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sua vigncia
cdigo revogado (art. 82 agente capaz, objeto lcito, forma prescrita ou no defesa em
lei).
Da mesma forma, no se deve pretender aplicar as regras da leso e do estado
de perigo (defeitos do negcio jurdico), inauguradas pelo Cdigo de 2002 (art. 156 e
157), restando ao hermeneuta recorrer a outros meios de colmatao, eventualmente
aplicveis, e luz da disciplina normativa anterior.
Por tais razes, um contrato celebrado por um menor de 18 anos, antes de 11 de
janeiro (data da entrada em vigor do novo Cdigo), continua sendo anulvel (art. 147, I,
CC-16), a despeito da reduo da maioridade civil (18 anos), eis que, poca da
celebrao do negcio, segundo a lei ento vigente, o ato seria considerado invlido.
Alis, esta impossibilidade de retroao dos efeitos da lei nova para atingir a
validez dos negcios j celebrados apenas consubstancia a observncia da regra
constitucional que impe o respeito ao ato jurdico perfeito (art. 5, XXXVI, CF).
No entanto, se, por um lado, no pode a lei nova atingir a validade dos negcios
jurdicos j constitudos, por outro, se os efeitos do ato penetrarem o mbito de vigncia
do novo Cdigo, devero se subordinar aos seus preceitos, salvo se houver sido prevista
pelas partes determinada forma de execuo.
Esta parte final do caput dever causar polmica, e abrir margem insegurana
jurdica.
Para melhor entend-lo, cumpre-nos marcar, neste ponto, um divisor de guas:
quanto ao aspecto de sua validade, no poder o Cdigo de 2002 atingir negcios
celebrados antes da sua vigncia; no entanto, quanto ao seu aspecto eficacial, ou seja, de
executoriedade ou produo de seus efeitos, caso estes invadam o mbito temporal de
vigncia da nova lei, estaro a esta subordinados.
Um exemplo.
Imaginemos um contrato de financiamento celebrado em 1999, de execuo
repetida no tempo (trato sucessivo), em que o financiado se obrigou a pagar,
mensalmente, prestaes pecunirias instituio financeira pelo prazo de 5 anos. Pois
bem. Entra em vigor o novo Cdigo Civil. Este, por expressa dico legal, no poder
interferir na validade do negcio celebrado, embora os efeitos do contrato de execuo
protrada no tempo se sujeitem s suas normas (art. 2035).
Com isso, regras como as relativas resoluo por onerosidade excessiva 1
(arts. 478 a 480), correo econmica das prestaes pactuadas (art. 317), ao
1
de boa f objetiva
(lealdade,
respeito,
assistncia,
confidencialidade,