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Este documento discute a importância do estudo da cultura indígena e afro-brasileira. Argumenta que esses grupos construíram a sociedade brasileira através da resistência e sincretismo cultural, embora tenham sido marginalizados historicamente. Defende que revisar a contribuição desses grupos requer reconhecer sua influência na formação do povo brasileiro e abandonar preconceitos.
Originalbeschreibung:
Texto para utilizar com os alunos sobre o porque estudar a cultura Indígena e afro.
Este documento discute a importância do estudo da cultura indígena e afro-brasileira. Argumenta que esses grupos construíram a sociedade brasileira através da resistência e sincretismo cultural, embora tenham sido marginalizados historicamente. Defende que revisar a contribuição desses grupos requer reconhecer sua influência na formação do povo brasileiro e abandonar preconceitos.
Este documento discute a importância do estudo da cultura indígena e afro-brasileira. Argumenta que esses grupos construíram a sociedade brasileira através da resistência e sincretismo cultural, embora tenham sido marginalizados historicamente. Defende que revisar a contribuição desses grupos requer reconhecer sua influência na formação do povo brasileiro e abandonar preconceitos.
Por que estudar a cultura indgena e afro-brasileira?
* Khemerson de Melo Macedo
Os verdadeiros protagonistas da Histria no so aqueles que aparecem nos livros; so annimos, esto nos recnditos dos mais diferentes espaos geogrficos, esquecidos pelos historiadores e lembrados apenas pela memria de seus pares; so construtores, lutando cotidianamente contra as injustias que teimam em persegui-los. Esse trecho evoca diretamente a histria dos afro-descendentes e dos indgenas. Legados condio de mo-de-obra barata e servil, presos em suas senzalas e aldeias, negros e ndios sempre caminharam pelos recnditos da Histria, paralelo s transformaes sociais, econmicas e polticas que aconteciam no Brasil litorneo. Brasil esse forjado pelos grandes ciclos econmicos e transformaes polticas diversas. O que esse Brasil no assume (porque no fundo ele sabe) que o grande construtor da sociedade brasileira sempre foram seus inmeros coadjuvantes, forjando uma nao a partir da resistncia, dos sincretismos e da miscigenao. Octvio Ianni dizia que a cada poca histrica o Brasil debrua-se sobre a questo nacional. Essa preocupao resulta do fato de que nossos intrpretes sempre sentem a necessidade de problematizar a formao da sociedade brasileira, justamente para poder entender o presente e compreender nossa verdadeira identidade nacional. Na maioria das vezes, a empreitada torna-se difcil, pois estes se deparam com a questo da diversidade cultural no caminho. como se a problemtica acerca da identidade nacional fosse representada por um enorme quebra-cabeas, um mosaico no qual, na medida em que fossemos juntando as peas, novas lacunas surgiriam, impedindo uma percepo clara do problema, mas ao mesmo tempo dando uma dimenso mltipla do tema. Neste sentido, surge uma questo importante: a formao do povo brasileiro est atrelada incondicionalmente tensa relao entre a classe dominante e a classe subalterna. Legados condio de fora de trabalho escrava, negros e ndios resistiam aos desmandos dos patres, em certos momentos, a partir do enfrentamento, mas a estratgia adotada, mesmo que inconscientemente, era sempre silenciosa. A contribuio desses povos est nos costumes, comidas tpicas, modos de vestir, sotaques, prticas culturais nicas, sincretismo religioso, peas preciosas do grande mosaico em que se tornou o Brasil. Os esquecidos da histria, como j lembrei acima, adotaram inconscientemente, a estratgia da memria, passando de gerao em gerao suas culturas, seu capital simblico prprio, onde no precisam de registros impressos para se fazer entender. No precisam da legitimidade da elite, bastam ser lembrados pelos pares. Isso j suficiente para que se forje uma grande nao! Estudar a Histria da cultura afro-brasileira e indgena requer revisar aquilo que j se falou sobre negros e ndios, buscando considerar a contribuio destes na formao da sociedade brasileira. Tudo que for estranho aos nossos olhos, tem que ser investigado a fundo. No final, outra viso ser construda. O importante que essa nova viso no se constitua como verdade absoluta, mas que se constitua como ferramenta para seguirmos em frente, em busca de novas respostas e desarmados de qualquer tipo de preconceito e estranhamento. Lembremos que o mosaico nunca se completa, o quebra-cabeas que no se soluciona justamente por compreender sua prpria complexidade. Afinal de contas, no assim que a cincia sempre agiu?