da ALMECE,
ocupante da Cadeira N0 63. Graduou-se em Ciências Contábeis pela UFC, bacharelou-se em psicologia pela
Florida Atlantic University e pós-graduou-se na Aubum University - USA
(contato: lindapsy03@yahoo.com.br\www.diferrencepc.com.br)
A Assembléia Geral da Organização das
Nações Unidas (ONU), pela Resolução 47/3, de
outubro de 1991, declarou o dia 3 de dezembro
Dia Internacional da Pessoa com Deficiência,
comemorado em todo o mundo, a partir de 1992,
com vistas a dar visibilidade e fomentar a efetiva
inclusão do segmento na sociedade.
A data não se resume a um único dia de
celebração. Funciona como um ponto de
referência para se realizar uma série de
atividades, durante os 12 meses do ano. Como
resultado, tem gerado maior conscientização a
respeito da imagem, potencialidades,
necessidades e das contribuições das pessoas
com deficiência para a sociedade.
Desde 1998, a cada ano, o Dia
indica o nível de desenvolvimento do mesmo,
Internacional da Pessoa com Deficiência passou
quanto mais pessoas analfabetas, menos
a ter um tema para reflexão. Em 2009, o tema
desenvolvimento. O analfabetismo incapacita a
escolhido pela ONU foi: “Tornando Inclusivas as
pessoa de adquirir conhecimentos sobre vários
Metas de Desenvolvimento do Milênio:
Empoderando as pessoas com deficiência e suas
aspectos, inclusive sobre a saúde. Uma pessoa
que não sabe ler nem escrever é mais propensa a
comunidades ao redor do mundo”, um lembrete
ter problemas de saúde e tenderá a não procurar
de que estas pessoas não podem ser esquecidas no
ajuda médica porque não sabe do que se trata.
processo de desenvolvimento econômico e um
De acordo com uma mensagem da ONU,
convite a pensar a inclusão das mesmas, de forma
em alusão ao dia Dia Mundial da Alfabetização,
sustentável e articulada.
08 de setembro, a alfabetização, na Década das
Pensar a inclusão do segmento de forma
Nações Unidas para a Educação e o
sustentável e articulada exige, inicialmente,
encarar dados estatísticos sobre a deficiência no
Desenvolvimento Sustentável (2005-2014),
deve se tornar um fator determinante de mudança
mundo: Segundo a ONU, existem 650 milhões de
e um instrumento prático de poder, no que diz
pessoas com deficiência, que representam 10%
respeito às três vertentes principais do
da população mundial; A maioria, 80%, vive nos
desenvolvimento sustentável: o
países em desenvolvimento. Nas nações
desenvolvimento econômico, o desenvolvimento
industrializadas, a taxa é mais alta nos setores
social e a proteção do ambiente. As
sociais marginalizados e com menor acesso à
desigualdades são socialmente produzidas. A
educação; Outros números revelam que 20% das
experiência e os estudos efetuados mostram que a
pessoas mais pobres do mundo têm deficiências.
A sua marginalidade se reflete em estudos que
alfabetização pode ter um papel essencial na
erradicação da pobreza, no aumento das
reportam 90% das crianças com deficiência não
possibilidades de emprego, na promoção da
freqüentarem a escola; Além disso, o índice
igualdade entre os sexos, na melhora da saúde
mundial de alfabetização de adultos com
deficiência não passa de 3% e, 1%, no caso das
familiar, na proteção do ambiente e na promoção
da participação democrática.
mulheres (Fonte: Programa das Nações Unidas
Vale ressaltar aqui um desafio da
para o Desenvolvimento\PNUD).
Quanto aos dados da deficiência nas
educação inclusiva: O Combate ao ciclo de
invisibilidade, que obedece à seguinte lógica: 1º.
Américas sabe-se que, no continente americano
Pessoas com deficiência não conseguem sair de
vivem 90 milhões de pessoas; Existe um vínculo
casa e, portanto, não são vistas pela comunidade;
inequívoco entre pobreza e deficiência; 82%
estão abaixo da linha da pobreza; A maioria são
2º. Por não serem vistas pela comunidade,
deixam de ser reconhecidas como parte dela; 3º.
crianças. Dados da deficiência no Brasil: 14,5%
Por não serem reconhecidas como parte dela,
da população tem algum tipo de deficiência
garantir o acesso a bens, direitos e serviços não é
(17,34% no Ceará), o que representa cerca de 25
milhões de pessoas. Dentre estas, 70% vivem
considerado um problema para a comunidade
enfrentar e resolver; 4º. Sem ter acesso a bens e
abaixo da linha da pobreza (Fonte: Censo do
serviços, não há como serem incluídas na
IBGE de 2000).
sociedade; 5º. Uma vez que não são incluídas na
As estatísticas mostram a estreita relação
sociedade, continuam invisíveis, alvo de
entre deficiência e pobreza. Criada em 1945, a
constante discrição ou tendo acesso,
Organização das Nações Unidas para a
passivamente, a programas de governo
Educação, Ciência e Cultura se comprometeu a
diminuir os índices de analfabetismo no mundo.
excludentes.
Espero o dia em que, a minha
Nos países subdesenvolvidos 25% de adultos e
homenagem a Vitória possa tornar-se uma vitória
crianças não sabem ler e escrever, chegando a um
em homenagem aos direitos humanos.
total de novecentos milhões de pessoas. Se o
índice de cidadãos alfabetizados de um país
Fortaleza, 05.02.2010
1
Vitória está no “guiness book” de 1994, como a menor mulher do mundo, medindo 78 cm de altura. Ela faleceu
em 2009, deixando saudades e exemplo de cidadã ativa, determinada e sobretudo, muito querida. Atendeu ao
nosso convite, para discutir sobre “o exercício da cidadania”, com alunos do curso de Gestão de Recursos
Humanos, da Universidade Estadual Vale do Acaraú, em São Gonçalo do Amarante-CE.