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A lgica poltica nada tem a ver com as virtudes ticas dos indivduos
em sua vida privada.
O que poderia ser imoral do ponto de vista da tica privada pode ser
virtu poltica. Em outras palavras, Maquiavel inaugura a idia de valores
polticos medidos pela eficcia prtica e pela utilidade social, afastados dos
padres que regulam a moralidade privada dos indivduos.
A teoria do direito natural garante essas duas condies para validar o
contrato social ou o pacto poltico. Se as partes contratantes possuem os
mesmos direitos naturais e so livres, possuem o direito e o poder para
transferir a liberdade a um terceiro; e se consentem voluntria e livremente
nisso, ento do ao soberano algo que possuem, legitimando o poder da
soberania. Assim, por direito natural, os indivduos formam a vontade livre
da sociedade, voluntariamente fazem um pacto ou contrato e transferem ao
soberano o poder para dirigi-los.
Para Rousseau, o soberano o povo, entendido como vontade
geral, pessoa moral coletiva livre e corpo poltico de cidados. Os
indivduos, pelo contrato, criaram-se a si mesmos como povo e a este que
transferem os direitos naturais para que sejam transformados em direitos
civis. Assim sendo, o governante no o soberano, mas o representante da
soberania popular. Os indivduos aceitam perder a liberdade civil; aceitam
perder a posse natural para ganhar a individualidade civil, isto , a
cidadania. Enquanto criam a soberania e nela se fazem representar, so
cidados. Enquanto se submetem s leis e autoridade do governante que
os representa chamam-se sditos. So, pois, cidados do Estado e sditos
das leis.