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7 Direito Constitucional
7.1 HISTÓRICO
7.2 CONCEITOS
São empregadas as denominações Carta Magna, Carta Política, Norma Ápice, Lei
Fundamental, Lei Magna, Código Supremo, Estatuto Básico, Estatuto Fundamental, Estatuto
Supremo para se referir à Constituição.
As expressões Carta Mágna ou Carta Política não devem ser empregadas para Constituições
que foram votadas, mas apenas para as que foram outorgadas ou impostas às pessoas, o que
ocorreu nos regimes totalitários e militares.
7.4 CLASSIFICAÇÕES
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7.6 PRINCIPIOS FUNDAMENTAIS
Quanto a eficácia, as normas constitucionais são divididas em normas de eficácia plena, contida
e limitada. Têm eficácia plena dispositivos que não necessitam ser regulamentados pela
legislação infraconstitucional. Exemplo seria o adicional de horas extras de 50% (art. 72,
XVI) .Na eficácia contida, a norma constitucional terá eficácia, porém o legislador
infraconstitucional poderá determinar restrições em relação ao tema. Na eficácia limitada, a
norma somente terá eficácia quando for regulamentada no plano infraconstitucional (exemplo:
participação na gestão das empresas).
Normas programáticas estabelecem um programa ou metas a serem cumpridas ou então
enunciam princípios gerais, necessitando de complementação pela legislação infraconstitucional.
Normas auto-executáveis ou self-executing são as normas constitucionais que independem de lei
para prover sua eficácia, por serem completas.
Normas não auto-executáveis ou not self-executing são as que dependem do legislador ordinário
para terem eficácia.
Normas constitucionais bastantes em si são as que independem de lei para ter eficácia plena.
Normas não bastantes em si são as que necessitam de lei para serem complementadas.
irão regular condutas e a própria organização do Estado. Titular do Poder Constituinte é o povo,
referir-se aos Direitos e Garantias Fundamentais, que é o Título II da Constituição, teria sido
explícito nesse sentido, usando a expressão direitos e garantias fundamentais, o que incluiria os
direitos sociais (Capítulo II) e também a nacionalidade (Capítulo III), os direitos políticos
(Capítulo IV) e os partidos políticos (Capítulo V), e não direitos e garantias individuais. Pela
própria disposição sistemática da Constituição, os direitos e garantias fundamentais são divididos
em Direitos e garantias individuais (Capítulo I, art. 52), direitos sociais (Capítulo II), assim como
a nacionalidade, os direitos políticos e os partidos políticos. O constituinte não quis, portanto,
referir-se a direitos sociais, mas apenas a direitos e garantias individuais, que estão inscritos no
art. 5º da Constituição. Isso quer dizer que os direitos sociais podem ser modificados por emenda
constitucional. Ainda que se queira fazer distinção entre os direitos sociais individuais e
coletivos contidos nos arts. 7º a 11, o constituinte não fez referência a eles para a proposta de
emenda constitucional, mas apenas direitos e garantias individuais e não direitos sociais e
garantias individuais. Assim, mais uma vez a interpretação deve ser de que apenas os direitos e
garantias individuais contidos no art. 5º da Lei Maior não podem ser alterados por emenda
constitucional.
O Estado deve-se abster de ferir direitos individuais contidos no art. 5º da Constituição, tratando-
se de obrigação de fazer, enquanto as normas de direitos sociais contidos no art. 7º são
destinadas ao empregador, que não poderá desrespeitar tais direitos mínimos.
Prevê o art. 1 º da Constituição que a República Federativa do Brasil é formada pela união
indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal. É indissolúvel justamente por se
tratar de uma federação.
São Poderes da União: o Legislativo, o Executivo e o Judiciário (art. 2º da Constituição) .
A organização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os
Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos da Constituição (art.
18 da Lei Maior). Isso quer dizer que a autonomia desses entes é determinada de acordo com o
que for disposto apenas na Constituição.
Brasília é a Capital Federal. Os Territórios Federais integram a União. Sua criação,
transformação em Estado ou reintegração ao Estado de origem serão reguladas em lei
complementar.
Os Estados podem incorporar-se entre si, subdividir-se ou desmembrar-se para se anexarem a
outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população
diretamente interessada, por meio de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.
A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios far-se-ão por lei estadual,
dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia,
mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de
Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (a) estabelecer cultos
religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou
seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a
colaboração de interesse público; (b) recusar fé aos documentos públicos; (c) criar distinções
entre brasileiros ou preferências entre si (art. 19 da Lei Magna).
A União tem competência exclusiva (art. 21, I, da Constituição), por exemplo, para manter
relações com Estados estrangeiros e participar de organizações internacionais. Tem competência
privativa (art. 22), para legislar, por exemplo, sobre Direito Civil. Há competência comum da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios para as matérias descritas no art. 23 da
Lei Magna. Existe competência concorrente para a União, Estados e Distrito Federal legislar
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7.10 INTERVENÇÃO
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
O Estado não intervirá em seus municípios, nem a União nos municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:
1. deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida fundada;
2. não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
3. não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e
desenvolvimento do ensino;
4. o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de
decisão judicial (art. 35 da Constituição) .
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Atribui-se a Montesquieu, no Espírito das Leis, o princípio da separação dos poderes em:
Legislativo, Executivo e Judiciário.
Falava-se num quarto poder, que seria ou real ou moderador. O Poder Moderador foi previsto no
Brasil na Constituição de 1824, em que o art. 98 determinava que ele "é a chave de toda a
organização política e é delegado privativamente ao imperador, como chefe supremo da nação e
seu primeiro representante, para que incessantemente vele sobre a manutenção da inde-
pendência, equilíbrio e harmonia dos demais poderes políticos". Hoje, não mais existe o Poder
Moderador.
Reza o art. 2º da Constituição que são poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o
Legislativo, o Executivo e o Judiciário.
O Congresso Nacional é representado pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Nos
Estados, há as Assembléias Legislativas e, nos Municípios, as Câmaras dos Vereadores.
O sistema brasileiro é bicameral, em que há uma Câmara baixa, correspondente à Câmara dos
Deputados, e uma Câmara alta, que é o Senado Federal.
A Câmara dos Deputados tem os representantes do povo, enquanto o Senado Federal tem os
representantes dos Estados e do Distrito Federal.
Os deputados são escolhidos pelo sistema proporcional, e cada Estado e o Distrito Federal não
poderão ter menos de oito e mais de 70 representantes. Cada Território elegerá quatro deputados.
O mandato dos deputados é de quatro anos.
Os senadores são eleitos pelo sistema majoritário, sendo três para cada Estado e para o Distrito
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Federal. Seus mandatos são de oito anos. Os senadores deverão ter pelo menos 35 anos.
Os deputados e senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de suas opiniões,
palavras e votos (art. 53 da Constituição). É o que se chama de imunidade parlamentar. Desde a
expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em
flagrante de crime inafiançável. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa
respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Não há mais
necessidade de autorização da Câmara ou do Senado Federal para o parlamentar ser processado.
Recebida a denúncia contra o senador ou deputado, por crime ocorrido após a diplomação, o
Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por iniciativa de partido político
nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, poderá, até a decisão final, sustar o
andamento da ação. A imunidade parlamentar ocorrerá a partir da diplomação e não da posse.
Quanto a crimes praticados antes da diplomação, não há imunidade formal em relação ao
processo. O pedido de sustação será apreciado pela Casa respectiva no prazo improrrogável de
45 dias de seu recebimento pela Mesa Diretora. A sustação do processo suspende a prescrição,
enquanto durar o mandato. As imunidades de deputados ou senadores subsistirão durante o
estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de dois terços dos membros da Casa
respectiva, nos casos de atos praticados fora do recinto do Congresso Nacional, que sejam in-
compatíveis com a execução da medida.
sobrestadas, até que se termine a votação, todas as demais deliberações legislativas da Casa em
que estiver tramitando. Será prorrogada uma única vez por igual período a vigência de medida
provisória que, no prazo de 60 dias, contado de sua publicação, não tiver sua votação encerrada
nas duas Casas do Congresso Nacional. As medidas provisórias terão sua votação iniciada na
Câmara dos Deputados. A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o
mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seu
pressupostos constitucionais. Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada,
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. É vedada reedição, na mesma
sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua
eficácia por decurso de prazo. Não editado o decreto legislativo até 60 dias após a rejeição ou
perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos
praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. Aprovado projeto de lei de
conversão que altera o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em
vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.
É proibida a edição de medidas provisórias sobre matéria:
I -relativa a:
a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral;
b) direito penal, processual penal e processual civil;
c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de seus
membros;
d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e suplementares,
ressalvada a previsão do § 32 do art. 167 da Constituição;
II -que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro ativo
financeiro;
III- reservada a lei complementar. A matéria de lei complementar necessita de quórum de
maioria absoluta do Congresso Nacional (art. 69 da Constituição). Logo, não pode ser objeto de
medida provisória, que exige maioria simples na votação;
N -já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou
veto do presidente da República.
O Poder Executivo é exercido pelo presidente da República, auxiliado pelos Ministros de Estado
(art. 76 da Constituição).
A eleição do presidente da República importará a do Vice-presidente com ele registrado.
2. ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer algo a não ser em virtude de lei. É o
princípio da legalidade;
3. ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante;
4. é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; 5. é assegurado o direito de
resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
6. é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos
cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
7. é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e
militares de internação coletiva;
8. ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a
cumprir prestação alternativa, fixada em lei;
9. é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação,
independentemente de censura ou licença;
10. são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o
direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
11. a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do
morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia,
por determinação judicial;
12. é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal. A norma
que trata do assunto é a Lei nº 9.296/96;
13. é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer;
14. é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando
necessário ao exercício profissional;
15. é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos
termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
16. todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao público,
independentemente de autorização, desde que não frustrem outra reunião anteriormente
convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido prévio aviso à autoridade competente;
17. é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;
18. a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funciona- mento. As sociedades cooperativas são
reguladas na Lei nº 5.764/71;
19. as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades suspensas
por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;
20. ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado;
21. as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para
representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente;
22. é garantido o direito de propriedade;
23. a propriedade atenderá a sua função social;
24. a lei estabelecerá o procedimento para desapropriação por necessidade ou utilidade pública,
ou por interesse social, mediante justa e prévia indenização em dinheiro, ressalvados os casos
previstos na Constituição;
25. no caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade
particular, assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano;
26. a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família, não
será objeto de penhora para pagamento de débitos decorrentes de sua atividade produtiva,
dispondo a lei sobre os meios de financiar o seu desenvolvimento;
27. aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas
obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
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28. são assegurados, nos termos da lei: (a) a proteção às participações individuais em obras
coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas; (b) o
direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que parti-
ciparem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
29. a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização,
bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e
econômico do país;
30. é garantido o direito de herança; 31. a sucessão de bens de estrangeiros situados no país será
regulada pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros, sempre que não
lhes seja favorável a lei pessoal do de cujus;
32. o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor. O cÓdi- go de Defesa do
Consumidor é a Lei nº 8.078/90;
33. todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão presta- das no prazo de lei, sob pena de responsabilidade,
ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
34. são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas: (a) o direito de petição
aos Poderes Públicos em defesa de direito ou contra ilegalidade ou abuso de poder; (b) a
obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situa-
çÕes de interesse pessoal;
35. a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;
36. a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
37. não haverá juízo ou tribunal de exceção;
38. é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: (a) a
plenitude de defesa; (b) o sigilo das votações; (c) a soberania dos veredictos; (d) a competência
para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida;
39. não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal;
40. a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu;
41. a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos'direitos e liberdades fundamentais;
42. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão,
nos termos da lei;
43. a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anis- tia a prática da tortura,
o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes
hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se
omitirem. A Lei nº 8.072/90 trata dos crimes hediondos;
44. constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares,
contra a ordem constitucional e o Estado Democrático;
45. nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação , de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido;
46. a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes: (a) privação ou
restrição da liberdade; (b) perda de bens; (c) multa; (d) prestação social alternativa; (e) suspensão
ou interdição de direitos;
47. não haverá penas: (a) de morte, salvo em caso de guerra declarada; (b) de caráter perpétuo;
(c) de trabalhos forçados; (d) de banimento; (e) cruéis;
48. a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a
idade e o sexo do apenado;
49. é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; 50. às presidiárias serão
asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de
amamentação;
51. nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado
antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e
drogas afins, na for- ma da lei;
52. não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião;
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53. ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente;
54. ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido pro- cesso legal;
55. aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
56. são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 57. ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sen- tença penal condenatória;
58. o civilmente identificado não será submetido a identificação criminal, salvo nas hipóteses
previstas em lei;
59. será admitida ação privada nos crimes de ação pública, se esta não for intentada no prazo
legal;
60. a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou
o interesse social o exigirem;
61. ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de
autoridade judiciária competente, salvo nos casos de transgressão militar ou crime propriamente
militar, definidos em lei;
62. a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunica- dos imediatamente ao
juiz competente e à família do preso ou à pessoa por ele indicada;
63. o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-Ihe
assegurada a assistência da família e de advogado;
64. O preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório
policial;
65. a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 66. ninguém será
levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;
67. não haverá prisão civil por divida, salvo a do responsável pelo inadimplemento voluntário e
inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário infiel;
68. conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer
violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
69. conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
70. o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: (a) partido político com
representação no Congresso Nacional; (b) organização sindical, entidade de classe ou associação
legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de
seus membros ou associados;
71. conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne
inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à
nacionalidade, à soberania e à cidadania;
72. conceder-se-á habeas data: (a) para assegurar o conhecimento de in- formações relativas à
pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais
ou de caráter público; (b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por pro-
cesso sigiloso, judicial ou administrativo;
73. qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao
patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao
meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
74. o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que com- provarem insuficiência
de recursos;
75. o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do
tempo fixado na sentença;
76. são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma da lei: (a) o registro civil de
nascimento; (b) a certidão de óbito;
77. são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários
ao exercício da cidadania.
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7.14 NACIONALIDADE
A soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor
igual para todos, e, nos termos da lei, mediante: (a) plebiscito; (b) referendo; (c) iniciativa
popular (art. 14 da Constituição).
Plebiscito é a consulta anterior formulada ao povo para aprovar ou rejeitar o que lhe houver sido
submetido, o que é feito por meio do voto. O referendo é a consulta posterior formulada ao povo
para ratificar ou rejeitar ato legislativo ou administrativo já determinado.
O alistamento eleitoral e o voto são: (1) obrigatórios para os maiores de 18 anos; (2) facultativos
para: (a) os analfabetos; (b) os maiores de 70 anos; (c) os maiores de 16 e menores de 18 anos.
Não podem alistar-se eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigatório,
os conscritos.
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São condições de elegibilidade, na forma da lei: (a) a nacionalidade brasileira; (b) o pleno
exercício dos direitos políticos; (c) o alistamento eleitoral; (d) o domicílio eleitoral na
circunscrição; (e) a filiação partidária.
Para ser eleito, é preciso idade mínima de: (a) 35 anos para Presidente, Vice-presidente da
República e senador; (b) 30 anos para governador e vice- governador de Estado e do Distrito
Federal; (c) 21 anos para deputado federal, deputado estadual ou distrital, prefeito, vice-prefeito
e juiz de paz; (d) 18 anos para vereador. Não há limite máximo de idade para se candidatar.
São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. O Presidente da República, os governadores de
Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os governadores de Estado e do
Distrito Federal e os prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do
pleito.
A ordem econômica é fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tendo por
fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social ( art. 170 da
Constituição) .
São princípios da ordem econômica: (a) soberania nacional; (b) propriedade privada; (c} função
social da propriedade; (d) livre concorrência; (e) defesa do consumidor. O Código de Defesa do
Consumidor é a Lei nº 8.078/90; f) defesa do meio ambiente; (g) redução das desigualdades
regionais e sociais; (h) busca do pleno emprego; (i) tratamento favorecido para as empresas de
peque- no porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no
país. O Estatuto da Microempresa é a Lei nº 9.841/99.
A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro,
incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.
A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos
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São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: (a) a pequena e média
propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua outra; (b) a
propriedade produtiva. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará
normas para o cumprimento dos requisitos relativos a sua função social.
A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: (a) aproveitamento
racional e adequado; (b) utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do
meio ambiente; (c) observância das disposições que regulam as relações de trabalho; (d) explo-
ração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado
do país e a servir aos interesses da coletividade, será regulado em lei complementar. A Lei nº
4.595, de 31-12-1964, dispõe sobre a política e as instituições monetárias, bancárias e creditícias.
O Sistema Financeiro Nacional é constituído do Conselho Monetário Nacional, do Banco Cen-
tral do Brasil, do Banco do Brasil, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e das
demais instituições financeiras públicas e privadas.
A ordem social tem como base o primado do trabalho. Seus objetivos são o bem-estar e a justiça
sociais (art. 193 da Constituição).
Compreende a ordem social: a seguridade social, a educação, a cultura e o desporto, a ciência e
tecnologia, o meio ambiente, a comunicação social, a família, a criança, o adolescente, o idoso e
os índios.
A educação é direito de todos e dever do Estado e da família, sendo promovida e incentivada
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para
o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (art. 205 da Constituição). A Lei nº
9.394/96 versa sobre diretrizes e bases da educação nacional.
Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil. Os
Estados e o Distrito Federal atuarão prioritariamente no ensino fundamental e médio.
O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura
nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais (art. 215
da Constituição).
É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um
(art. 217 da Constituição).
Promoverá e incentivará o Estado o desenvolvimento científico, a pesquisa e a capacitação
tecnológicas (art. 218 da Lei Maior).
A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma,
processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto na Constituição (art.
220 da Lei Magna) .
A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é privativa
de brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10 anos, ou de pessoas jurídicas constituídas sob
as leis brasileiras e que tenham sede no país. Em qualquer caso, pelo menos 70% do capital total
e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens
deverá pertencer, direta ou indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de 10
anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e estabelecerão o conteúdo da
programação. A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção da programação
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Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
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QUESTIONARIO