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Fenômenos de Transporte Computacional – Profa. Valesca – valesca@unitau.

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FENÔMEMOS DE TRANSPORTE I

AULA 1

EMENTA:

- Introdução aos Fenômenos de Transporte


- Técnicas Numéricas para a Solução de Transporte Difusivo.
- Técnicas Numéricas para a Solução de Transporte Convectivo.
- Equações de Navier-Stokes.
- Técnicas Numéricas em escoamento incompressível.
- Escoamentos de fluidos com Transferência de Calor.
- Malhas em coordenadas generalizadas e não estruturadas.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

Mecânica dos Fluidos – Franco Brunetti – Ed. Pearson


Transmissão de Calor – Washington Braga Filho – Ed. Thompson
Técnicas Computacionais para Dinâmica dos Fluidos: Conceitos Básicos e Aplicações – A.
O. Fortuna – Ed. da Universidade de São Paulo
Transmissão de Calor e Mecânica dos Fluidos Computacional – C. R. Maliska – Ed. Rio de
Janeiro.

INTRODUÇÃO:

- Conceitos Fundamentais:

-- Fenômenos de Transporte: É a ciência que estuda como massa, quantidade de


movimentos, calor e outras formas de energia são transportados por um meio sólido ou
continuamente deformáveis, sendo os estudos de transferência caracterizados por processos
que tendem ao equilíbrio (condição em que não ocorre nenhuma variação).

Exemplo: Uma gota de corante em um recipiente com água (processo de transferência de


massa) faz com que o corante se difunda na água atingindo o estado de equilíbrio.

“Os processos de transferência podem ocorrer simultaneamente, sendo possível separá-los e


estudá-los individualmente. Esses fenômenos obedecem a leis físicas e podem ser descritos
por equações matemáticas”.

- Meios: Todos os materiais se apresentam na forma sólida, líquida ou gasosa, ou na


combinação destas formas.

-- Sólido: É uma substância que oferece resistência as variações de forma (deformação).

-- Fluido: Deforma-se continuamente quando submetido a uma força tangencial.

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“ O modo de resistência distingue um sólido de um líquido”.

Um fluido se apresenta na forma líquida ou gasosa, ou uma mistura das duas.

Os líquidos possuem uma superfície livre enquanto os gases ocupam todo o recipiente.

Uma outra forma de distinção entre sólidos e fluidos é pela observação prática denominada
“Experiência das duas placas”.

Seja um sólido preso entre duas placas planas, uma inferior fixa e outra superior solicitada
por uma força tangencial Ft (na direção do plano da placa) representada na figura (a).

Mantida a força Ft constante, nota-se que o sólido se deforma angularmente até alcançar
uma posição de equilíbrio estático representado na figura (b).
Nessa posição, as tensões internas equilibram a força externa aplicada e somente uma
variação da força Ft faria com que houvesse uma modificação da nova configuração do
sólido.

Realizando a mesma experiência com um fluido:

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Observa-se que os pontos correspondentes do fluido e da placa continuam em


correspondência durante o movimento, assim se a placa superior adquire uma velocidade
r r
v , os pontos do fluido em contato com ela terão a mesma velocidade v , e os pontos do
fluido em contato com a placa fixa ficarão parados junto dela.

Princípio da aderência: Os pontos de um fluido, em contato com uma superfície sólida,


aderem aos pontos dela, com os quais estão em contato.

Observa-se que o volume ABCD de fluido, sob ação da força Ft, deforma-se
continuamente, não alcançando uma nova posição de equilíbrio estático, supondo-se as
placas de comprimento infinito.

- Tensão de cisalhamento:

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r
Seja uma força F aplicada sobre uma superfície de área A. Essa força pode ser decomposta
segundo a direção normal à superfície e da tangente, dando origem a uma componente
normal e outra tangencial.

Define-se tensão de cisalhamento média como sendo o quociente entre o módulo da


componente tangencial da força e a área sobre a qual está aplicada.

Ft
τ=
A

Então tensão de cisalhamento τ é a força tangencial por unidade de área.

UNIDADE:

MK*S (Técnico) CGS S.I.


kgf dina N
m2 cm 2 m2

Lei de Newton da Viscosidade:

Voltando a experiência das duas placas observou-se que a placa superior é inicialmente
acelerada pela força Ft passando de uma velocidade nula para uma velocidade finita vo
constante.

A força externa Ft aplicada na placa é equilibrada por forças internas ao fluido, não
existindo aceleração, pela segunda lei de Newton da dinâmica, a resultante das forças
deverá ser nula (equilíbrio dinâmico).

Segundo o princípio da aderência o fluido junto à placa superior irá se deslocar com
velocidade vo, enquanto aquele junto a placa inferior estará com velocidade nula. As
camadas intermediárias deverão se adaptar as extremas, adquirindo velocidades que variam
desde vo até zero.

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Em cada seção normal às placas, como na seção genérica AB, irá se formar um perfil de
velocidades, onde cada camada do fluido desliza sobre a adjacente com uma certa
velocidade relativa, criando uma espécie de atrito entre as diversas camadas de fluido.

O deslizamento entre as camadas origina tensões de cisalhamento, que multiplicadas pela


área da placa originam uma força tangencial interna ao fluido, responsável pelo equilíbrio
da força externa Ft.

Newton descobriu que em muitos fluidos a tensão de cisalhamento é proporcional ( ∝ ) ao


gradiente de velocidade, isto é, a variação da velocidade com y.

dv τ
τ∝ ou = cte
dy dv
dy

Os fluidos que obedecem a essa lei são chamados fluidos Newtonianos e formam a grande
maioria dos fluidos de interesse na engenharia.

- Viscosidade Absoluta ou Dinâmica

A lei de Newton da viscosidade impõe uma proporcionalidade entre a tensão de


cisalhamento e o gradiente de velocidade.

dv
τ =µ
dy

sendo µ denominado de viscosidade absoluta ou dinâmica e é uma propriedade


termodinâmica de cada fluido e das condições dele como pressão e temperatura.
A viscosidade dinâmica é a propriedade dos fluidos que permite equilibrar, dinamicamente,
forças tangenciais externas quando os fluidos estiverem em movimento, ou seja, a
viscosidade é a propriedade que apresenta maior ou menor dificuldade do fluido escoar.
A viscosidade possui um valor diferente para cada fluido e varia para um mesmo fluido,
principalmente em relação a temperatura. Nos líquidos a viscosidade diminui com o
aumento da temperatura, enquanto que nos gases a viscosidade aumenta com o aumento da
temperatura (análise microscópica).
A tabela a seguir apresenta valores típicos da viscosidade:

µ [N s/m 2 ] Fluido
30 °C 80 °C
Água 0,7978 x 10-6 0,3550 x 10-6
Ar 48,6 x 10-2 3,56 x 10-2
Óleo 18,65 x 10-6 20,92 x 10-6

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UNIDADE:

MK*S (Técnico) CGS S.I.


kgf .s dina.s N .s
m2 cm 2 m2
poise

ANÁLISE DIMENSIONAL: FLT

Força F
τ= = 2 = FL−2
área L

dv L
= = T −1
dy T
L

como

dv τ F.L-2
τ =µ e µ= então µ = e µ = FL- 2T
dy dv T -1
dy

- Simplificação:

A lei de viscosidade de Newton é:

dv
τ =µ
dy

dv
sendo o gradiente de velocidade ou variação de v com y.
dy

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Observa-se que a um deslocamento dy na direção do eixo y, corresponde uma variação da


velocidade. Quando a distância for pequena, pode-se considerar que a variação de v com y
seja linear, sem muito erro.
A simplificação que resulta desse fato é:

dv vo dv ∆v
∆ABC ≈ ∆MNP ≈ ≈
dy ε dy ∆y

a lei de Newton fica:

∆v vo
τ =µ ≈µ
∆y ε

Exemplo:

Um pistão de peso G = 4 N cai dentro de um cilindro com uma velocidade constante de 2


m/s. O diâmetro do cilindro é 10,1 cm e do pistão 10 cm. Determine a viscosidade do
lubrificante colocado na folga entre o pistão e o cilindro.

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Dc = 10,1 cm

Dp = 10 cm

L = 5 cm
τ
ε

vo
G=4N

Solução:
r r
Se v = cte ⇒ a = 0 , o pistão está em equilíbrio dinâmico.
r r
∑ F = m.a = 0
Na direção do movimento, a força causada pelas tensões de cisalhamento Fµ deve
equilibrar o peso G na velocidade dada.

Fµ = G ou τ .A = G

ou

dv
µ .πD p L = G
dy

sendo:

Dc − D p 10,1 − 10
ε= = = 0,05 cm
2 2

como é muito pequena adota-se um diagrama linear de velocidades.

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v εG 0,05.10 −2 x 4 N.s
µ πD p L = G ⇒ µ= = = 6,37.10 −2
ε vπD p L 2π 0,1.0,05 m2

- Massa Específica (ρ
ρ)

Neste estudo, será considerado que os fluidos são um meio contínuo e homogêneo, de
modo que as propriedades médias definidas coincidam com as propriedades nos pontos.
Massa específica é a massa de fluido por unidade de volume do mesmo.

m
ρ=
V

UNIDADES:

- Por análise dimensional usando FLT:

F F
F = m.a ⇒ m = [ m] = = FL−1T 2
a LT −2

[V ] = L3

FL−1T 2
[ρ ] = = FL−4T 2
L3
MK*S (Técnico) CGS S.I.
kgf .s 2 utm dina.s 2 g N .s 2 kg
= 3 = = 3
m4 m cm 4
cm 3 m4 m

- Peso Específico (ϒ
ϒ)

Peso específico é o peso de fluido por unidade de volume do mesmo.

G
γ =
V

UNIDADES:

- Por análise dimensional usando FLT:

[G] = F

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[V ] = L3

F
[γ ] = = FL−3
L3

MK*S (Técnico) CGS S.I.


kgf dina N
m3 cm 3 m3

Pode-se deduzir uma relação entre peso específico e massa específica:

G
γ = G = mg
V

Peso é o produto da massa pela aceleração da gravidade g = 9,8 m/s2.


mg
γ = γ = ρg
V

- Peso específico Relativo para Líquidos

É a relação entre peso específico do líquido e peso específico da água em condições padrão.
Será adotado que:

γ subst
γr = γ H O = 1.000 kgf / m 3 = 10.000 N / m 3
2
γH O 2

Como massa específica e peso específico diferem por uma constante, conclui-se que a
massa específica relativa e peso específico relativo coincidem.

- Densidade (d)

É a relação entre massa específica de uma substância e a massa específica da água em uma
situação de referência (4°C, ρH2O = 1.000 kg/m3.)

ρ subst
d=
ρH O 2

Substâncias que tem densidade menor que a da água irão flutuar nela.

Exemplo:

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O peso específico relativo de uma substância é 0,8. Qual será seu peso específico?

γ
γr = = γ = γ r .γ H 2O = 0,8 × 1.000 = 800 kgf / m 3 = 8.000 N / m 3
γH O 2

- Viscosidade Cinemática (ν)

Viscosidade cinemática é o quociente entre a viscosidade dinâmica e a massa específica.

µ
ν=
ρ

UNIDADES:

- Por análise dimensional usando FLT:

[µ] = FL-2T

[ρ] = FL-4T2

FL−2T
[ν ] = −4 2
= L2T −1
FL T

MK*S (Técnico) CGS S.I.


m2 cm 2
m2
= stoke( St )
s s s

O nome viscosidade cinemática deve-se ao fato desta grandeza não envolver força, mas
somente comprimento e tempo (grandezas fundamentais da cinemática).

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