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L

da CM
o trabalhador
ANO XXVI ● Nº 136 ● Outubro/Novembro 2009

Que futuro
para os
próximos
4 anos? Pág. 2

Proposta Reivindicativa Comum 2010 Pág. 8


Eleições para a Comissão de SHST Pág. 5
Editorial

A
Uma certeza: A luta continua!
pós estes últimos resulta-
dos eleitorais é justo
compreender as expecta-
tivas que se criaram, no
seio da imensa maioria do
povo Português, numa alteração da
correlação de forças na Assembleia
da Republica de forma a permitir a
implementação de políticas mais
favoráveis e deste modo inverter a
grave situação político-económica e
social que a maioria absoluta do PS
nos impingiu nos últimos 4 anos.
Na própria Câmara de Lisboa,
através do medo do regresso da
direita e mais especialmente do mal
amado Santana Lopes, com a
cumplicidade descarada na difusão
desta ideia pela comunicação social,
temos agora uma maioria absoluta,
também do PS mas com António
Costa ao leme.
Bastante! Basta pensar nos milhões de euros que foram
Em ambas as eleições vimos uma comunicação social investidos, provenientes dos dinheiros públicos nestas
com um papel de destaque na formação da opinião de mesmas empresas ou nas benesses fiscais que lhes
milhares de indecisos e sempre ao serviço dos partidos foram concedidos.
que melhor defendem os seus proprietários, e o mesmo
Por aqui vemos, que o nosso futuro e com estes
é dizer, ao serviço das políticas de direita, sejam elas
senhores a governar, teremos mais do mesmo. Crise e
implementadas pelos partidos de direita sejam pelos
dificuldades para os trabalhadores, lucros para uma
partidos ditos de esquerda.
ínfima minoria!
Se no plano nacional verificámos a perda da maioria
Como no passado, o presente e o futuro será de luta e
absoluta pelo PS, na autarquia de Lisboa verificámos o
resistência, em defesa dos nossos direitos, dos nossos
oposto.
postos de trabalho e dos serviços públicos enquanto
Pudemos concluir e até pelas mais variadas noticias conquistas de Abril.
saídas a público logo após as eleições que os próximos
Na Câmara de Lisboa, teremos, seguramente, novas
4 anos não serão mais fáceis para os trabalhadores
tentativas de privatização do sector da limpeza urbana.
portugueses, sejam eles do sector privado ou do sector
público. Teremos a continuação da destruição dos jardins da
cidade.
Que o digam os trabalhadores da Qimonda, da Delphi,
da antiga Covina, da Media Capital e outras, que viram Teremos a alienação de importantes espaços e
os seus postos de trabalho extintos pelas mesmas equipamentos públicos desta cidade em função dos
desculpas que antes das eleições ouvíamos e que, interesses de especulação imobiliária e da construção.
pensávamos já estarem ultrapassadas. Mais uma vez O STML, sempre ao lado dos trabalhadores desta
mentiram descaradamente aos trabalhadores e às suas "casa", lutará de forma firme e intransigente contra esta
famílias. ofensiva aos nossos direitos, aos nossos postos de
Assim que terminou o período eleitoral, os mesmos de trabalho num aprofundar das linhas e políticas de direita
sempre deram o seu consentimento a mais que marcaram os últimos 7 anos nesta autarquia.
despedimentos, a mais desemprego e, claro está, a Uma certeza: A Luta Continua!!
mais injustiça social.
Qual é a responsabilidade do Estado nestas
empresas e nas decisões que são efectuadas pelos Delfino Serras
seus respectivos Conselhos de Administração? Coordenador do STML ■

Director: Delfino Serras ■ Corpo Redactorial: Luís Dias, Vítor Reis, Mário Rosa, Mário Souto, Francisco Raposo,
Frederico Bernardino ■ Propriedade: Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa ■ Administração e
a CML
Redacção: Rua de São Lázaro, 66 - 1º Dtº 1150-333 Lisboa - Telfs. 218 885 430 / 5 / 8 - Fax 218 885 429 - Email:
d
o trabalhador
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http://www.stml.pt 5.000 exs. ■ Depósito Legal: 17274/87 ■

2 O TRABALHADOR DA CML
Avaliação de trabalhadores
não é reconhecida pela DGAL

A
SIADAP na Câmara de Lisboa
Direcção Geral das
Autarquias Locais
(DGAL) tornou
públicos, no passado
mês de Outubro, os
resultados da aplicação do
SIADAP nos municípios
portugueses em 2008. O relatório
emitido por esta entidade
considera que o Município de
Lisboa não aplicou o SIADAP.
Num universo de 10 463 traba-
lhadores registados no último
Balanço Social do Município de
Lisboa, nenhum se encontra em
condições de ser avaliado em
2008. Quem o indica é a DGAL, em
relatório enviado às estruturas
sindicais no passado mês de
Outubro, ao considerar que o
Município de Lisboa não aplicou o
SIADAP. Lisboa faz parte de um
conjunto de 51 municípios onde o
novo sistema de avaliação de
desempenho dos trabalhadores da revela uma falácia visto já terem à da anterior vereação, fazia todo o
administração pública e local não expirarado todos os prazos sentido, não só por incluir o ano
foi efectivamente aplicado. possíveis para que o processo de transacto num ciclo onde não
O relatório da DGAL demonstra avaliação de desempenho houve efectivamente qualquer tipo
que o apressado processo de referente a 2008 possa ter de avaliação de desempenho,
avaliação, que tem agitado os sequência. Prova-se assim que a como por defender uma
trabalhadores e os serviços proposta apresentada no início do abrangência extensível a todos os
municipais nos últimos meses, se Verão pelo STML, em contra-ponto trabalhadores. ■

DGAL põe a nu todo o sistema de avaliação

N
ão tem sido por mera teimosia que os sindicatos o pessoal não dirigente representa apenas 17,3%.
da Frente Comum têm denunciado o SIADAP e Como seria de calcular, num universo de 77,4% de
apontado este sistema de avaliação como uma trabalhadores a quem foi atribuído a classificação de
das mais graves ofensivas aos trabalhadores e serviços "bom", 78,8% é pessoal não dirigente. Nas conclusões
do sector público. Os números revelados no relatório da do relatório, a DGAL faz uma ressalva: cerca de 64 mu-
DGAL demonstram que todo o sistema está enfermo nicípios não terão respeitado as percentagens estabe-
numa complexa malha burocrática que favorece a vicia- lecidas para as duas classificações mais elevadas.
ção e a falta de transparência e seriedade. Numa ideia, Acrescenta-se ainda, e por decorrência legal, que o re-
o SIADAP tem como objectivo último atingir a qualidade gime de avaliação em vigor nas autarquias locais não
dos serviços públicos, atacando imoralmente os seus prevê a existência de quotas para a diferenciação de
trabalhadores. Os números já o indicam. desempenho ao nível do mérito e da excelência na ava-
A saber, dos 177 municípios que aplicaram o SIADAP liação do pessoal dirigente. Porém, na distribuição das
no ano de 2008, 2,2% dos trabalhadores atingiram a diferenciações de mérito e excelência, o pessoal diri-
classificação de "Excelente", sendo que, nesse reduzido gente acaba por penetrar nas quotas, o que, em termos
universo, o pessoal dirigente representa 98,1%. Situa- genéricos, significa que o "excelente" e o "muito bom"
ção semelhante se passa na classificação de "muito podem nem sequer afectar um único trabalhador do pes-
bom" (18,3% do total de trabalhadores avaliados), onde soal não dirigente. ■

O TRABALHADOR DA CML 3
Trabalhadores EX-QUADRO PRIVADO
da EGEAC têm
novo Acordo de
Empresa (AE)
Pela igualdade
O
O
Sindicato dos Trabalhado-
res do Município de Lisboa
plena de DIREITOS
e o Conselho de Administra-
ção (CA) da EGEAC concluíram, fi-
nalmente e após nove meses a ne- STML promoveu uma
gociação o Acordo de Empresa com reunião com
a sua assinatura. trabalhadores do
Desde a primeira hora das nego- antigo quadro
cia ções, o STML assumiu como privado, no átrio do
vem sendo hábito, um papel reivin- Edifício Central do Município, no
dicativo e construtivo na apresenta- dia 8 de Outubro. Perante largas
ção de soluções que minimizam al- dezenas de trabalhadores, a
delegação do STML assumiu que
gumas das normas gravosas, im-
a luta vai continuar até ao pleno
postas pelo famigerado Código do
reconhecimento dos direitos
Trabalho, criado pelo Governo PSD/
destes trabalhadores.
CDS-PP e agravado pelo último go-
Ao longo de anos, a Câmara
verno PS. No entanto, assinalamos Municipal de Lisboa suprimiu
de forma positiva, a atitude dialo- carências de pessoal no
gante que o CA da EGEAC sempre desempenho efectivo de funções responde com uma contagem de
manteve ao longo deste processo. através do recurso constante ao tempo para efeito de férias,
É de assinalar que, o STML e os método ilegal dos contratos de chegando a reconhecer o direito a
trabalhadores da EGEAC se opuse- avença ou tarefa, vulgo "recibos um dia suplementar de férias
ram de forma veemente desde o verdes". Perante a necessidade de àqueles que já atingiram os 10 anos
início das negociações, à proposta manter estes trabalhadores ao de serviço.
de Organização de Tempo de serviço, de forma a não afectar o Perante as incongruências e
Trabalho, nos termos do art. 208 do regular funcionamento da autarquia, ambiguidade instaladas tanto no
CT (Banco de Horas), proposta pelo avolumaram-se centenas e processo de avaliação de
CA da EGEAC. centenas de casos de precariedade desempenho como nas respostas
Salientamos ainda que, no que se que só há alguns meses atrás dadas pelo DGRH ao pedido destes
refere ao Sistema de Avaliação de encontraram efectiva resolução. ex-trabalhadores precários, o STML
Desempenho (SAD), o STML se Porém, subsistem problemas apela a todos que, através do
encontra expectante em relação à relacionados com estes impresso multiusos (modelo I da
prometida proposta que o Conselho trabalhadores que exigem direitos DMRH, disponível on-line), seja
de Administração da EGEAC ficou iguais a todos os outros, incluindo a pedida a contagem de tempo de
de apresentar a este Sindicato e contagem de tempo de serviço para serviço para todos os efeitos.
que, até à presente data, não foi re- mudança de posição remuneratória. Aproveitamos para apelar que, ao
cepcionada no STML. Desta forma, Resolvido o problema do vínculo chegar à vossa posse o despacho
a progressão na carreira pelo me- laboral, os trabalhadores presentes ao pedido, seja remetido ao STML
canismo de promoção contínua a na reunião revelaram as suas uma cópia do documento para
efectuar-se de forma ordinária e inquietações quanto à análise do núcleo jurídico.
automática até à implementação e discriminação no processo de Da reunião do passado dia 8 de
entrada em vigor do SAD, implican- avaliação de desempenho em curso Outubro, sublinhamos ainda o apelo
do obviamente a aprovação desta que, mais uma vez, tende a à luta de todos os ex-trabalhadores
estrutura sindical e após o ano de marginalizá-los. Ao excluir estes do antigo quadro privado do
vigência obrigatório. trabalhadores do processo de Município de Lisboa. Mediante o
O STML considera que o actual contagem de tempo de serviço para apoio expresso dos trabalhadores
efeitos de carreira, a Câmara ao desenvolvimento de acções
AE só se efectivou devido ao in -
revelou uma vez mais a sua concretas, o STML conta, dentro em
tenso trabalho de mobilização e in-
insensibilidade perante situações breve, com a participação de todos
formação feito com os trabalhado-
concretas de trabalhadores que numa vigília nos Paços do
res da EGEAC, sinónimo disso
somam largos anos de serviço à Concelho, com o objectivo
mesmo a forte participação nos ple- autarquia. Em compensação, e determinado de confrontar o novo
nários realizados e que se mostrou após o pedido efectuado por alguns elenco camarário com este
como um factor determinante para a desses trabalhadores no sentido de incompreensível estado de
conclusão das respectivas nego- lhes ser contado o tempo de serviço desigualdade entre trabalhadores
ciações. ■ efectivamente prestado, o DGRH da Câmara Municipal de Lisboa. ■
4 O TRABALHADOR DA CML
Eleições dos representantes
dos trabalhadores
para a Comissão

N
de SHST da CML
o passado dia 28 de Outubro realizaram-se da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT),
as eleições para os representantes dos no sentido de proporcionar aos seus utilizadores = tra-
trabalhadores na Comissão de Segurança, balhadores, as condições mínimas de segurança,
Higiene e Saúde no Trabalho. Esta higiene e saúde. Equipamentos e/ou edifícios mal
comissão é composta por 14 elementos, 7 planeados, inexistência de balneários, falta de água
indicados pela Câmara Municipal enquanto entidade quente para os imprescindíveis duches, telhados mal
empregadora e outros 7 em nome dos trabalhadores da reparados, infiltrações, infestações, etc., são alguns
autarquia. dos exemplos que afectam milhares de trabalhadores
Nestas eleições concorreram duas listas, nomeada- na CML e consequentemente na prestação do serviço
mente, a Lista A, proposta pelo STML e a Lista B pro- público para o qual foram contratados.
posta pelo SINTAP, sindicato da UGT. Também aqui se vê a falta de investimento e no
Os resultados desta eleição, e tendo como base o consequente esvaziamento de inúmeros serviços da
método d’ Hondt, elegeu 5 representantes da Lista A e autarquia por parte dos seus responsáveis.
2 da Lista B, tendo votado 1244 trabalhadores, 824 na Por todas as razões expostas e tendo sempre como
Lista A e 373 trabalhadores na Lista B.
pano de fundo a defesa dos direitos dos trabalhadores
Em primeiro lugar devemos saudar todos os trabalha-
da Câmara Municipal de Lisboa, os representantes
dores que exerceram o seu direito ao voto e concreta-
eleitos da Lista A irão empenhar-se na resolução de
mente o voto na Lista A.
Tratando-se de uma lista de continuidade onde o todos os problemas que afectem os trabalhadores
principal objectivo é insistir na defesa intransigente dos desta autarquia. Indispensável, a manutenção da liga-
direitos dos trabalhadores desta autarquia nas matérias ção estreita aos locais de trabalho e, claro está, aos
relacionadas com a segurança, higiene e saúde no seus respectivos trabalhadores.
trabalho, devemos reconhecer ainda as nossas pró- Os nossos direitos defendemo-los, exercendo-os! ■
prias deficiências que têm, de certa maneira, limitado
um aprofundamento da nossa acção junto dos
responsáveis autárquicos.
Sabemos que temos um longo caminho pela frente
até à resolução de muitos outros problemas que
afectam milhares de trabalhadores, seja através de
condições de trabalho precárias, seja pela degradação
dos locais físicos de trabalho seja nos equipamentos
individuais ineficazes e em outras situações,
inexistentes.
As responsabilidades só podem ser imputadas ao
executivo da CML, já que é na condição de emprega-
dora e responsável máximo por esta autarquia que
deve assumir a resolução efectiva de todos os seus
problemas.
Recordamos o sector da Limpeza Urbana, onde a
falta de equipamentos de protecção individual continua
a ser, infelizmente, uma nota corrente, falamos das
botas, das luvas, das calças, dos impermeáveis, mate-
rial ainda insuficiente e em alguns casos quando existe,
de qualidade duvidosa e como tal, inadequado para
aqueles que o utilizam.
Falamos dos trabalhadores dos jardins e dos técnicos
do DCCIEM e na falta de condições em que desenvol-
vem o seu trabalho. Muitas vezes em situações precá-
rias e sem as necessárias e imprescindíveis condições
de segurança.
Falamos das dezenas de locais de trabalho que não
tem as condições exigidas pelo organismo competente
O TRABALHADOR DA CML 5
Mudanças na Divisão de Saúde, Higiene

U
e Segurança
ma das mais importantes missões da
DSHS é providenciar inspecção e
acompanhamento dos locais de trabalho,
várias vezes avaliando e propondo as
devidas alterações aos requisitos legais e
funcionais das instalações e dos meios para o
desempenho das tarefas de trabalho. A situação da A problemática relacionada com a saúde mental em
DSHS assume os contornos de um enorme paradoxo. contexto laboral agrava-se ano após ano, facto corro-
Como diz um ditado conhecido, "Em casa de ferreiro, borado pelas mais reputadas e universalmente aceites
espeto de pau". instituições com competências nos domínios da saúde,
Sendo a DSHS o serviço competente para verificar o do trabalho e da economia, sendo exemplo lapidar
cumprimento dos requisitos das instalações da CML, deste diagnóstico, a recente vaga de suicídios ocorri-
não foi tido, nem achado, para acompanhar, a tempo, a dos numa empresa em França.
sua própria mudança. Nas palavras de um especialista insuspeito, escreveu
A transferência dos serviços da DSHS, da Quinta do Daniel Sampaio, Público, de 18 de Outubro, "(…) o
Lavrado para o edifício dos Serviços Sociais e para a caso da France Telecom demonstra a necessidade
Rua Américo Durão, estava agendada para 28 de da promoção da Saúde Mental nas empresas,
Setembro passado, acabando por ocorrer de facto através de serviços de apoio psicológico e unida-
apenas a 6 de Outubro. A 19 de Outubro, apesar da des de intervenção em crise, única forma de ter
divisão já estar no novo local de trabalho, estamos respostas adequadas à situação disfuncional ge-
longe de poder dizer que a capacidade instalada esteja rada pela mudança".
operacional. À reflexão de todos. ■
À data, as valências médicas e de acidentes de
trabalho começaram a funcionar e demorarão até voltar O STML questiona ainda, o seguinte:
aos níveis de realização anteriores à mudança, facto
justificadíssimo em período de adaptação, enquanto Não se entende que a mudança dos trabalhadores da
que as valências dedicadas à saúde mental (Psicologia Divisão de Saúde, Higiene e Segurança se faça para dois
e Serviço Social), aguardam ainda um novo quadro locais de trabalho, respectivamente para a sede dos
para a instalação eléctrica, ligações de telefone e Serviços Sociais e para a Rua Américo Durão.
ligações dos computadores à rede, além da remoção Sabendo que no edifício dos Serviços Sociais existe
das cortinas metálicas que cobrem a fenestração de espaço suficiente para albergar o conjunto de todos os
todo o local. O processo de consulta programado foi trabalhadores deste serviço, a dispersão em dois locais
interrompido, para prejuízo dos utentes em acompa- diferentes condiciona a qualidade do serviço, entenda-
nhamento. se, atendimentos, e como tal o bom funcionamento
Sublinhe-se que, embora haja satisfação pela mudan- desta Divisão.
ça, sobretudo pelo aumento da segurança pessoal e da Neste sentido, o STML, na primeira reunião a efectuar
melhoria substancial do acesso aos serviços, estes se com o novo executivo irá exigir a regularização deste
viram reduzidos na área disponível para o seu exer- problema, que só prejudica os trabalhadores desta
cício, ou seja, diminuiu o número de salas de consulta. autarquia, sejam funcionários e/ou utentes. ■

Riscos associados ao trabalho desenvolvido


pelos técnicos do DCCIEM

H
á na Câmara Municipal de Lisboa, uma equipa de vimento da função.
cinco técnicos (Engenheiros) que efectuam as Atentos ao facto de exis-
necessárias inspecções a todos os elevadores tirem várias categorias
da cidade de Lisboa. pro fissionais com riscos
Todos os dias são efectuadas inspecções aos ascen- associados às tarefas que
sores da cidade de Lisboa, onde para acompanhar e lhes estão adstritas, o
efectuar todos os ensaios, o inspector fica sujeito aos STML está a reunir dados referentes a todos os
perigos da tabela seguinte. Estes perigos decorrem da trabalhos que são efectuados na Câmara Municipal de
necessidade de permanecer na casa das máquinas, Lisboa que merecem ser alvo de medidas mini mi -
entrar no poço do elevador, andar no topo da cabine zadoras de danos e que também, devem ser consi-
com o ascensor em movimento, bem como do manu- deradas merecedoras de subsidio de penosidade e
seamento de equipamentos necessários ao desenvol- risco. ■

6 O TRABALHADOR DA CML
Edifício Central do Campo Grande

A
10 anos sem refeitório
tento ao desenvolvimento,
ao nível da inserção se
serviços e subsequente
inserção de profissionais
que laboram na autarquia
lisboeta no Edifício Central do
Município de Lisboa, o STML assinala
os 10 anos de funcionamento desta
valência da Câmara Municipal de
Lisboa, sem o refeitório que este
edifício devia possuir.
Apesar dos protocolos que a Câmara
Municipal de Lisboa diz desfrutar, para
que os funcionários do Edifício Central
do Município de Lisboa possam usufruir
de um refeitório relativamente perto do
Campo Grande 25 e 27, verificamos
que, quer ao nível da divulgação, quer
ao nível da utilização, estes protocolos
não colmatam a necessidade imposta
por lei, da existência de um refeitório
neste local.
Assim, cabe-nos dar os parabéns a
todos os que ao longo destes 10 anos,
têm conseguido "sobreviver" perante o
incumprimento legal que a Câmara
Municipal de Lisboa tem prolongado.
No entanto, o STML continua
reivindicativo em relação a este
problema, que tem de possuir uma
resolução a breve trecho e pela qual
nos bateremos com o novo executivo
autárquico. ■

Afinal quem gere


as Unidades de Educação Municipais?

A
Câmara Municipal de Lis - serviços. Tal indefinição parece jus- tados ao STML por trabalhadores
boa e os Serviços Sociais tificar a manifesta falta de funcio- das unidades e pais (também tra-
da CML têm provocado nas nários e a sobrecarga de quem ali balhadores da CML) que têm vindo
uni d ade s d e Edu ca ção p or si labora e tudo dá em prol do bem- a observar os problemas que se
geridas e onde são colocados os estar das crianças que frequentam avolumam nestas unidades de
filhos dos funcionários do municí- estas unidades. Também, as pe- Educação.
pio, uma sensação de vazio ao quenas obras e investimentos Atento a esta situação, o STML
nível da gestão destas, que faz materiais (como a aquisição de procurará reunir em breve com os
parecer que se tratam de "terra de produtos que visam a prevenção da funcionários destas unidades com
ninguém". Gripe A), são colocados em causa o objectivo de aquilatar as diversas
Até hoje, não foi ainda explicado por tal indefinição. problemáticas que se passam
quem gere verdadeiramente estes Estes problemas têm sido rela- nestes postos de trabalho. ■

O TRABALHADOR DA CML 7
Proposta
Reivindicativa
Comum 2010
O
STML enquanto estrutura sindical
pertencente à Frente Comum dos
Sindicatos da Função Pública da
CGTP-IN, iniciou a discussão da PRC –
2010 com os trabalhadores da Câmara
Municipal de Lisboa. Após esta ronda de
esclarecimentos, discussões e debates será
apresentada ao governo a versão definitiva e
aprovada pelos trabalhadores da Administração
Pública.
No sentido de repor algum do poder de compra
perdido ao longo dos últimos anos e o desempenho
do serviço público com dignidade, a Frente Comum
dos Sindicatos da Função Pública, onde se
integra o STML, irá exigir ao Governo, entre
outras matérias, o seguinte:

1. Aumento de 4,5% da Tabela Remuneratória


Única e das pensões, com uma subida mínima de 50
euros;
2. Actualização do Subsídio de Refeição para e APOSENTAÇÃO
6,50; Revogação das Leis 1/2004, 60/2005 e 52/2007 e
3. Actualização dos escalões do IRS em 10%; do Decreto-Lei 286/93, de 20/8, com repristinação do
4. Dedução, em sede de IRS, das despesas com Estatuto da Aposentação, na sua redacção anterior.
formação profissional e equipamento para o
exercício de funções; EMPREGO PÚBLICO E ESTABILIDADE
5. Actualização das comparticipações da ADSE em 1. Revogação da Lei 12-A/2008, a fim de assegurar
10%; o vínculo de emprego público a todos os
6. Regulamentação e aplicação de todos os trabalhadores da AP;
suplementos remuneratórios, designadamente do 2. Revogação da Lei 59/2008, de 11/9 (RCTFP);
suplemento de risco, penosidade e insalubridade, 3. Revogação da Portaria n.º 83-A/2009, de 22/1,
dando cumprimento a compromissos assumidos pelo que regulamenta a tramitação do processo
Governo e a decisões da Assembleia da República; concursal, com a repristinação do regime concursal
7. Afectação e cativação de verbas, no orçamento anterior;
de cada serviço, que garantam que todos os 4. Revogação da Lei da Mobilidade (Lei n.º
trabalhadores que preencham os requisitos para 53/2006, de 7/12) e reposição da situação de
mudarem de posicionamento remuneratório não actividade aos trabalhadores empurrados para a
fiquem dependentes, nem de cabimentação situação de mobilidade especial, com os efeitos
orçamental, nem da arbitrariedade das hierarquias. inerentes;
8 O TRABALHA
Subsídio de
Insalubridade,
Penosidade
e Risco

D
esde o ano de 2002 que o Subsídio de
Insalubridade Penosidade e Risco não é
actualizado.
Na altura, o então presidente, Pedro Santana
Lopes, não procedeu a sua actualização com a
justificação de que este subsídio era ilegal.
O STML sempre afirmou e provou a
5. Revogação do SIADAP e estabelecimento de legitimidade legal deste subsídio, pois foi
um sistema de avaliação de desempenho sem atribuído através de votação em Assembleia
"quotas", que tenha em conta o interesse público e Municipal onde se regulamentou a sua
o desenvolvimento profissional dos trabalhadores; actualização conforme os aumentos salariais
6. Recuperação do anterior regime de anuais.
reconversão e reclassificação de trabalhadores; Este subsídio para além de ser um direito dos
7. Transformação em vínculo permanente trabalhadores, tem também um valor histórico
(nomeação) do vínculo precário de todos os devido à grande luta que estes realizaram e que
trabalhadores que estejam a desempenhar funções levou o executivo de então, chefiado pelo Sr.
que correspondam a necessidades permanentes Abecassis, a conceder a sua atribuição.
dos serviços. Após várias reuniões com o Vereador dos
Recursos Humanos, Cardoso da Silva, a
NEGOCIAÇÃO COLECTIVA resposta foi sempre a mesma, ou seja, esta
negociação teria que ser feita com o governo e
Formação Profissional não com a câmara.
Garantir aos trabalhadores, a nível de cada
O decreto-lei 59/2008 traz efectivamente uma
serviço, as horas de formação a que têm direito, por
nova realidade, onde a possibilidade de atribuir
Lei, não podendo os serviços opor-se à frequência este mesmo subsídio a novas carreiras
dessas acções de formação; profissionais, é um facto.
Aprovação das candidaturas apresentadas pelas
associações sindicais com vista ao aumento da Mas nada disto tem a ver com o subsídio que
na CML é aplicado, sendo que a sua
qualificação profissional dos trabalhadores.
actualização ganha uma nova importância no
Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho contexto de futuras negociações com o governo.
Cumprimento das leis e dos acordos sobre SHST Quanto mais alto for o valor atribuído pela CML
mais condições temos para, posteriormente,
e negociação, no âmbito da contratação colectiva,
negociar com o Governo a sua aplicação a
de medidas que permitam desenvolver com maior
outras profissões, também elas de risco,
eficácia o trabalho dos representantes dos
penosas e insalubres.
trabalhadores;
Formação dos trabalhadores em SHST e Na última Sessão Pública de Câmara e após
concessão de dispensa aos candidatos a muita insistência por parte do STML, o Sr.
Vereador Cardoso da Silva foi arrogante e
representantes de SHST para poderem participar
prepotente na sua afirmação de que não iria
nessas acções de formação.
proceder à sua actualização.
O STML iniciou a discussão com os
trabalhadores, como é nosso hábito, da PRC 2010 Com a entrada em funções do novo executivo,
e espera o envolvimento do maior número possível o STML vai continuar a aprofundar variadas
destes, através do contacto em plenários que formas de luta, não só reivindicando a sua
actualização desde 2002, como também os
continuará a promover a fim de obter o máximo de
devidos retroactivos. ■
contributos que melhorem a proposta. ■
ADOR DA CML 9
Alienação
do espaço
do Complexo
dos Olivais II

N
a Sessão Pública de Câmara de 2 de Setembro, de Sinal daquilo que afirmámos é a maqueta que estava
uma forma fortuita, o STML descobriu mais uma exposta no Salão Imobiliário, na FIL (mesmo ali ao
pérola da Gestão do Presidente António Costa, lado!) onde este espaço surge com "belas e grandiosas
concretamente, a alienação do espaço do construções". Exposição esta, que anda, neste preciso
Complexo dos Olivais II, integrado num mega momento, em circulação pelo País.
projecto de construção de toda a zona envolvente a este
Agradecem, sem dúvida, os senhores da
importante equipamento municipal.
especulação imobiliária e da construção o facto de
A proposta na altura apresentada foi retirada pelo terem no anterior e claro, no futuro executivo, quem
presidente da CML após algumas dúvidas colocadas defenda os seus interesses!
pelos dirigentes do STML, contudo ficou em aberto a
sua discussão na última sessão de câmara antes das O alerta que deixamos aqui com o problema dos
eleições autárquicas. Tal não veio a acontecer. Olivais II não é isolado. Surge no âmbito de uma
política mais abrangente, que tem inicio ainda no tempo
Para o STML houve uma razão concreta na base
do Santana Lopes, caracterizada pela venda ao
desta decisão, a saber: a denúncia, o questionamento,
em primeiro lugar desta estrutura e a pressão, quase desbarato de espaços e equipamentos municipais. É a
simultânea dos trabalhadores que se encontram neste continuada aposta na destruição dos serviços públicos,
importante local de trabalho, após o plenário de é o compadrio entre aqueles que ganham as eleições e
informação e esclarecimento que se realizou no dia 22 aqueles que os apoiaram incondicionalmente e que
de Setembro no refeitório dos Olivais II. obrigatoriamente exigem o retorno desse apoio...
A informação prestada pelo STML, cumprindo uma Prejudicados? A cidade de Lisboa, os seus
sua obrigação enquanto estrutura representativa dos habitantes, a própria autarquia, os seus trabalhadores!
interesses dos trabalhadores desta autarquia e deste Questionámos nós, STML, ao executivo Camarário,
caso específico, dos trabalhadores das oficinas, do antes e agora, se alguma vez teve em conta as
DCCIEM e da Metrologia, teve como objectivo principal preocupações, os interesses, as aspirações daqueles
a sensibilização e a mobilização destes trabalhadores que ao longo de muitos e muitos anos contribuíram
para o problema da possível extinção do seu posto de para o bom funcionamento desta "casa"!
trabalho e para a luta que, muito provavelmente, será
obrigatório travar. Perguntámos nós, se é desta forma que se defende
os serviços públicos desta cidade? Claro que não! Aqui,
Sabendo que num período eleitoral, o PS e o seu
também se defende a aplicação da máxima "melhor
António Costa não iriam querer entrar num conflito
Estado, menos Estado"!
aberto com os trabalhadores desta autarquia e
principalmente com aqueles que estão afectos a Aguardaremos, com a serenidade que nos carac-
serviços emblemáticos desta câmara, achou por bem teriza, a tomada de posse do novo executivo. Após o
adiar esta resolução, contudo, não julguem que fecha o qual, solicitaremos uma reunião de caracter urgente no
assunto! Agora que reuniu as condições políticas para sentido de discutir os vários problemas que afectam
decidir e implementar o que bem entender, avançará inúmeros serviços da CML, onde a matéria do
novamente com esta proposta, não tenhamos dúvidas! Complexo dos Olivais II, tem, obviamente, prioridade. ■
10 O TRABALHADOR DA CML
O Estatuto dos docentes
em serviço
na Câmara Municipal de Lisboa

A
Câmara Municipal de Lisboa tem ao serviço SGPL / FENPROF – CGTP-IN com vista à informação
vários docentes que se encontram em de todos os que se encontram nesta situação nefasta.
situação de vazio quanto à sua carreira, Certo é que, também não cederemos a processos de
progressão ou regime de avaliação de avaliação ou transição de carreira que não
desempenho. correspondam ao previsto no ECD e legislação
O SIADAP considera adaptado o sistema de subsequente. ■
avaliação do desempenho do pessoal docente previsto
no Estatuto da Carreira dos Educadores de Infância e
dos Professores do Ensino Básico e Secundário,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90 e alterado pelo
DL n.º 1/98 de 2 de Janeiro, e 15/2007 (alínea c do n.º
4 do art. 86.º da Lei 66-B/2007).
No entanto, o novo regime da carreira, vínculos e
remunerações considera que nas actuais carreiras e ou
categorias (Lei 12-A) não é aplicável ao pessoal a que
se refere o artigo 1º do Estatuto da Carreira Docente
dos Educadores de Infância e demais Professores,
aprovado pelo Decreto-Lei n.º 139-A/90 e alterado
pelos Decreto-Lei n.º 105/97, 1/98, 35/2003, 121/2005,
229/2005, 229/2005, 224/2006, 15/2007 e 35/2007
(art.117.º da Lei n.º 12-A/2008).
Considerando que existe um processo negocial que
está em falta na Administração Pública no que respeita
aos Educadores de Infância e Professores em serviço
na CML, o STML procurará obter informação junto da

Novas Oportunidades para todos!?

T
emos reparado que esforço que fizeram para obterem
existem novos cartazes a mais formação. No entanto, a
anunciar o programa CML não reconhece esse
governamental de "Novas investimento pessoal e para o
Oportunidades". Proprietários de qual contribuiu com a emissão do
grandes empresas privadas, estatuto de trabalhador estudante.
investem na sua formação (caso Com o objectivo de
do Comendador João Nabeiro) e estabelecermos uma plataforma
investem naqueles que procuram de apoio a todos os que
obter mais formação. adquiriram mais formação e não
Na Câmara de Lisboa a adquiriram até agora a
incongruência verifica-se com o reclassificação profissional, o
investimento que a edilidade STML desafia todos os colegas
continua a efectuar com a trabalham. nesta situação a enviarem para o
atribuição do "Estatuto de STML (stml@stml.pt) informação
Ao que parece, tal representa um
Trabalhador-Estudante" a todos sobre a formação adquirida
os que fora do horário laboral, puro engano. (quando?), a categoria
procuram obter mais formação O STML tem recebido inúmeras profissional (actual) e o local onde
que, por certo, será colocada ao informações de funcionários que desempenha as funções adstritas
serviço da entidade onde gostariam de ver reconhecido o à categoria profissional. ■

O TRABALHADOR DA CML 11
Análise
aos
resultados

O
eleitorais
s resultados eleitorais do passado dia 27 Na Câmara Municipal de Lisboa e já no plano das
de Setembro no âmbito das eleições legis- eleições autárquicas, a mistificação da "direita" como o
lativas demonstraram, sem margens para principal inimigo a derrotar por todos, direita encarnada
dúvidas, a derrota das políticas de direita no PSD de Santana Lopes, ganhou adeptos e conse-
que ao longo de quatro anos foram efecti- guiu que o PS obtivesse a maioria absoluta pela
vadas pela maioria PS, chefiada pelo Sr. Sócrates. primeira vez na história desta autarquia.
Os ataques incessantes aos direitos, liberdades e Com o discurso de "unir à esquerda" para derrotar a
garantias dos Portugueses e, em especial, à classe direita, largamente difundido nos órgãos de comunica-
trabalhadora, conduziu a um voto de censura e de ção social, como se não "houvesse um amanha", as
repudio pela expressiva maioria do povo português. eleições para a Câmara de Lisboa transformaram-se
Facto evidente desta afirmação é a perda de mais de num circo bipolarizado onde as actuações se faziam à
500 mil votos por parte do PS e a consequente perda vez entre os dois cabeças de lista, do PS e do PSD,
da maioria absoluta. respectivamente, enquanto as outras forças políticas,
Temos, contudo, noção de que o novo cenário político aguardavam e apreciavam este triste espectáculo no
criado após estas eleições, não augura um futuro mais lugar da assistência e sem possibilidade de intervir.
justo, solidário e risonho para o povo português e em Relembramos as tentativas de privatização do sector
especial para os trabalhadores, sejam do sector público da limpeza urbana, da privatização dos jardins da
ou privado. cidade, da alienação de importantes espaços e
Recordamos que na semana logo após as eleições equipamentos municipais a favor dos interesses da
legislativas, o argumento do défice voltou a ribalta pela especulação imobiliária e da construção,
boca dos mesmos de sempre, ministros, futuros nomeadamente, do complexo Municipal da Boavista,
ministros, respectiva corte de comentadores de piscinas municipais, Campo Grande, Areeiro e
encartados e poucas vezes especializados, além do Olivais, do Complexo de Alcântara e futuramente do
sempre prestável, presidente do Banco de Portugal e o Complexo dos Olivais II além de muitos outros. Todos
"patrão dos patrões", o presidente da CIP, sempre na na óptica da contínua destruição de serviços públicos.
velha perspectiva a que nos habituaram, ou seja, na Serviços indispensáveis à própria autarquia e à cidade
necessária contenção salarial, nos sacrifícios que ainda de Lisboa. Implícito a estas medidas, como não podia
temos que suportar até à chegada de "melhores dias". deixar de ser, está o futuro de milhares de
É verdade o que afirmam, neste país praticam-se dos trabalhadores. Com a nova legislação, a extinção
salários mais baixos da Europa, mas a sobrevivência efectiva do posto de trabalho implica directamente a
das empresas portuguesas não passa por esta prática passagem dos respectivos trabalhadores ao regime de
comum como dizem! Salários mais altos, é uma das mobilidade especial e posteriormente, caso não sejam
matrizes de uma economia saudável e estável e não o colocados noutro serviço, para o desemprego.
contrário! Também aqui, a luta organizada, decidida e firme
A procura do lucro sem limites e sem olhar a meios, e dos trabalhadores, como o foi no passado, também
neste caso através da exploração desenfreada dos agora e no futuro, será fundamental para a defesa,
trabalhadores, isto sim, é criticável e condenável. em primeiro lugar dos seus postos de trabalho, dos
O profundo retrocesso social, seja nos números do seus direitos e em segundo, do serviço público
desemprego, da precariedade, do ataque impiedoso ao como conquista de Abril e sinónimo de progresso e
Serviço Nacional de Saúde, à Escola Pública, no aces- desenvolvimento social.
so à Justiça, à Segurança Social, com o aprofundar das Também aqui, o STML, enquanto a estrutura sindical
normas mais gravosas do Código do Trabalho do PSD- mais representativa da Câmara de Lisboa, dará o seu
CDS transformando-o num instrumento contra os traba- contributo, obrigatório e indispensável, na defesa dos
lhadores e sempre na perspectiva da defesa, única e interesses, direitos e aspirações dos trabalhadores
exclusiva, dos interesses das entidades patronais. No desta autarquia. Informando, sensibilizando,
assalto brutal à própria Administração Pública, com mobilizando e organizando, criando uma frente de luta
uma reforma que não só retirou direitos aos seus e resistência face àqueles cujo único objectivo é a
trabalhadores, precarizando o seu vínculo laboral, delapidação dos serviços públicos, a retirada de
limitando perspectivas de progressão na carreira com a direitos, a imposição de normas e regras que apenas
resultante ausência de valorização salarial, como prejudicam os trabalhadores.
contribuiu para a degradação e consequente A certeza do STML é só uma! A luta continua, sempre
encerramento de inúmeros serviços públicos e a sua ao lado dos trabalhadores, dos lisboetas e da cidade de
posterior passagem ao sector privado. Lisboa. ■
12 O TRABALHADOR DA CML
Espaço dos Reformados
finanças públicas exigido pela União Europeia, vão ser
impostos novamente.
Concluiu-se ainda que a perda da maioria absoluta
pelo PS confere melhores condições no processo rei-
vindicativo conduzido pela CGTP através da Frente
Comum dos Sindicatos da Administração Publica. Ana-
lisarem-se igualmente os resultados na Câmara de Lis-
boa, onde o discurso falacioso, "votar à esquerda para
derrotar a direita" levou o PS de António Costa à maio-
ria absoluta pela 1ª vez na história desta autarquia.
Por último, no âmbito das visitas guiadas a museus e
outros eventos de índole cultural, que muito têm contri-
buído para o reforço do nosso convívio solidário, foi re-
solvido reiniciar essa actividade no mês de Novembro.
Reunião de Setembro da Importa salientar que nos últimos anos se visitou o
Jardim Zoológico, a Assembleia da República, os di-
Comissão de Reformados

F
versos pólos do Museu da Água e os Museus do
Azulejo, do Fado, da Electricidade, da Arqueologia, da
oram retomadas no mês de Setembro as habituais Farmácia, do Teatro e do Traje, entre vários outros. ■
reuniões mensais da Comissão de Reformados.
Nessa reunião, com a qual se iniciou um novo ciclo de
actividades após a interrupção durante os meses de
Julho e Agosto, foram eleitos, como Coordenadores da
Comissão, os sócios reformados Maria Salomé Câma-
ra Almeida e José Raimundo Seara, os quais também
fazem parte da Direcção do Distrito de Lisboa da Inter-
Reformados da CGTP, integrando ainda o último a sua
Direcção Nacional, assegurando-se assim à desejável
ligação da estrutura do STML às Direcções Regional e
Nacional.
Esta reunião que, como sempre aconteceu desde a
sua criação no STML, permitiu um agradável convívio,
assim como a discussão da difícil situação económica
dos reformados da administração pública que, desde o
inicio do século, têm vindo a perder poder de compra
com a diminuição contínua do valor real das suas "Por Mais Saúde
pensões, agravada com os descontos para ADSE que
incidem, igualmente, no subsídio de Natal e no 13º e Melhores Pensões"
mês. A análise feita, pouco tempo antes das eleições
- Tribuna Pública de 29 de Outubro

P
legislativas e autárquicas, concluiu com a opinião
generalizada de que todos deveriam exercer o seu
dever cívico conscientemente, evitando a abstenção, elo número de presenças e de participação no de-
unanimemente considerado como factor negativo da bate, pode considerar-se um êxito esta iniciativa
democracia. organizada pela Inter-Reformados do Distrito de
Lisboa, sob o lema "Por mais Saúde e Melhores
Pensões"
Reunião de Outubro

T
Na resolução final, a entregar aos órgãos do poder,
aprovada por unanimidade, a exigência de:
al como vem acontecendo nos últimos meses, a 1 - A defesa intransigente do Serviço Nacional de
reunião que teve lugar no mês de Outubro teve
Saúde público e universal;
uma participação de entre 15 a 20 sócios reformados,
2 - Médicos de família para todos os utentes dos
o que consideramos inferior aquilo que é possível
centros de saúde e unidades de saúde familiar;
apesar da sua sustentabilidade. Recordamos que o
3 - Mais e melhor apoio domiciliário a idosos que
STML tem cerca de 150 sócios reformados, a maior
parte a pagar quotas meramente simbólicas, apesar de dele careçam por incapacidade física ou por falta de
poderem ser declaradas nas declarações do IRS para apoio familiar;
efeito da dedução com a majoração de 50%. 4 - Aumento real das pensões com a revisão dos
Nesta reunião fez-se a apreciação dos resultados indexantes de apoio social e revogação do factor de
das eleições legislativas e autárquicas, tendo-se sustentabilidade, instrumentos estes criados para
considerado que eles não auguram mudanças políticas prejudicar o cálculo das novas pensões e, sobretudo,
positivas para os sectores mais desfavorecidos da para diminuir nas actualizações anuais o valor real das
população portuguesa, sobre quem recai os sacrifícios pensões mensais, como se tem verificado nos últimos
que, mais uma vez em nome do combate à crise anos com todas as que são superiores ao salário
económica e à necessidade de saneamento das mínimo nacional. ■

O TRABALHADOR DA CML 13
Novo Governo
Preocupantes sinais

É
de continuidade
normal e legítimo que,
após a realização de
eleições e consequente
formação de um novo
Governo, se gerem
expectativas e que, mesmo
involuntariamente, se instale na
população em geral e no seio dos
trabalhadores em particular um
certo sentimento do tipo "vamos
esperar para ver". Pessoalmente,
considero que deste Partido
Socialista e de José Sócrates
poucas ou nenhumas mudanças há
a esperar. Para mim, esta pseudo
abertura ao diálogo do recém
indigitado novo "velho" 1º Ministro,
resulta de um "Estado de
Necessidade" e não de uma real e
efectiva mudança de atitude.
Assim, palpita-me que a
prepotência e a arrogância que o concretizadas nessa altura. rasgados elogios feitos pelo
caracteriza apenas sofreu uma Porquê? Obviamente, para não patronato a alguns dos novos,
breve interrupção. prejudicar o Partido do Governo. neste caso "velhos", ministros
Daqui é também fácil concluir que o como Vieira da Silva (que continua
No fundo, os verdadeiros Partido Socialista continua a ser o ao serviço dos seus interesses,
sinais são de continuidade. executor privilegiado pelo grande antes no Ministério do Trabalho e
capital no nosso país para a Segurança Social, agora no
Os anúncios surgidos na semana concretização dos seus objectivos Ministério da Economia) ou Teixeira
seguinte às eleições autárquicas e aquele que melhor defende os dos Santos (homem que dá
constituem um inequívoco sinal de seus interesses. garantias para continuar a exigir
continuidade da promiscuidade e No mesmo sentido, os sacrifícios, mas só aos mesmos do
compadrio existente entre o portugueses em geral e os costume - aos trabalhadores,
Governo de José Sócrates e o trabalhadores em particular, foram claro).
grande patronato: logo na "brindados" mais uma vez com o
segunda-feira anunciaram-se mais repetido e gasto apelo do Tudo isto são sinais de
de quinhentos despedimentos na Governador do Banco de Portugal preocupante continuidade.
Qimonda; na Terça, foi a intenção à contenção das actualizações dos
de prolongar o Lay-Off na Saint- salários. O homem mais bem pago Os resultados das eleições
Gobain, ex-Covina, com forte pelo erário público no nosso País, legislativas, condenaram
probabilidade de encerramento que está sempre distraído perante inequivocamente a política de
definitivo da produção de vidro os negócios sujos do grande direita do anterior Governo de José
plano - única em Portugal; a seguir capital, aí está agora, "providencial Sócrates retirando a maioria
foi a decisão de mandar para casa e atempadamente", a vir a terreno absoluta ao Partido Socialista, o
trabalhadores da OGMA, que não dar a ajuda do costume ao seu que desde logo constitui razão
aceitaram vender o seu posto de grande amigo Francisco Van Zeller mais do que suficiente, para não
trabalho; agora, são os "o patrão dos patrões" - o homem haver espaço nem lugar ao
despedimentos na Delphi da que vê como única saída para os benefício da dúvida, atentismos ou
Guarda e o encerramento da problemas do País e das empresas expectativas.
fábrica desta empresa em Ponte de o aumento da exploração dos O tempo é de agir, de confrontar
Sôr, com o consequente trabalhadores. o governo com a exigência de uma
despedimento de mais 450 Aparentemente, para esta gente mudança efectiva de políticas.
trabalhadores, nada mudou. Com ou sem maiorias O tempo é de reivindicar melhores
É óbvio, que todas estas medidas absolutas, os seus objectivos estão salários, trabalho com direitos, uma
estavam decididas antes da traçados: mais da mesma política vida melhor.
conclusão do ciclo eleitoral, mas de direita é o que lhe interessa. O tempo é de continuar a lutar!
não foram assumidas e Não são, pois, de estranhar os Libério Domingues ■
14 O TRABALHADOR DA CML
A história de

O
João Semedo
STML dá a conhecer
a, até agora, triste
história de João
Semedo II, cujo final
será redigido pelo
recém-empossado Sr. Presidente
da Câmara Municipal de Lisboa. De
resto, esta história já deve ser do
conhecimento do Dr. António Costa,
uma vez que o STML, tudo tem
feito para encontrar um final feliz
para esta.
À partida, poderia a história de
uma personagem como esta, ser
marcante no contexto político e
social do país ou da cidade. Este
João é nosso contemporâneo e é Contentor onde actualmente reside o colega João Semedo II
nosso colega de trabalho na (para ser arrendada) junto do
Câmara Municipal de Lisboa e Pelouro da Habitação e da
sindicalizado no STML. A sua resposta, "negativa", que este
história na Câmara Municipal de Pelouro deu à situação de João
Lisboa só se tornará marcante se o Semedo II.
reconhecimento da sua "condição Não satisfeito, o STML contactou
humana" for considerado pela os Gabinetes das Exmas.
actual gestão da autarquia de Vereadoras Rosalia Vargas e Ana
Lisboa. Sara Brito. A primeira, não deu
João Semedo só é segundo, qualquer informação ao STML (o
porque na Câmara Municipal de que foi sempre um hábito seu com
Lisboa existe um João Semedo que outros processos). O Gabinete da
é primeiro. João Semedo II é Vereadora Ana Sara Brito, limitou-
jardineiro e há mais de uma década Entrada da escola nº 17 de se a comunicar-nos que o processo
que reside numa "casa de guarda" Benfica, cuja direcção pertence ao do nosso colega foi analisado e
numa escola primária de Lisboa (n.º Departamento de Educação e indeferido com base em limitações
17 em Benfica), cuja tutela está Juventude da CML que possuem ao nível da
adstrita ao Departamento de disponibilidade de habitações
Educação e Juventude da CML. Tal nós) de ser necessárias, João (resposta que não nos convence de
facto, só se justifica pelo Semedo II não viu crescer paredes forma alguma).
cumprimento de funções de de uma nova casa e foi avisado que Por considerarmos que esta
"guarda" que para além das teria de deixar com a maior situação é limitativa da "condição
funções de "jardineiro" efectua na brevidade o contentor fornecido humana" do nosso colega João
Câmara Municipal de Lisboa. pela Estradas de Portugal E.P. que Semedo II, que poderá, dentro de
A pacata, mas empenhada vida se encontra colocado nas horas ou dias, ver partir o contentor
laboral de João Semedo II sofreu instalações da escola. onde actualmente reside (colocado
recentemente uma reviravolta com pela Empresa que lhe derrubou a
a construção da CRIL. Estranho? Ora, o nosso colega João casa onde residiu mais de uma
Nada há de estranho com Semedo II, para além de não ter década), solicitámos com carácter
excepção da sua casa (sua morada família, vê-se agora privado de ter de urgência, uma reunião para
fiscal) ter sido demolida pela um tecto, uma vez que, a Câmara perspectivarmos conjuntamente,
Estradas de Portugal E.P. com o Municipal de Lisboa o está a uma solução para este problema
consentimento da autarquia e a "despejar" da casa onde residiu por que caso não venha a ser resolvido,
troco da construção de uma nova ser "guarda" de uma escola. será denunciado na comunicação
cozinha para a escola. Sindicalizado, João Semedo II social até que o bom senso impere
Transitoriamente, (pensava João contactou o STML no sentido de por fim.
Semedo II) a empresa supra encontrar um apoio para resolver a O final da história de João
referida colocou o nosso colega a sua situação. Prontamente Semedo II terá desenvolvimentos
viver num contentor com todos os contactámos o Director do DEJ que em breve, porque não baixaremos
seus haveres. Uma vez que, as nos informou de todas as os braços em prol da dignidade
funções de "guarda" deixaram diligências no sentido de deste colega. Manter-nos-emos
(incompreensivelmente, pensamos providenciar uma casa municipal atentos e reivindicativos. ■
O TRABALHADOR DA CML 15
Breves
Festa de Natal STML está a investir
na construção
de um novo site
O STML está a construir um novo site para se
aproximar ainda mais dos seus associados.
Como consideramos que esta tarefa deve ser
participada desde o princípio por todos os
associados, desafiamos cada um dos leitores a
enviar os seus contributos em relação às
valências deste meio, para stml@stml.pt ■

Protocolos do STML - 2009


ISLA – Instituto Superior de Línguas e Administração
ISG – Instituto Superior de Gestão

Universidade Internacional

O STML vai proporcionar a todos os associados, IPES – Instituto Português de Estudos Superiores

acompanhantes e filhos até aos 14 anos de idade


IESC – Instituto de Estudos Superiores de

a já habitual festa de natal, que se realizará no Contabilidade


circo Victor Hugo Cardinali, com localização no Escola Superior de Educação João de Deus
Parque das Nações, junto ao rio Trancão. ISTEC – Instituto Superior de Tecnologias Avançadas

COFAC – Universidade Lusófona Lisboa/Porto


Haverá sessões no dia 28 e 29 de Novembro às


- Instituto Superior de Humanidade e Tecnologias de

18h00, e no dia 30 de Novembro às 21h00.


Lisboa
Na distribuição dos bilhetes será mantido o rigor, - Instituto Superior Politécnico do Oeste
da atribuição dos mesmos, dos anos anteriores: - Instituto Superior D. Dinis
> Cada associado tem direito a 2 bilhetes. - Instituto Superior Manuel Teixeira Gomes
- Escola Superior de Educação Almeida Garrett
> Cada filho com idade entre os 4 e os 14 anos
Lancaster College
tem direito a 1 bilhete (deve fazer prova com
Universidade Lusíada

apresentação de cédula ou bilhete de identidade).


Universidade Autónoma

> Os associados que deleguem noutra pessoa o Viaggiatore – Companhia de Lazer e Turismo

levantamento dos bilhetes devem assinar, de


Campiférias – Centro de Férias e Turismo

forma legível, declaração para o efeito.


Millenium BCP

A distribuição dos bilhetes terá lugar na sede do ENAL – Escola Nacional de Automobilismo

STML nos dias 23, 24 e 25 de Novembro das 9h30 Mind – Project – Psicologia, Psicoterapia e Medicina

às 17h30, ficando o dia 26 reservado para a Tele-media – Informática e Serviços


distribuição dos bilhetes que sobrarem, caso Sagres – Companhia de Seguros


existam, das 9h30 às 12h00. ■ ● Aldeamento Turístico de Palmela


16 ■ O TRABALHADOR DA CML

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