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∞
A minha hora dos demônios repete-se ao infinito
Desejo a diferença
A felicidade
Alguém ao meu lado
Despertar o leão do espírito
Lutar com coragem, determinação
Enquanto quebro barreiras
Será outro mal?
O sair da roda viva?
Não, é uma virtude
E assim se vive
38 dias num só
Sempre com o mundo preso numa fivela
A estas generosas costas
E assim se morre
38 vezes num momento
Com toda a vontade a desprender-se
De todo um corpo esgotado
E assim renasço
38 cinzas espalhadas ao vento
Com espírito de leão
E dedos febris de sangue a latejar
E assim sou
Toda a musica dentro de mim
Sou intensidade de paixão
E supremo de luta e decisão
Sou o surrealismo branco marfim
Que de profundo tolda a visão
Sou o objectivo cortante, enfim.
A cada fôlego, a cada respiração.
Alguém já pensou
Nos sentimentos de um palhaço?
Sou um fantasma
Nestes dias de gelo
Sou o que perco
Com o que deixo de viver
Sou um fado
No que tudo tem de saudade
Sou o seu contraste
De leveza e brandura
Aqui morro
Aqui começo
Em constante disfarce
Entregue à loucura
Da busca pelo desconhecido
Não há pior que caminhar sozinho
Em pedaço de deserto
Que é vida incompreendida
Pedida na multidão
Consumida pelas chamas
Não passa de um circo
De feras e monstros
E engana-nos
Somos peças vivas
No jogo de fim de século
Decidimos arriscar?
Já que o fim está a chegar
E a noite abate-se na alma
Podes arranjar-me um refugio?
Não aguento muito mais
Profunda comunhão em sangue ardente
Aqui me matei
Aqui renasci
2. Eu amo-te!
Luar
A noite pertence a um homem
Luar
Nem sábio nem ancião
Apenas quero uma espada e uma flor na mão
Ainda consigo dormir
Somos tudo
Somos nada
Somos Deusa transfigurada
Somos caçador
Somos presa (traída pela natureza)
Somos poeta
Somos inspiração
Somos luz
Somos trevas
Somos punidos pelo que nos persegue
Somos noite
Somos dia
Somos diferentes
Somos iguais
Somos realidade que se completa
Somos sangue em gigante
Somos seiva em séculos de existência
Somos punho
Somos mão
Somos unha
Somos carne
Somos vida
Somos morte que acaba em liberdade
3
Já me olhas diferente
O que falhei já esqueces?
Relógio morto em hora ardente
Tomei o gosto
Pelo teu ritual de indiferença
O teu veneno
Corre agressivo em minhas veias
Tu
Uma estrela calma e insegura
À deriva no meio de tantas
Iluminas-me
Algo me diz
“Escolhe, a mudança é necessária”.
Mas estou fechado dentro de um cubo de brincar
E não há uma criança perto para rodar a manivela
Para eu depressa escapar
Ao recalcar de emoções
À prisão que é a minha timidez
Vive o momento
Ilustrado de sentimento
São mil cores que nos fascinam e surpreendem
São sons que envolvem.
Relaxa
Que orgulho cego!
Esta é a noite
Em que hei-de acordar
3. Seus olhos sorriram
O tempo é fugaz
Entretanto aborreço-me...
Impossível explicar
Como um segundo julgado perdido
Pode revelar tanto sobre alguém
E será obsessão?
Perder-me no profundo dos teus olhos
E no doce e quente prelúdio de um sorriso
(Ou desta forma mato este e qualquer tempo?).
És a minha ilusão
Neste segundo de vida
És a maçã do meu coração
Que de azul está caída
Como é obvio.
Só sentimos a falta na ausência
Só pensamos no que se sente
Quando se torna mais difícil
Há que lutar
Por o que nos mantém o sorriso no rosto
Que nos confunde, faz pensar.
Esquece o mundo
E as pessoas
Não ha nada a perder
Estamos a avançar
A quebrar
Sem remorsos
O que nos foi imposto
Desejo ouvir-me
Nos teus lábios
Desejo olhar-me
Em teus olhos
Desejo sentir
O teu toque profundo
Desejo final:
Amar-te
Tiago da Neta
2007