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Publicado
em
1997, A
Majestade
do
Xingu permite inmeras consideraes sobre os
aspectos do romance. A primeira est ligada
filiao que esse gnero tem em relao ao seu
predecessor, a epopia. Ambos so narrativas
que giram ao redor de um heri. E a obra de
Moacyr Scliar puxa caractersticas dos dois
gneros. de fato um romance, pois seu
narrador-protagonista decado, fraco, passivo,
inerte,
um
personagem
defeituoso
e
problemtico como exige essa categoria
narrativa. J a histria de Noel Nutels, famoso
sanitarista (Trata-se de personagem histrica,
como tantas outras citadas na obra) e amigo de
infncia do narrador, pairando distante como um
sol alentador, tpica das epopias, tal o nvel
de heroicidade e idealizao que tal personagem
assume.
H ainda consideraes a serem levantadas em
relao ao comportamento dos dois atuantes.
Noel ativo, dinmico, o que o faz
provavelmente no ter tempo para redigir
histria. Esse papel fica para o narrador, que,
parado em sua lojinha no Bom Retiro, torna-se
habilitado para ruminar todos os acontecimentos
e virar contador de histrias. E o que de fato
acaba por acontecer.
Como em Grande Serto: Veredas (de Guimares
Rosa), o narrador criado por Moacyr Scliar
abre-se numa conversa pelas mais de 200
pginas em que s a voz dele notada no texto.
Sabe-se que ele conversa com um mdico (outra
semelhana com o romance roseano?), pois
vrias vezes faz-lhe perguntas cujas respostas
so facilmente subentendidas, como no trecho
abaixo:
um dia em que
descobre tudo.
desmascarado.
mas em troca