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O documento discute a relação entre Freud e Lacan, afirmando que Lacan foi fiel aos ensinamentos de Freud ao realizar uma releitura que destacou as dimensões gramaticais, lógicas, poéticas e topológicas presentes na clínica freudiana, ao invés de adotar uma visão cientificista reducionista. O texto também propõe uma leitura da obra de Freud considerando seu contexto histórico, questões conceituais e mudanças ao longo do tempo.
O documento discute a relação entre Freud e Lacan, afirmando que Lacan foi fiel aos ensinamentos de Freud ao realizar uma releitura que destacou as dimensões gramaticais, lógicas, poéticas e topológicas presentes na clínica freudiana, ao invés de adotar uma visão cientificista reducionista. O texto também propõe uma leitura da obra de Freud considerando seu contexto histórico, questões conceituais e mudanças ao longo do tempo.
O documento discute a relação entre Freud e Lacan, afirmando que Lacan foi fiel aos ensinamentos de Freud ao realizar uma releitura que destacou as dimensões gramaticais, lógicas, poéticas e topológicas presentes na clínica freudiana, ao invés de adotar uma visão cientificista reducionista. O texto também propõe uma leitura da obra de Freud considerando seu contexto histórico, questões conceituais e mudanças ao longo do tempo.
f Espao Letra Freudiana Recife, 09 de novembro de 2015
Em Caracas, num seminrio oferecido em 1980, h apenas um ano de seu derradeiro
encontro com as areias do gmeo irmo de hypnos, Lacan pergunta sua plateia venezuelana quantos deles eram lacanianos. Diante de uma unanimidade resoluta, Lacan assombra seus interlocutores afirmando faceiro: pois eu no, quanto a mim eu sou freudiano. Ainda na dcada de 60, quando da publicao de seus crits, quando as dimenses lgica e topolgica comeavam a se sobressair de seus seminrios, questionado sobre uma suposta distino entre seu ensino e aquele praticado por Freud, Lacan declara decidido a Pierre Daix e Histria: Eu sou aquele que leu Freud. Lacan inicia sua produo operando uma releitura de Freud, retirando do estabelecimento do texto ingls todo o rano de um cientifismo mdico do qual Freud no era tributrio. Devolve o estatuto de fonte primria Gesammelte Werke em detrimento Standard Edition e qual semente tornada flor, faz brotar coruscante as dimenses gramatical, lgica, potica e topolgica da clnica freudiana. No h portanto, outro modo de ler Freud, que no descolando-o de uma caricatura que dele se fez e que Lacan se encarregou de destituir. At o fim, mesmo aps a construo de aspectos evidentemente originais, no deixou jamais de reportar-se dimenso heurstica e fundamental da obra de Freud para qualquer prtica que se pretenda psicanaltica. No h Psicanlise sem Freud e no h Freud sem a clnica que co-autorou todos os seus trabalhos. A Psicanlise constitui-se, portanto, no encontro de duas topologias. O encontro de duas instncias ntimas, distintas e complementares tal como o so as mos direita e esquerda, materializadas na forma dos charutos de Freud (o tradicional purito sugerindo a retido inaugural) e de Lacan (o davidoff torto do enlace, da releitura, da reinveno). Lacan leu Freud e nos fornece aberta vereda. Percorramos embrenhando-nos no mato fundo de sua letra. Montaremos acampamento prximo sua fogueira e do corao de sua obra ouviremos seus segredos.
Como ler Freud?
Lacan nos responde. no se trata, para ns, de sincronizar as diferentes etapas do pensamento de Freud, nem mesmo de faz-las concordar entre si. Trata-se de ver a qual dificuldade, nica e constante, respondia o progresso deste pensamento, feito das contradies de suas etapas (Lacan, Seminrio 2, 1978, p.178)
Propomos portanto uma entrada no texto freudiano a partir de 3 nveis:
O CONTEXTO HISTRICO DO MOVIMENTO PSICANALTICO:
determinados impasses e problemas entre os analistas e a leitura que estes faziam foram definidores e influenciadores do formato final dos textos.
A PROBLEMTICA CONCEITUAL: nesse nvel investigaremos o texto
luz da querela das tradues e da escolha Freudiana por termos como angst, lust, trieb, dentre anguns outros.
A GEOGRAFIA FREUDIANA: a obra de Freud uma produo em
zigue e zague. So inmeras as reformulaes quanto a aspectos cruciais como o que causa uma anlise e o que marca seu fim, aspectos de resistncia na transferncia, a primazia da sexualidade em detrimento da primazia da morte, a diferena anatmica, a Psicanlise diante dos eventos culturais, as tpicas do Inconsciente, dentre outros. Aprenderemos a datar as formulaes freudianas no isolando de seu contexto de produo.
Imaginamos a anlise independente dessas perspectivas e o atravessamento do texto por
esses anis criando assim entre eles uma relao borromeana. Desse modo, a prpria letra freudiana quem os atar e quem, mormente, nos atar a uma prtica psicanaltica no um a um de cada clnica.
SUGESTO PRELIMINAR DE ROTEIRO
- Panorama geral das cartas freudianas
- As cartas a Fliess - Projeto para uma Psicologia Cientfica - Estudos sobre a Histeria - Os Trs Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade - Bate-se numa criana - O Bloco Mgico - A Interpretao dos Sonhos - O Inconsciente - Introduo Psicanlise - Os chistes e sua relao com o Inconsciente - A Psicopatologia da Vida Cotidiana - Psicanlise e a Teoria da Libido - Neurose e Psicose - O Fetichismo - O Mal estar na civilizao - Psicologia das massas e anlise do eu - O Eu e o Isso - Alm do Princpio do Prazer.