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Quantitativo-Qualitativo: Oposio
ou Complementaridade? Cad. Sade Pbl., Rio de Janeiro, 9 (3): 239-262, jul/set,
1993.
(...) procura-se concluir que ambas as abordagens so necessrias, porm, em muitas
circunstncias, insuficientes para abarcar toda a realidade observada. Portanto, elas
podem e devem ser utilizadas, em tais circunstncias, como complementares, sempre
que o planejamento da investigao esteja em conformidade. O conhecimento cientfico
sempre uma busca de articulao entre uma teoria e a realidade emprica; o mtodo o
fio condutor para se formular esta articulao. O mtodo tem, pois, uma funo
fundamental: alm do seu papel instrumental, a prpria alma do contedo, como
dizia Lenin (1965), e significa o prprio caminho do pensamento, conforme a
expresso de Habermas (1987) (MINAYO; SANCHES, 1993, p.240).
(...) na tarefa epistemolgica de delimitao qualitativa, h de se superar tal ideia,
buscando uma postura mais dialtica dentro daqueles trs aspectos descritos por Bruyne
et al. (1991): a) o movimento concreto, natural e scio-histrico da realidade estudada
(sentido objetivo); b) a lgica interna do pensamento enquanto sentido subjetivo; e c) a
relao entre o objeto real visado pela cincia, o objeto construdo pela cincia e o
mtodo empregado (sentido metodolgico). (MINAYO; SANCHES, 1993, p.244)
(...) o trabalho qualitativo caminha sempre em duas direes: numa, elabora suas
teorias, seus mtodos, seus princpios e estabelece seus resultados; noutra, inventa,
ratifica seu caminho, abandona certas vias e toma direes privilegiadas. Ela
compartilha a idia de devir no conceito de cientificidade. (MINAYO; SANCHES,
1993, p.245)
Segundo Granger (1982), a realidade social qualitativa e os acontecimentos nos so
dados primeiramente como qualidades em dois nveis: a) em primeiro lugar, como um
vivido absoluto e nico incapaz de ser captado pela cincia; e b) em segundo lugar,
enquanto experincia vivida em nvel de forma, sobretudo da linguagem que a prtica
cientfica visa transformar em conceitos. Falando dentro do campo sociolgico,
Gurvitch (1955) diferencia tambm dois nveis de experincia em constante
comunicao: a) o ecolgico, morfolgico, concreto, que admite expresso em cifras,