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Neste resumo, Sérgio Buarque de Holanda analisa a cultura brasileira que emergiu da interação entre os povos indígenas e os colonizadores portugueses. Ele descreve como os portugueses assimilaram traços da cultura indígena para sobreviver no novo ambiente, ao mesmo tempo em que negavam aspectos dessa cultura. Também examina como a medicina popular combinou conhecimentos indígenas e europeus.
Originalbeschreibung:
Resenha do Livro Caminhos e Fronteiras de Sérgio Buarque de Holanda.
Neste resumo, Sérgio Buarque de Holanda analisa a cultura brasileira que emergiu da interação entre os povos indígenas e os colonizadores portugueses. Ele descreve como os portugueses assimilaram traços da cultura indígena para sobreviver no novo ambiente, ao mesmo tempo em que negavam aspectos dessa cultura. Também examina como a medicina popular combinou conhecimentos indígenas e europeus.
Neste resumo, Sérgio Buarque de Holanda analisa a cultura brasileira que emergiu da interação entre os povos indígenas e os colonizadores portugueses. Ele descreve como os portugueses assimilaram traços da cultura indígena para sobreviver no novo ambiente, ao mesmo tempo em que negavam aspectos dessa cultura. Também examina como a medicina popular combinou conhecimentos indígenas e europeus.
Disciplina: Cultura, Populao e Natureza Professores: Flvia Galizoni, Felisa Anaya e Andra Narciso Mestrando: Raquel de Ftima Alves Resenha: Caminhos e Fronteiras Srgio Buarque de Holanda. Srgio Buarque de Holanda retrata na obra Caminhos e Fronteiras no primeiro captulo "Veredas de p posto", o movimento que se expressa na simultneidade dos caminhos e das fronteiras, isto , nas tenses, na sedimentao provisria. O autor elege "vereda" como ponto de partida, mas no como ponto fixo de chegada. Veredas a permanente multiplicao do movimento: o ir e vir constante, o prprio devir. Os ps postos nas veredas indicam um momento do movimento, a anttese, aquele momento onde se d a assimilao que significa no a incorporao passiva de um legado prexistente, mas tenso e que pode ser expressa na idia de fronteira. Anttese porque, de um lado ou, num caminho, o do branco, h a negao peta insuficincia do seu legado metropolitano; de outro, embora o branco europeu incorpore enquanto necessidade traos da cultura indgena, no limite, ocorre negao da civilizao indgena, na medida cm que o branco tem que neg-la para poder conservar o seu sonho: sua colonizao idealizada intrpidos em retalhistas e homens de negcios". H o movimento dialtico onde meio/sociedade/cultura,
ndio/portugus/mamaluco,
em
constante
antagonismo, produzem o novo e o mais novo.
Em "Botica da Natureza", Srgio Buarque de Holanda retrata mais um nvel da experincia humana, o do imaginrio ligado a cura, ao misticismo. J o ttulo, numa primeira apreenso, encerra a oposio entre o conhecimento proveniente da experimentao (botica) e as infinitas possibilidades das coisas da "physis" (natureza); na segunda inteleco h um amlgama entre o conhecimento indgena da fauna e da flora, que no so vistos como coisas separadas do homem, e a alquimia - gosto pelo maravilhoso, trao do conquistador, legado europeu trazendo consigo a conscincia cindida que ope homem e natureza. O resultado final ser urna farmacopia popular, onde cura e promessa so uma s e mesma coisa.
MESTRADO ASSOCIADO UFMG-UNIMONTES EM
SOCIEDADE, AMBIENTE E TERRITRIO "H indcios de que mais de um desses medicamentos j seriam utilizados pelo gentio antes de qualquer contato com os adventcios. Mas so dignos de interesse, por outro lado, os processos de racionalizao e assimilao a que o europeu sujeitou muitos de tais elementos, dando-lhes novos significados e novo encadeamento lgico, mais em harmonia com seus sentimentos e seus padres de conduta tradicionais".
Essa botica ou esta farmacopia rstica resulta do procedimento
analgico empreendido pelo portugus, que na verdade significa procurar entre os elementos da nova tem propriedades j conhecidas na Europa. A pedra do porco-espinho, bezoar j conhecido pelo europeu, recomendada para vmitos, males de estmago, "aflies do corao", "paixes dos rins", substituda pela pedra do porco do mato. "Pedras bezoares de grande eficcia existiam tambm nos veados e antas, Nos sertes da capitania de So Paulo havia "hus Sapos grandes de cornos que chamo Nambicoaras, e os cornos ou orelhas so o melhor unicrnio para se metter na gua, que purifica, apesar da peonha". Extraordinrio era o efeito de duas pedras encontradas na cabea do jacar quando aplicadas aos febricitantes. Era o bastante se colocaram tais peras nas mos do enfermo para que logo se extinguisse a feb-e. Para a mentalidade de muitos dos nossos roceiros de hoje tm aplicao teraputica ou servem de amuletos, praticamente, todas as partes do corpo dos animais selvagens, que no possam servir para a alimentao ou manufatura de couros; os chifres, os dentes, as unhas, os ossos, os cascos, as couraas, as gorduras. "
A natureza se revela cheia de surpresas e novidades, quando no h
Analogia possvel, o jeito despejar o gosto pelo maravilhoso, pelo fabuloso, tanto maneira indgena quanto maneira europia. Assim, as unhas do tamandu-bandeira, unidas aos pares, utilizadas pelos naturais da terra como ornamentos, foram incorporadas pelos colonos a m de afastarem o ar corrompido, j que o tamandu caminha com as mos torcidas voltadas contra o ar. A anhuma, ave que causava espanto, por ser dotada de unicrnio frontal, espores nas asas, ps enormes, cujo grito lembrava um burro zurrando, guarda em todas as suas partes qualidades mgicas. Faziam-se delas desde mezinhas contra envenenamentos e mordeduras de animais at contra estupor e mau olhado; curava desde picadas de cobras venenosas e at fazia mudo falar.
MESTRADO ASSOCIADO UFMG-UNIMONTES EM
SOCIEDADE, AMBIENTE E TERRITRIO A magia tambm estava presente atravs dos patus e de oraes cujas Finalidades eram mltiplas; desde repelir mal olhado at garantir longa vida e Cem anos de perdo. Neste vrios nveis onde o maravilhoso est presente, Srgio Buarque de
Holanda
enfatiza
mais
uma
vez
processo
tensional
entre
meio/cultural/sociedade, que culmina na prpria botica da natureza. Quando
isto no possvel, sempre h a possibilidade do milagre e da orao como esta: "Em nome de Ds. Padre, Em nome de Ds. fo. Em nome do Esprito Santo. Ar vivo, Ar morto, ar de estupor, ar de perlesa, ar renegado, ar excomungado, eu te renego. Em nome da Santicima trindade q. sayas do corpo desta Creatura, homem ou animal e q. vaspara no mar sagrado pa. q, viva sam e alliviado".
No captulo de Tradio e transio o autor expe a proposta de aculturamento
s avessas. Em outras palavras, sugere o aculturamento do portugus, e no do "negro" da terra, como eram chamados os ndios. Essa atitude de aculturamento do elemento europeu ocasionou-se devido ao meio hostil e instvel, que fez com que o portugus renunciasse a uma vida nobilirquica e sedentria, assimilando os usos e costumes do gentio para sobreviver e, claro, acarretando um novo estilo de vida, ao adaptar-se ao meio o portugus desenraizou-se das tradies metropolitanas e tornouse um ser muito mais malevel ao meio. O autor menciona trechos importantes como: As relaes entre bancos e ndios em relao ao vocabulrio brasileiro, h uma evidncia dos termos tcnicos relacionados vida rural, que por si, teve influencias indgenas em tal domnio; A fundao da fbrica de ferro, em Santo Amaro; A importncia dos rios para o abastecimento, e ao mesmo tempo combustvel para trabalhos de fundio; A resistncias das tcnicas indgenas nos mtodos de tecelagem. As origens e tcnicas trazidas de Portugal, a introduo destas pelos jesutas nas misses. Como estas foram adaptadas a realidade colonial e como se tornou, nos primeiros anos, um trabalho feito essencialmente por ndios catequizados. A relao dos nativos com o trabalho, seu desinteresse e o desinteresse da prpria populao que herdara da Metrpole a representao envergonhante do trabalho manual.
Referncias Bibliogrficas Holanda, Srgio Buarque de. Caminhos e fronteiras. So Paulo: Companhia das Letras, 1995.