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MOLDAGEM E CONFECÇÃO DE

MODELO DE ESTUDO

Prof. Dr. Alfredo Júlio Fernandes Neto - 2005

A obtenção do molde e posterior


modelo de estudo em gesso é um
procedimento crítico e, como em qualquer
outro trabalho odontológico, todos os passos
são de igual importância. Entre eles, está a
correta seleção e emprego dos materiais e
técnicas utilizadas.
Para isto se faz necessário o
conhecimento de alguns conceitos.
Moldagem é o ato técnico de se
obter impressão ou molde de uma
estrutura ou superfície. Em Odontologia, é
o ato de selecionar, manipular, inserir o
material de moldagem em uma moldeira, Fig. 02 - Molde da arcada dentária superior obtido
posicioná-la na boca do paciente e mantê- por meio do procedimento de moldagem.
la imóvel até a completa reação de
polimerização do material e em seguida,
removê-la, (fig. 01).

Fig. 03 - Modelos das arcadas superior e inferior


obtidos a partir dos moldes.

O material de escolha para a


Fig. 01 - Procedimento clínico de moldagem. obtenção de moldes e posterior confecção
Molde é o produto de uma dos modelos de estudo e para diversas
moldagem, ou seja, a impressão ou cópia outras aplicações, é o hidrocolóide
negativa de uma estrutura ou superfície irreversível, também conhecido como
que servirá para reproduzir a estrutura alginato. Os principais fatores
moldada, (fig. 02). responsáveis pelo sucesso desse material
Modelo é a reprodução de uma são a facilidade de manipulação, conforto
estrutura ou superfície, obtida com para o paciente e o baixo custo.
material próprio, a partir de uma
Hidrocolóide irreversível
impressão ou molde, (fig. 03).
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Composição química básica: o - Moldagem para obtenção de modelo


principal componente do hidrocolóide de trabalho em: próteses removíveis
irreversível é um alginato solúvel, como o (parcial e total), prótese fixa (técnica
alginato de sódio ou de potássio, (Quadro de moldagem com casquete e
01). elastômero) e ortodontia.
¾ Contra Indicações:
Componente Função % - Moldagem para obtenção de modelo
Alginato de Alginato 15 de trabalho em prótese fixa (não
potássio solúvel reproduz com precisão e nitidez os
Sulfato de Reator 16 detalhes dos preparos coronários dos
cálcio dentes pilares).
Óxido de zinco Partículas de 4 ¾ O tempo de trabalho é de
carga aproximadamente 2,5 min.
Fluoreto de acelerador 3
potássio titânio
Materiais e instrumental utilizados para
Terra Partículas de 60
moldagem com hidrocolóide irreversível
diatomácea carga
Fosfato de Reator 2
sódio • hidrocolóide irreversível
Quadro 01 - Fórmula do pó de um alginato. • moldeiras de estoque com retenção
ANUSAVISE, 1998. • cubeta de borracha
• espátula para manipulação
Reação de geleificação (água + pó): • cera utilidade
Química • frasco medidor de pó
Tempo de presa (ADA - 18): • frasco medidor de água
Tipo I (presa rápida): 1-2 min.
Tipo II (presa normal): 2-4 min a 230C
(variável com a relação água/pó e com a Técnica de moldagem com alginato
temperatura).
Propriedades físico-químicas: Inicialmente deve-se posicionar o
Atóxico (não libera subprodutos) paciente na cadeira odontológica de tal
Fluidez limitada forma que o arco dentário a ser moldado
Elasticidade (baixa resistência ao fique paralelo ao piso, e antes da
rasgamento) moldagem fazer cuidadosa limpeza da
Recuperação elástica: 97,3% boca.
¾ Adere a moldeira através de retenções Selecionar a moldeira tomando como
mecânicas referência um espaço livre de 3 mm entre
¾ A estabilidade dimensional pode ser ela e os tecidos do arco a ser moldado. Se
alterada em função da sinérese (perda a moldeira selecionada não envolver toda a
do conteúdo de água para o ambiente) superfície, deve ser conformada utilizando
e pela embebição (ganho de água, cera utilidade, (figs. 04 e 05).
quando submerso), o que indica que o
vazamento do gesso deve ser o mais
imediato possível, mas não antes de 10
min.
¾ Indicações:
- Moldagem para obtenção de modelo
de estudo
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Fig. 04 - Moldeiras metálicas totais com retenção. Fig. 07 - Espatulação do alginato.

Colocar o alginato espatulado na


moldeira previamente selecionada, e antes
de sua inserção na boca do paciente, passar
alginato na superfície oclusal e espaços
interproximais dos dentes a serem
moldados, com o auxílio do dedo
indicador. Tal procedimento evitará bolhas
sobre estas superfícies. Posicionar a
moldeira na boca do paciente entre o
Fig. 05 - Selecionar a moldeira tomando como estágio de escoamento e viscosidade,
referência um espaço livre de 3 mm entre ela e os alinhando a parte central de seu cabo com
tecidos do arco a ser moldado
a linha média da face do paciente e
Selecionar o alginato e fazer o fazendo ligeira compressão contra a
proporcionamento de água/pó de acordo superfície que se está moldando, porém,
com as instruções do fabricante. A sem permitir que a moldeira a toque.
quantidade de água pode ser ligeiramente Manter a moldeira imóvel, até que ocorra a
reduzida, visando aumentar a resistência e completa geleificação do alginato quando,
reduzir o tempo de permanência do então, remove-se a moldeira. Caso haja
material na boca. Acrescentar o pó à água tolerância por parte do paciente, é
em uma cubeta e espatular durante 45 recomendável aguardar mais 3 ou 4
segundos, até que a mistura fique minutos após esta geleificação, visando
uniforme, lisa e cremosa (a espatulação maior resistência e conseqüentemente
insuficiente, com resíduos de pó, pode menor deformação e rasgamento, (figs. 08
promover queda na resistência de até e 09)..
50%), (figs. 06 e 07).

Fig. 08 - Posicionando a moldeira carregada com


Fig. 06 - Proporcionamento de água/pó de alginato na boca do paciente.
acordo com as instruções do fabricante.
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crobianos, hipoclorito de sódio ou


glutaraldeido, durante 10 min.
O material de escolha para a
confecção dos modelos de estudo é o gesso
pedra.

Gesso Odontológico.

O gesso odontológico é composto de


sulfato de cálcio hemihidratado (CaSO4.
Fig. 09 - Manutenção estável da moldeira na boca H2O), solúvel em água, obtido através do
do paciente até a presa final do alginato. processo de calcinação da gipsita, mineral
Remover a moldeira num só golpe, comum na natureza.
no sentido paralelo ao longo eixo da face, Tipos de gesso:
sem movimentos laterais, lavá-la em água • Tipo II - Gesso comum ou Paris
corrente e escorrer completamente, (fig. • Tipo III- Gesso Pedra
10). • Tipo IV- Gesso Pedra Especial
modificado.
• Tipo V- Gesso Extra Duro de expansão
modificada.

Confecção de modelos de estudo

¾ Relação água/pó (A/P):


A proporção é feita em peso
(gramas) do pó e em volume (ml) da água,
sendo variável quanto ao tipo de gesso,
dentro das seguintes médias:
Gesso Comum: A/P 0,5% - 50 ml de
água para 100g. de gesso.
Fig. 10 - Molde obtido por meio do procedimento
Gesso Pedra: A/P 0,3% - 30 ml de
de moldagem. água para 100g. de gesso.
Gesso Especial: A/P 02% - 20 ml de
O molde é considerado aceitável se água para 100 g de gesso.
não houver nenhum contato dos dentes ¾ Espatulação – Deve ser vigorosa
com a moldeira e não forem observados por aproximadamente 45 seg, tempo
bolhas ou rompimentos que comprometam suficiente para incorporar todo o pó ao
a qualidade do modelo. líquido, obtendo uma massa cremosa e
A espessura mínima de alginato homogênea.
entre os tecidos e a parede da moldeira Reação de presa (água + pó):
deve ser de 3 mm. imediatamente depois de colocado o pó
Idealmente, o gesso deve ser vazado sobre a água na cubeta de borracha, tão
sobre o molde, logo a seguir. Quando não logo suas partículas começam a ser
for possível, envolvê-lo em papel toalha embebidas pela água, inicia-se o processo
úmido ou acondicioná-lo dentro de de transformação de hemihidrato de sulfato
recipiente com umidade relativa de 100%, de cálcio em dihidrato de sulfato de cálcio
até o momento do vazamento. que se caracteriza pela formação de cristais
Para a desinfecção do molde usar (esferulitas) que vão se compactando, até
imersão ou spray com agentes antimi- for-mar uma massa rígida, produzida pela
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reação de presa (endurecimento). Durante Materiais e instrumentais utilizados na


esta reação, ocorre a exotermia de presa ou confecção dos modelos de estudo em gesso
desprendimento de calor (presa inicial) e
posteriormente, sua dissipação (presa • gesso pedra
final). • cubeta de borracha
¾ Porosidade – A porosidade do gesso • espátula para manipulação
é o espaço existente entre os cristais • recortador de modelo
formados. O gesso comum, sem dúvida, é • pincel nº 3
o que mais apresenta porosidade devido às • espátula nº 7 ou 31
suas partículas serem grandes e • faca para gesso
esponjosas. O gesso pedra tem partículas • cera rosa nº 7
menores e mais regulares, por isso utiliza- • balança para gesso
se menos água na espatulação,
• frasco medidor de água (proveta).
conseqüentemente apresenta menor
porosidade, porém ainda maior que o gesso Técnica de confecção dos modelos de
especial cujas partículas são ainda menores estudo em gesso
e mais regulares.
¾ Expansão: ocorre independente do Remover toda a saliva do molde,
tipo de gipsita, e é observada durante a lavando-o em água corrente e secando-o
cristalização que, de acordo com o gesso em seguida. Após a desinfecção, preencher
pode variar de 0,06% linearmente para o a área lingual do molde inferior, pode-se
gesso especial, até 0,5% para o gesso utilizar toalha de papel umedecida, porção
comum. A expansão é proporcional ao tipo de alginato manipulado ou ainda com cera
de partícula do pó e também influenciada rosa nº 7.
pela quantidade de água utilizada na Proporcionar o gesso pedra e a água,
proporção A/P (maior volume de água seguindo a orientação do fabricante (em
maior expansão). peso para o pó e volume para a água).
¾ Resistência: A resistência final dos Colocar primeiro a água na cubeta e em
modelos de gesso é maior para os de seguida o pó. Após espatulado, proceder
partículas menores e que requerem menos ao vasamento do gesso com auxílio de um
água para sua espatulação (Tipo IV e V) e pincel ou espátula 7, (figs. 11 a 14).
proporcionalmente menor para os de
partículas maiores e esponjosas (Gesso
Comum). A água ainda contida no modelo
após sua presa final (presa úmida), o torna
menos resistente, do que horas após a
secagem total. Isto confere aos gessos
resistência úmida e resistência seca. A
resistência seca é o dobro da resistência
úmida e é obtida após aproximadamente
24 horas em condições ambientais
normais, quando todo o conteúdo de água
Fig. 11 - Instrumental necessário para o correto
retida é totalmente perdido. Este fator é de proporcionamento do gesso.
considerável importância, principalmente
quando se trata de um modelo de trabalho
com troquéis para confecção de próteses
fixas.
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Fig. 12 - Gesso proporcionado por peso e a água Fig. 15 - Vazamento da primeira camada de gesso
por volume. sobre o molde.

Fig. 16 - Complementando o vazamento do gesso.


Fig. 13 - Dispersão do gesso sobre a água na cubeta
Nunca antes de 30 minutos e sem
de borracha.
que passe de 60 minutos após o término do
vazamento, remover o modelo do molde
com movimento no sentido do longo eixo
dos dentes, evitando fraturas dos mesmos.
Em seguida, recortar o modelo com o uso
de recortador de gesso, removendo os
excessos, nivelando as bases e aparando as
bordas de contorno vestibular e posterior,
(fig. 17).

Fig. 14 - Espatulação do gesso.

Comece sempre o vazamento pelas


extremidades posteriores do molde, em
pequenas porções e sob vibração,
permitindo que o gesso preencha
inicialmente as áreas mais profundas do
molde (superfícies oclusais e/ou incisais
dos dentes moldados), até completar
totalmente o preenchimento. Deixar o Fig. 17 - Modelos de estudo dos arcos dentários.
conjunto molde/modelo descansar até a
presa final, (figs 15 e 16).
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Proceder a avaliação dos modelos, 02- O’Brien & Ryger; Materiais Dentários.
fazendo ajustes e removendo as pequenas 1a ed. Rio de Janeiro, Interamericana,
bolhas que possam interferir no plano 1981.
oclusal durante a articulação dos mesmos. 03- PHILLIPS, R.W.; Materiais Dentários
de Skinner. Trad. Dioracy Fonterrada
Bibliografia consultada Vieira. 8a ed. Rio de Janeiro,
Interamericana, 1984.
01- ANUSAVICE K.J.; Phillip’s Science
of Dental Materials. Tenth edition.
W.B.Saunders. 1998.

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