Sie sind auf Seite 1von 3

274 Rezensionen

ing nothing new. The author herself argues that resulting exus, pombas gira y pretos velhos. No deja de lado as-
ethnic identity of the Sudanese is ambiguous, allowing pectos simbólicos de las religiones marginales, como la
them to make claims for their own uniqueness while si- disección meticulosa de los panteones, o la importancia
multaneously acknowledging the identity that they share fundamental de la posesión y sus virtudes terapéuticas.
with Egyptian and Arab communities. “Sudanese remain Tampoco olvida los aspectos sociológicos de los cultos,
ambivalent about the extent of their ‘differences’ from como por ejemplo los acomodamientos, fracturas y ten-
Egyptian society” (169). However, claiming moral su- siones con respecto a la medicina oficial, la cultura de
periority contradicts the ethics of adab in the Muslim- masas o la política nacional.
Arab culture. Further, in a prototypical stereotype con- Pero tal vez lo más interesante del trabajo sea la nítida
text, a group claims that it is superior to the other group caracterización de la multiplicidad de cultos periféricos;
being stereotyped. The problem the book faces is essen- particularmente, de las relaciones weberianas de comple-
tialism as represented in Sudanese moral superiority, on mentariedad, subordinación o competencia con respecto
the one hand, and in making Sudanese exiles represent a las religiones oficiales, centrales o dominantes. Presos
the Sudanese typical identity, on the other. Most chapters de la obsesión occidental con la pureza teológica, los cul-
draw on formerly published articles causing unnecessary tos oficiales niegan toda legitimidad religiosa a los cultos
repetitions throughout the book. subalternos confinándolos al plano político, criminal o
Despite these shortcomings, the book is a welcome psiquiátrico – en otras palabras, sus agentes jamás leye-
contribution to the study of diaspora in general and Su- ron a Durkheim. Carentes en cambio de órdenes jerárqui-
danese diaspora in Egypt in particular. cos estrictos, de ortodoxias dogmáticas, de expectativas
el-Sayed el-Aswad disciplinarias de fidelidad y exclusividad, los cultos sub-
alternos no se molestan en poner en duda la legitimidad
religiosa de los cultos oficiales; lo que impugnan es su
Giobellina Brumana, Fernando: Diarios de la India. pretensión de monopolizar la vida religiosa. Este juego
Experiencia de campo con una hechicera brasileña. Bar- dinámico de mestizajes, mixturas y superposiciones –
celona: Laertes, 2009. 192 pp. ISBN 978-84-7584-652-1. por ejemplo entre catolicismo, candomblé y umbanda –
Precio: € 15.00 constituye, así, el punto neurálgico del volumen. Podría
Este libro narra en primera persona la “cocina” del argumentarse que no se trata de una idea nueva, y que las
primer trabajo de campo intensivo de Fernando Giobelli- mismas líneas de fuerza pueden percibirse en cualquier
na Brumana, prolífico etnólogo argentino dedicado al es- otro juego de relaciones entre misioneros y especialistas
tudio de las religiones subalternas brasileñas. En rigor se religiosos amerindios; pero lo que cabe destacar en este
trata de un diario que relata el comienzo de la investiga- caso, más allá de la finura de la documentación etnográ-
ción del culto umbanda, y más precisamente los vaivenes fica, no es tanto el qué sino el cómo, reconociendo el sa-
de la relación de su autor con una quimbandeira llamada bor minimalista, abigarrado, casi caleidoscópico con que
“India” – la quimbanda es algo así como el brazo armado Giobellina Brumana ha conseguido retratar las religiones
de la umbanda, el arsenal dinámico de técnicas de “magia brasileñas. Diego Villar
negra” y “hechicería”. Para hacerlo, Giobellina Bruma-
na despliega una paleta de matices que diferencian este
libro de sus obras anteriores, más estrictamente acadé- Gomes, Mércio Pereira: Antropologia. Ciência do
micas. Sin escatimar confusiones, equívocos, asombro, homem, filosofia da cultura. São Paulo: Contexto, 2008.
ni tampoco por momentos ribetes de franco humorismo, 239 pp. ISBN 978-85-7244-383-8. Preço: R$ 35,00
“Diarios de la India” logra componer una descripción Não é comum encontrar em livrarias brasileiras intro-
artesanal, por momentos novelesca, de las dimensiones duções à antropologia escritas por colegas brasileiros e
más sensoriales, elementales y primarias del quehacer voltadas para os conteúdos específicos das grades cur-
antropológico – no en vano la única referencia teórica riculares da área neste país. Entre as poucas exceções
es una obra proto-postmoderna, “La possession et ses merecem ser citadas “Relativizando. Uma introdução à
aspects théatraux chez les éthiopiens de Gondar”, de Mi- antropologia social” (Petrópolis 1983), de Roberto Da-
chel Leiris, cuya sombra fantasmagórica anida tras cada Matta, ou o já ultrapassado “Antropologia cultural. Inici-
recoveco de la trama. Este desmontaje de la alquimia ação teoria e temas” (Petrópolis 1982), de Luiz Gonzaga
en que se basa la “magia del etnógrafo”, por otra parte, de Mello, enquanto a maioria das introduções são tra-
aporta nuevos matices de reflexión sobre el tema turne- duções de obras estrangeiras, como “Etnologia – Antro-
riano – o más bien van gennepiano – que vertebra la obra pologia” (Petrópolis 1998), de Philippe Laburthe-Tolra
científica de Giobellina Brumana: el esclarecimiento en e Jean-Pierre Warnier, ou “Aprender antropologia” (São
clave religiosa de los fenómenos sociales de liminaridad Paulo 1988), de François Laplantine. Por outro lado,
y marginalidad. é muito interessante observar que as demandas de dis-
Para contextualizar etnográficamente el diario, el au- ciplinas de antropologia cultural atualmente parecem ser
tor presenta un estudio preliminar que resume sus hallaz- mais bem atendidas pelo mercado editorial com pequenas
gos sobre las religiones subalternas de Brasil: el candom- obras introdutórias para alunos cujo objetivo não é se
blé, el espiritismo kardecista, el pentecostalismo radical, formar em antropologia. Além disso, todo aluno de uma
el umbanda y su pintoresco panteón policromo compues- instituição brasileira de ensino superior que cursa alguma
to de caboclos, boiaderos, bahianos, marujos, ciganos, disciplina de antropologia parece ter contato com um

Anthropos 105.2010
Rezensionen 275
verdadeiro bestseller da área, o famoso livrinho “Cultura parte inconscientemente, constituindo um sistema mais
– um conceito antropológico” (Rio de Janeiro 1996, 11a ou menos coerente de pensar, agir, fazer, relacionar-se,
edição), de Roque de Barros Laraia, o qual é mais uma posicionar-se perante o Absoluto, e, enfim, reproduzir-
introdução ao pensamento antropológico sobre cultura do se” (36). Muitos colegas evitariam, ao ter a mesma tarefa
que à própria área. de escrever um texto sobre o conceito antropológico de
Neste contexto, o livro de Mércio Gomes, voltado cultura, a se expor a críticas por elaborar uma definição
para leitores brasileiros, tanto o grande público quanto, própria, porém certamente concordariam com a maioria
especificamente, o alunado do ensino superior, sem, no das partes constituintes daquela de Gomes. A expressão
entanto, perder o nexo com debates internacionais, é uma mais controvertida é sem dúvida “o Absoluto”, expli-
contribuição muito bem-vinda para inovar o corpus deste cado da forma seguinte: “. . . a cultura embute em si o
tipo de literatura não só no Brasil, mas também no mundo reconhecimento de um limite de compreensibilidade de
lusófono em geral. O autor é professor da Universidade si mesma, e assim admite e elabora a existência de algo
Federal Fluminense (UFF) e ficou conhecido tanto por que está acima do cognoscível” (39). Dessa maneira fica
seus trabalhos científicos, entre os quais se destacam claro que, o que à primeira vista parece ser religião, uma
“Os índios e o Brasil” (Petrópolis 1988; veja resenha alusão ao Supremo do cristianismo ou de outras religiões,
em Anthropos 85.1990: 601s.) e “O índio na história. é de fato uma definição filosófica daquilo que Durkheim
O povo Tenetehara em busca da liberdade” (Petrópolis incluiu no conceito do “sagrado”. A definição específica
2002), quanto por sua atuação política, em particular no do conceito de cultura dada por Gomes devia ser debatida
cargo de presidente do órgão indigenista, a FUNAI (se- no contexto de discussões contemporâneas, mas em to-
tembro de 2003 a março de 2007). Embora seja difícil, dos os casos merece ser reconhecida certa originalidade.
em casos como este, tirar uma linha divisória categórica Enquanto em outras obras agora seguiria uma apre-
entre os aspectos acadêmicos e não-acadêmicos da bio- sentação da história da antropologia e de suas principais
grafia profissional, seria injusto avaliar a presente obra vertentes teóricas, a parte central do livro contém capí-
do ponto de vista da atuação política do autor, porém tulos sobre metodologia (afinal, a antropologia é uma
tenho certeza que uma parte dos colegas na antropologia ciência); organização social e parentesco; antropologia
brasileira deixar-se-ia influenciar, em seu julgamento do econômica; antropologia política; religião, mitos e ritos;
livro, pelas numerosas críticas feitas na época contra o e antropologia urbana e outros temas (como racismo, glo-
então presidente da FUNAI. balização e uma antropologia do mundo capitalista). O
Mas quais são as qualidades peculiares do livro? Uma livro é finalizado com um capítulo sobre a antropologia
delas é anunciada imediatamente no subtítulo: ciência do do Brasil e no Brasil, enquanto o último capítulo, com
homem, filosofia da cultura. Ou seja, a conceituação da o título “O futuro da antropologia”, oferece uma visão
antropologia como uma ciência, e não uma arte, do ser muito sucinta das grandes vertentes teóricas clássicas e
humano em sua totalidade e, ao mesmo tempo, como uma contemporâneas no contexto internacional.
forma de refletir sobre o que se convencionou chamar Apesar da amplitude e diversidade dos pensamentos
cultura. Reflexões e referências filosóficas permeiam to- e teorias apresentados, é fácil perceber as preferências
das as partes do livro, de modo que, de forma diferente de teóricas do autor: abordagens marxistas não-ortodoxas
outras obras introdutórias, a relação da ciência antropo- e a obra do filósofo brasileiro Luiz Sérgio Coelho de
logia com suas raízes filosóficas não foi cortada. A parte Sampaio (1933 – 2003). Tampouco custa reconhecer a
mais explícita encontra se nas pp. 26 – 31: “Antropologia formação muito ampla do autor, sua Bildung, traduzida
como filosofia da cultura”. num estilo eloqüente e sofisticado de escrever, sem, no
Do ponto de vista formal, chama a atenção de que entanto, sacrificar a clareza de expressão. Diversos temas
não há nenhum capítulo introdutório propriamente dito e assuntos complexos são muito bem explicados para
e que os outros são baseados majoritariamente em áreas leitores não familiarizados, como, por exemplo, sistemas
temáticas, ou subáreas, clássicas da antropologia, embora de classes etárias ou o tema “raça”, tão caro a tantas
diversos temas mais recentes fossem incluídos ao lado pessoas na sociedade brasileira atual, destacando que o
dos tradicionais. Isto dá, inicialmente, a impressão de racismo no Brasil requer explicações e compreensões
um certo conservadorismo temático. Durante a leitura, próprias.
de fato, esta impressão é em parte confirmada, em parte A grande diversidade de temas, autores e idéias in-
relativizada. Percebe-se nitidamente a preocupação do cluídos e apresentados faz com que nem sempre fosse
autor com a formação clássica sólida dos alunos-leitores, possível tratá-los de forma adequada ou correta. En-
sem querer fechar o olhar para temas contemporâneos. tre os temas que mereceriam modificações no caso de
O livro começa com um capítulo sobre a definição uma eventual segunda edição figuram gênero (84s.), uma
da antropologia em toda sua diversidade, em compara- parte reduzida, de forma caricatural, ao título “Homens
ção com outras ciências, humanas e exatas, de acordo e mulheres”, sem realçar devidamente o peso desta su-
com o modelo americano da four field anthropology. No bárea na antropologia contemporânea; e o subcapítulo
capítulo sobre o conceito de cultura, um dos mais inte- sobre cultura e meio ambiente (104 – 107), o qual foi
ressantes, Gomes não só oferece uma tipologia de defi- inserido no capítulo sobre antropologia econômica, como
nições de cultura, mas também sua própria, que merece em algumas obras mais antigas. Nesta última parte, algu-
ser citada: “Cultura é o modo próprio de ser do homem mas afirmações são bastante problemáticas e criticáveis
em coletividade, que se realiza em parte consciente, em como, por exemplo, a equação implícita de antropologia

Anthropos 105.2010
276 Rezensionen

ecológica e adaptacionismo e o uso da crítica à aborda- ing the “inside” occupied by ethnically Japanese people
gem sociobiológica de Napoleon Chagnon como critério only, but by coming into the country not just temporarily,
para avaliar o valor heurístico da ecologia cultural. No foreign residents in Japan subvert these categories. With
capítulo sobre antropologia política, por sua vez, a defi- growing numbers of foreigners, it became increasingly
nição de política exclusivamente pelo conceito de poder problematic to define Japan as “homogeneous” and so
e sua distribuição desigual certamente provocará discor- multiculturalism has now become the new slogan.
dância de muitos cientistas sociais. In the first chapter, Yasuko I. Takezawa looks at the
Também seria necessário corrigir algumas grafias de earthquake in January 1995 in Kobe (dubbed the Great
nomes de autores como, por exemplo, Fredrick [sic] En- Hanshin-Awaji Earthquake in Japanese) and its impact on
gels (80) ou Margareth [sic] Mead (85) ou até substituir multiculturalism. After the quake, many issues regarding
o nome de Kurt Vogel [sic!] por Karl August Wittvogel, foreign residents in the city of Kobe came up. Although
o autor de Oriental Despotism (1957). Porém, fora estas Kobe, one of Japan’s major port cities, has already had
sugestões formais e de conteúdo que se referem apenas an image of “internationality” long before the idea was
a partes da obra, o autor merece grandes elogios por even brought up in Japan, legal issues as to what consti-
ter escrito uma nova introdução à antropologia que en- tutes a “resident” of Kobe, surfaced on the macrolevel.
riquece o corpus atual e que abre a visão dos leitores On the microlevel, as Takezawa proves aptly by partic-
tanto para novos temas quanto para novos olhares para ipant observation in the Nagata ward of Kobe, intereth-
assuntos antigos. O autor desta resenha já usou o livro nic cooperation has increased. Communities that so far
em sala de aula e constatou muitas reações positivas por had tried to avoid each other were united by the same
parte dos alunos. Peter Schröder devastating experience, so that stereotypes were slowly
dismantled.
The next chapter by Tomoko Hamada deals with the
Graburn, Nelson H. H., John Ertl, and R. Kenji changes in the public perception of foreign executives
Tierney (eds.): Multiculturalism in the New Japan. in Japan. Focusing on the merger between the French
Crossing the Boundaries Within. New York: Berghahn company Renault and the Japanese carmaker Nissan, she
Books, 2008. 252 pp. ISBN 978-1-84545-226-1. (Asian describes how well the newly appointed CEO has been
Anthropologies, 6) Price: £ 42.50 integrated into the corporation – and how he was pre-
In this volume, the editors publish the results of the sented as “saving” Nissan (and thus Japanese jobs) from
conference “Japan: Crossing the Boundaries Within,” bankruptcy. This new image of the foreign executive was
which was held at the University of California, Berkeley contrary to the common one as a “ruthless job-chopper”
in 2002. The conference dealt with changing perceptions (43). Her deductions are based upon interviews with mid-
on “foreignness” in Japan. For a long time in its postwar level managers. Although the midlevel managers suf-
history, Japan has been seen as not welcoming foreigners. fered under the restructuring of the company, most of
The myth of Japan being a “homogeneous” country, in them gave a bleak picture of the Japanese management
which only one ethnicity, language, and culture can be prior to the merger – while highlighting the changes the
found, coupled with the notion that the Japanese culture new “international” management had made. Hamada’s
is “unique” in the world, has often led to the idea that article provides amplitude of numbers and background,
Japan did not do well in integrating foreigners in its post- however, her analysis is at times a little short.
war years. In the following, Chris Burgess talks about interna-
In defiance to this stereotype, all contributors look tional marriage migrants in the rural province of Yama-
at the transitions Japan has undergone in this respect in gata who might indeed come to act as agents of multicul-
recent years, and how well the concept of “multicultural- turalism. For a long time, the Japanese countryside was
ism” (tabunka kyôsei in Japanese) has reached the grass- seen as particularly homogeneous, consisting of farming
roots of Japanese society. The term “New Japan” comes families only. In recent years, with jobs in agriculture
from the idea that the editors believe that Japan is again in declining and an ongoing migration away from the ru-
a phase of transition, away from the stereotypical image ral areas, many foreign women have come to live there.
held inside and outside of Japan towards a more open, While, as Burgess describes, these women outwardly try
“multicultural” society. The volume is heterogeneous to to accept the status quo, they make small changes inside
its very core, uniting chapters on internationalism in the home, propagating foreign cultures and diets.
Japanese economy as well as interfaith cooperation in a Another example from the rural area is brought for-
Japanese city, presenting a broad, mostly anthropological ward by John Ertl. He draws upon his own experiences in
perspective on Japanese society. a village on the Japanese countryside as an international
In the introduction, Nelson Graburn and John Ertl coordinator similar to those in the JET programme (a pro-
provide the background to the topic, presenting Japan’s gramme promoted by the Japanese government bringing
way of dealing with the rest of the world both from a in young foreigners mainly to teach English and to work
historical as well as from a sociological perspective. Gra- in international departments of city offices). Although
burn and Ertl refer to the concepts of uchi and soto, the Ertl felt that he was sometimes being showcased, his
inside and the outside world, which, supposedly “unique” overall reception in this rural area was warm, and he feels
to Japan, define the “Japanese way” of categorizing the that these programmes do indeed promote multicultural-
world. By nature, foreigners are “outside” of Japan, leav- ism to some extent.

Anthropos 105.2010

Das könnte Ihnen auch gefallen