67%(3)67% fanden dieses Dokument nützlich (3 Abstimmungen)
1K Ansichten2 Seiten
O documento discute um artigo de Antonio Candido sobre a função humanizadora da literatura e sua relação com a formação do homem. Candido argumenta que a literatura reafirma a humanidade do homem e influencia sua formação pessoal ao mesmo tempo que oferece reflexões sobre si mesmo e o mundo. Ele também defende uma abordagem histórica e estrutural conjunta da literatura.
Originalbeschreibung:
Resenha descritiva de "A literatura e a formação do homem", do Antonio Candido
Originaltitel
Resenha Descritiva: Candido, Antônio. A literatura e a formação do homem.
O documento discute um artigo de Antonio Candido sobre a função humanizadora da literatura e sua relação com a formação do homem. Candido argumenta que a literatura reafirma a humanidade do homem e influencia sua formação pessoal ao mesmo tempo que oferece reflexões sobre si mesmo e o mundo. Ele também defende uma abordagem histórica e estrutural conjunta da literatura.
O documento discute um artigo de Antonio Candido sobre a função humanizadora da literatura e sua relação com a formação do homem. Candido argumenta que a literatura reafirma a humanidade do homem e influencia sua formação pessoal ao mesmo tempo que oferece reflexões sobre si mesmo e o mundo. Ele também defende uma abordagem histórica e estrutural conjunta da literatura.
Resenha Descritiva: Candido, Antnio. A literatura e a formao do homem.
Resenhado por Herick M. Schaiblich (G/UFG)
Orientadora: Dr Tarsilla Couto (D/UFG) RESUMO Com base na tese de que a literatura reafirma a condio humanizadora do homem, Antonio Cndido discorre sobre a importncia de se pensar na dimenso histrica da literatura, dimenso esta marginalizada em sua poca em favor somente de um vis estrutural, que deixava de lado a questo elevada pelo autor no texto: a funo social da literatura. Para corroborar com sua idia principal, Cndido ainda destaca dois elementos contidos na literatura que claramente comprovam a sua eterna relao intercambiante com o homem ao lado das necessidades mais bsicas, em toda civilizao humana sempre produziu-se fico e fantasia como forma de expresso da sua psicologia, e em todas as comunidades, essa fantasia serviu a uma determinada formao (alienante ou no) do prprio homem. RESENHA A palestra de Antonio Candido, A literatura e a formao do homem, transcrita no formato de um artigo, dividida em trs partes. Nelas, o autor apresenta a sua proposta com relao funo humanizado da literatura, que na realidade se refere capacidade que a literatura tem de reafirmar a prpria humanidade do homem; em seguida apresenta-a como expresso universal do ser humano e como fator decisivo para sua prpria formao pessoal; por ltimo, discorre sobre a literatura enquanto objeto que oferece reflexes de auto-conhecimento e sobre o mundo. Logo no incio, apresentando a situao como uma problemtica da anlise literria poca, Candido fala do impasse existente entre a viso estrutural e histrica da literatura, e questiona o fato das duas perspectivas serem tratadas como duais, sendo, portanto, auto-excludentes. Argumenta contra essa noo rememorando a idia central do estruturalismo, que nunca foi a de simplesmente analisar a obra em si mesma, mas a de relacion-la a um modelo virtual abstrato, que engendraria as caractersticas em comum da maior parte das obras particulares de um dado momento. Nesse sentido, esses modelos, embora pairem historicamente sobre um grande conjunto de produes, serviriam para contextualizar as obras particulares. Alm disso, ele destaca que o interesse pela literatura se desperta principalmente por seus elementos contextuais, pois somos levados a ela por preocupaes acerca da nossa prpria identidade e destino. Sem contar que a noo de estrutura s se faz verdadeiramente pertinente por oferecer a compreenso de como o texto se forma a partir do dado contexto. Discorrida a parte sobre a necessidade de se relacionar a perspectiva estrutural e histrica na anlise das obras literrias, Candido focaliza sua ateno no papel que a
literatura desempenha na formao do homem. Surge, primeiramente, a idia de uma
funo psicolgica, no sentido de que a prpria produo da literatura reflete uma necessidade universal que o ser humano tem de fico e fantasia. Essa fantasia, no entanto, est em constante relao com a experincia sensorial do ser humano com a natureza, seus sentimentos e hbitos. Isso o leva a discernir uma bifurcao na capacidade mental do homem, que composta de um lado especulativo (cientfico) e outro imaginativo (fantasioso). Utilizando-se de uma leitura de Bachelard sobre o surgimento das reflexes humanas, o autor conclui, por fim, que existe um lao entre a imaginao literria e a realidade concreta do mundo. De outro lado, tanto quanto a literatura uma projeo do pensamento humano, ela atua constantemente de maneira consciente e inconsciente na nossa formao, de forma que a nossa personalidade pode sofrer uma profunda influencia do que lemos. Mas diferente de uma formao educativa no sentido pedaggico da palavra que presa por uma instruo moral e cvica perfeitamente adequada s normas vigentes , a literatura, como diz Candido, age com o impacto indiscriminado da prpria vida (p. 84); no corrompe nem edifica propriamente dito, mas humaniza no sentido mais profundo do termo. E, por fim, prope-se a literatura como a representao de uma realidade social e humana especfica, e que possibilita relao de inteligibilidade com esta realidade por isso, a literatura enquanto forma de conhecimento do mundo e do ser. Para comprovar essa idia, Candido comea a citar alguns exemplos concretos de movimentos dentro da histria literria que fazem jus a uma literatura que represente uma dada realidade e que ao mesmo tempo proporcione conhecimento sobre ela. O Regionalismo, para ele, o exemplo melhor e mais palpvel ao estabelecer uma tenso entre tema e linguagem, tenta-se representar personagens rsticos, de linguagem inculta e que reflita as peculiaridades dessa realidade, rompendo com a conveno normativa da lngua. Mas por essa representao da realidade partir sempre da viso de um autor especfico, deve-se colocar em questo se o papel que ela desempenha humanizadora ou alienadora. Ainda dentro do Regionalismo, Candido utiliza-se de trechos de textos literrios de dois escritores brasileiros que aderiam a esse movimento, Coelho Neto e Simes Lopes Neto, para demonstrar o que ele concebe como humanizador e alienador. O primeiro, aderindo quase que literalmente reproduo dos sotaques acentuados nas falas dos seus personagens incultos, escreve dilogos grotescos e ainda cria uma dualidade estilstica, ao utilizar, na voz no narrador em terceira pessoa, os padres lingsticos consagrados pela elite, o que s cria um distanciamento entre o leitor culto e a criatura extica a ser apresentada. O segundo autor, no entanto, j usando estrategicamente a primeira pessoa para narrar e apenas dando escrita um pouco do carter peculiar da linguagem regional a ser representada, ao invs de distanciar ainda mais o leitor culto dos personagens, quase que o dissolve nas vivncias dos homens rsticos, e dessa forma nenhuma realidade colocada em sobreposio outra.